ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

31 janeiro, 2008

HISTÓRIA DO LIVRO NO BRASIL

CAPÍTULO VIII
Getúlio trouxe livros?
Além de instituir o salário mínimo, os sindicatos, a legislação trabalhista, Getúlio Vargas, o "pai dos pobres" e o ditador demagogo por excelência, também negociou com industriais e conservadores. A política educacional de Getúlio representou uma ampla reforma do ensino que acabou por incentiver a indústria do livro - imediatamente consolidou o mercado didático e a médio prazo ampliou o público leitor.
A brusca queda nas exportações de café levou a uma desvalorização do nosso dinheiro, o mil-réis. A taxa de câmbio passou então a desfavorecer as importações - inclusive a de livros. O resultado é que o livro produzido no Brasil se tona mais barato do que o importado, fomentando a publicação de traduções e o consequente declínio do livro francês. A situação melhora ainda mais com o advento da Segunda Grande Guerra e o interesse do público pela leitura. São Paulo já era o maior centro industrial da América Latina e um dos maiores parques gráficos do Ocidente. Nesta época, 70% da produção editorial estava no Rio, mas grande parte dela era impressa em São Paulo. O número de editoras em atividade no país cresceu quase 50% entre os anos de 1936 e 1944. Os títulos e exemplares publicados quadruplicaram entre 1930 1950. No meio do século o país produzia 4 mil títulos e cerca de 20 milhões de exemplares.
A proteção do ditador não era gratuita: sentindo que não mais resistiria aos apelos para que realizasse as eleições, Vargas decretou o Estado Novo, regime de exceção que ampliava seus poderes. Toda atividade cultural passou a ser controlada pelo DIP, Departamento de Imprensa. A censura estava presente no rádio, imprensa, música, ensino - nos livros.
Apesar de seu aspecto autoritário, o longo governo de Vargas foi o período em que o nosso símbolos mais apareceram e cresceram. O rádio, o samba, o carnaval e o futebol se tornaram populares e ganharam projeção, tornando-se ícones, símbolos permanentes na nossa memória coletiva e moldando nosso mais profundo nacionalismo. O ditador Vargas, espertamente, se deixou rodear pelos intelectuais mais respeitados da época: Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Drummond, Mário de Andrade, Portinari.
Sem dúvida, todos esses fatores culturais impulsionaram a cultura livresca e, apesar da política, foi nessa atmosfera que os modernistas e intelectuais trabalharam e desenvolveram a mais fina cultura brasileira. A "Casa" José Olympio os acolheu e o sonho de Lobato de disseminar o livro parecia se tornar realidade.
Texto baseado no livro: Momentos do livro no Brasil. comprar

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