PAIS BRIGAM NA JUSTIÇA PARA BATIZAR FILHO DE SEXTA-FEIRA
Pais italianos lutam há 15 meses na Justiça para manter o nome do filho de Venerdì, que significa "sexta-feira" em italiano.
Antes mesmo de o bebê nascer, os proprietários de uma cafeteria em Gênova, cidade portuária no norte do país, já tinham decidido que o filho não engrossaria a lista dos milhares de Francescos, Giovannis, Robertos, Massimos, ou Giuseppes - nomes comuns na Itália.
Um dia depois do nascimento do filho, os pais o registraram no departamento de nascimentos da prefeitura local com o nome escolhido.
Mas, no dia seguinte, os funcionários municipais avisaram que teriam de cancelar o registro, alegando que o nome poderia causar constrangimentos futuros ao menino. "É um nome ridículo", afirmaram na ocasião.
Os funcionários públicos mostraram aos pais uma cópia do decreto presidencial italiano de 2000, que regulamenta os registros de nascimentos no país. Segundo os funcionários, Venerdì entraria na lista dos nomes considerados "ridículos ou vergonhosos" e, portanto, proibidos.
Apesar disso, os pais do garoto decidiram iniciar uma batalha judicial para que o nome escolhido por eles pudesse ser mantido.
A prefeitura e o Tribunal de Justiça de Gênova defendem que o menino passe a se chamar Gregorio Magno, nome do santo festejado em 3 de setembro, dia em que ele nasceu.
A advogada do casal assinalou no recurso que outros dias da semana, como Domenica ou Sabato, que significam domingo e sábado em italiano, são comuns no país e nunca foram considerados vergonhosos ou ridículos.
Com 1 ano e 3 meses, o garoto é chamado de Venerdì por todos que o conhecem e já atende pelo nome.
Mara Ortu, mãe do garoto, diz que ele já recebeu o código fiscal (CPF italiano) como Venerdì e foi batizado com este nome, apesar de o padre também ter achado o nome estranho.
Os pais de Venerdì perderam recentemente uma batalha na Corte de Apelação, que confirmou decisão anterior do Tribunal de Justiça e da Prefeitura de Gênova.
"O nome Venerdì comportava ligação imediata com o romance Robinson Crusoé, de Daniel Defoe", escreveram os juízes. "Uma figura caracterizada por um papel de submissão e de inferioridade que, além de seu estado de criatura selvagem, não chegou nunca a ser igualado à imagem do homem civilizado."
Segundo os juízes, além das implicações literárias, outras motivações, religiosas e populares, também foram analisadas pela Justiça para negar o registro do nome.
"Venerdì é um dia da semana que traz conotações de tristeza e de penitência", assinalaram. "Nos provérbios populares, o nome está associado a conotações negativas de falta de sorte."
Os pais do menino ainda analisam o que pode ser feito no âmbito judicial para manter o nome de Venerdì. Eles afirmam estar dispostos a tudo para evitar que o filho fique traumatizado, já que é chamado em família e pelo amigos de Venerdì.
Antes mesmo de o bebê nascer, os proprietários de uma cafeteria em Gênova, cidade portuária no norte do país, já tinham decidido que o filho não engrossaria a lista dos milhares de Francescos, Giovannis, Robertos, Massimos, ou Giuseppes - nomes comuns na Itália.
Um dia depois do nascimento do filho, os pais o registraram no departamento de nascimentos da prefeitura local com o nome escolhido.
Mas, no dia seguinte, os funcionários municipais avisaram que teriam de cancelar o registro, alegando que o nome poderia causar constrangimentos futuros ao menino. "É um nome ridículo", afirmaram na ocasião.
Os funcionários públicos mostraram aos pais uma cópia do decreto presidencial italiano de 2000, que regulamenta os registros de nascimentos no país. Segundo os funcionários, Venerdì entraria na lista dos nomes considerados "ridículos ou vergonhosos" e, portanto, proibidos.
Apesar disso, os pais do garoto decidiram iniciar uma batalha judicial para que o nome escolhido por eles pudesse ser mantido.
A prefeitura e o Tribunal de Justiça de Gênova defendem que o menino passe a se chamar Gregorio Magno, nome do santo festejado em 3 de setembro, dia em que ele nasceu.
A advogada do casal assinalou no recurso que outros dias da semana, como Domenica ou Sabato, que significam domingo e sábado em italiano, são comuns no país e nunca foram considerados vergonhosos ou ridículos.
Com 1 ano e 3 meses, o garoto é chamado de Venerdì por todos que o conhecem e já atende pelo nome.
Mara Ortu, mãe do garoto, diz que ele já recebeu o código fiscal (CPF italiano) como Venerdì e foi batizado com este nome, apesar de o padre também ter achado o nome estranho.
Os pais de Venerdì perderam recentemente uma batalha na Corte de Apelação, que confirmou decisão anterior do Tribunal de Justiça e da Prefeitura de Gênova.
"O nome Venerdì comportava ligação imediata com o romance Robinson Crusoé, de Daniel Defoe", escreveram os juízes. "Uma figura caracterizada por um papel de submissão e de inferioridade que, além de seu estado de criatura selvagem, não chegou nunca a ser igualado à imagem do homem civilizado."
Segundo os juízes, além das implicações literárias, outras motivações, religiosas e populares, também foram analisadas pela Justiça para negar o registro do nome.
"Venerdì é um dia da semana que traz conotações de tristeza e de penitência", assinalaram. "Nos provérbios populares, o nome está associado a conotações negativas de falta de sorte."
Os pais do menino ainda analisam o que pode ser feito no âmbito judicial para manter o nome de Venerdì. Eles afirmam estar dispostos a tudo para evitar que o filho fique traumatizado, já que é chamado em família e pelo amigos de Venerdì.
Walquíria Rey
BBC Brasil
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