ATUALIDADES - 21-6-10
Presidente do São Paulo lamenta exclusão do Morumbi, mas deixa estádio à disposição
O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, emitiu uma nota oficial para lastimar a decisão da Fifa de excluir o Morumbi do projeto da Copa do Mundo de 2014
O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, emitiu uma nota oficial para lastimar a decisão da Fifa de excluir o Morumbi do projeto da Copa do Mundo de 2014. O dirigente ressaltou que o estádio é "o grande palco dos maiores eventos esportivos e culturais realizados no maior Estado da Nação" e observou uma decisão arbitrária.
Para completar, Juvenal Juvêncio reitera que vai continuar o plano de reformas do Morumbi, independentemente de sua utilização no Mundial do Brasil. Portanto, ele diz que a casa são-paulina continua à disposição das autoridades para a maior competição do futebol mundial.
O Estádio Cícero Pompeu de Toledo ("Estádio do Morumbi") foi indicado pelo Governo e pela Prefeitura de São Paulo para ser a sede da Cidade na Copa do Mundo de 2014 por ser o grande palco dos maiores eventos esportivos e culturais realizados neste que é o maior Estado da Nação.
Sendo, ainda, um Estádio pertencente a um Clube esportivo e social, e que, por isso, atende à anteriormente propalada prioridade para investimentos privados na construção e reforma de arenas, conforme se anunciou quando da escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014.
Um Estádio utilizado em mais de cinqüenta eventos por ano e localizado num ponto da Cidade de São Paulo com significativa oferta de transporte, especialmente considerando a chegada do Metrô prevista para 2012, rede hoteleira, hospitais, centros de comércio, cultura e serviços em geral, além da proximidade com o Aeroporto de Congonhas.
A decisão tomada pela FIFA/LOC surpreendeu a todos porque, inusitadamente, foi anunciada no momento em que as atenções da comunidade esportiva estão voltadas para a Copa do Mundo de 2010, como se numa tentativa de se esconder o ato sob a sombra dos holofotes focados no maior evento esportivo do Planeta. E, também, porque se deu de forma absolutamente arbitrária, num momento em que o São Paulo tinha acabado de apresentar um projeto de reforma do Estádio do Morumbi absolutamente aderente às exigências da FIFA, suportado por um Plano de Viabilidade Financeira ratificado pelo Comitê Paulista e apoiado em seguras garantias oferecidas pela iniciativa privada.
Vale lembrar que os investimentos públicos programados para serem implementados no entorno do Estádio do Morumbi se reverteriam em legado em favor da População, na região na qual está instalado o São Paulo FC, um Clube constituído sob a forma de associação e que, portanto, não tem o objetivo de gerar lucro em favor de particulares, tendo suas receitas reinvestidas para o fomento das suas atividades esportivas e sociais.
Completamente diferente seria a hipótese na qual o Poder Público viesse a realizar investimentos voltados a prover infraestrutura com a finalidade de agregar valor a uma arena administrada como um "negócio", gerenciado com a finalidade principal de gerar lucro em favor de "empreendedores" particulares.
Nesse momento, cabe ao São Paulo reafirmar que o Estádio do Morumbi continuará a ser modernizado, com os investimentos oriundos de contratos já celebrados com a iniciativa privada, com empresas cujo interesse em expor suas marcas no Estádio do Morumbi nunca esteve condicionada à realização da Copa do Mundo. Até porque, durante a competição, a exposição de marcas fica bastante limitada.
Os esportistas e a população de São Paulo e do Brasil podem ficar seguros de que continuarão a ter no Estádio do Morumbi o palco dos maiores eventos esportivos e dos grandes shows.
É o momento de confirmar, também, que o São Paulo não vai mudar em nada sua postura de absoluta independência em relação às demais entidades esportivas e governamentais com quem se relaciona. Nesse ponto, não há possibilidade de transigir, por uma questão de respeito para com o seu torcedor, para com as próprias entidades e para com o Desporto Brasileiro como um todo.
Até porque, não a outro fator o São Paulo atribui as incontáveis manifestações de apóio que o Estádio do Morumbi recebeu desde o início desse processo. Logo após o anúncio da decisão da FIFA/LOC, a Imprensa cumpriu seu papel de forma irretocável, ao produzir um sem número de comentários, na TV, no rádio, nos sites, nos blogs, ressoando o sentimento cristalizado na opinião pública que compreendeu a proposta do São Paulo de oferecer à Cidade o Estádio do Morumbi enquanto uma alternativa viável e responsável para servir aos propósitos da Copa do Mundo do Brasil.
Diante dessas manifestações, o São Paulo não tem outra postura a tomar senão reafirmar que continua de portas abertas para receber, no Estádio do Morumbi, a Copa do Mundo de 2014 e fazer dela um evento digno da sua importância e da imagem que o Brasil e a Cidade de São Paulo pretendem transmitir ao Mundo como o maior legado que a realização de tão grandioso evento representará.
Neste momento, resta ao São Paulo aguardar pelas decisões a serem tomadas pelos agentes responsáveis pela condução desse processo. Aguardar e estar absolutamente atento e vigilante a tudo que possa vir a representar afronta aos seus interesses. A Justiça é filha do Tempo. O Tempo é o Senhor da Razão. O Tempo dirá. E nós também.
abril.com
Sem Saramago mundo fica ainda mais "burro e cego", diz Meirelles
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O escritor português José Saramago, que faleceu aos 87 anos nesta sexta-feira, era um homem que dizia que a morte é "simplesmente a diferença entre o estar aqui e já não mais estar", mas sua partida deixa o mundo "ainda mais cego", afirmou o diretor Fernando Meirelles, que levou para o cinema a obra "Ensaio sobre a Cegueira".
Prêmio Nobel em 1998, Saramago combinou realismo mágico e vigor em suas críticas políticas, levantando a voz inúmeras vezes contra as injustiças, o conservadorismo, a Igreja e os grandes poderes econômicos.
O escritor português combatia as religiões com fúria, alegando que "embaçam nossa visão", segundo Meirelles.
"Mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui", disse o diretor em nota.
"A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê mas definitivamente o mundo ficou ainda mais burro e ainda mais cego hoje."
Meirelles, que dirigiu "Ensaio sobre a Cegueira" (2008), com Julianne Moore e Mark Ruffalo, encontrou o escritor pela última vez em novembro do ano passado, mas o convívio mantinha-se intenso, pois está envolvido na co-produção de um documentário sobre os últimos anos de Saramago e sua mulher.
"O filme é comovente, de cortar os pulsos, vemos ali um homem brilhante que sabe que seu tempo está acabando e tem muita pena de morrer. O dia no qual ele pensava constantemente e que tentou adiar, chegou", disse Meirelles. O documentário "José e Pilar" tem direção do português Miguel Mendes.
Entre as obras do autor português, que começou a carreira como poeta, estão "O Ano da Morte de Ricardo Reis", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a Cegueira".
O autor, cuja saúde frágil provocava temores sobre sua vida há alguns anos, publicou no final de 2009 seu último romance "Caim", um olhar irônico sobre o Velho Testamento, alvo de críticas da Igreja Católica.
Segundo a Fundação Saramago, o escritor morreu de falência múltipla de órgãos, depois de uma prolongada doença. Ele era casado com a jornalista espanhola Pilar del Río e vivia em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha).
Maria Pia Palermo
O Globo
Sem Saramago mundo fica ainda mais "burro e cego", diz Meirelles
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O escritor português José Saramago, que faleceu aos 87 anos nesta sexta-feira, era um homem que dizia que a morte é "simplesmente a diferença entre o estar aqui e já não mais estar", mas sua partida deixa o mundo "ainda mais cego", afirmou o diretor Fernando Meirelles, que levou para o cinema a obra "Ensaio sobre a Cegueira".
Prêmio Nobel em 1998, Saramago combinou realismo mágico e vigor em suas críticas políticas, levantando a voz inúmeras vezes contra as injustiças, o conservadorismo, a Igreja e os grandes poderes econômicos.
O escritor português combatia as religiões com fúria, alegando que "embaçam nossa visão", segundo Meirelles.
"Mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui", disse o diretor em nota.
"A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê mas definitivamente o mundo ficou ainda mais burro e ainda mais cego hoje."
Meirelles, que dirigiu "Ensaio sobre a Cegueira" (2008), com Julianne Moore e Mark Ruffalo, encontrou o escritor pela última vez em novembro do ano passado, mas o convívio mantinha-se intenso, pois está envolvido na co-produção de um documentário sobre os últimos anos de Saramago e sua mulher.
"O filme é comovente, de cortar os pulsos, vemos ali um homem brilhante que sabe que seu tempo está acabando e tem muita pena de morrer. O dia no qual ele pensava constantemente e que tentou adiar, chegou", disse Meirelles. O documentário "José e Pilar" tem direção do português Miguel Mendes.
Entre as obras do autor português, que começou a carreira como poeta, estão "O Ano da Morte de Ricardo Reis", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a Cegueira".
O autor, cuja saúde frágil provocava temores sobre sua vida há alguns anos, publicou no final de 2009 seu último romance "Caim", um olhar irônico sobre o Velho Testamento, alvo de críticas da Igreja Católica.
Segundo a Fundação Saramago, o escritor morreu de falência múltipla de órgãos, depois de uma prolongada doença. Ele era casado com a jornalista espanhola Pilar del Río e vivia em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha).
Maria Pia Palermo
O Globo
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