ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

06 agosto, 2007

PARAPLÉGICO VAI DAR A VOLTA A PORTUGAL EM CADEIRA DE RODAS

Aos 52 anos, José Lima enfrenta a vida numa cadeira de rodas. Homem de desafios, este paraplégico licenciado em Electrónica Industrial propõe-se ligar as cidades de Viana do Castelo e Faro, recorrendo apenas a uma cadeira de rodas adaptada, e reconhece que a viagem, de 731 quilómetros, terá tanto de difícil como de desafio.Numa cadeira de rodas com pedais manuais e caixa de velocidades, José Lima espera concretizar a viagem em 21 etapas, percorrendo até 42 quilómetros por dia. "Vou sozinho e levo um saco-cama. A ideia é provar que somos capazes de fazer qualquer coisa", garantiu ao DN. A viagem arranca às 07.00 de quarta-feira, em pleno centro de Viana do Castelo, devendo prolongar-se por mais vinte dias. "Após algumas dificuldades iniciais, já consegui garantir um local, em cada concelho, para dormir e tratar da higiene". Durante a tarde faz a primeira escala, na Póvoa de Varzim, sempre recorrendo ao meio de transporte com divide a vida desde 1997, quando foi "esmagado" por um elevador que estava a reparar no Ministério das Finanças de Angola.
Desempregado desde 2004, explica que esta viagem servirá para alertar para as desigualdades que enfrenta na tentativa de regressar ao mundo do trabalho. "Estamos no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades, mas falar de igualdade de oportunidades em Portugal é falar de uma grande treta. E é isso que eu quero denunciar com esta viagem", afirmou ao DN. José Lima vai assumir por conta própria todas as despesas da viagem, financiada com o único rendimento que consegue assegurar por direito próprio: Escrever e vender livros. Em casa, montou um estúdio que funciona como uma gráfica, onde escreve e realiza todos os processos, desde a impressão à encadernação, o que já aconteceu com dois trabalhos seus. Garante que basta vender "dois a três livros por dia" para "poder comer". Isto porque, apesar da incapacidade física de 80%, José Lima não recebe qualquer pensão da Segurança Social, que alega que ele não está incapacitado para o trabalho. É para alertar para esta realidade que se faz à estrada durante três semanas, numa viagem que terá direito a livro. "Será um relato ficcionado desta aventura, mas que dará uma rica comédia", ironizou.
Ontem, sob de um calor tórrido, acima dos 30O, fez o "derradeiro teste", ao ligar Viana a Ponte de Lima e regressar. "É uma estrada típica, parecida com as que vou encontrar. O problema foi o calor terrível da tarde. Ia de sombra em sombra para escapar ao calor", contou. Foram mais de 50 quilómetros percorridos a velocidades de "30 km/h nas descidas e até seis km/h a subir". "Para evitar este calor vou ter que sair todos os dias pelas 07.00 e fazer mais paragens. Mas não vou ter qualquer percurso maior do que o deste teste", explicou. Por isso, depois desta prova de mais de cinco horas na cadeira de rodas, assegura que "está a postos" e garante que a aventura só terminará a 21 de Agosto, em Faro.
Diário de Noticias
Paulo Julião
Armênio Belo - foto

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