POLÍCIA DO PARANA APURA FURTOS DE LIVROS RAROS
A polícia investiga o furto de 120 obras raras da Biblioteca Pública do Paraná, a maior do Estado, instalada no centro de Curitiba.
O prejuízo estimado é de R$ 500 mil.
Um único volume que sumiu, ""A New Map of the Whole Continent of America", de Anville, publicado em 1794, recebeu avaliações de US$ 1.850 a US$ 3.500 no mercado livreiro.
A delegada Vanessa Alice, destacada pelo Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) para cuidar da investigação, disse suspeitar de relação entre o furto no Paraná com o desaparecimento de obras raras do Museu Nacional do Rio e da Biblioteca Pública Mário de Andrade, de São Paulo, constatado em maio de 2004. O sumiço na biblioteca do Paraná foi detectado em 2 de outubro.
Modo de agir "O suspeito tem o mesmo modo de agir. Não houve arrombamento de portas e até o estilo de obras que sumiram coincide." Além de livros raros, desapareceram edições de revistas antigas. O suspeito é um rapaz de uns 20 anos, que freqüentou as salas dessas obras por cinco meses neste ano. Para o preenchimento da ficha que o autorizou a pesquisar os títulos, disse se chamar Victor Hugo B. da Silva e estudar biblioteconomia e cinema. O nome e o endereço que forneceu são falsos. "Victor Hugo" fazia anotações dos livros pesquisados e costumava tirar fotos com celular. "A minha impressão é que o ladrão agiu por encomenda", disse a delegada. Ela reforça a suspeita no fato de ele levar determinados volumes das obras, nunca coleções inteiras. Em algumas vezes, pesquisava na companhia de um outro homem.
A delegada expediu precatórias para as polícias de São Paulo e do Rio, pedindo o compartilhamento de informações dos inquéritos sobre os furtos no Museu Nacional e na Mário de Andrade.
O site do governo do Paraná divulgou o retrato falado do suspeito, com base na descrição dos funcionários. O diretor da biblioteca, Cláudio Fajardo, disse que os livros podem ter sido levados aos poucos ou em 30 de setembro ou 1º de outubro, com a conivência do único guarda do prédio no fim de semana.
O prédio tem três saídas, duas dão para a garagem. Dos sábados à tarde às manhãs de segunda, quando a biblioteca fecha, a vigilância é feita apenas por um guarda, rendido a cada 12 horas. Para preservação, as obras raras não saem da sala específica. Por essa razão, também não levam a tarja magnética que dispara na portaria, em caso de alguém tentar levar um livro sem declarar o aluguel
Mari Tortato da Ag. Folha em Curitiba
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