ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

14 novembro, 2007

MULHERES AFRICANAS EXERCEM AUTORIDADE MORAL PARA DESMANTELAR OS BANDOS QUE LUTAM PELO CONTROLE DOS BAIRROS DE BRUXELAS

Por seu aspecto, a simplicidade que demonstram e seu andar oscilante, ninguém diria que são a ponta-de-lança da polícia de Bruxelas. Mas são, e uma referência para o FBI, para as polícias canadense e sueca, que estão estudando importar o modelo das mães africanas que, sem outras armas além da palavra e dos tecidos coloridos que as envolvem, patrulham as ruas e o metrô de Bruxelas em busca de jovens delinqüentes de origem africana. Uma vez diante do malfeitor, o repreendem e perguntam se não tem vergonha de oferecer essa imagem da África. O método funciona e, diante da autoridade moral que exerce essa espécie de matriarcado policial, os jovens africanos acostumados a tourear a polícia belga se calam. "Os jovens nos escutam porque somos mães. Em nosso país a mãe é ouvida. Além disso, somos negras e temos a mesma cultura deles. Sabemos que se o rapaz baixa o olhar e não responde não é uma expressão de arrogância, mas de respeito. A polícia não entende nada disso. Ela os espanca, o que só serve para criar mais conflitos.
Nosso negócio é sabedoria africana, não é preciso ir à escola de polícia de bairro", diz Mwadi Kambanga, a roliça congolesa que criou as patrulhas 11 anos atrás.
Às 3 da tarde, as mães, vestindo uma capa azul-marinho, se reúnem para preparar a saída. Kambanga lidera os preparativos e depois as mães começam a caminhar por Evere, um bairro de conjuntos habitacionais e grande presença imigrante. Um dos grupos de três mães em que elas se dividiram encontra jovens e falam com eles em sua língua. Perguntam como vão as coisas, de que parte da República Democrática do Congo são seus pais e obtêm informações sobre os últimos movimentos dos bandos. Falam de Bagdá, Chechênia ou 1140, alguns dos grupos armados com navalhas e canivetes que recrutam seus membros em escolas como as de Evere.
Os adolescentes respondem como carneirinhos às perguntas das mães, lhes dão seus nomes e inclusive os números de celular e se despedem educadamente.
A polícia de Bruxelas percebeu que a empatia que as mães conseguem ter com os jovens é um campo em que os agentes não podem competir. Conscientes de que as mães chegam aonde a polícia nunca chegará, eles as incluíram em seu esquema de trabalho. Autorizam as patrulhas e recorrem às mães para que sejam mediadoras entre bandos adversários. "A situação dos bandos é muito preocupante. Esta semana mesmo houve um ajuste de contas a navalhadas entre dois bandos. Nós indicamos às mães onde há problemas e elas entram em contato com os jovens, que conhecem bem, e garantem seu anonimato.
Seu trabalho está dando muito bons resultados, sobretudo no campo da prevenção", explica Roland Thiebault, porta-voz policial dos distritos do noroeste de Bruxelas.
Em janeiro, Mwadi e suas meninas voltarão a patrulhar no metrô e nos ônibus, lugares preferidos pelos delinqüentes para as brigas e os furtos.
Ana Carbajosa - El País – Bruxelas
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial