ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

16 junho, 2008

SHOPPING DE CURITIBA BARRA JOVENS DA PERIFERIA

Inaugurado há menos de um mês, o shopping Palladium, em Curitiba, provocou polêmica na semana passada quando seguranças barraram a entrada de um grupo de jovens da periferia, vestidos com camisas de clubes e trajes de hip-hop (roupas exageradamente largas e bonés).
No final da tarde de ontem, o auxiliar de montagem E.S., 17 anos, acusou seguranças do Palladium de barrá-lo quando tentava entrar no shopping. Segundo E.S., ele estava sozinho."Fui barrado por causa da minha cara e das minhas roupas (no estilo hip-hop). Eu me visto assim, qual o problema de ir ao shopping? Fui com R$ 150 para comprar roupa e não pude entrar. Em todos os outros shoppings entro sem problemas".
A direção do shopping não quis se pronunciar sobre o caso.
A proibição gerou protesto nas escadarias do shopping e suscitou um debate na cidade. O shopping Palladium - o maior da cidade - foi construído na Região Sul, onde estão concentrados os bairros mais populosos da capital e onde se concentra também a população mais pobre.
A direção do shopping alega que a proibição tem por objetivo evitar o constrangimento de clientes, uma vez que alguns desses rapazes "acuam as pessoas", e que o acesso seria proibido a grupos de mais de quatro jovens.
"O Palladium não faz nenhum tipo de discriminação. As restrições são em relação ao comportamento e às atitudes", afirma a gerente de marketing do Palladium, Maria Aparecida de Oliveira. Segundo ela, o uso de palavreado ofensivo ou mesmo o porte do "tubão" (refrigerante misturado com bebida alcoólica) já são considerados uma questão de segurança pela direção. A orientação dos seguranças, segundo a reportagem apurou, é barrar grupos de jovens identificados com a periferia, para evitar transtornos com a clientela e possíveis "arrastões".
No domingo passado, a cena se repetiu e a direção do shopping garante que não irá suspender a determinação. O consultor jurídico da Associação Comercial do Paraná, Cleverson Marinho Teixeira, afirmou que os shoppings têm direito de evitar a presença de grupo de pessoas que representem risco de tumulto. "Por mais que seja um local público, o shopping é também uma propriedade particular. Está no direito do empresário decidir quem freqüenta o estabelecimento, desde que haja bom senso", afirmou.
O veto a grupos de jovens "suspeitos" não é uma exclusividade do shopping Palladium. Há casos registrados também nos demais shoppings cidades, principalmente naqueles localizados nas regiões centrais da cidade. "Eles mexem com a gente, dizem palavrões em voz alta, bebem, não respeitam nada", diz uma estudante de Direito que prefere não se identificar.
Marcus Vinicius Gomes
Especial para o UOL
Em Curitiba

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