ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

20 agosto, 2008

PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Fortaleza - Igreja de Parangaba apresenta rachaduras
Processo de tombamento da Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, na Parangaba, chega em um momento em que o prédio carece de pintura e reforma no teto. Estrutura já apresenta algumas rachaduras.
Dentre os 15 imóveis tombados pelo Municípios estão a Igreja de Parangaba e o Mercado da Aerolândia.
O Mercado da Aerolândia, cuja construção remonta ao fim do século XIX, é um retrato vivo do descaso das autoridades para com o patrimônio histórico e arquitetônico da Cidade. Abandonado, o local parece uma sucata, já que sua estrutura é de ferro, além de ter sofrido descaracterização na sua concepção original, devido à interferência dos permissionários. Apesar de questionado, por não garantir preservação e conservação de um bem, a Prefeitura Municipal de Fortaleza lança mão ao mecanismo do tombamento para os seguintes imóveis: Mercado da Aerolândia e Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, na Parangaba.
A paróquia — que data do século XIX, quando foi erguida uma capela na então aldeia de Porangaba — se encontra nos dias de hoje em bom estado de conservação, pelo menos, aparentemente, mas necessita de uma reforma urgente no teto e uma pintura, explica Terezinha de Jesus Lopes Brito, secretária da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Aflitos.
Reforma
Ela conta que a ordem de tombamento chega quando seria iniciada uma reforma. “Pelo menos no teto e uma pintura”, revela a secretária, reclamando das dificuldades que terão para fazer alguma intervenção.“Não podem mudar o piso”, diz, afirmando que a Prefeitura não dispõe de recursos. A Igreja pretende aderir ao programa “Nossa Nota”, no sentido de conseguir fundos para ajudar na reforma.O forro precisa de reparo, assim como podem ser vistas algumas rachaduras. Quanto às imagens estão bem conservadas. A secretária acrescenta que ouviu falar “verbalmente” sobre o tombamento do prédio da Igreja, em março deste ano, “quando a gente queria fazer uma reforma”.
A professora Ivone Cordeiro, titular da Coordenação do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), esclarece que esteve reunida com uma equipe da Paróquia de Parangaba. “Estamos esperando pela apresentação do projeto de reforma”, cita. É que cabe à Prefeitura acompanhar o projeto e orientar a sua execução, como por exemplo, verificar o material utilizado. Além de determinar o que pode e o que não pode ser feito.
Os seis remanescentes dos cerca de 50 permissionários do Mercado da Aerolândia, cuja construção remonta ao fim do século XIX, receberam sem entusiasmo a notícia de que o imóvel foi tombado, o que significa, integrar de forma legal, a lista do patrimônio arquitetônico da Cidade.“Tombar para fazer o quê?”, indagou Francisco de Assis Barbosa, 84 anos, há 40, vende frutas e verduras no local. Segundo esse permissionário atualmente esse mercado “está caindo aos pedaços”.
PROJETO PREVÊ RESTAURO
Mercado enfrenta descaracterização
Tombar é diferente de preservar. O tombamento é um ato que basta uma assinatura no papel, não importando a situação em que se encontre o imóvel, como é o caso do Mercado da Aerolândia, cujas características originais já foram alteradas. A Prefeitura prevê um projeto de restauração, que significa, muitas vezes, recompor camadas que não existem mais, sendo reinventadas.
Algumas partes do telhado foram levadas pelo vento, assim como faltam pedaços de ferro na sua estrutura. “Mandei emplacar (forrar com alvenaria) o meu box”, acrescenta Francisco de Assis Barbosa, confirmando a intervenção feita no imóvel. Faltam partes do piso original.
Legislação
A preservação de um bem não passa, necessariamente, pelo processo de tombamento. No caso da preservação e conservação basta uma legislação específica, que pode incluir incentivos fiscais, por exemplo.
Para o Mercado da Aerolândia, a Prefeitura de Fortaleza acena com o tombamento e o projeto de restauro, faltando garantir a sua conservação.
Raimundo Sebastião da Costa, 90 anos, orgulha-se de ter sido o primeiro a entrar no mercado, na década de 1960. Descrente diz: “Já fizeram cerca de 30 projetos e nenhum foi executado”. Reclama da falta de compradores.“Estamos com um projeto de restauro para o Mercado da Aerolândia”, garante a Ivone Cordeiro, prometendo ir captar recursos para a sua execução. Embora admita que, aparentemente, o prédio esteja bastante “maltratado”, afirma que a restauração será suficiente. Disse que o uso do local está sendo discutido e a comunidade deverá participar.
IRACEMA SALES
Diário do Nordeste
Rio Grande perde parte de seu patrimônio portuário
A obra de ampliação dos Molhes da Barra é um dentre tantos empreendimentos que apontam um futuro promissor para Rio Grande. Concluído em 1º de março de 1915, os dois braços de pedra garantem segurança às embarcações que atracam no porto do Município e, com a reforma, deverá garantir a entrada de navios ainda maiores. Entretanto, enquanto um novo cenário começa a tomar forma, parte da história e do patrimônio de uma das maiores obras de engenharia hidráulica está sendo perdida. Algumas casas habitadas por descendentes de trabalhadores que atuaram na construção dos Molhes encontram-se em péssimas condições. Uma delas, inclusive, já foi demolida pela guarda portuária.
A história inicia com a construção dos Molhes da Barra. Para tanto, técnicos e profissionais de diversos países se deslocaram até Rio Grande. Na época, algumas casas foram construídas para abrigar os funcionários envolvidos no empreendimento, além de servir para a prestação de serviços diretamente relacionados com a obra, como unidade de saúde e setor de monitoramento meteorológico. Tais imóveis resistem à força do tempo sem contar com qualquer tipo de estímulo público ou privado, e abrigam parte da história e da cultura náutica da cidade, além de espelhar um dos projetos de engenharia mais notório em todo o mundo até hoje.
Cerca de 4 mil pessoas atuaram ao mesmo tempo na construção dos Molhes da Barra, volume maior que o constatado na criação do dique seco.
A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) não dispõe de nenhum projeto para a preservação patrimonial destes imóveis e locais que escondem parte do desenvolvimento portuário no Município. Caso nenhuma ação seja tomada, o porto continuará crescendo, mas deixará para trás parte de sua história.Na tentativa de reverter este quadro, a Associação Rio-grandense de Proteção do Patrimônio Arqueológico (Arppa) há um ano atua na realização de pesquisas e estudos sobre a arqueologia náutica em Rio Grande. A entidade conta com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que disponibiliza pesquisadores, alunos e professores dos cursos de História, Oceanologia e Arqueologia. A universidade ainda contribui com intercâmbio pessoal e logístico para a realização dos trabalhos, por meio do Laboratório de Ensino e Pesquisas em Antropologia e Arqueologia (Lepan).
Através de saídas de campo, eles colhem informações entre os familiares de trabalhadores portuários, além de trabalhar na verificação do solo. "Diferente dos historiadores, não utilizamos documentos nem livros para realizar nossas pesquisas. Estas são feitas a partir do estudo de patrimônio material e imaterial (entrevistas)", explica o pesquisador da associação, Rodrigo de Oliveira Torres."Nosso objetivo não é se voltar contra os empreendimentos anunciados para a cidade ou perante outros que estão por vir. Pelo contrário: a intenção é estudar melhor como processos anteriores de desenvolvimento portuário ocorreram no século passado, o que acaba explicando muito do que está acontecendo agora", exalta ele.
Para tanto, o projeto intitulado Monitoramento Arqueológico tem como objetivo produzir conhecimento para que ações possam ser colocadas em prática. "A intenção é preservar o patrimônio cultural marítimo, fazendo cumprir a lei sem deixar de pensar no futuro da cidade", coloca o integrante da Arppa.
A deterioração destas casas, segundo o pesquisador, reflete na política de preservação do patrimônio do Município, "que acaba sendo mais discursiva do que efetiva", fala o pesquisador.
Os estudos realizados pela Arppa deram origem a um relatório que já foi pauta de reuniões entre a entidade e a SUPRG. Até o momento, o porto não deu nenhuma posição sobre quais medidas deverão ser tomadas para a preservação da memória náutica ainda presente em Rio Grande. "A arqueologia é investigativa. Busca na cultura materiais que contam a história, o passado. As casas fazem parte deste círculo, além do solo e das próprias pessoas, consideradas fontes orais, relatoras do que já ocorreu aqui em outras épocas através de seus descendentes. É assim que se resgata a memória para que o futuro possa ser compreendido, levando em consideração valores sociocultural e ambiental", diz Torres.
Denúncia ao Ministério Público
Com a demolição de uma destas casas, o Leban apresentou denúncia ao Ministério Público Estadual, a fim de garantir a preservação das demais residências ainda encontradas em diversos pontos da 4ª Secção da Barra.

