BICHEIROS INCLUÍAM PONTOS DE JOGOS NA HERANÇA
Testamentos de Antônio Petrus Kallil, o Turcão, e Waldomiro Paes Garcia, o Miro, apreendidos na Operação Furacão, mostrariam que os pontos de exploração de bingos, caça-níqueis e jogo do bicho seriam deixados de herança a outros contraventores e seus familiares. Os documentos, em que há referência a um "Clube Barão de Drumond", foram encontrados pela Polícia Federal (PF) num imóvel na Tijuca, no Rio, usado por Júlio César Guimarães Sobreira e por Luciano Andrade do Nascimento, o Bola, apontado como seu homem de confiança.
Aos 82 anos, Antônio Petrus Kallil, o Turcão, passou o comando da jogatina para seu filho Marcelo Kallil e destinou parte dos lucros das atividades a outros parentes. Turcão foi preso pela Polícia Federal e responde a processo na 6ª Vara Federal Criminal por exploração de jogos ilegais, corrupção e contrabando. Marcelo é o único foragido dos 24 réus do processo que corre no Rio. Tesoureiro do pai e sócio da empresa Abraplay, ele teria fugido do País com US$ 15 milhões (R$ 30 milhões).
Outro filho de Turcão, Antônio Petrus Kallil Filho também estaria, segundo relatório, envolvido com as atividades do jogo de bicho. A apreensão comprovou que Júlio é sócio oculto do Barra Bingo, embora ele só tenha admitido, em depoimento, ter ligação com o Bingo Serra, em Petrópolis.
Há ainda nove páginas apreendidas em que seria descrita a sociedade entre os bicheiros Miro, morto em outubro de 2004, e outro identificado como Careca. Entre os documentos há um pedido dos filhos de Careca, endereçado "aos senhores diretores do Clube Barão de Drumond" - entidade criada pela cúpula do bicho, para que seja reconhecido o direito deles à sucessão. Os papéis trazem um pouco da história do jogo do bicho.
PropinaA máfia dos jogos no Rio fazia pagamentos mensais a pelo menos 39 policiais, entre eles Marcos Bretas, que foi preso pela PF, além de delegacias distritais e especializadas, segundo a lista apreendida pela PF. Para encobrir quem e quanto era pago, a quadrilha criou códigos.
Os investigadores encontraram siglas como "RI-100,00", que seria uma referência à Superintendência da PF no Rio. "BxI-20,00" e "BxII-5,00" seriam pagamentos de R$ 25 mil a delegacias da PF na Baixada Fluminense. A máfia gastaria R$ 1,138 milhão mensais com propinas.
Na casa de Júlio Guimarães, na Tijuca, foi encontrada ata de reunião da cúpula da Polícia Civil determinando que, toda sexta-feira, delegacias enviassem relatório com os registros de ocorrência sobre a repressão ao jogo do bicho. A Corregedoria de Polícia Civil abriu inquérito para apurar as denúncias.
O relatório da Polícia Federal já faz parte do processo que tramita na 6ª Vara Cível e ressalta que, em apreensão realizada na casa de desembargador, foi encontrado fax com pedido de reserva de camarote feito à Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial para o desfile de Carnaval. Junto, havia cópias de decisões expedidas por ele a favor dos bingos.
Monitoramentos telefônicos feitos pela PF apontaram que Júlio Guimarães e os bicheiros Anísio e Capitão Guimarães demonstravam interesse em decisões políticas, como a tramitação de projetos de lei no Senado. Novas revelações devem surgir quando a PF terminar de analisar informações contidas em discos rígidos (HDs) de computadores e pen drives apreendidos na Furacão.
A presença de deputados estaduais na lista apreendida pela PF, na Operação Furacão, com supostas contribuições e propinas pagas pela máfia dos jogos a candidatos a cargos no Legislativo e no Executivo, em 2002, provocou reações de parlamentares que defendem uma investigação por parte do Conselho de Ética da Assembléia Legislativa, hoje presidido pelo deputado Paulo Melo (PMDB).
Para o deputado Marcelo Freixo (Psol), os envolvidos deveriam tomar a iniciativa de procurar o Conselho de Ética para pedir uma apuração das denúncias. "Todos têm direito de defesa. Seria interessante que os próprios citados na lista abrissem mão de seus sigilos bancário e fiscal, já que é a imagem da Alerj que sai prejudicada", disse Freixo.
O deputado Paulo Ramos (PDT) afirmou que vai pedir ao presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), que solicite cópia dos documentos apreendidos pela Polícia Federal. "Para a abertura de qualquer procedimento, são necessários os documentos oficiais. Além do presidente, o Conselho de Ética também pode fazer essa solicitação à Polícia Federal."
