ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

29 janeiro, 2008

HISTÓRIA DO LIVRO NO BRASIL

CAPÍTULO VII
José Olympio - um pioneiro do mercado editorial brasileiro
Natural de Batatais, José Olympio, de origem humilde, chegou em São Paulo em 1918 para fazer faculdade de Direito e se empregou num armazém de secos e molhados. Como tendo o armazém falido, acabou por conseguir um emprego na Casa Garraux, ponto de encontro de intelectuais e políticos. Logo despontou como excelente funcionário e, de balconista, tornou-se gerente. Foi nesta época que fez muitos amigos influentes. Em 1931 partiu para o negócio de livros por sua própria conta. Comprou, com ajuda de amigos, 10 mil volumes da biblioteca de Alfredo Pujol, e lançou, já com a marca Editora José Oympio, seu primeiro título: Conhece-te a ti pela psicanálise, de Joseph Ralph. Tamanho foi o sucesso que o livro ficou por mais vinte anos no catálogo. Já aí demonstrava seu "faro" de editor.
A instabilidade político-social, propiciada pela Revolução de 1932, fez a editora interromper momentaneamente suas atividades. Insatisfeito com a estagnação do mercado editorial de São Paulo transferiu-se para o Rio de Janeiro. Foi então que um outro sucesso editorial, Os párias, de Humberto de Campos, consolidou sua posição ainda mais.
J. Olympio inaugurou uma política inédita no mercado editorial de então: o pagamento adiantado dos direitos autorais. Com isso ganhava simpatia dos autores e fez da sua Casa um ponto de encontro de intelectuais, professores, jornalistas, que se tornaram seus habitués.
Editou sucessos como Raízes do Brasil, de Sérigo Buarque de Holanda, e Vidas Secas de Graciliano Ramos, além de Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre e Guimarães Rosa. Foi, por isso, responsável direto pelo surgimento e popularização desses grandes nomes da cultura brasileira.
Os tempos começaram a mudar para o pioneiro J. Olympio e sua editora; a Segunda Guerra fez sua linha editorial orientar-se para as traduções de clássicos da literatura mundial, como Balzac, Dostoievski, Jack London, Tolstoi. Outro fato, o surgimento da Livraria Editora Martins, cujas convicções políticas antigetulistas atrairam rapidamente os intelectuais e conquistaram o público leitor, causou um certo vazio na Casa. Assim foi, que de 1960 em diante, a velha Casa se voltou para o mercado de livros didáticos e logo teve filiais em sete capitais. Em 1962 já figurava entre as quinhentas maiores empresas do país, sendo o primeiro editor a ter ações na bolsa.
Originalidade na política de direitos autoriais, lançamento e popularização dos grandes nomes da literatura, preocupação com a estética, inovação no método da crítica nas "orelhas" dos livros e adoção do método domiciliar de vendas. José Olympio simboliza, por isso, um marco no mercado editorial brasileiro.
Texto baseado no livro: Momentos do livro no Brasil. comprar

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2 Comentários:

  • Às 3:16 AM , Anonymous Leandro Raimundini disse...

    Adorei a matéria.Muito bem explicada e rica em detalhes.
    José Olympio é patromônio de Batatais-SP

     
  • Às 3:21 AM , Anonymous Leandro Raimundini disse...

    Eu tambem sou de Batatais e conheço um pouco da história deste gênio. Ele tambem descobriu e levou pra fama Carlos Drummond de Andrade,Publicou obras de Jorge Amado e outros Imortais.

     

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