ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

27 julho, 2007

LULA DIZ TEMER AVIÃO E ADMITE CRISE AÉREA DEPOIS DE 10 MESES

Em cerimônia no Planalto, Nelson Jobim assume Defesa no lugar de Waldir PiresAfirmações do presidente são feitas semanas após alguns de seus principais auxiliares, como Guido Mantega, negarem caos.
Depois de dez meses de caos aéreo e ao menos 353 mortos em duas tragédias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocou ontem o ministro da Defesa, admitiu abertamente que há uma crise aérea no país e reafirmou que tem medo de avião. "Toda vez que fecha a porta, entrego minha sorte a Deus", disse, no Palácio do Planalto, ao empossar o novo ministro. Lula demitiu Waldir Pires e colocou em seu lugar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim (PMDB), como a Folha antecipou. "Não é segredo para nenhum brasileiro que nós temos uma crise no setor aéreo brasileiro, uma combinação de várias coisas que vêm acontecendo ao longo dos últimos dez meses", disse o presidente, poucas semanas depois de o ministro Guido Mantega (Fazenda) negar que houvesse caos aéreo. Nesses dez meses que levou para reconhecer a crise e fazer a primeira mudança na cúpula do setor, Lula sempre resistia em admitir o caos aéreo.
Na entrevista coletiva de maio, chamou a crise de "problemão" e deu uma justificativa evasiva: "Não vamos confundir o acidente do avião da Gol com o Legacy com um problema dos aeroportos, até porque eles se chocaram no ar". Ontem, Lula afirmou que agora o governo dará todas as condições para que não aconteça mais nenhuma tragédia aérea, mas foi cauteloso: "Deus queira que não seja no Brasil que aconteçam outros acidentes, mas podem acontecer". "Não sei se aqui neste plenário [no Palácio do Planalto] tem alguém que não tenha medo de avião. Eu, particularmente, toda vez que o avião fecha a porta, entrego a minha sorte a Deus, porque estou na mão de um comandante, que é um ser humano, na mão de uma máquina ultramoderna, mas que é uma máquina, na mão de um controlador que diz quando devo parar ou não, e estou nas mãos das intempéries, que nem sempre o ser humano consegue controlar", disse. "Sou um medroso de andar de avião."
Autonomia
Ao menos 30 dos 37 ministros compareceram à posse de Jobim, assim como os comandantes Aeronáutica, Marinha e Exército. As maiores ausências foram as dos dois principais personagens da crise aérea: o presidente da Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), Milton Zuanazzi, e o da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira.
Lula prometeu a Jobim autonomia total para mudanças no Ministério da Defesa e em todas as áreas ligadas ao setor aéreo, poder que nenhum de seus antecessores teve."É esse ministério que você vai assumir, com todas as forças para fazer todas as mudanças que precisar fazer, onde precisar fazer", disse Lula, que prometeu também verbas. No discurso de posse, Lula disse que "é preciso repensar o Ministério da Defesa, porque está aquém daquilo que é a exigência da sociedade brasileira".
Na entrevista que concedeu depois da posse, Jobim tentou passar a impressão sucedia um ministro "fraco" e que, agora, assumiu alguém que "manda". Nesse quase um ano de crise, tornaram-se comuns cenas de filas imensas nos saguões dos aeroportos, passageiros desesperados à espera de vôos e informações e, por duas vezes, parentes inconsoláveis com as mortes de pessoas queridas.
Enquanto isso, o governo acumulava desgastes. A ministra Marta Suplicy (Turismo) recomendou aos passageiros o já clássico "relaxa e goza"; o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia fez por três vezes o gesto de bater uma mão espalmada na outra, fechada - no movimento conhecido como "top, top, top" - quando soube que havia um defeito no avião da TAM. Para completar, a Aeronáutica condecorou, depois do segundo acidente, os diretores e o presidente da Anac. Agora, pela primeira vez, o presidente Lula faz uma mudança no setor aéreo. Enquanto Lula discursava, Pires ficou de expressão fechada, sem sorrir. Desde a semana passada sua saída era tida como certa, mas ele não entregava o cargo. Com a troca, o PT passa a ter 15 dos 37 cargos de primeiro escalão, contra cinco do PMDB.
Pedro Dias Leite / Eduardo Scolese
Folha On Line

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