RECUPERAÇÃO E RESTAURO DA MEMÓRIA MARANHENSE
Fapema e Biblioteca Nacional planejam curso para preservar acervos históricos de órgãos públicos maranhenses.
O primeiro passo para a realização de um projeto de grande importância para a preservação da memória maranhense foi dado no mês de janeiro, no último dia 29, durante a visita do diretor-presidente da Fapema, prof. Dr. Sofiane Labidi ao presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), o prof. Dr. Muniz Sodré, no Rio de Janeiro: a apresentação de um projeto que instituirá um curso de Conservação e Restauração de obras de Arte no Maranhão.
A iniciativa, resultante da parceria entre a Fapema e a Curadoria do Palácio dos Leões, teve boa receptividade por parte do prof. Muniz Sodré: “A Biblioteca Nacional está a favor do Maranhão no que for preciso”, enfatizou.
De acordo com Sofiane Labidi, a assinatura deste convênio entre o Governo do Maranhão e a FBN está prevista para este mês e o início das aulas acontece em março.
O curso terá cinco módulos, ministrados por professores da Fundação Biblioteca Nacional, no período de março a novembro deste ano, totalizando 200 horas de aula. Entre as disciplinas a serem contempladas estão conhecimentos nas áreas de Conservação Preventiva; Atividades de Conversação; Técnicas de Gravuras; Intervenções de Conservação; Restauro de Livros: Testes e Tratamento aquoso; Restauração da Encadernação e Restauração de Material Iconográfico: técnicas e práticas.
Público Alvo – O Estado do Maranhão fomenta diversas instituições que compõem um banco de dados de sua história e patrimônio material e imaterial: Arquivo Público do Maranhão, Biblioteca Pública Benedito Leite, Curadoria de Bens Culturais, Teatro Artur Azevedo, Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, Superintendência de Patrimônio Cultural, e a Superintendência regional do IPHAN. Estes órgãos são responsáveis pelo armazenamento, manutenção e preservação do acervo que legitima as tradições maranhenses, entretanto há necessidade de se ampliar a mão de obra qualificada para manuseio das peças e dos materiais existentes.
A primeira turma beneficiará profissionais do estado, que atuam nestes órgãos, qualificando uma mão-de-obra maranhense especializada em restauro. Após a participação no curso, os alunos serão multiplicadores das técnicas e procedimentos ensinados nos work-shops em seus respectivos locais de trabalho, potencializando assim o conhecimento adquirido e ampliando a qualidade das atividades desempenhadas a favor da preservação da memória.
Coleção Arthur Azevedo – Dentre as coleções e acervos maranhenses, há uma que desperta interesse de pesquisadores e apreciadores da arte, internacionalmente, a “Coleção Arthur Azevedo”. É uma das principais coleções de gravuras da América Latina, pertencente ao Governo do Estado do Maranhão. A coleção foi adquirida da viúva do escritor, pelo Governador Luís Domingues, em 1910 e conta com aproximadamente 23.130 (vinte e três mil cento e trinta) obras de vários artistas e gravadores franceses do século XVII ao XIX; Nomes como Brochart, Moreau, Boucher estão presentes na coleção, usando diferentes técnicas da arte de gravar: o buril, ponta-seca, maneira-negra, água-forte, água-tinta e no final do século XVII a litografia, criaram obras que nos falam da mitologia antiga, paisagens, costumes e cenas religiosas.
De acordo com a curadora de artes do Palácio dos Leões, a profª Drª Maria Helena Duboc, o curso terá um impacto positivo para o Maranhão em vários aspectos: “Nosso maior ganho vai ser com a qualificação de profissionais que trabalharão diretamente com os acervos do estado, que serão revitalizados e terão um trabalho mais eficiente e permanente de conservação. Esta iniciativa pioneira da Fapema beneficiará muito nosso estado”, lembra a curadora do Palácio dos Leões.
O diretor-presidente da Fapema enxerga a parceria com a Biblioteca Nacional como mais um avanço no desenvolvimento do Maranhão. “A sensibilidade do governo em investir no preparo dos seus profissionais em uma área tão específica e de escassez no mercado maranhense expõe os valores e o compromisso com a preservação da história do estado, e conseqüentemente, da identidade de sua gente”, finaliza.
Jornal Pequeno-São Luis
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