Marcelo Freixo, Paulo Ramos e Comte Bittencourt (PPS) devem se encontrar amanhã com Picciani para pedir pressa para a eleição do novo corregedor da Alerj. A função está vaga desde o início da atual legislatura.
Terra - O Dia
Aos 82 anos, Antônio Petrus Kallil, o Turcão, passou o comando da jogatina para seu filho Marcelo Kallil e destinou parte dos lucros das atividades a outros parentes. Turcão foi preso pela Polícia Federal e responde a processo na 6ª Vara Federal Criminal por exploração de jogos ilegais, corrupção e contrabando. Marcelo é o único foragido dos 24 réus do processo que corre no Rio. Tesoureiro do pai e sócio da empresa Abraplay, ele teria fugido do País com US$ 15 milhões (R$ 30 milhões).
Outro filho de Turcão, Antônio Petrus Kallil Filho também estaria, segundo relatório, envolvido com as atividades do jogo de bicho. A apreensão comprovou que Júlio é sócio oculto do Barra Bingo, embora ele só tenha admitido, em depoimento, ter ligação com o Bingo Serra, em Petrópolis.
Há ainda nove páginas apreendidas em que seria descrita a sociedade entre os bicheiros Miro, morto em outubro de 2004, e outro identificado como Careca. Entre os documentos há um pedido dos filhos de Careca, endereçado "aos senhores diretores do Clube Barão de Drumond" - entidade criada pela cúpula do bicho, para que seja reconhecido o direito deles à sucessão. Os papéis trazem um pouco da história do jogo do bicho.
PropinaA máfia dos jogos no Rio fazia pagamentos mensais a pelo menos 39 policiais, entre eles Marcos Bretas, que foi preso pela PF, além de delegacias distritais e especializadas, segundo a lista apreendida pela PF. Para encobrir quem e quanto era pago, a quadrilha criou códigos.
Os investigadores encontraram siglas como "RI-100,00", que seria uma referência à Superintendência da PF no Rio. "BxI-20,00" e "BxII-5,00" seriam pagamentos de R$ 25 mil a delegacias da PF na Baixada Fluminense. A máfia gastaria R$ 1,138 milhão mensais com propinas.
Na casa de Júlio Guimarães, na Tijuca, foi encontrada ata de reunião da cúpula da Polícia Civil determinando que, toda sexta-feira, delegacias enviassem relatório com os registros de ocorrência sobre a repressão ao jogo do bicho. A Corregedoria de Polícia Civil abriu inquérito para apurar as denúncias.
O relatório da Polícia Federal já faz parte do processo que tramita na 6ª Vara Cível e ressalta que, em apreensão realizada na casa de desembargador, foi encontrado fax com pedido de reserva de camarote feito à Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial para o desfile de Carnaval. Junto, havia cópias de decisões expedidas por ele a favor dos bingos.
Monitoramentos telefônicos feitos pela PF apontaram que Júlio Guimarães e os bicheiros Anísio e Capitão Guimarães demonstravam interesse em decisões políticas, como a tramitação de projetos de lei no Senado. Novas revelações devem surgir quando a PF terminar de analisar informações contidas em discos rígidos (HDs) de computadores e pen drives apreendidos na Furacão.
A presença de deputados estaduais na lista apreendida pela PF, na Operação Furacão, com supostas contribuições e propinas pagas pela máfia dos jogos a candidatos a cargos no Legislativo e no Executivo, em 2002, provocou reações de parlamentares que defendem uma investigação por parte do Conselho de Ética da Assembléia Legislativa, hoje presidido pelo deputado Paulo Melo (PMDB).
Para o deputado Marcelo Freixo (Psol), os envolvidos deveriam tomar a iniciativa de procurar o Conselho de Ética para pedir uma apuração das denúncias. "Todos têm direito de defesa. Seria interessante que os próprios citados na lista abrissem mão de seus sigilos bancário e fiscal, já que é a imagem da Alerj que sai prejudicada", disse Freixo.
O deputado Paulo Ramos (PDT) afirmou que vai pedir ao presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), que solicite cópia dos documentos apreendidos pela Polícia Federal. "Para a abertura de qualquer procedimento, são necessários os documentos oficiais. Além do presidente, o Conselho de Ética também pode fazer essa solicitação à Polícia Federal."
Marcelo Freixo, Paulo Ramos e Comte Bittencourt (PPS) devem se encontrar amanhã com Picciani para pedir pressa para a eleição do novo corregedor da Alerj. A função está vaga desde o início da atual legislatura.
Terra - O Dia
Comentário do Silvio: Realmente algo está muito errado neste país !
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