ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

21 fevereiro, 2008

HISTÓRIA DO LIVRO NO BRASIL

CAPÍTULO XIII
A década de 50 e os americanos
Em 1945 a Guerra havia terminado. Getúlio caiu. E o mercado editorial enfrentava um período difícil, resultado das políticas governamentais de censura e economia.
O Brasil deixava a cultura francesa, na qual se espelhou por tanto tempo; enalteceu, na fase getulista, o nacionalismo; e agora olhava, com inveja, o florescimento e expansão econômica dos americanos. Zé Carioca e Carmen Miranda faziam sucesso como ícones da cultura brasileira nos EUA - sem deixar de estereotipar o "exotismo" do Brasil. A modernidade tomava conta de nossas capitais que rapidamente se transformaram em metrópoles: ônibus, telefones, e os primeiros arranha-céus. A admiração pelo estilo de vida progressista dos americanos se acentuaria na década de 50, quando o país foi invadido pelo rock´n´roll, o chiclete e a coca-cola. Com isso, até o samba, disfarçado de bossa-nova, parecia estar sendo deturpado.
O então presidente, J. Kubitschek (batizado de "presidente bossa-nova"), buscava estreitar laços com os EUA e trazer a todo custo o progresso: cinquenta anos em cinco - seu "Plano de Metas" e a criação de Brasília. Foi graças a isso que cresceu rapidamente o parque gráfico e atenção especial foi dada à produção de livros, com o fim da taxa de câmbio favorável à sua importação, tornaram-se mais vantajosas as edições brasileiras. Tais políticas, aliadas aos subsídios à indústria do papel, elevaram nossa produção a 66 milhões de exemplares.
O olho no vizinho americano e a importação do modelo de progresso a todo custo gerou no país um certo clima de contestação: inflação, invasão estrangeira e rápido endividamento externo foram alguns dos tópicos atacados. A fonte dessa crítica ferrenha ao governo JK e à sua política brotava das universidades. A partir dos anos 50, com a criação das Federais e da Universidade de Brasília - UnB- , o ensino superior deu um salto, passando de cerca de 44 mil universitários para 280 mil, no final dos anos 60. Surgiram então movimentos estudantis: o Teatro Arena, o Centro Popular de Cultura, a UNE, o Cinema Novo e as canções de protesto.
A cultura fazia seu papel de reivindicar uma sociedade melhor. Nomes como Caio Prado Jr., então proprietário da Editora Brasiliense, Florestan Fernandes, Álvaro Vieira Pinto, preenchiam o cenário intelectual e reivindicatório da época. O setor editorial faria sua parte publicando ensaios teóricos e análises de conjuntura. Outro nome a ser lembrado é o do editor Ênio da Silveira, dono da Editora Civilização Brasileira. Ao lado da Brasiliense, caracterizou-se por escrever contra o regime vigente, divulgando idéias e projetos de sociedade. Após o Golpe Militar, muitas dessas editoras sofreriam por se manterem na oposição.
Texto baseado no livro: Momentos do livro no Brasil. comprar

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial