LIVROS
Editora cancela livro sobre esposa infante de Maomé
Uma editora americana cancelou os planos para lançar um livro de ficção sobre a noiva infante do profeta Maomé devido a temores de que a obra provoque violência.
A novela The Jewel of Medina (A Jóia de Medina) seria o livro de estréia da jornalista Sherry Jones e deveria chegar às livrarias na próxima terça-feira.
A editora Random House disse que o livro "pode ser ofensivo" a alguns muçulmanos e que ele "poderia incitar atos de violência em um segmento pequeno e radical".
"Nós decidimos, depois de muita deliberação, adiar a publicação", afirma uma nota divulgada pela editora americana, assinada por Thomas Perry, um dos diretores.
A decisão foi tomada "pela segurança do autor, dos empregados da Random House, vendedores e qualquer um que possa estar envolvido na distribuição e venda desta novela."
A novela conta a vida de A'isha, que é geralmente considerada a esposa favorita de Maomé, desde o seu noivado, aos seis anos de idade, até a morte do profeta.
A autora disse que ficou chocada ao descobrir, em maio, que a publicação de seu livro seria adiada sem previsão de data.
'Pornografia'
A decisão da editora só veio a público depois que a escritora e acadêmica muçulmana Asra Nomani revelou o caso em sua coluna no jornal americano The Wall Street Journal.
Nomani disse que a editora teme uma reação semelhante à publicação do livro Versos satânicos, do britânico Salman Rushdie.
Em 1988, o livro provocou indignação em parte do mundo muçulmano. Uma fatwa – ou ordem de execução – foi declarada contra Rushdie pelo então líder espiritual iraniano, aiatolá Khomeini, forçando o autor a viver escondido por uma década.
No seu artigo, Nomani diz que o papel da professora Denise Spellberg, da Universidade do Texas, foi fundamental para impedir a publicação do livro.
Spellberg, que leu The Jewel of Medina, teria ditto que o livro é "feio", "estúpido" e "levemente pornográfico".
A professora respondeu, em artigo para o mesmo jornal, que ela não teria conseguido impedir sozinha a publicação do livro.
"Eu senti que era meu papel alertar a imprensa sobre o potencial desta novela de provocar ira entre alguns muçulmanos", escreveu ela.
A autora de The Jewel of Medina disse que nunca visitou o Oriente Médio, mas passou anos estudando história árabe. Ela disse que sua novela é uma síntese de tudo que aprendeu.
"Eles tiveram uma grande história de amor", disse Sherry Jones, sobre Maomé e A'isha. A autora acabou de terminar uma seqüência do livro, sobre a vida adulta da protagonista.
A Random House disse que a autora é livre para procurar outra editora.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080810_livro_maome_dg.shtml
A novela The Jewel of Medina (A Jóia de Medina) seria o livro de estréia da jornalista Sherry Jones e deveria chegar às livrarias na próxima terça-feira.
A editora Random House disse que o livro "pode ser ofensivo" a alguns muçulmanos e que ele "poderia incitar atos de violência em um segmento pequeno e radical".
"Nós decidimos, depois de muita deliberação, adiar a publicação", afirma uma nota divulgada pela editora americana, assinada por Thomas Perry, um dos diretores.
A decisão foi tomada "pela segurança do autor, dos empregados da Random House, vendedores e qualquer um que possa estar envolvido na distribuição e venda desta novela."
A novela conta a vida de A'isha, que é geralmente considerada a esposa favorita de Maomé, desde o seu noivado, aos seis anos de idade, até a morte do profeta.
A autora disse que ficou chocada ao descobrir, em maio, que a publicação de seu livro seria adiada sem previsão de data.
'Pornografia'
A decisão da editora só veio a público depois que a escritora e acadêmica muçulmana Asra Nomani revelou o caso em sua coluna no jornal americano The Wall Street Journal.
Nomani disse que a editora teme uma reação semelhante à publicação do livro Versos satânicos, do britânico Salman Rushdie.
Em 1988, o livro provocou indignação em parte do mundo muçulmano. Uma fatwa – ou ordem de execução – foi declarada contra Rushdie pelo então líder espiritual iraniano, aiatolá Khomeini, forçando o autor a viver escondido por uma década.
No seu artigo, Nomani diz que o papel da professora Denise Spellberg, da Universidade do Texas, foi fundamental para impedir a publicação do livro.
Spellberg, que leu The Jewel of Medina, teria ditto que o livro é "feio", "estúpido" e "levemente pornográfico".
A professora respondeu, em artigo para o mesmo jornal, que ela não teria conseguido impedir sozinha a publicação do livro.
"Eu senti que era meu papel alertar a imprensa sobre o potencial desta novela de provocar ira entre alguns muçulmanos", escreveu ela.
A autora de The Jewel of Medina disse que nunca visitou o Oriente Médio, mas passou anos estudando história árabe. Ela disse que sua novela é uma síntese de tudo que aprendeu.
"Eles tiveram uma grande história de amor", disse Sherry Jones, sobre Maomé e A'isha. A autora acabou de terminar uma seqüência do livro, sobre a vida adulta da protagonista.
A Random House disse que a autora é livre para procurar outra editora.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080810_livro_maome_dg.shtml
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