A VINGANÇA TARDA MAS CHEGA
Esta semana eu pretendia postar aqui um comentário sobre a atual situação da VARIG, aí achei no site do Luis Henrique este texto que traduz exatamente meu pensamento.
Quarenta e dois anos depois, a VARIG está sofrendo - com muito mais dor e agonia - o que perpetou contra a Panair do Brasil em 1964. A maioria dos brasileiros não sabe o que é a Panair, e alguns não tão jovens, só ouviram falar dela pela voz de Milton Nascimento e Elis Regina: "nas asas da panair". Nessa época a Panair detinha as linhas internacionais, dentro dos acordos de reciprocidade com outros paises. A Varig ambicionava tais linhas, o que não conseguia.
Em 1964 a Panair enfrentava dificuldades financeiras e buscava também o apoio do Governo Federal, então presidida por João Goulart. Quando veio o "golpe militar" de abril de 1964, entre os primeiros atos do governo militar, além da cassação dos direitos políticos das lideranças de esquerda, foi decretar a insolvência da Panair e a transferência das linhas internacionais para a Varig. Uma das alegações, nunca ditas e reconhecidas, é que a direção da Panair apoiava o governo popular de Jango, que segundo os militares "queria implantar o regime comunista no Brasil". Uma importante atividade como a aviação internacional não poderia ficar na mão de pró-comunistas.
Agora a Varig paga por isso. Busca o apoio de um governo popular que não mostra nenhuma simpatia por ela. Vai deixá-la quebrar. Provavelmente há razões de ordem pessoal, relacionadas com a quebra da Transbrasil. Mas são meras ilações. Ou talvez até por razões psicológicas. A Varig antecede o PT no processo de ascensão e deslumbramento pelo poder, por parte dos trabalhadores, ao assumir o capitalismo. O controle acionário da Varig de há muito está nas mãos dos seus "funcionários" que - segundo o modelo cooperativo - se reuniram numa fundação. Mas se a origem foi uma "cooperativa de funcionários", logo em seguida, um pequeno grupo assumiu o controle da fundação e, através dela, da companhia. Essa oligarquia ou cúpula criou os mecanismos para se perpetuar e auferir os benefícios do controle sobre o que chegou a ser uma das maiores empresas privadas do país. Relutaram e relutam em "largar o osso", mesmo que tenha se transformado num osso. Trabalhadores que assumem o poder dentro da empresa não tem a simpatia dos outros trabalhadores que conquistam o poder político. Não são aliados. São "inimigos íntimos".
Lamentavelmente o desfecho é conhecido.
Há quarenta e dois anos atrás, as atividades (que eram numa escala bem menor, quando comparado com a atual) não sofreram solução de continuidade, com a quebra da Panair, porque havia uma outra empresa pronta para assumir o butim.
Agora, quem irá assumir? A TAM? A Gol? Ocean Air???? Putz... Até semana passada eu nem sabia que existia uma "Ocean Air".
E as minhas 37.589 milhas "Smiles"?
Me fodi.
http://www.luishenrique.com
Em 1964 a Panair enfrentava dificuldades financeiras e buscava também o apoio do Governo Federal, então presidida por João Goulart. Quando veio o "golpe militar" de abril de 1964, entre os primeiros atos do governo militar, além da cassação dos direitos políticos das lideranças de esquerda, foi decretar a insolvência da Panair e a transferência das linhas internacionais para a Varig. Uma das alegações, nunca ditas e reconhecidas, é que a direção da Panair apoiava o governo popular de Jango, que segundo os militares "queria implantar o regime comunista no Brasil". Uma importante atividade como a aviação internacional não poderia ficar na mão de pró-comunistas.
Agora a Varig paga por isso. Busca o apoio de um governo popular que não mostra nenhuma simpatia por ela. Vai deixá-la quebrar. Provavelmente há razões de ordem pessoal, relacionadas com a quebra da Transbrasil. Mas são meras ilações. Ou talvez até por razões psicológicas. A Varig antecede o PT no processo de ascensão e deslumbramento pelo poder, por parte dos trabalhadores, ao assumir o capitalismo. O controle acionário da Varig de há muito está nas mãos dos seus "funcionários" que - segundo o modelo cooperativo - se reuniram numa fundação. Mas se a origem foi uma "cooperativa de funcionários", logo em seguida, um pequeno grupo assumiu o controle da fundação e, através dela, da companhia. Essa oligarquia ou cúpula criou os mecanismos para se perpetuar e auferir os benefícios do controle sobre o que chegou a ser uma das maiores empresas privadas do país. Relutaram e relutam em "largar o osso", mesmo que tenha se transformado num osso. Trabalhadores que assumem o poder dentro da empresa não tem a simpatia dos outros trabalhadores que conquistam o poder político. Não são aliados. São "inimigos íntimos".
Lamentavelmente o desfecho é conhecido.
Há quarenta e dois anos atrás, as atividades (que eram numa escala bem menor, quando comparado com a atual) não sofreram solução de continuidade, com a quebra da Panair, porque havia uma outra empresa pronta para assumir o butim.
Agora, quem irá assumir? A TAM? A Gol? Ocean Air???? Putz... Até semana passada eu nem sabia que existia uma "Ocean Air".
E as minhas 37.589 milhas "Smiles"?
Me fodi.
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