ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

18 setembro, 2006

FURTO NA BIBLIOTECA MARIO DE ANDRADE

A direção da Biblioteca Mário de Andrade, a segunda mais importante do País, anunciou o furto de obras da área mais restrita de seu Departamento de Obras Raras e Especiais. A direção da biblioteca ainda faz um levantamento para avaliar o tamanho do prejuízo, mas já foi constatado o sumiço de 42 gravuras do artista francês Debret (1768-1848), 58 gravuras do alemão Rugendas (1802-1858), três litografias de Burmeister, a série "Souvenirs do Rio de Janeiro", com 12 gravuras Johann Jacob Steinmann e o livro de orações "Hore intemerate Beate Marie Virginis", edição de 1501.
"É lamentável e constrangedor. Estamos fazendo um levantamento no acervo, pois é possível que o roubo seja ainda maior", disse o diretor da biblioteca, Luís Francisco Carvalho Filho. "Não há dúvida de que sofremos a ação de uma quadrilha, que agia por encomenda e sabia o que procurar", considera.
Por enquanto, não se sabe quando ocorreu ou até mesmo se as obras foram levadas de uma única vez ou em várias ações. A direção da biblioteca deu pela falta delas quando recebeu a visita de uma curadora que pretendia emprestar algumas para compor uma exposição. "Quando nos demos conta do sumiço, iniciamos um levantamento para verificar o que havia sido levado, e percebemos que outras obras faltam", afirmou. No momento, a pedido da polícia, o levantamento foi suspenso, para que não atrapalhe a busca por pistas feita pela polícia.
As litogravuras foram destacadas com estilete de livros raríssimos, todos do século 19. Eles estavam em grandes armários de aço, que escondem os mais preciosos tesouros da biblioteca. São cerca de 10 mil volumes, considerados especiais entre os 40 mil raros. Estão ali, por exemplo, edições originais dos principais viajantes estrangeiros, coleção da qual fazem parte os Debret e Rugendas levados. Para chegar até ali é preciso passar por algumas salas, a última delas fechada com cadeado, mas que não é protegida por câmeras. O acesso é restrito até mesmo aos funcionários, e poucos sabem ao certo em qual dos 22 andares da torre de livros ficam os armários de aço.
Só três bibliotecários têm acesso livre à chave de tranca tripla dos pesados armários. E não há nenhum sinal de arrombamento. Por esse motivo, a polícia trabalha com a hipótese de que o ladrão seja um funcionário ou alguém que tenha tido a ajuda de um deles. "A pessoa passou o estilete nos livros dentro da sala. Ela teve tempo, porque pôde abrir outros livros que estavam embalados e escolher o que levar", diz o diretor. "E não é algo que você possa dobrar e botar no bolso."
Com 80 anos, a Mário de Andrade se prepara para uma reforma, que deve começar em novembro.
Em junho, o Arquivo Geral da Cidade, no Rio, também constatou o furto de obras de Debret. Segundo a prefeitura, 87 pranchas de gravuras do artista foram levadas, além de uma coleção de 227 estudos do pintor Lúcio de Albuquerque.
Em fevereiro, quatro homens armados invadiram o museu Chácara do Céu, em Santa Teresa, centro do Rio, e levaram telas de Salvador Dalí, Pablo Picasso, Claude Monet e Henri Matisse.
Fonte: Agências de notícias

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