BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE MUDA DE DIREÇÃO

Segundo reportagem publicada na imprensa, Luís Francisco Carvalho Filho decidiu deixar o cargo após mais de 3 anos. Direção será assumida por Bianca Ruiz.
Depois de mais de três anos, o advogado Luís Francisco Carvalho está deixando o cargo de direção da Biblioteca Mário de Andrade, antes da conclusão da reforma que seria o maior marco de sua gestão.
Carvalho Filho disse à reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" que deixa o cargo "para cuidar da vida privada" e que não sai frustrado por não ver as reformas concluídas: "Gostaria que as coisas tivessem se desenvolvido mais rapidamente. Pagamos o preço de ser o primeiro projeto da prefeitura com financiamento do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento], mas o resultado é positivo".

Segundo ele, o BID emprestou os R$ 15,87 milhões para a reforma mas impõe padrões para liberar a verba com os quais a administração pública não está habituada.
A direção será assumida pela administradora Bianca Ruiz que fica, segundo Carvalho, com um orçamento que é praticamente o triplo de quando ele assumiu - passou de R$ 1,45 milhão em 2005 para R$ 4,35 milhões no início deste ano.

Outra mudança é a transformação da instituição em departamento, o que possibilitou que adquirisse autonomia orçamentária em relação ao departamento das bibliotecas municipais de São Paulo. Antes, para comprar uma lâmpada, a segunda maior biblioteca do país tinha de pedir a verba ao departamento de bibliotecas.
Atualmente, o prédio, inaugurado em 1942, está fechado para o público por causa das obras. A reforma do prédio principal deve ficar pronta em um ano, mas a segunda fase do projeto, a construção de um edifício ao lado da sede para desafogar a torre de 22 andares, ainda nem começou.
O projeto, realizado pelo escritório de arquitetura Piratininga, pretende mudar o conceito da biblioteca. O prédio projetado pelo francês Jacques Pilon (1905-1962) ganhará duas novas entradas (na av. São Luís e na praça Dom José Gaspar), um mezanino - onde o público terá acesso ao acervo circulante, com capacidade para 60 mil livros - e sala de internet. Os outros andares estarão destinados a pesquisadores, que serão atendidos com hora marcada.
A parte invisível da reforma levou a biblioteca a esvaziar sete andares, onde estavam guardados jornais e revistas, alocados temporariamente numa área de 1.000 m2 no Pari (zona leste). Com esse deslocamento, a biblioteca conseguiu espaço para algo que deveria ser rotineiro, mas é uma raridade na Mário de Andrade: a compra de novos títulos. No ano passado, foram comprados 2.077 títulos e a biblioteca recebeu outros 1.971 como doação.
Desde 1992, na gestão da prefeita Luiza Erundina, a Mário de Andrade não fazia compras nessa escala. Foi a secretária de Cultura de Erundina, Marilena Chaui, que começou a mudar a biblioteca. Eram de 1992 as caixas fechadas que Carvalho Filho encontrou sobre uma estante. Elas continham 1.800 títulos, em inglês e francês, que haviam sido comprados por Chaui e permaneciam intactas quase 15 anos depois.
As informações são do jornal "Folha de São Paulo"
Fonte: Mario Cesar Carvalho, da "Folha de S. Paulo"
Leia a matéria na íntegra: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2904200811.htm
http://www.aber.org.br

Comentário do Silvio:

Os 1800 títulos adquiridos na gestão Luiza Erundina, passaram pelos prefeitos: Paulo Salim Maluf, Celso Pitta, Marta Suplicy "relaxa e goza" e três meses de gestão José Serra. Dá para perceber a maneira que estes prefeitos cuidam da cultura! Dois da relação acima se declaram candidatos a uma nova gestão como prefeitos desta cidade. Pense bem eleitor: Não repita a mesma cagada duas vezes!