CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 9-03-09
Luanda – Os diversos aspectos da cultura angolana, com particular enfoque para música e dança, têm despertado um interesse cada vez maior por parte dos portugueses nos últimos tempos, segundo o ministro conselheiro da Embaixada de Angola neste país, Rui Orlando Xavier.
O diplomata, que falava quinta-feira à Angop a propósito da visita que o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, efectuará a Portugal, acrescentou que os portugueses, nas mais distintas classes e faixas etárias, demonstram hoje mais abertura aos valores culturais angolanos.
Neste sentido, acrescentou que tem havido um grande intercâmbio tanto ao nível institucional, como por parte dos particulares, com a existência de trocas de grupos culturais e a mostra e exibição de artistas de um ou de outro país.
Deu a conhecer que ao nível de escolas primárias tem se verificado uma coisa pouco frequente com a cultura dos outros países, uma vez que a embaixada é solicitada com frequência para a promoção de acções culturais nas suas escolas em dias especiais de norte a sul de Portugal.
Para o diplomata, Rui Orlando Xavier, esta é uma demonstração de que existe uma avidez de conhecimento da cultura angolana neste país que alberga cerca de 40 mil angolanos.
Por este facto é que considera, também neste sector, que a visita do Chefe de Estado angolano é extremamente importante, porquanto ela vem cimentar este nível de relações, caracterizada pelo incremento das relações políticas, económicas, culturais e científicas.
Angola Press
Ativistas do Greenpeace penduram régua no Elevador Lacerda
Na manhã desta sexta-feira (6), em Salvador, um grupo de ativistas do Greenpeace escalou o Elevador Lacerda e pendurou uma faixa de 40 metros, que simula uma régua gigante. A régua faz referência ao aumento do nível do mar, uma das consequências do aquecimento global. Segundo a assessoria do Greenpeace, a régua foi retirada no início da tarde, para evitar danos ao elevador, que, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é patrimônio cultural.
A manifestação foi a primeira atividade do grupo, composto apenas de membros do Greenpeace Brasil. Os ativistas devem ficar em Salvador durante todo o final de semana. Na próxima semana, o navio que leva o grupo deve seguir para o Rio de Janeiro.
Portugal - Ruínas da Sé vão ser musealizadas
A recuperação do claustro da Sé de Lisboa pode ganhar um novo fôlego com um novo grupo de trabalho que reúne técnicos, arquitectos, arqueólogos ou representantes da Igreja. As escavações estão paradas e ainda há muito para fazer.
Há mais de uma década que se iniciaram as escavações do Claustro da Sé de Lisboa, galeria quadrangular em torno de um pátio. Durante todo o processo, os arqueólogos foram descobrindo vestígios de várias épocas da História da Humanidade: construções datadas do século VI antes de Cristo, uma cidade romana e até um bairro islâmico da Idade Média - suspeita-se mesmo que haveria uma mesquita naquele local.
As escavações estão, contudo, paradas desde 2004. O público tem acesso à zona, é certo, através de um corredor estreito erguido sobre as ruínas. Mas o trabalho não está ainda terminado e urge reunir condições propícias para uma boa fruição da herança histórica. O telhado "provisório" vai protegendo as ruínas e os visitantes da chuva mas em determinados cantos até já crescem plantas.
"É importantíssimo que as pessoas tenham conhecimento da importância do património que ali se encontra e é necessário que as ruínas se tornem musealizadas", afirmou ao JN o professor Luís Marques, director da recém-criada direcção regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, instituição que agora acumula as competências das extintas extensões regionais do IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico), do IPA (Instituto Português de Arqueologia) da Direcção-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
"É necessário terminar o trabalho e torná-lo disponível ao público", prossegue, consciente de que tudo isto é "um processo longo e demorado". Luís Marques frisou que o objectivo passar por transformar as ruínas "numa espécie de museu que permita a qualquer visitante perceber que estas estruturas ou estes objectos pertencem ao período árabe ou ao período romano e que haja compreensão sobre este diferentes elementos que se encontram no espaço".
Como tal, há poucas semanas foi criado um grupo de trabalho representativo dos diferentes domínios de intervenção e de do ponto de vista institucional com o objectivo de levar avante aquilo que ainda falta fazer. Dele fazem parte engenheiros, arquitectos, arqueólogos, historiadores de arte ou, entre outros, responsáveis da Igreja e da Câmara Municipal de Lisboa.
Actualmente está já a ser feito um estudo estrutural da Sé de Lisboa de forma a diagnosticar as patologias todas do monumento, que, ao mesmo tempo, vai tentar complementar estudos feitos anteriormente. O professor não arrisca, contudo, lançar uma data para a conclusão da totalidade das intervenções no claustro. "Isso depende das condições financeiras disponíveis", explica.
"Quando as coisas estiverem arranjadas e musealizadas, isto será muito apreciado", afirmou, por seu turno, a arqueóloga Alexandra Gaspar, quando questionada se acaso a população portuguesa terá noção da riqueza do património histórico que ali esteve debaixo de terra durante vários séculos.
