ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

15 abril, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 15-4-10

A falta de informação e os entraves na reconstrução de São Luiz do Paraitinga
Recebemos um comentário aqui no blog sobre a reconstrução de São Luiz do Paraitinga, que merece atenção. Segundo o leitor Eduardo Canela, há uma falta de informação segura sobre as providências públicas que estão sendo tomadas e muitas dúvidas e perguntas no ar. Por exemplo, por que a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) desmonta um morro e aterra a várzea do Rio Turvo para fazer um conjunto habitacional? Por que foi escolhido um terreno que põe em risco iminente a paisagem histórica da cidade, parte do patrimônio? Por que nada se faz em relação à mata ciliar inexistente em toda a bacia do Paraitinga?
Eu somaria a essas observações enviadas pelo Eduardo, outras que foram feitas através da imprensa, uma espécie de balanço dos 100 dias da reconstrução da cidade, que mostra a lentidão no processo de aprovação da reconstrução dos imóveis privados, que não estão dependendo de um investimento público, mas que dependem de autorização para que as reformas nos casarões que foram devastados pelas chuvas possam ser feitas.
O grande problema desse processo, que a imprensa chama de burocracia, é que no âmbito do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão ligado à Secretaria de Cultura do Estado, não basta haver um parecer técnico, eles precisam ser aprovados pelo conselho. Isso realmente faz com que o processo seja extremamente lento. Eu me pergunto se não seria possível, diante de uma situação emergencial como essa, trabalhar com outro tipo de procedimento.
Além disso, há também uma notícia muito triste nos últimos dias. A casa de Oswaldo Cruz, que era uma das únicas casas tombadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e uma das poucas a resistir às chuvas, começou a cair. Por fim, mais uma questão importante: a garantia de informação aos moradores é um elemento fundamental que parece não estar sendo realizado de maneira adequada.
Colunas BandNews

