ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

28 abril, 2006

OBRA DESTINADA A INCLUSÃO SOCIAL DE DEFICIENTES VISUAIS


No último dia 17, 2ª-feira, o Espaço Lafayette mostrou o trabalho de Eni d’Carvalho(FOTO), uma artista plástica mineira que tem se destacado por criar para pessoas que, a princípio, formariam o mais impensável público-alvo de uma exposição de artes visuais: os cegos.
Enquanto nas mostras convencionais pede-se para não tocar nos trabalhos, nas exposições de Eni o que mais se deseja é que as obras sejam bastante tocadas e sentidas. A artista utiliza relevos e texturas para serem sentidas através do tato e fornece textos sobre as obras impressos em Braille. Essas artes também são interessantes para quem enxerga bem, já que as formas, cores, luzes e sombras provocam outras sensações. Para estes visitantes – principalmente as crianças e estudantes –, a artista disponibiliza vendas para os olhos e os convida a também “verem” a exposição somente com as mãos. Suas obras já foram expostas em diversas cidades brasileiras e de países da Europa.
Eni Vieira de Carvalho Duarte nasceu em Ubá, MG. Formada em Administração e Ciências Contábeis e pós-graduada em Administração Hospitalar, só em 1996, já com 46 anos, decidiu dedicar-se à Arte, respondendo a estímulos que a fascinam desde criança. As texturas, as formas, os relevos dos objetos foram despertando em Eni d’Carvalho um desejo de iniciar uma amostra tátil, destinada aos deficientes visuais e a todos os apreciadores das artes plásticas. Desejo este confirmado quando a artista leu uma reportagem sobre uma visita de cegos a um museu, onde eles não podiam tocar as obras. A partir daí Eni definiu sua missão: pintar para os cegos. O caráter inovador dessas preocupações, mostradas em projetos como “Novas Percepções nas Artes Plásticas” e “Meninos das Favelas Revelam Talentos”, consagraram-na com a atribuição da Medalha da Solidariedade, em 2001, e Medalha de Honra ao Mérito Humbral Sagrado, em 2002. Lendo trechos do depoimento da artista, percebe-se imediatamente o seu entusiasmo contagiante e constata-se que os prêmios são mais do que merecidos:“Eu associei a imagem que eu vivenciava ali na minha frente, crianças não cegas vibrando, em poder tocar nas telas, interagindo com elas. Imaginei uma emoção maior ainda, que seria a daquele de quem a natureza furtou a luz do sol. E desde então venho enfrentado um verdadeiro desafio: com o apoio de minha família desenvolvo este trabalho... São os cegos que emitem luz no meu caminhar: cantar, pintar, sorrir, ser, viver e amar... Nesta trajetória, procuro realizar um trabalho criativo, intuitivo, que possa ser visto, tocado e contemplado por cada apreciador da arte em particular, transmitindo carinho e alegria, através da pintura e da poesia, e que ele lhe sirva como um calmante espiritual, acariciando-lhe suavemente a alma e tranqüilizando-o das vicissitudes da vida, despertando-o, assim, para a beleza e o amor.
Pensar, criar, produzir arte não é privilégio de poucos, daqueles que têm o dom, ou têm maior conhecimento intelectual ou poder aquisitivo, mas a arte existe para toda a existência humana que sabe valorizar sua origem Divina, fonte de toda a criação.Utilizo nas telas elementos da própria natureza, visando despertar o espectador para o "paradigma da ecologia, que significa uma nova forma de organizar, com harmonia e equilíbrio, o conjunto de relações dos seres humanos entre si, com a natureza e com o universo". ...
Legendas em Braille e em escrita comum irão instruir o espectador sobre o material, a forma e a idéia que deram origem à concepção do trabalho. Foi uma maneira de estabelecer uma interação comunicativa com o apreciador - cego ou não - das Artes Plásticas. É a arte a cumprir seu papel social, alargando o horizonte das pessoas portadoras de necessidades especiais, a proclamar a liberdade física, intelectual e espiritual.Está a nascer um novo paradigma: viver a igualdade na diferença. Aquela diferença não faz diferença...Somos todos portadores de inteligência e aptidões.
As pessoas portadoras de necessidades especiais lutam por melhores condições sociais, oportunidades e direitos coletivos, jamais pela piedade que a maioria da sociedade teima, muitas vezes, em oferecer-lhes! ... "
Esta notícia saiu no Jornal Estado Actual, nas Revistas Vila Real e Visão, lá em Portugal
Fiquei sabendo disto pelo bloguer: http://blogotinha.blogspot.com que visito sempre
A Foto da Eni é de Carlos Pacelli

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