A casa demolida, segundo o pesquisador, pode ter sido uma residência, uma unidade de saúde ou até mesmo um posto meteorológico. "Não tivemos tempo de concluir o levantamento. Mas estas informações foram obtidas através do resgate de louças e demais equipamentos encontrados no local, como móveis", enfatiza.
Moradores fazem parte da história.

Sem informação, os moradores que vivem nestas casas desconhecem a importância dos imóveis e aguardam por uma solução que lhes traga maior conforto. "Estas famílias carregam parte da memória do antigo Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais (Deprec)", finaliza Rodrigo de Oliveira Torres.
O avô de Renata Souza trabalhava como inspetor portuário. Atualmente, ela vive na casa 6, uma vez que todos os imóveis daquela época são identificados com placas. Atualmente, ela dribla o tempo para permanecer no local. "Várias tábuas estão apodrecidas e o último temporal desmanchou parte de uma parede. A casa era bonita, mas agora apresenta perigo de desabamento, o que já foi levantado pela própria guarda portuária", explica ela. A moradora conta que ainda possui móveis antigos. No entanto, desconhece a importância histórica do imóvel e do próprio local. "Não tenho condições financeiras para recuperar a casa. Por isso, acho que o melhor seria derrubá-la para que o porto não nos tire daqui", fala ela, que mora em espaço tido como de expansão portuária.
Além dos móveis e demais utensílios encontrados junto às casas, a associação identificou moldes em madeira e louças que representam o primeiro grande salto portuário da cidade.
Mônica Caldeira
Agora



Ouro Preto limita tráfego de ônibus no Centro Histórico

Mudança radical no trânsito do Centro Histórico de Ouro Preto, a 95 quilômetros de Belo Horizonte. Desde terça-feira, está proibida a circulação de ônibus na Praça Tiradentes e adjacências, sendo permitido apenas microônibus ou vans para o transporte de passageiros.
As empresas que não cumprirem a determinação da prefeitura estão sujeitas a multa de R$ 272 a cada infração e podem ter o contrato rescindido. Segundo o coordenador da Secretaria de Governo, advogado Marco Antônio Nicolato, até a tarde dessa quarta-feira foram registradas pelos fiscais do departamento de trânsito (Ourotran) mais de 20 ocorrências referentes a descumprimento do decreto municipal.
Em 11 de junho, a Justiça deu prazo de 60 dias para que o município fizesse as alterações no Centro Histórico, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. Uma semana antes, o promotor da comarca, Ronaldo Crawford, havia entrado com pedido de cumprimento de sentença, pois, em 2001, houve a determinação judicial proibindo o trânsito pesado na área central. “Como a prefeitura não conseguiu o efeito suspensivo da decisão no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), está fazendo o que deve para se livrar da multa. Vamos aguardar a condução do processo e esperamos que o recurso seja julgado improcedente, para garantir a preservação permanente do patrimônio de Ouro Preto e a segurança dos moradores”, afirmou Crawford.
Pelo decreto, só podem circular no Centro Histórico os seguintes tipos de veículos de transporte coletivo: microônibus com capacidade máxima de 40 passageiros, peso bruto total de 8 toneladas, 8,26 metros de comprimento, 2,35 metros de largura e 2,85 metros de altura ou vans com capacidade máxima de 16 passageiros.
Nicolato explicou que a orientação é priorizar o transporte via microônibus, uma vez que vans provocariam uma série de problemas na área central, inclusive superlotação, por causa da sua menor capacidade. A solução mais indicada para a questão do transporte coletivo na cidade, disse o advogado, está na licitação do transporte público. Ele disse que a prefeitura entrou com o recurso no TJMG, por entender que o prazo de 60 dias não era razoável para implantar um novo sistema de transporte.
Conforme nota oficial divulgada na tarde de ontem pela prefeitura, “há anos a administração pública vem tentando fazer a concorrência, embora todas as tentativas tenham sido suspensas por determinação judicial”. No município, das sete empresas de transporte – que trabalham com contratos precários de permissão – duas têm linhas passando no Centro Histórico. O Estado de Minas tentou contato com um representante dos grupos, mas não obteve sucesso. Além da multa, a empresa que não cumprir o decreto pode ter a permissão precária rescindida.
Caminhões
Desde o início de junho, a Prefeitura de Ouro Preto cumpre as determinações do termo de ajustamento de conduta firmado em abril entre o Ministério Público Estadual, via Coordenadoria das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, e o Executivo. Na época, transporte coletivo ficou de fora, já que a municipalidade pretendia resolver a questão mediante processo de licitação. Pelo TAC, ficou proibida a circulação de veículos de passageiros, de carga ou de uso misto que extrapolem 8 metros de comprimento; 3,5metros de altura, 2,6 metros de largura e peso bruto total superior a 7 toneladas –um exemplo são os caminhões de gás. Outro trecho do acordo determinou o horário para serviços de carga e descarga na região. A decisão de proibir o trânsito está em sintonia com a série de medidas sugeridas, há cinco anos, pela Unesco.
Uai.com

Monumentos históricos da Ossétia do Sul foram danificados em conflito
Vários monumentos históricos e culturais na região separatista georgiana da Ossétia do Sul foram danificados ou totalmente destruídos em decorrência das ações militares, informou hoje o Centro de Preservação do Patrimônio local."Muitos monumentos de valor histórico e cultural correm risco de serem demolidos", disse uma fonte do centro, que preferiu não ser identificada."Agora, temos a intenção de elaborar uma lista de nosso patrimônio cultural, determinar o estado das construções e o grau de deterioração e nos dirigir à Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura)", acrescentou."Uma construção arquitetônica do século III, um complexo único situado no leste de Tskhinvali (capital da Ossétia do Sul) junto às antigas muralhas, ficou totalmente destruída como conseqüência das ações militares", destacou.Além disso, a igreja de São Jorge ficou danificada. O monumento data dos séculos VIII e IX, e suas paredes, agora, apresentam rachaduras."A igreja de Nossa Senhora Santíssima do século XVII se mantém de pé, embora o edifício apresente rachaduras e outros danos. As celas e o campanário ficaram danificadas, a explosão dos projéteis atingiu o pátio e as construções divisórias", acrescentou a fonte.A sinagoga de Tskhinvali também sofreu danos, enquanto o monumento e a casa-museu do lingüista russo Vasily Abaev ficaram totalmente destruídos.Além disso, foi queimado o edifício que abrigava antigamente o Parlamento e os ministérios de Assuntos Exteriores, Saúde e Cultura da autoproclamada república, construído nos anos 1930 e considerado uma construção de valor arquitetônico da URSS.
Gazeta Online


Alunos da Belas Artes da UFRJ e Exército restauram igreja do século 18 no Rio
Construída no século 18 pela ordem dos padres franciscanos, a igreja de Bom Jesus da Coluna foi reaberta ontem, no Rio, após a conclusão do projeto de restauração iniciado em janeiro.
A igreja ficava em um terreno pertencente ao Exército na Ilha do Bom Jesus, uma das nove que foram aterradas para a construção da cidade universitária, na Ilha do Fundão. O templo foi recuperado a partir de uma parceria entre a Funceb (Fundação Cultural do Exército Brasileiro) e a Escola de Belas Artes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O BNDES investiu R$ 1,4 milhão na obra.
A supervisão técnica ficou a cargo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional), que cuidou para que as intervenções realizadas pela equipe de restauro não alterassem os elementos arquitetônicos e decorativos originais. Tombada em 1964, a igreja é um marco da arquitetura colonial no Rio.
"A obra da igreja mobilizou cerca de 30 pessoas, entre restauradores e construtores civis", disse Eduardo Ferran, engenheiro da obra. A restauração revelou detalhes escondidos pelo tempo e pelas má preservação do templo. No portal foi encontrada uma inscrição que indica o ano em que, possivelmente, a igreja foi inaugurada: 1703. Também foi descoberto um arco que dá passagem para a nave.
Durante as obras, foi ministrado um curso de restauro em madeira a alunos de graduação da Escola de Belas Artes. "O Exército propôs que a escola participasse da restauração, oferecendo um curso de extensão, ou seja, aberto à comunidade, do qual também fariam parte alguns militares. O Exército tem vários museus e, assim, ele passaria a ter pessoas capazes de auxiliar na conservação das obras de arte", disse o professor Carlos Terra, que coordenou o curso.
A partir de agora, a igreja de Bom Jesus da Coluna será aberta à visitação pública. Responsável pela igreja, o capelão militar, padre Lindemberg, declarou que está "felicíssimo por poder entregar esse patrimônio histórico, militar e religioso à cidade do Rio de Janeiro e ao Brasil".
Folha Online



Começa em Teresina o fórum de arquivos
Organização do evento havia colocado à disposição dos participantes um total de 100 vagas.
O Governo do Estado, através da Fundação Cultural do Piauí (Fundac) e do Arquivo Público Estadual, iniciou nesta segunda-feira (18), o I Fórum de Políticas de Arquivos para o Estado do Piauí, com visitação dos participantes a
exposição 99 Anos do Arquivo Público do Estado do Piauí e entrega do material para as conferências.
O I Fórum de Políticas de Arquivos para o Estado do Piauí se prolonga até o dia 21 de agosto, no Auditório Francisca Trindade - Escola Fazendária, na Avenida Pedro Freitas, no Centro Administrativo. A organização do evento havia colocado à disposição dos participantes um total de 100 vagas que foi ampliado para 120 em face do interesse que o evento despertou.
A coordenadora do Arquivo Público, Síria Emerenciana Nepomuceno Borges, ressaltou aos visitantes que o encontro se destina à formação de uma mentalidade positiva em relação não ao assunto, mas a criação de sistema estadual de arquivos não só para preservar e sim para criar e conservar a documentação hoje existente.
Os participantes estiveram nas diversas salas do arquivo no centro da capital para conhecer documentos raros e técnicas de conservação e preservação do acervo documental do Estado. Na exposição estava o livro em que o presidente da Província do Piauí, José Antônio Saraiva, eleva à categoria de cidade a Vila Nova do Poti, denominando-a Teresina e transfere para ela a sede do Governo da Província do Piauí com todos os estabelecimentos e repartições públicas.
Outro documento importante disponível para os visitantes é a ata de criação da Câmara da Vila Nova do Poti "aos 21 dias do mês de novembro de 1833”. A visitação começou pelo primeiro piso do prédio do Arquivo deslocando-se depois para as salas, onde estão guardadas caixas arquivos com documentos históricos desde a formação do Estado até atos administrativos e anais dos poderes constituídos.
Programação do I Fórum
O evento realizado em Teresina, segundo Síria Nepomuceno Borges, teve seu início ainda na noite de domingo (17), quando ocorreu, no Espaço de Conveniência da Universidade Federal do Piauí, a abertura do Congresso Internacional de História e Patrimônio Cultural, que se prolonga até o dia 22.
Dia 19 de agosto
8h - Abertura - Significados de uma Política de Arquivos
9h - Lanche
9h30 - Políticas Públicas para Arquivos, com o conferencista Jaime Antunes da Silva, diretor-geral do Arquivo Nacional e Presidente do Conarq (Conselho Nacional de Arquivos)
Dia 20 de agosto
8h - Uma Política Municipal de Arquivos - perspectivas e resultados, com a conferencista Daise Apparecida de Oliveira, presidente do Fórum Nacional de Dirigentes de Arquivos Municipais.1
0h30 - Lanche
11h - Lançamento do Guia do Arquivo Público do Estado do Piauí, com a conferencista Síria Emerenciana Nepomuceno Borges, coordenadora do Arquivo Público do Estado do Piauí.
Dia 21 de agosto
8h - Sistema Estadual de Arquivos: Experiência do Arquivo Público do Estado de São Paulo, com o conferencista Carlos de Almeida Prado Bacellar, coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo
10h - Lanche
10h30 - Arquivos Públicos do Estado do Piauí - realidade e perspectivas, com a conferencista Terezinha Mary Cortez, técnica arquivista do Arquivo Público do Estado do Piauí.
11h30 - Resultados dos Trabalhos do I Fórum de Arquivos
Ccom
180 Graus



