BIBLIOTECA DIGITAL DA UE FACILITARÁ ACESSO A LIVROS LUSOS
Lisboa, - A Biblioteca Digital Européia, que em 2011 deverá ter reunido 6 milhões de livros, documentos e outros bens culturais de todos os países da União Européia (UE), deve facilitar a consulta a obras de autores portugueses.
O projeto da biblioteca digital "visa à ampliação das coleções digitais disponíveis para consulta", assinalou Helena Patrício, responsável pela Biblioteca Nacional Digital (BND) de Portugal, em entrevista à Agência Lusa.
A BND é uma seção da Biblioteca Nacional portuguesa que funciona desde 2002, disponibilizando atualmente mais de 9.500 obras digitalizadas, incluindo livros de Artes, História, Geografia, Ciências Sociais e Ciências Aplicadas. Entre as obras de Literatura e Lingüística, se destacam títulos de Camilo Castelo Branco, António Feliciano de Castilho, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Eça de Queirós.
Segundo Helena Patrício, a Biblioteca Nacional portuguesa integra a rede temática da Biblioteca Digital Européia, estando prevista, para o final de 2008, "a apresentação de um protótipo de portal para pesquisa e consulta de mais de 2 milhões de materiais digitalizados provenientes de bibliotecas, arquivos, museus e arquivos audiovisuais".
A Biblioteca Nacional de Portugal participa também do The European Library ("A Biblioteca Européia"), um serviço que funciona desde 2005 e propicia, atualmente, acesso a recursos bibliográficos e digitais de 47 bibliotecas de países europeus e que constitui um dos pilares da futura Biblioteca Digital Européia.
Em 2 de março de 2006, a comissária Européia Viviane Reding afirmou, em Bruxelas, que a Biblioteca Digital Européia permitiria que "a memória coletiva da Europa" ficasse à distância de um clique do mouse. Reding esclareceu que a instituição não seria uma base de dados construída do zero, mas uma página eletrônica multilíngüe, onde ficariam reunidos materiais já digitalizados das várias instituições dos Estados-membros da UE, como livros, filmes, fotografias, manuscritos e outros bens culturais.
Nove meses depois, em 13 de dezembro de 2006, foi a vez de Maria Angélica Ribeiro, coordenadora do serviço de Cooperação para o Desenvolvimento do Gabinete de Assuntos Europeus e Relações Internacionais do Ministério da Educação português, defender, no Rio de Janeiro, a criação de uma Biblioteca Virtual da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que "permitiria um conhecimento e um intercâmbio ampliado entre os vários países membros".
Na ocasião, o professor da Universidade de São Paulo, José Luiz Fiorin, defendeu que a biblioteca virtual criaria um reconhecimento de identidade, constituindo um "importante instrumento de transmissão cultural e de democratização do conhecimento", e sugeriu que fossem estabelecidos convênios com instituições para fazer um levantamento das principais obras literárias de cada país da CPLP - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
A biblioteca digital portuguesa
Desde o início de sua existência, em 2002, a BND já digitalizou 9.563 obras e pretende colocar à disposição do público, em 2008, um conjunto de dicionários, enciclopédias e jornais portugueses.
Segundo Helena Patrício, no início do próximo ano estarão online enciclopédias e dicionários portugueses do século 17 ao século 19, totalizando 37 obras - o equivalente a 33 mil páginas.
No segundo trimestre de 2008 também ficarão à disposição do público "300 mil páginas de jornais portugueses do século 19", revela a responsável.
Atualmente, a BND executa dois tipos de digitalização: as digitalizações correntes (realizadas, sobretudo, para atender pedidos de obras digitais feitos por leitores da Biblioteca Nacional) e as digitalizações por projeto (em que o volume ou conjunto de volumes são digitalizados externamente).
Durante o próximo ano, este serviço prestado aos leitores estará disponível na internet, integrado ao projeto da UE E-books on demand ("Livros eletrônicos sob encomenda"), que implementa uma nova política de preços e a agilização do serviço para fomentar pedidos de digitalização de obras integrais, que serão depois integradas à BND.
O preço da digitalização por página varia de acordo com o estado do documento, a facilidade de manuseio da encadernação e a opção entre preto e branco e colorido, entre outros aspectos. A digitalização de uma página A4 a cores oscila entre 13 e 40 centavos de euro.
Segundo Helena Patrício, "no contexto da valorização e divulgação do patrimônio documental português, a BNP tem adotado critérios de seleção de documentos para digitalização baseados no respectivo interesse histórico-cultural, tendo em conta a proveniência nacional das obras, a respectiva data de publicação e a tipologia de documentos".
Entre 2002 e 2007, visando à preservação de documentos de natureza frágil e manuseio difícil, a BND selecionou "um conjunto significativo de documentos iconográficos (cartazes, estampas, desenhos, etc) e de material cartográfico", que representa, respectivamente, 61% e 19% dos documentos digitalizados disponíveis na BND.
Dos documentos disponíveis na BND, 42% foram publicados em língua portuguesa, cerca de 23% em francês, 10% em inglês, 8% em espanhol, 7% em italiano e 1% em alemão.
Os principais assuntos são Artes (34%) e História/Geografia (33%), seguidos por Ciências Sociais (11%), Ciência Aplicadas (7%), livros de temática religiosa ou teológica (5%) e Literatura/Lingüística (4%).
Lusa
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