A ESCOLA MARTA / MALUF
A escolinha Marta Suplicy/Paulo Maluf (entre tantos outros) está formando já pós-graduados na população.
Um deles atende pelo nome de Ludovico Ramalho Bruno. Vem a ser o pai de Rubens Arruda, um dos jovens responsáveis pela agressão à doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, no Rio de Janeiro. Ludovico, como Maluf e como Marta, não diz que o filho não é culpado. Diz, no entanto, que "existem crimes piores".
Portanto, prender o seu filho e os demais comparsas, gente que "tem estudo, que tem caráter", é inaceitável.
Claro que existem crimes piores. Poderiam ter matado Sirlei. Claro que, para voltar a Maluf, matar, antes ou depois de estuprar, é um "crime pior".
Claro que existem "crimes piores", ou, no caso, problemas mais graves do que o caos nos aeroportos. Logo, o "relaxa e goza" de Marta deveria ser desculpado, pelo menos na visão calhorda de quem acha que a coitadinha da ministra teve um momento de infelicidade.
Nada disso. Foi exatamente de desculpa em desculpa para o desprezo das autoridades para com o público, dos mais diferentes governos, que se chegou ao estágio de barbárie que o país vive.
As frases tanto de Marta como de Maluf são profundamente emblemáticas desse desprezo.
Tão emblemáticas que colaram. O pai do jovem que espancou e roubou a doméstica nada mais está fazendo do que seguir o exemplo que vem de cima. Que importa que o estupro seja uma tremenda violência. É um "crime menor" do que matar, portanto mais aceitável ou mais tolerável. Que importam os dramas que anônimos viveram nos aeroportos em vários momentos? Que relaxem e gozem. Que importa que Sirlei tenha sido vítima de violência inominável. Há "crimes piores".
Clóvis Rossi
Clóvis Rossi
Marcadores: crítica
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