CACCIOLA DIZ QUE CONFIA NA JUSTIÇA! E VOCÊ, CONFIA?
Nelson Gonçalves, se o visse, decerto cantaria:
"Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão
Boemia, sabendo que andei distante
Sei que essa gente falante vai agora ironizar
Ele voltou, o boêmio voltou novamente
Partira daqui tão contente por que razão quer voltar?..."
Sim, ele voltou. Não foi por gosto. Chegou nos braços da Polícia Federal. Mas parecia leve.
Condenado a dez anos de cana, o sem-banco Salvatore Cacciola disse, na sede carioca da PF: "Confio na Justiça".
Antes, afirmara: "Nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte. Saí do Brasil com passaporte e livre."
Preso oito anos atrás, tornara-se beneficiário de um habeas corpus do STF, expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello. E bandeara-se para a Itália.
A decisão que o permitira alcançar o meio-fio seria revogada na seqüência. Mas Cacciola explica: "Aí decidi ficar." Na Itália, obviamente.
Agora, Cacciola não deseja muito. Quer apenas aquilo que as leis e o sistema judicial brasileiro já proveram aos outros réus que coabitam com ele o mesmo processo. Diz ele o sem-banco:
"Estou voltando preso, mas é bom lembrar que outras pessoas que foram condenadas comigo neste processo estão trabalhando e livres, ganhando o seu dinheiro..."
"...Não estava fazendo nada diferente do que eles estão fazendo aqui. Respondo todos os processos e estou sempre à disposição da Justiça. A diferença é que eu estava na Itália."
Desembarcou no Rio com o mesmo garbo que exibia ao ser flagrado por lentes indiscretas na escala de Nice.
Não trazia grudado ao pulso nada que lhe parecesse incômodo. Aliás, quem o viu no vôo, procedente de Paris, achou que fazia boa estampa:
"Ele não estava algemado, estava acompanhado de alguns agentes e muito tranqüilo, com cara de férias", testemunhou a estudante Heloisa Helena de Almeida.
A partir desta quinta (17), as férias serão usufruídas na hospedaria da carceragem do Rio. Não tem o conforto da cana de Mônaco, com vista pro mar. Longe disso. Mas foi o que se pôde arranjar.
Cacciola passa por uma triagem no presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Dali, será conduzido às dependências de Bangu 8. É onde vai ficar.
Até segunda ordem, bem entendido. Há sempre a hipótese de sair um novo habeas corpus. Cacciola, afinal, confia na Justiça brasileira. Você não confiaria?
Josias de Souza
"Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão
Boemia, sabendo que andei distante
Sei que essa gente falante vai agora ironizar
Ele voltou, o boêmio voltou novamente
Partira daqui tão contente por que razão quer voltar?..."
Sim, ele voltou. Não foi por gosto. Chegou nos braços da Polícia Federal. Mas parecia leve.
Condenado a dez anos de cana, o sem-banco Salvatore Cacciola disse, na sede carioca da PF: "Confio na Justiça".
Antes, afirmara: "Nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte. Saí do Brasil com passaporte e livre."
Preso oito anos atrás, tornara-se beneficiário de um habeas corpus do STF, expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello. E bandeara-se para a Itália.
A decisão que o permitira alcançar o meio-fio seria revogada na seqüência. Mas Cacciola explica: "Aí decidi ficar." Na Itália, obviamente.
Agora, Cacciola não deseja muito. Quer apenas aquilo que as leis e o sistema judicial brasileiro já proveram aos outros réus que coabitam com ele o mesmo processo. Diz ele o sem-banco:
"Estou voltando preso, mas é bom lembrar que outras pessoas que foram condenadas comigo neste processo estão trabalhando e livres, ganhando o seu dinheiro..."
"...Não estava fazendo nada diferente do que eles estão fazendo aqui. Respondo todos os processos e estou sempre à disposição da Justiça. A diferença é que eu estava na Itália."
Desembarcou no Rio com o mesmo garbo que exibia ao ser flagrado por lentes indiscretas na escala de Nice.
Não trazia grudado ao pulso nada que lhe parecesse incômodo. Aliás, quem o viu no vôo, procedente de Paris, achou que fazia boa estampa:
"Ele não estava algemado, estava acompanhado de alguns agentes e muito tranqüilo, com cara de férias", testemunhou a estudante Heloisa Helena de Almeida.
A partir desta quinta (17), as férias serão usufruídas na hospedaria da carceragem do Rio. Não tem o conforto da cana de Mônaco, com vista pro mar. Longe disso. Mas foi o que se pôde arranjar.
Cacciola passa por uma triagem no presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Dali, será conduzido às dependências de Bangu 8. É onde vai ficar.
Até segunda ordem, bem entendido. Há sempre a hipótese de sair um novo habeas corpus. Cacciola, afinal, confia na Justiça brasileira. Você não confiaria?
Josias de Souza
Marcadores: notícia
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial