ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

03 agosto, 2010

EXPOSIÇÕES - 3-8-10

Rio de Janeiro-RJ - Sergio Allevato – Galeria Artur Fidalgo

À primeira vista, as aquarelas de Sergio Allevato parecem retratar a flora, como a tradicional arte botânica de Margaret Mee. Examinando melhor, porém, o observador descobre, mimetizado em partes da anatomia das plantas, personagens da Disney, da Hanna Barbera e outros que povoam o imaginário infantil. As características orelhas do Mickey confundem-se com sementes de Magnólia; o tronco da Dasylirion toma a forma do rosto de perfil do Ligeirinho; o fruto de uma planta endêmica do Japão é a cabeça da Hello Kitty.
Na série “Atlas Botânico”, os personagens característicos de um lugar – Mortadelo, Espanha; Mickey, Estados Unidos; Ligeirinho, México etc – aparecem em uma planta endêmica daquele lugar. O jogo proposto pelo artista é assim estendido a uma ampla pesquisa da botânica e da nacionalidade ou afinidade territorial dos personagens de desenhos animados e HQs. Na série “Rio de Janeiro”, os pistilos de uma bromélia nativa da região, a Alcantarea imperialis, tornam-se o Zé Carioca, sua namorada Rosinha e os sobrinhos. Há uma parte da planta de que o personagem de gibi freqüentemente se apossa: o órgão reprodutor. Em um dos trabalhos, o Pinóquio “excitado”, é o androceo da Amaryllis. Tanto o desenho que descreve cientificamente a espécie botânica quanto o personagem infantil –, que remetem, respectivamente, ao controle da natureza e à pureza da infância –, são deslocados. Qual o sentido de um personagem infantil da Disney, assexuado, aparecer no órgão sexual de uma planta? Por quê elementos culturais e naturais disputam território? A mistura inesperada de campos díspares deixa o observador desconfiado, como quem está diante de um trabalho malicioso, em que as coisas – a infância, a natureza, a cultura –, não são o que parecem. A imagem tem um sorriso irônico no canto dos lábios.
Esta é a primeira exposição individual de Sergio Allevato em galeria comercial. O artista tem obras nas coleções permanentes do Museu de Arte Moderna RJ - coleção Gilberto Chateubriand, do Museu de Arte Moderna da Bahia, dos colecionadores Hecilda e Sergio Fadel e do American Museum of Natural History of New York, entre outras. Obteve o Prêmio Aquisição no 14 Salão de Arte, Museu de Arte Moderna da Bahia (2007). Allevato fez mestrado em Arte Contemporânea na Goldsmiths College, Londres, UK, de 2006 a 2008.


Curitiba-PR - Mostra inédita do fotógrafo Orlando Azevedo estréia no dia 19 de agosto no MON
foto: divulgação

Há mais de duas décadas o fotógrafo Orlando Azevedo vem recolhendo objetos, emoções e revelações que o mar devolve à terra numa peregrinação e mergulho às profundezas dos oceanos da memória.
Verdadeiros achados e fósseis em transformação, Orlando Azevedo os transporta para seu atelier onde os fotografa em câmeras de grande formato (4X) e com chapas de filme rígido, visando um resultado técnico e estético de excelência. Pela primeira vez, ele apresenta o resultado desta pesquisa em mostra inédita intitulada “Marinhas – Arqueologia da morte”, que estréia no dia 19 de agosto no MON - Museu Oscar Niemeyer.
“Sempre olhei e mergulhei no horizonte infinito em busca de descobrir o que encontrava e existia além”, define Azevedo. Em seu percurso quase sempre solitário, o fotógrafo é um arqueólogo das emoções mais ocultas, redescobre a pátina da memória, rasga a ansiedade e paixão, recolhe os pedaços e as cicatrizes sobreviventes e lhes dá corpo num roteiro em que a memória é uma ilha à deriva feito uma lava viva.
Posteriormente, esta mesma mostra segue itinerante para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Portugal. A mostra apresenta 33 imagens impressas em papel Canson de algodão com longa durabilidade. Foram utilizadas máquinas HP profissionais de 12 cores para grandes formatos. Neste caso as imagens têm 1m X 1m30cm.
Toda a curadoria é realizada por seu autor que integra a sua obra poemas de autores de sua preferência filosófica e, pela constante relação que sua obra estabelece com a escrita poética e a música.
“Marinhas-Arqueologia da morte” em sua mostra inédita vem revelar as profundezas de um ciclo quase obsessivo em que o autor convive com morte num constante convite à vida.
MARINHAS-ARQUEOLOGIA DA MORTE
Mostra de Orlando Azevedo
ABERTURA DIA 19 DE AGOSTO ÀS 19 HORAS
MON - Museu Oscar Niemeyer / Curitiba-PR
O fotógrafo e historiador Boris Kossoy, considerado o mais importante pesquisador de fotografia da América Latina assim descreve a obra do artista:
“Orlando Azevedo é esse explorador que busca conexões, vive para isso e por isso. O fotógrafo da terra se volta agora ao mar. Segue em busca do dado e da fantasia. Do físico e do imaginário, da paisagem e do desejo, da vida, em suas diferentes formas, em seu esplendor – como vimos em seu clássico Coração do Brasil e em várias outras obras – e em seus vestígios arqueológicos. Um fotógrafo que não estaciona no aparente, pesquisa a alma do ser, do objeto, do vestígio que descobre. E nos mostra que o aparente tem múltiplas faces. Assim Orlando Azevedo pensa o mundo da representação. Um esforço em tornar o regional, universal. Arqueologia da morte, um comprometimento de vida.”
Já Maria do Carmo Serem que é a mais conceituada historiadora e crítica da península ibérica comenta em seu texto:
“O espírito enigmático que norteou a rica e luxuosa coleção produzida por Orlando de Azevedo, onde o belo se produz na encenação do horrível, insinua-nos a idéia de petrificação, onde se perfilam mitos de sempre que a ciência desdenha e assume e a fotografia representa”.
Sobre o autor: Orlando Azevedo Nasceu em 1949, na Ilha Terceira, Açores/Portugal. Vive no Brasil desde 1963. Dedica-se profissionalmente à fotografia documental em projetos especiais, assim como, à criação autoral, em seu estúdio em Curitiba. Especializado em expedições, tem diversas obras publicadas, entre elas Expedição Coração do Brasil – Paraná (2008). É curador independente no universo das artes visuais e editor de livros. www.orlandoazevedo.com.br / www.photographica.com.br

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