UM TERÇO DOS ESPANHÓIS ADMITE SER XENÓFOBO
Os espanhóis estão cada vez mais intolerantes com a imigração, segundo um relatório recém-lançado pelo governo da Espanha.
De acordo com a pesquisa, nos últimos oito anos, o índice de rejeição aos estrangeiros triplicou, e um terço da população agora admite ser xenófoba.
O relatório "Imigrantes: Novos cidadãos. A caminho de uma Espanha Intercultural" elaborado pela Confederação Espanhola de Bancos indica que parte dos espanhóis associa imigração com delinqüência e outros problemas.
No ano de 2000, o índice de rejeição era de 10%. A última pesquisa revela que, nos primeiros meses de 2008, um terço dos espanhóis (30%) confessou ser xenófobo em ao menos alguma resposta.
Quatro entre dez entrevistados, por exemplo, prefeririam não ter um vizinho imigrante ou cigano. Seis entre dez afirmam que a insegurança aumenta por culpa dos estrangeiros.
"Níveis de racismo"
O relatório estabelece quatro níveis de racismo e xenofobia. O primeiro é o radical, dos que mantêm o discurso de superioridade e defendem a expulsão de todos os imigrantes.
O segundo, chamado de inserção subalterna, inclui os que reivindicam prioridade para os espanhóis diante dos estrangeiros.
O terceiro nível é o de integração formal, em que entram os moderados que concordam com condições de igualdade de direitos e deveres entre moradores locais e imigrantes.
Os mais tolerantes estão na quarta categoria, chamada de cidadania instituinte. São os que defendem políticas de favorecimento aos imigrantes para melhorar sua integração.
Os sociólogos Carlos Pereda e Miguel Ángel de Prada, autores do estudo, consideram "perigoso" o aumento da xenofobia e, apesar de a pesquisa indicar que a maior parte dos espanhóis está em níveis moderados de rejeição, advertem que "o futuro é preocupante".
"Se continuarmos a ver nos veículos de comunicação a divulgação de estereótipos errados como que a imigração está ligada à delinqüência ou que gera um enorme gasto social, o número de radicais poderá aumentar", dizem os autores do relatório por meio de um comunicado à imprensa.
Estatísticas
O estudo tenta desmontar, com estatísticas, vários dos argumentos repetidos contra os imigrantes. Segundo os sociólogos, associar imigração com insegurança é um erro fácil de comprovar.
Entre 2002 e 2006, o número de crimes na Espanha foi de 22%, enquanto o aumento da população estrangeira chegou aos 85%.
"É simples de entender com números: quem diz que, com mais imigrantes, há mais delitos está errado", diz o relatório.
Em relação aos custos sociais dos imigrantes, que são acusados pelos radicais de acabar com os fundos dos sistemas de saúde, emprego e educação, os sociólogos também afirmam que as críticas não correspondem à realidade.
Segundo o estudo, só no ano de 2005 a imigração gerou 50% do superávit da Espanha (em contribuições a Previdência Social).
Por ano, no balanço entre pagamentos de impostos e custos sociais, os imigrantes dão ao Estado 20% mais do que recebem em serviços públicos.
Nos últimos dez anos, a população espanhola passou de 39,8 milhões a 45,4 milhões de habitantes, sendo 10% imigrantes.
Os brasileiros estão entre as oito maiores colônias, com 175 mil pessoas entre legais e ilegais, segundo estimativas oficiais.
Anelise Infante
De acordo com a pesquisa, nos últimos oito anos, o índice de rejeição aos estrangeiros triplicou, e um terço da população agora admite ser xenófoba.
O relatório "Imigrantes: Novos cidadãos. A caminho de uma Espanha Intercultural" elaborado pela Confederação Espanhola de Bancos indica que parte dos espanhóis associa imigração com delinqüência e outros problemas.
No ano de 2000, o índice de rejeição era de 10%. A última pesquisa revela que, nos primeiros meses de 2008, um terço dos espanhóis (30%) confessou ser xenófobo em ao menos alguma resposta.
Quatro entre dez entrevistados, por exemplo, prefeririam não ter um vizinho imigrante ou cigano. Seis entre dez afirmam que a insegurança aumenta por culpa dos estrangeiros.
"Níveis de racismo"
O relatório estabelece quatro níveis de racismo e xenofobia. O primeiro é o radical, dos que mantêm o discurso de superioridade e defendem a expulsão de todos os imigrantes.
O segundo, chamado de inserção subalterna, inclui os que reivindicam prioridade para os espanhóis diante dos estrangeiros.
O terceiro nível é o de integração formal, em que entram os moderados que concordam com condições de igualdade de direitos e deveres entre moradores locais e imigrantes.
Os mais tolerantes estão na quarta categoria, chamada de cidadania instituinte. São os que defendem políticas de favorecimento aos imigrantes para melhorar sua integração.
Os sociólogos Carlos Pereda e Miguel Ángel de Prada, autores do estudo, consideram "perigoso" o aumento da xenofobia e, apesar de a pesquisa indicar que a maior parte dos espanhóis está em níveis moderados de rejeição, advertem que "o futuro é preocupante".
"Se continuarmos a ver nos veículos de comunicação a divulgação de estereótipos errados como que a imigração está ligada à delinqüência ou que gera um enorme gasto social, o número de radicais poderá aumentar", dizem os autores do relatório por meio de um comunicado à imprensa.
Estatísticas
O estudo tenta desmontar, com estatísticas, vários dos argumentos repetidos contra os imigrantes. Segundo os sociólogos, associar imigração com insegurança é um erro fácil de comprovar.
Entre 2002 e 2006, o número de crimes na Espanha foi de 22%, enquanto o aumento da população estrangeira chegou aos 85%.
"É simples de entender com números: quem diz que, com mais imigrantes, há mais delitos está errado", diz o relatório.
Em relação aos custos sociais dos imigrantes, que são acusados pelos radicais de acabar com os fundos dos sistemas de saúde, emprego e educação, os sociólogos também afirmam que as críticas não correspondem à realidade.
Segundo o estudo, só no ano de 2005 a imigração gerou 50% do superávit da Espanha (em contribuições a Previdência Social).
Por ano, no balanço entre pagamentos de impostos e custos sociais, os imigrantes dão ao Estado 20% mais do que recebem em serviços públicos.
Nos últimos dez anos, a população espanhola passou de 39,8 milhões a 45,4 milhões de habitantes, sendo 10% imigrantes.
Os brasileiros estão entre as oito maiores colônias, com 175 mil pessoas entre legais e ilegais, segundo estimativas oficiais.
Anelise Infante
De Madri para a BBC Brasil
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