PEDIDO DE SOCORRO
Mãe de menino com paralisia cerebral diz que não consegue consulta e exames na rede pública de saúde
Victor Bispo de Araújo, de 4 anos, precisa de ajuda médica. O garoto, que tem paralisia cerebral desde o nascimento, vive na casa da avó em Samambaia e espera com agitação para brincar com os primos na piscina de plástico. Ele depende do atendimento de especialistas, e o tempo de espera preocupa os familiares.
O caso têm se agravado com os anos. Além da paralisia cerebral, Victor tem a alimentação comprometida por causa de refluxo gastroesofágico, movimentos restritos pela tetraplegia, deficiência visual e epilepsia.
O garoto conseguiu atendimento no posto de saúde em Samambaia, mas a mãe, a desempregada Elaine Cristina Bispo de Oliveira, 30 anos, diz que não consegue dar prosseguimento ao tratamento. Victor, que é um garoto sorridente, precisa ser atendido por neurologista, gastrologista, ortopedista, odontólogo, fonoudiólogo e oftalmologista. "Está me batendo o desespero", desabafa. "Eu corro para o posto, sou encaminhada, mas as agendas estão sempre cheias", acrescenta Elaine.
Os medicamentos são conseguidos gratuitamente por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), mas as consultas médicas e exames fazem falta, garante a mãe. Por causa da dificuldade de movimentos, o menino está com uma luxação na perna direita. "Ele fica agitado, mexe a perna quando dói, mas a gente não consegue atendimento público", reclama.
O diretor de Procedimentos de Alta Complexidade da Secretaria de Saúde, Hilton Barroso, diz que vai receber a mãe do pequeno Victor hoje para saber do problema.
Complicações no parto
Victor nasceu no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e ficou 30 dias na Unidade de Terapia Infantil (UTI) por causa de complicações no parto. Na hora do nascimento, o bebê teve parada respiratória e engoliu mecônio (material fecal produzido pelo próprio feto).
Enquanto esteve internado no hospital, não foi detectada a paralisia cerebral. "Em casa ele chorava demais, mas era uma criança aparentemente normal", conta Elaine. Preocupada com o choro compulsivo da criança, ela voltou ao hospital e descobriu, após dois meses de exames, o problema do filho.
A paralisia cerebral não é uma doença. O nome define o mau controle muscular causado por alguma lesão no tecido cerebral. As causas mais comuns são infecções do sistema nervoso, traumas no crânio e falta de oxigenação, sendo que os dois últimos podem ocorrer no momento do parto. O caso de Victor, segundo a mãe, é conseqüência de negligência médica. "Todos os médicos falaram que foi erro no parto. Agora, a rede pública devia ajudar a cuidar também", diz.
Remédios
Para cuidar do filho em tempo integral, Elaine, que trabalhava como segurança, deixou o emprego. O garoto toma quatro remédios para refluxo e um anticonvulsivo diariamente. Victor está em idade agitada. "Ele adora música e barulho", conta a mãe, enquanto o filho se agitava em seu colo ao ouvir buzinas na rua. Com sete graus de astigmatismo nos dois olhos, a audição é a melhor forma de estimular o garoto.
Victor faz tratamento também no Hospital Sarah desde os quatro meses de idade. A mãe conta, no entanto, que na última consulta reclamou à pediatra das dores que Victor sente por causa de um problema no quadril, mas recebeu encaminhamento apenas para consulta com a nutricionista.
Ontem à tarde, a assessoria do Hospital disse que que há uma consulta marcada para Victor no próximo dia 28 com uma equipe médica formada por ortopedista, neurologista e pediatra, além de psicólogo e nutricionista. A assessoria garantiu também que Victor continuará sendo acompanhado pelo Sarah, já que a reabilitação motora é justamente a especialidade do hospital.
Além de atenção médica especial, Victor precisa de um acompanhamento escolar diferenciado. Elaine conta que conseguiu matricular o filho no Centro de Ensino 614 de Samambaia Norte, mas a escola não tem estrutura para receber crianças com necessidades especiais. A Secretaria de Educação informou que Victor está matriculado, desde o início do ano, no Centro de Ensino Especial da Regional de Ensino de Samambaia.
