ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

03 agosto, 2007

A OPÇÃO É SUA







Meu nome é Fernando Gouveia e o n. do meu CREA-MG é 53538/D e desafio qualquer técnico ou perito a contradizer minha exposição, óbvia, dos fatos. Se eu estiver errado, rasgo minha carteira do CREA.
Desafio qualquer político, rato, FDP, que se sinta prejudicado pela
realidade que aqui relato, a me processar. Estou dando meu número do CREA
(q
não é falso) e meu e-mail. Não precisa fazer esforço pra me achar.



Agora, caso vc não seja
um dos pestilentos
responsáveis pela desgraça que se abate sobre nós, dia após dia, então não
seja um "Zé Ninguém". Pare alguns minutos do seu precioso trabalho, leia o
texto abaixo, com atenção, e, caso concorde, pulverize para todos da sua
caixa postal. Não se omita. Se não concorda, responda-me, argumente,
"defenda" sua posição, mas não seja mais um covarde, mais um egoísta, mais
um bundão. Essa coisa tem que acabar, para que nossos netos e filhos
tenham
condições de viver sem vergonha de serem bem sucedidos e sem medo de
usufruir com liberdade das suas próprias conquistas. Ser rico não é crime,
mas ser pobre não é uma escolha, uma opção de vida. Ser inteligente e
culto
não é mérito e sim sinal de privilégio, mas ser burro não é uma questão de
deficiência de caráter e sim de ser vítima de uma epidemia cujo agente, "a
verdade política", é pulverizado no ar por forças que se alimentam da
ignorância em massa.



Minha única irmã estará,
na próxima semana, nesse
mesmo vôo, também pela TAM e espero que o avião não caia, mas minhas
palavras transcendem minha preocupação pessoal com uma pessoa que amo,
seja
minha irmã, esposa, filhas, amigos, seja quem for. Morrer é o caminho de
todos nós e isso, que soa como a questão principal, na verdade, não passa
de
um detalhe, sórdido, mas subliminar.



Vejam os números:
Imaginemos 200 vítimas fatais,
cada uma com uma média de 10 parentes e 10 amigos, então teremos 20.000
pessoas indignadas por terem sido atingidas diretamente. No que interessa
aos políticos, o voto, esse número é ínfimo. Divida 20.000 indignados por
100.000.000 de eleitores e você verá que foram perdidos "apenas" 0,02% do
eleitorado, ou seja, 2% dividido por cem (para os que se confundem com
números). E daí? Agora veja quantas pessoas transitam, passeiam, relaxando
e
gozando, felizes, ou passando raiva, no aeroporto de Congonhas, TODOS OS
DIAS. E é a essa "china" humana, de transeuntes, vivos e capazes de votar,
que os políticos preferem atender. Por isso que a verba para a reforma,
digamos, "antropodinâmica" (que garante conforto, estética, luxo, etc.)
saiu
primeiro que a verba para os serviços técnicos de pista. Essa é a sordidez
da mente nefasta dos nossos políticos: "Que diferença faz uma meia dúzia
de
20.000 que se estrepam dali, se outros milhões se alegram de cá".



Fui engenheiro
responsável por várias obras de porte
que prestei para a INFRAERO, inclusive nas pistas e sou testemunha viva da
capacidade técnica desse órgão. Os departamentos de engenharia beiram a
perfeição, tanto em recursos humanos quanto físicos. O pessoal da
segurança
treina até o mais reles peão, um mero carregador de sacos. Todos os
trabalhadores, peões ou engenheiros são checados pela segurança, que só
depois desta conferência libera os crachás com as indicações de acesso, ou
seja, as permissões para transitar nessa ou naquela parte. Tive um fiscal
da
INFRAERO que tinha sido meu aluno na Faculdade de Engenharia da FUMEC e,
por
coincidência, já engenheiro formado, acabou designado para fiscalizar
minha
obra. O sujeito não relaxou, ao contrário, dobrou a rigorosidade, que já
não
era pouca. Resumindo, os técnicos e o pessoal da segurança da INFRAERO são
sérios, são técnicos e não políticos e sabiam que a pista não estava
plenamente segura e não fizeram nada, porque não puderam fazer nada,
porque
pra nossa infelicidade os Diretores e Presidentes das "INFRAERO da vida",
mesmo que tenham sido técnicos um dia, deixaram de sê-lo e hoje vivem da e
para a política.



O que se viu ali foi
crime, mas não apenas contra
meia dúzia de 20.000 vítimas diretas, mas sim contra todos os brasileiros.
Os números não assustam e a comoção é uma questão de mídia. Um único
feriado
mata três vezes a quantidade de pessoas que morreram ontem, só em
acidentes
de estradas, sem falar na violência desenfreada e na fome.



