ATUALIDADES - 11-11-10
Produção da Petrobras ficará mais de 2,5% abaixo da meta
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil em 2010 ficará mais de 2,5 por cento abaixo da meta de 2,1 milhões de barris/dia que a companhia havia estipulado para o ano, disse nesta terça-feira o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
A companhia enfrentou problemas com paradas programadas e também não programadas de plataformas durante o ano, além de atrasos em licenças ambientais.
"Nós tivemos mais paradas para manutenção do que o esperado", afirmou o presidente da estatal a jornalistas após a abertura do XIII Congresso Brasileiro de Energia.
No início de outubro, a estatal já havia sinalizado que mais uma vez não cumpriria a meta estabeleciada para 2010, avaliando que o volume deveria ficar entre 2 e 3 por cento abaixo da meta..
A empresa prevê para o próximo dia 17 a abertura de propostas para construção de 28 sondas no país, visando a exploração dos blocos localizados no pré-sal que vão quase dobrar a produção da companhia nos próximos anos.
A licitação das sondas foi lançada há um ano e, apesar de alguns adiamentos, os trabalhos da Petrobras na área do pré-sal não serão atrasados, garantiu Gabrielli. Segundo o executivo estão concorrendo sete estaleiros.
A demora na finalização dessa concorrência se deve à exigência feita pela Petrobras de que Estados e o órgão federal do meio ambiente, Ibama, estejam afinados em realção à licença ambiental, com um aceitando o que o outro conceder.
"Não quero que concedam duas licenças (Estado e Ibama), quero só que um aceite o outro, um dê anuência ao outro", disse Gabrielli, informando que a medida tem por objetivo "evitar futuras contestações" e atrasar ainda mais o processo.
A primeira das 28 sondas está prevista só para 2014, destacou o executivo, indicando que há tempo hábil para a licitação, lembrando que além das 14 sondas novas que a estatal possui atualmente, mais 20 unidades para águas profundas vão chegar entre 2011 e 2012.
"No 1o semestre a demanda era de 55 sondas para entrar em operação até 2017, no mundo hoje operam 70 sondas", comparou Gabrielli, que no momento revisa o plano de investimentos da empresa para o período 2011-2015, que poderá alterar o número de sondas para a exploração.
Além das áreas obtidas na região do pré-sal da bacia de Santos por meio de leilões do governo, a Petrobras vai explorar, na mesma bacia, uma área com reservas de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente, adquirida em operação com o governo que cedeu as reservas em troca de ações da companhia na capitalização realizada em setembo.
As 28 sondas que serão encomendadas a estaleiros nacionais serão entregues entre 2014 e 2017.
CÂMBIO
Às vésperas de anunciar o lucro do terceiro trimestre, Gabrielli admitiu que a companhia terá algum impacto cambial por conta da desvalorização do dólar, mas não quis entrar em detalhes.
"O câmbio tem um efeito complexo na Petrobras, é exportadora mas é grande importadora também, tem ativos no exterior que tem impacto negativo, mas também tem dívida em dólar que com a apreciação do real fica menor", explicou.
Ele classificou de ineficaz para a estabilidade cambial a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de injetar 600 bilhões de dólares para estimular a economia daquele país.
"Não é a política adequada para a estabilidade internacional, mas do ponto de vista da Petrobras, se recuperar rápido o mercado interno dos Estados Unidos vai ajudar a indústria do petróleo", avaliou.
Ele não quis comentar sobre uma eventual troca de comando da estatal, afirmando que a decisão depende do Conselho de Administração da companhia.
"Não vou falar sobre isso, porque isso não me compete...o que tenho a dizer é que a Petrobras tem um plano estratégico até 2014", finalizou Gabrielli.
Denise Luna
Reuters/Brasil Online
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