(matéria gentilmente enviada por correspondente do INFO ATIVO DEFNET - Dr. Júnio Mario Pereira Gama)
Victor Bispo de Araújo, de 4 anos, precisa de ajuda médica. O garoto, que tem paralisia cerebral desde o nascimento, vive na casa da avó em Samambaia e espera com agitação para brincar com os primos na piscina de plástico. Ele depende do atendimento de especialistas, e o tempo de espera preocupa os familiares.
O caso têm se agravado com os anos. Além da paralisia cerebral, Victor tem a alimentação comprometida por causa de refluxo gastroesofágico, movimentos restritos pela tetraplegia, deficiência visual e epilepsia.
O garoto conseguiu atendimento no posto de saúde em Samambaia, mas a mãe, a desempregada Elaine Cristina Bispo de Oliveira, 30 anos, diz que não consegue dar prosseguimento ao tratamento. Victor, que é um garoto sorridente, precisa ser atendido por neurologista, gastrologista, ortopedista, odontólogo, fonoudiólogo e oftalmologista. "Está me batendo o desespero", desabafa. "Eu corro para o posto, sou encaminhada, mas as agendas estão sempre cheias", acrescenta Elaine.
Os medicamentos são conseguidos gratuitamente por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), mas as consultas médicas e exames fazem falta, garante a mãe. Por causa da dificuldade de movimentos, o menino está com uma luxação na perna direita. "Ele fica agitado, mexe a perna quando dói, mas a gente não consegue atendimento público", reclama.
O diretor de Procedimentos de Alta Complexidade da Secretaria de Saúde, Hilton Barroso, diz que vai receber a mãe do pequeno Victor hoje para saber do problema.
Complicações no parto
Victor nasceu no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e ficou 30 dias na Unidade de Terapia Infantil (UTI) por causa de complicações no parto. Na hora do nascimento, o bebê teve parada respiratória e engoliu mecônio (material fecal produzido pelo próprio feto).
Enquanto esteve internado no hospital, não foi detectada a paralisia cerebral. "Em casa ele chorava demais, mas era uma criança aparentemente normal", conta Elaine. Preocupada com o choro compulsivo da criança, ela voltou ao hospital e descobriu, após dois meses de exames, o problema do filho.
A paralisia cerebral não é uma doença. O nome define o mau controle muscular causado por alguma lesão no tecido cerebral. As causas mais comuns são infecções do sistema nervoso, traumas no crânio e falta de oxigenação, sendo que os dois últimos podem ocorrer no momento do parto. O caso de Victor, segundo a mãe, é conseqüência de negligência médica. "Todos os médicos falaram que foi erro no parto. Agora, a rede pública devia ajudar a cuidar também", diz.
Remédios
Para cuidar do filho em tempo integral, Elaine, que trabalhava como segurança, deixou o emprego. O garoto toma quatro remédios para refluxo e um anticonvulsivo diariamente. Victor está em idade agitada. "Ele adora música e barulho", conta a mãe, enquanto o filho se agitava em seu colo ao ouvir buzinas na rua. Com sete graus de astigmatismo nos dois olhos, a audição é a melhor forma de estimular o garoto.
Victor faz tratamento também no Hospital Sarah desde os quatro meses de idade. A mãe conta, no entanto, que na última consulta reclamou à pediatra das dores que Victor sente por causa de um problema no quadril, mas recebeu encaminhamento apenas para consulta com a nutricionista.
Ontem à tarde, a assessoria do Hospital disse que que há uma consulta marcada para Victor no próximo dia 28 com uma equipe médica formada por ortopedista, neurologista e pediatra, além de psicólogo e nutricionista. A assessoria garantiu também que Victor continuará sendo acompanhado pelo Sarah, já que a reabilitação motora é justamente a especialidade do hospital.
Além de atenção médica especial, Victor precisa de um acompanhamento escolar diferenciado. Elaine conta que conseguiu matricular o filho no Centro de Ensino 614 de Samambaia Norte, mas a escola não tem estrutura para receber crianças com necessidades especiais. A Secretaria de Educação informou que Victor está matriculado, desde o início do ano, no Centro de Ensino Especial da Regional de Ensino de Samambaia.
(matéria gentilmente enviada por correspondente do INFO ATIVO DEFNET - Dr. Júnio Mario Pereira Gama)
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