MEMÓRIA VIVA DIGITALIZA "O PASQUIM"

O semanário O Pasquim, famoso por contestar a ditadura militar, terá boa parte de suas edições em versão digital.
O mérito é do jornalista/historiador/webmaster Sandro Fortunato, de 34 anos. Criador do site Memória Viva, ele é o responsável pelo trabalho de digitalização e publicação de cada uma das páginas do jornal.
Segundo Fortunato, a idéia de digitalizar o Pasquim vem evoluindo desde que foi colocada no ar a versão digital da revista O Cruzeiro, em 2003. "Como recebia muitos e-mails com perguntas sobre o Pasquim, decidi fazer um grande sumário detalhando cada uma das edições para a consulta dos internautas", diz o jornalista.
A idéia ganhou força em abril deste ano, quando o Memória Viva recebeu a doação de todas as edições de O Pasquim, do colecionador de Juiz de Fora Rogério Gomes.
Diante da chance de ter todas as edições da publicação, Fortunato não teve dúvida. Pegou um ônibus em Brasília e seguiu para Juiz de Fora em busca das 1 072 edições do jornal, que pesavam ao todo 300 quilos. Foram catorze horas para ir, doze horas em Juiz de Fora e mais dezesseis horas para voltar. "Perdi quatro quilos nessa aventura", conta Fortunato.
O trabalho de digitalização de todo esse material está sendo feito de duas formas: o material mais novo, que não corre o risco de ser danificado, é digitalizado num scanner Epson Perfection. Já o material mais antigo é fotografado com uma câmera digital Sony P92, de 5 MP, que já fez mais de 20 mil cliques desde que foi comprada. Todo trabalho fica por conta do jornalista. "É um trabalho de EUquipe e não equipe", brinca Fortunato.
Para colocar no ar as matérias do Pasquim, Fortunato precisou pedir a autorização de cada um dos colaboradores. Alguns dos que foram contatados já deram o ok. Entre eles Ziraldo e os herdeiros de Henfil. As primeiras páginas do semanário vão para o ar na segunda quinzena de setembro.
Silvia Balieiro, da INFO