Se a rede Globo dedicasse
o tempo de UM ÚNICO
capítulo da sua mega educativa novela, "Os Sete Pecados", para explicar,
em
linguagem simplificada, para 50 milhões de brasileiros grudados na TV, o
que
realmente ocorreu naquele acidente, teríamos uma revolução. Só que não
interessa a ela, como não interessou mostrar, com detalhes, a vaia que o
Lula recebeu no Pan. Cala-se e continua passando seu absurdo folhetim que
glamouriza a ruindade de espírito e fica anunciando e repetindo a balela
dos
interessados em ganhar tempo, com essa conversa mole de "aguardar a
perícia". É disso que vivem nossos políticos. De aguardar. De esperar a
poeira abaixar, como abaixará mais essa e mais outras tantas.



Não tem papo de perícia:
Sou perito formado pelo
antigo Instituto Mineiro de Avaliação e Perícias, hoje Instituto
Brasileiro
de Avaliações e Perícias - Sucursal MG, fui professor da Faculdade de
Engenharia da Universidade FUMEC por 11 anos e afirmo, taxativamente, que,
nesse caso, não precisa "esperar" o resultado da perícia. Trata-se de um
evento óbvio, derivado de um vício construtivo, fruto da
irresponsabilidade
dos que priorizaram as obras valorizando a plástica e relegando a
segurança
ao segundo plano. Toda pista de rolamento precisa de drenagem, o que
ocorre
um pouco pela permeabilidade dos materiais e a maior parte por um sistema
de
drenagem básico, jogando a água do centro da pista para as laterais, com
recursos primários de inclinação e coleta perimetral. Em locais de maior
necessidade de aderência, como em algumas curvas de ruas, avenidas e
estradas e também em pontos de pistas de pouso, pontes e viadutos
inclinados
ou em curva, pátios, enfim, onde se pretenda aumentar o atrito da roda com
o
piso, são feitas ranhuras, que além de melhorarem o atrito favorecem a
drenagem radial. Uma dessas situações é o caso de Congonhas, que tem a
chamada "pista curta". Alguém pode alegar que a pista do Santos Dumont
também é curta e também não tem ranhuras, mas existe a questão do ar.
Lembrem-se dos jogos de futebol do Brasil, nos países muito altos, onde o
ar
é rarefeito: O goleiro cobra um tiro de meta e a bola sai do outro lado do
campo. Pois é; O Santos Dumont está ao nível do mar e São Paulo a 860
metros
acima do nível do mar. Com altitude maior, o ar fica mais rarefeito, o que
exige mais pista ou então mais recursos de frenagem para a aeronave.
Engenharia é isso, muda tudo e tudo depende de um tanto de coisa e foi pra
isso que a engenharia surgiu como ciência.



Especula-se: FOI FALHA
TÉCNICA? A equipe técnica da
INFRAERO sabe que 2+2=4. Falha técnica seria, se eles não soubessem
disso.
Mas tenham certeza, eles sabiam. Não fizeram nada porque são mandados por
pessoas hierarquicamente superiores, que vão cobrindo a técnica com uma
espessa camada de política.



FALHA DO PILOTO? É bom
lembrar sempre que ele também
estava no avião e ele também morreu. Arremeter é o procedimento indicado
em
qualquer situação anormal que ocorra entre o momento de início dos
trabalhos
para aterrisagem até a parada completa da aeronave em solo. O piloto fez o
que pôde. FALHA DA AERONAVE? Alegar excesso de tecnologia, ou falha de
equipamentos é ridículo. É mais fácil uma arara azul fugir da Amazônia e
fazer cocô na sua cabeça do que uma aeronave como essa dar problema.



Sabe qual o nome do ÚNICO
VERDADEIRO CAUSADOR DESSA
TRAGÉDIA? Eleições 2010. É a ânsia pelo poder... E a culpa nem é do Lula,
que não passa de um gerente encantado e lambuzado (quem nuca comeu melado,
quando come se lambuza), mas inócuo. O problema é nosso, da classe alta e
privilegiada, que muitas vezes nos omitimos, ou nos escondemos atrás dos
nossos próprios interesses. Esperem o povão dopado pela ignorância
resolver
o problema e as coisas só vão piorar. Cada Projeto Shangrilá, cada
Urbanização de Aglomerado (nome chique e conveniente dados às favelas),
irá
comprar a alma e a mente dos pobres. E nós? Vamos vender nossa alma em
troca
de um aeroporto confortável, de uma vida confortável na base do "foda-se
do
mundo que não me chamo Raimundo"?



Precisamos entender o
mundo com o olho do outro e
principalmente, saber se queremos a polícia e a política igual para todos.
Porque se for assim, nós, os abastados, teremos que socializar nossas
riquezas e teremos que sentar no banco da escola pra estudar ética, pra
parar de fechar o cruzamento, de estacionar em lugar errado, de chamar as
pessoas usando a buzina, de fechar as ruas pra comemorar jogo de futebol,
de
trocar de celular de mês em mês "encostando" um aparelho feito pra durar
10
anos e se esquecendo que aquilo vira lixo, etc.



Ser ético é "chato", mas
é o único caminho. Eu estou
nessa. E você? Se estiver também, comece a exercitar sua ética disparando
esse e-mail para o maior número possível de pessoas.



Fernando Gouveia

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