Egito restaura patrimônio histórico judeu
Numa viela cheia de curvas, no meio de um bairro tranquilo de ruas esburacadas e carroças puxadas por burros, onde barraquinhas de comida vendiam sanduíches baratos e crianças corriam atrás de uma bola de futebol, um momento extraordinário ocorreu aqui sem que muitas pessoas percebessem: judeus, muçulmanos, israelenses e egípcios se uniram para celebrar seu patrimônio em comum.
Porém, nenhuma pessoa fora do pequeno grupo de convidados foi autorizada a presenciar tal celebração.
O Egito gastou US$ 1,8 bilhão para restaurar parte de seu passado histórico, a sinagoga e o gabinete do rabino Moses Ben Maimon, conhecido no Ocidente como Maimônides, o físico e filósofo do século 12 que é considerado um dos estudiosos rabinos mais importantes da história do judaísmo.
No dia 7 de março, seguranças levantavam uma cortina de linho para bloquear o acesso à rua e barraram repórteres.
O projeto de restauração, e sua revelação discreta, expuseram um enigma com o qual a sociedade egípcia tem lidado desde que sua liderança ficou em paz com Israel há três décadas: como equilibrar as exigências do Ocidente e um processo de paz que depende que o Egito trabalhe com Israel, quando há uma antipatia pública por Israel.
Os esforços para restaurar a sinagoga, mas mantê-la em discrição, ilustram o contorcionismo de um governo que muitas vezes tenta satisfazer ambas as demandas simultaneamente.
"Este é um monumento egípcio; se não restaurarmos parte de nossa história, perdemos tudo", disse Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, que aprovou e supervisionou o projeto.
"Adoro os judeus; eles são nossos primos! Mas quanto aos israelenses, o que eles estão fazendo contra os palestinos é loucura.
Farei tudo para restaurar e preservar a sinagoga, mas comemoração, não posso aceitar".
Israel instalou embaixada no Cairo há apenas 30 anos.
Desde então, o debate sobre como lidar com Israel ficou ainda mais complicado, com mais sutilezas, à medida que o governo e intelectuais tentam navegar entre um desejo para preservar uma paz fria enquanto também se dobra à economia pragmática, realidades políticas e sociais, dizem analistas.
O Egito não tem apetite de normalizar as relações com Israel.
No entanto, nunca houve uma definição firme sobre onde a linha deveria ser desenhada, e é aí onde muitas vezes recai o debate.
Repórteres egípcios deveriam ser impedidos de entrevistar autoridades israelenses? Artistas podem mostrar suas obras numa exposição que também exige trabalhos israelenses? "Quanto às relações com Israel, os egípcios, em geral, e os árabes, especificamente, caem no profundo abismo da confusão e da dúvida, e balanceiam ao redor das fronteiras desta relação, onde ela começa, onde termina", escreveu Salama Ahmed Salama no jornal independente Shorouk.
O problema surgiu quando Anwar Sadat decidiu interromper a paz com Israel sem resolver todas as outras questões árabes.
Intelectuais egípcios se sentiram obrigados se expressar em apoio aos palestinos, então pediram o boicote à normalização.
Mas, com o passar dos anos, o cenário ficou mais obscuro à medida que o Egito realizou acordos econômicos com Israel, vendeu gás natural ao país, recebeu autoridades israelenses e enviou autoridades egípcias para Israel.
A situação também se complicou pela Al-Jazeera, o famoso canal de notícias via satélite que regularmente cobre eventos em Israel e territórios ocupados.
Recentemente, dois casos cristalizaram o debate público.
Hala Mustafa, editora de um dos principais jornais políticos do Egito, o Democracy, foi formalmente censurada em fevereiro por ter se encontrado com o embaixador israelense em seu escritório.
Foi a primeira vez em que o sindicato dos jornalistas puniram um membro por desafiar uma proibição à normalização desde que o grupo foi fundado, em 1941, segundo o jornal independente Al Masry Al Youm.
Até alguns de seus críticos, que discordam veementemente com a política de Mustafa, disseram ter ficado surpresos com a natureza seletiva da condenação.
Acusar Mustafa disse tanto sobre a forma como o estado e instituições alinhadas com ele aplicam a lei e as regras, disseram os críticos, quanto sobre a hostilidade generalizada em relação a Israel.
"A responsabilidade aqui é bastante seletiva, porque a lei não prevalece sobre a sociedade", disse Magdy el-Gallad, editor-chefe do Al Masry Al Youm.
"A lei está ali, mas seu cumprimento está sujeito a critérios pessoais e estabelecimentos políticos.
Foi isso que vimos no caso de Hala Mustafa".
Ninguém sabe onde traçar a linha.
Gallad, por exemplo, estava disposto a comparecer a uma reunião organizada pelo presidente americano Barack Obama, embora um israelense tenha ido, enquanto outro famoso escritor, Fahmy Howeidy, recusou.
Embora Mustafa tenha sido punida, seis grandes estudiosos egípcios do principal centro de pesquisa do país, o Centro Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos, participaram de uma conferência com o embaixador de Israel.
Nenhum deles foi punido.
Quando o tema da restauração da sinagoga de Maimônides foi levantado pela primeira vez, há dois anos, o Egito concordou em realizar o trabalho, mas pediu que não fosse público.
O projeto foi anunciado um ano depois, quando o ministro da cultura, Farouk Hosny, esperava se tornar o próximo diretor geral da Unesco.
Quando sua proposta para o cargo fracassou, muitos duvidaram que o projeto seria finalizado.
Entretanto, o trabalho foi concluído e primeiro as autoridades disseram a membros da comunidade judaica egípcia que a mídia não seria autorizada a comparecer à cerimônia, pois queriam fazer o anúncio oficial elas próprias.
Mas Hawass declarou que também cancelaria esse esquema.
"Estou tentando dar aos israelenses uma mensagem, de que eles devem buscar a paz", disse Hawass.
O rabino Andrew Baker, do Comitê Judaico Americano, esperava felicitar em público autoridades egípcias pelo trabalho, quando falasse durante a cerimônia.
Mas seu discurso nunca foi ouvido além das paredes da sinagoga.
"É um fato triste, dado o estado atual da questão, apesar de não ser nenhuma surpresa", disse Baker, em mensagem de e-mail, depois de voltar aos Estados Unidos.
"Em nossas discussões ao longo dos anos, eles temiam vozes críticas no Egito, que combina críticas do estado de Israel com judeus egípcios e seu patrimônio.
Este é um processo que se desenvolve há anos, e não será rapidamente ou facilmente revertido." Mona El-Naggar contribuiu com a reportagem.
© 2010 New York Times News Service

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