Salvador - Iphan solicita que obra na Barra seja paralisada
Obras de “requalificação” mudam paisagem secular da Barra e seguem provocando discussões.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) quer que as obras na calçada entre o Porto da Barra e o Barravento sejam paralisadas. O argumento é que o projeto apresentado inicialmente pela prefeitura para ser avaliado pelo órgão responsável pela proteção do patrimônio, como determina o Decreto 25, foi extrapolado.
De acordo com o superintendente Leonardo Falangola, a autorização para alteração da paisagem na área – que tem quatro bens tombados a nível nacional e estadual – foi concedida estritamente para que as pedras portuguesas fossem substituídas por concreto e placas de granito.
“As obras não conferem com o que foi licenciado”, constatou pessoalmente Falangola. Segundo ele, não houve análise de postes azuis de aço galvanizado com lâmpadas mais intensas direcionadas para o mar e para a pista, nem de subtração e replantio de vegetação, porque esses itens não constavam do documento que recebeu e no qual se baseou para aprovar. “Obviamente, os postes não vão ser colocados. E a modificação na massa vegetal, mesmo que necessária, eles não encaminharam”, disse.
Falangola reafirmou que o Iphan não considera que a substituição das pedras portuguesas cause qualquer dano aos bens tombados em 1938, a nível nacional – Forte Santo Antônio e Forte de Santa Maria, ambos do século XVII. Reconhece os espaços entre um forte e outro como entorno mas não acha que a troca de materiais cause qualquer interferência negativa à leitura e à “visibilidade” deles.
Diante da repercussão que o caso teve, o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) Frederico Mendonça e o superintendente do Iphan, Leonardo Falangola, reuniram-se esta semana na sede desta instituição e, no mesmo dia, o Iphan oficiou a prefeitura para que parasse as obras. Leonardo Falangola disse que as obras estão sendo paralisadas, mas, ontem, tratores e trabalhadores operavam na área. Procurada pela reportagem, a prefeitura não falou sobre o assunto.
Diferentemente do Iphan, o diretor do Ipac pontuou que a conversa com Falangola poderá, sim, levar a uma mudança de posicionamento do Ipac em relação às pedras portuguesas. “Houve uma mudança de paginação [em relação ao projeto]. Eles agregaram mobiliário urbano e pode haver problemas para a visibilidade dos monumentos.
Estamos reabrindo a discussão, também das pedras portuguesas, em decorrência dessa nova demanda da opinião pública”, afirmou.
O presidente da Associação Viva Salvador Dimitri Ganzelevitch, responsável pela denúncia ao Ministério Público, ficou satisfeito com a carta que Caetano Veloso escreveu para A TARDE. Nela, o artista defende a opinião dos especialistas sobre o Porto da Barra, que nunca deixou de freqüentar. Ganzelevitch valorizou a disposição do órgão estadual responsável pela proteção do patrimônio em reavaliar sua posição.
“Acho que o Ipac já tinha se pronunciado de forma coerente na audiência, no MPE. E não podia ser diferente. Ele existe para isso, para preservar, e não para institucionalizar os absurdos. Lamento que o Iphan tenha se refugiado atrás da interpretação básica das leis, citando números de leis, e preservado uma evidente falta de entendimento do que seja patrimônio. Isso é grave. O Iphan deve entender que a preservação de um patrimônio não pode se limitar unicamente a ele. Sem um entorno, ele não se constitui”, disse Ganzelevich.
“Outra coisa é que pedras portuguesas estão sendo colocadas na Pituba. Quer dizer que o que é bom para a Pituba, não é bom para a Barra? Isso é uma incoerência”, reclamou.
O professor da da Ufba Ordep Serra, autor de uma carta ao MPE e ex-diretor do Ipac, afirmou que o Ipac e o Iphan ficaram do lado da não-preservação: “Não agiram como se espera. Eu tenho que lamentar a inércia técnica dos órgãos que cometem pareceres de tão baixa qualidade. É impossível acreditar que a percepção de paisagem esteja tão ausente desses órgãos. Pretendo reclamar do Iphan e colocar sob juízo esses pareceres. Eu quero estudá-los e contestá-los. Vai haver reação. Nós não vamos deixar isso do jeito que está”.
A Tarde Online

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