HISTÓRIA DO LIVRO NO BRASIL
CAPÍTULO II
Um best-seller em descrédito
Em meados de 1897, o republicano Euclides da Cunha, então articulista do jornal "O Estado de S. Paulo", escrevia contra a guerra dos Canudos, a qual considerava uma mera revolta insuflada pelos monarquistas. A visão euclidiana do conflito se transformou quando o autor viu de perto a guerra e passou a se questionar sobre a causa defendida por um povo tão oprimido e praticamente indefeso. Foi para responder a essa pergunta que Euclides escreveu "Os sertões". O panorama descrito pelo autor desvendou à rica e fechada elite do eixo Rio-São Paulo um mundo até então desconhecido. O clássico de Euclides foi escrito em três partes (a terra, o homem, a luta); segundo o estudioso Antonio Cândido, o livro inaugura uma fase importante da história da literatura brasileira: aquela em que os escritores procuram um respaldo científico para suas análises da sociedade.
Esse cientificismo, aliado ao grande volume de páginas, assustou a editora Laemmert, que se recusou a publicar o livro, alegando que seria um fracasso editorial. Euclides, em 1902, acabou, por isso, tendo que financiar sua própria edição, desembolsando o dobro do que ganhava por mês num projeto que consumiu três anos e meio de trabalho. Tantos eram os erros, as correções a serem feitas, que Euclides, sozinho, chegava a duvidar da viabilidade do livro.
Contrariando sua própria visão pessimista e também o descrédito da editora, o livro foi um sucesso e se esgotou em poucas semanas, tendo vendido 6 mil exemplares no prazo de um ano e meio. Sucesso de público e de crítica, "Os sertões" se tornou um clássico e consagrou Euclides da Cunha, como um dos maiores escritores de todos os tempos.
Em 15 de agosto de 1909, aos 43 anos, Euclides foi para o subúrbio carioca de Piedade disposto a enfrentar Dilermando de Assis, o cadete que conquistara sua mulher, Ana. Morreu em meio à troca de tiros, no jardim da casa da Estrada Real de Sta. Cruz. Biografia de Euclides.
O brilhante escritor é autor de "Contrastes e confrontos", "Peru versus Bolívia", "À margem da história", "Canudos, diário de uma expedição". Ver e-livros de E. da Cunha
Um best-seller em descrédito
Em meados de 1897, o republicano Euclides da Cunha, então articulista do jornal "O Estado de S. Paulo", escrevia contra a guerra dos Canudos, a qual considerava uma mera revolta insuflada pelos monarquistas. A visão euclidiana do conflito se transformou quando o autor viu de perto a guerra e passou a se questionar sobre a causa defendida por um povo tão oprimido e praticamente indefeso. Foi para responder a essa pergunta que Euclides escreveu "Os sertões". O panorama descrito pelo autor desvendou à rica e fechada elite do eixo Rio-São Paulo um mundo até então desconhecido. O clássico de Euclides foi escrito em três partes (a terra, o homem, a luta); segundo o estudioso Antonio Cândido, o livro inaugura uma fase importante da história da literatura brasileira: aquela em que os escritores procuram um respaldo científico para suas análises da sociedade.
Esse cientificismo, aliado ao grande volume de páginas, assustou a editora Laemmert, que se recusou a publicar o livro, alegando que seria um fracasso editorial. Euclides, em 1902, acabou, por isso, tendo que financiar sua própria edição, desembolsando o dobro do que ganhava por mês num projeto que consumiu três anos e meio de trabalho. Tantos eram os erros, as correções a serem feitas, que Euclides, sozinho, chegava a duvidar da viabilidade do livro.
Contrariando sua própria visão pessimista e também o descrédito da editora, o livro foi um sucesso e se esgotou em poucas semanas, tendo vendido 6 mil exemplares no prazo de um ano e meio. Sucesso de público e de crítica, "Os sertões" se tornou um clássico e consagrou Euclides da Cunha, como um dos maiores escritores de todos os tempos.
Em 15 de agosto de 1909, aos 43 anos, Euclides foi para o subúrbio carioca de Piedade disposto a enfrentar Dilermando de Assis, o cadete que conquistara sua mulher, Ana. Morreu em meio à troca de tiros, no jardim da casa da Estrada Real de Sta. Cruz. Biografia de Euclides.
O brilhante escritor é autor de "Contrastes e confrontos", "Peru versus Bolívia", "À margem da história", "Canudos, diário de uma expedição". Ver e-livros de E. da Cunha
Texto baseado no livro: Momentos do livro no Brasil. comprar
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