ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

09 maio, 2008

ÀS VÉSPERAS DE SEUS 80 ANOS, PRIMEIRA CASA MODERNISTA DO BRASIL ESTÁ FECHADA

A casa no número 325 da rua Santa Cruz, na Vila Mariana (zona sul), deveria estar sendo preparada para uma festa. Antiga residência do arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik -que projetou clubes como A Hebraica, Tietê e Pinheiros- foi a primeira casa modernista do país e completa, em julho, 80 anos. Vizinhos que brigaram pelo seu tombamento, porém, dizem que não há motivo para comemorar.A área de 12.800 m2, cercada por muros altos e com seguranças no portão, é aberta ao público, mas quase não recebe visitantes. Do lado de dentro, o jardim tem mato alto e troncos caídos pelo chão. Alguns têm marcas que evidenciam o corte recente; outros já apodreceram. No local onde se lê "bambuzal", as varas estão deitadas.
A sede, parcialmente recuperada em 2006 com uma obra que custou R$ 1 milhão à Secretaria de Estado da Cultura, nunca foi aberta. Nos tapumes que cercam a construção há um recorte, do tamanho de um caderno, onde se lê "vista da casa modernista". Quem se aproxima vê os fundos da casa e, com esforço, reconhece a piscina -encoberta por folhas secas.
O casal Dagmar Zibas, 71, e Francisco Zibas, 73, fala com tristeza do abandono. Em 1983, eles reuniram vizinhos, fizeram manifestos e evitaram a derrubada da casa para a construção de prédios. No ano seguinte, o Condephaat (órgão estadual de defesa do patrimônio) tombou o imóvel, mas nunca o recuperou."Se alguém jogar um cigarro aqui, pega fogo em tudo por causa deste mato seco", diz Francisco. "A gente não consegue nem ver como está lá dentro", reclama Dagmar.
O Estado transferiu o patrimônio para o município. Segundo a Secretaria Municipal da Cultura, a transferência foi "concluída" no mês passado. A assessoria informou que há projetos para transformar o local em espaço expositivo, mas sem prazo.
A moderna octogenária não está pronta para visitas.
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Comentário do Silvio:
Quando o Collor assumiu a presidência, os funcionários que tomavam conta da casa, que sabe-se lá porque eram funcionários federais, foram sumariamente demitidos, com a justificativa de que eram “marajás” e a mesma ficou ao Deus dará por uns dois anos.
Foi invadida, depredada, metais sanitários, louças sanitárias e esquadrias metálicas foram roubadas, o local se transformou em ponto de reunião de drogados. Atualmente da casa só restam as paredes, se é que ainda estão lá, os tijolos talvez já tenham sido também roubados!
Por essa época fundei a Entrelivros no Nº 1056 da Rua Santa Cruz e acompanhei do lado de cá do muro o desmonte daquele patrimônio cultural.
A Casa Modernista é o retrato do tratamento concedido à cultura e à memória dos bens culturais, pelos governos atuais e anteriores!

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