HISTÓRIA DO LIVRO NO BRASIL
CAPÍTULO VIII
Getúlio trouxe livros?
Além de instituir o salário mínimo, os sindicatos, a legislação trabalhista, Getúlio Vargas, o "pai dos pobres" e o ditador demagogo por excelência, também negociou com industriais e conservadores. A política educacional de Getúlio representou uma ampla reforma do ensino que acabou por incentiver a indústria do livro - imediatamente consolidou o mercado didático e a médio prazo ampliou o público leitor.
A brusca queda nas exportações de café levou a uma desvalorização do nosso dinheiro, o mil-réis. A taxa de câmbio passou então a desfavorecer as importações - inclusive a de livros. O resultado é que o livro produzido no Brasil se tona mais barato do que o importado, fomentando a publicação de traduções e o consequente declínio do livro francês. A situação melhora ainda mais com o advento da Segunda Grande Guerra e o interesse do público pela leitura. São Paulo já era o maior centro industrial da América Latina e um dos maiores parques gráficos do Ocidente. Nesta época, 70% da produção editorial estava no Rio, mas grande parte dela era impressa em São Paulo. O número de editoras em atividade no país cresceu quase 50% entre os anos de 1936 e 1944. Os títulos e exemplares publicados quadruplicaram entre 1930 1950. No meio do século o país produzia 4 mil títulos e cerca de 20 milhões de exemplares.
A proteção do ditador não era gratuita: sentindo que não mais resistiria aos apelos para que realizasse as eleições, Vargas decretou o Estado Novo, regime de exceção que ampliava seus poderes. Toda atividade cultural passou a ser controlada pelo DIP, Departamento de Imprensa. A censura estava presente no rádio, imprensa, música, ensino - nos livros.
Apesar de seu aspecto autoritário, o longo governo de Vargas foi o período em que o nosso símbolos mais apareceram e cresceram. O rádio, o samba, o carnaval e o futebol se tornaram populares e ganharam projeção, tornando-se ícones, símbolos permanentes na nossa memória coletiva e moldando nosso mais profundo nacionalismo. O ditador Vargas, espertamente, se deixou rodear pelos intelectuais mais respeitados da época: Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Drummond, Mário de Andrade, Portinari.
Sem dúvida, todos esses fatores culturais impulsionaram a cultura livresca e, apesar da política, foi nessa atmosfera que os modernistas e intelectuais trabalharam e desenvolveram a mais fina cultura brasileira. A "Casa" José Olympio os acolheu e o sonho de Lobato de disseminar o livro parecia se tornar realidade.
Getúlio trouxe livros?
Além de instituir o salário mínimo, os sindicatos, a legislação trabalhista, Getúlio Vargas, o "pai dos pobres" e o ditador demagogo por excelência, também negociou com industriais e conservadores. A política educacional de Getúlio representou uma ampla reforma do ensino que acabou por incentiver a indústria do livro - imediatamente consolidou o mercado didático e a médio prazo ampliou o público leitor.
A brusca queda nas exportações de café levou a uma desvalorização do nosso dinheiro, o mil-réis. A taxa de câmbio passou então a desfavorecer as importações - inclusive a de livros. O resultado é que o livro produzido no Brasil se tona mais barato do que o importado, fomentando a publicação de traduções e o consequente declínio do livro francês. A situação melhora ainda mais com o advento da Segunda Grande Guerra e o interesse do público pela leitura. São Paulo já era o maior centro industrial da América Latina e um dos maiores parques gráficos do Ocidente. Nesta época, 70% da produção editorial estava no Rio, mas grande parte dela era impressa em São Paulo. O número de editoras em atividade no país cresceu quase 50% entre os anos de 1936 e 1944. Os títulos e exemplares publicados quadruplicaram entre 1930 1950. No meio do século o país produzia 4 mil títulos e cerca de 20 milhões de exemplares.
A proteção do ditador não era gratuita: sentindo que não mais resistiria aos apelos para que realizasse as eleições, Vargas decretou o Estado Novo, regime de exceção que ampliava seus poderes. Toda atividade cultural passou a ser controlada pelo DIP, Departamento de Imprensa. A censura estava presente no rádio, imprensa, música, ensino - nos livros.
Apesar de seu aspecto autoritário, o longo governo de Vargas foi o período em que o nosso símbolos mais apareceram e cresceram. O rádio, o samba, o carnaval e o futebol se tornaram populares e ganharam projeção, tornando-se ícones, símbolos permanentes na nossa memória coletiva e moldando nosso mais profundo nacionalismo. O ditador Vargas, espertamente, se deixou rodear pelos intelectuais mais respeitados da época: Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Drummond, Mário de Andrade, Portinari.
Sem dúvida, todos esses fatores culturais impulsionaram a cultura livresca e, apesar da política, foi nessa atmosfera que os modernistas e intelectuais trabalharam e desenvolveram a mais fina cultura brasileira. A "Casa" José Olympio os acolheu e o sonho de Lobato de disseminar o livro parecia se tornar realidade.
Texto baseado no livro: Momentos do livro no Brasil. comprar
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