A arqueóloga da Direcção Nacional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo mostrou-se "confiante" com uma maior celeridade da recuperação do claustro depois da criação deste novo grupo de trabalho. "As escavações estão praticamente terminadas", disse, "e agora é preciso fazer a musealização".
Governo prepara pacote anticrise para cultura
SÃO PAULO - O Ministério da Cultura brasileiro está trabalhando num pacote anticrise, tentando amenizar o impacto da turbulência econômica na cultura nacional. A notícia do pacote anticrise foi adiantada ao jornal O Estado S. Paulo por Alfredo Manevy, ministro interino da Cultura, que esteve em São Paulo esta semana para anúncio dos investimentos de um instituto cultural (o ministro Juca Ferreira está fora do País).?A gente está preparando isso. Um pacote de medidas, no campo cultural, que tenha um efeito anticíclico em relação à economia. Incluirá reformas de espaços culturais, que geram construção civil, ampliação do parque exibidor cinematográfico e tudo o que for apresentado e gerar um impacto na economia, com interface no campo cultural. O presidente Lula já sinalizou que está disposto a incorporar o investimento estratégico este ano. E a gente está preparando o pacote?, disse Manevy.O sistema de financiamento da cultura no País está perto da asfixia. A Lei Rouanet, maior mecanismo de fomento federal, enfrenta desistências de patrocinadores importantes desde o final do ano passado. A verba investida decorre de renúncia fiscal - ou seja: as empresas usam dinheiro do seu Imposto de Renda que seria pago à Receita Federal. Mas, para ter dinheiro no caixa em tempos incertos, patrocinadores importantes estão cancelando compromissos pré-agendados com produtores culturais.O cenário é desanimador. A maior estatal em investimentos culturais, a Petrobras, está retirando verbas de patrocínios. Outras estatais estão cautelosas - estão entre as seis maiores patrocinadoras do País (Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobrás), que representam quase 40% do total das 500 maiores empresas brasileiras. Governos municipais, como o de São Paulo, contingenciam verbas para a área, comprometendo programas (a verba para a Virada Cultural, este ano, foi cortada em 30%). No governo estadual, o orçamento da Secretaria de Estado da Cultura será um pouco menor este ano, R$ 534 milhões, ante R$ 540 milhões em 2008. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
São Caetano do Sul abre credenciamento de projetos culturais A Secretaria Municipal de Cultura de São Caetano esta com inscrições abertas, no período de 9 até 27 de março, para a seleção de projetos culturais, artistas e oficineiros interessados em participar das ações culturais e artísticas promovidas pela pasta durante o ano. O edital com detalhes sobre o processo de inscrição está disponível no site www.saocaetanodosul.sp.gov.br, na seção Editais e Licitações.Serão selecionados projetos, artistas e profissionais nas áreas de literatura, música, artes cênicas, visuais e plásticas, dança e outras expressões culturais. Todos os inscritos devem preencher uma ficha (anexa ao edital) e comprovar experiência nas áreas de interesse. Outras pelos telefones 4223-4780 ou 4221-7420.
Rio de Janeiro - Saiba onde rolam os eventos dedicados à cultura indiana
RIO - Só neste fim de semana, o Rio abriga dois grandes eventos dedicados à cultura indiana: o Mistérios da Índia, no Espaço Nirvana, neste sábado (07-03) e no domingo (08-03), e a festa Noite de Vraja, nesta sexta (06-03), no Templo Hare Krishna do Itanhangá, que chega à décima edição. Are baba, galera! Confira a programação completa:
Espaço Nirvana:
Na primeira edição do evento Mistérios da Índia - Saúde, Filosofia e Expressões em uma Cultura Milenar, no mês passado, cerca de 1.500 pessoas passaram pelo Espaço Nirvana, segundo os organizadores. Pois a expectativa deles para a edição que rola sábado e domingo é de que duas mil pessoas compareçam. Afinal, em tempos de filme e de novela "ao curry", o país está, definitivamente, na moda.
Quem for vai encontrar uma programação extensa de aulas práticas, palestras e debates. Na aula de dança indiana, a coreógrafa Aline Civinelli chega ao requinte de ensinar movimentos de olhos e pescoço. Além disso, há aulas de ioga, automassagem, postura e meditação. Mas o melhor da festa é que tudo é gratuito.
Templo Hare Krishna
Marcos Belinelo (ou Maha Guru Das) garante que tanto "Caminho das Índias" como "Quem quer ser um milionário?" aumentaram a procura pela festa Noite de Vraja, no Templo Hare Krishna do Itanhangá.
- A média tem sido de 400 pessoas, nas últimas edições - conta o rapaz, cujo nome espiritual significa Servo do Grande Senhor.
A noite começa com a kirtana, quando o povo canta unido. Em seguida, rolam palestra, jantar e mostra de vídeos indianos.
Namastê Rio
- As técnicas têm milhares de anos e trabalham alongamento e correção de postura - conta.
Além de massagem, o Namastê oferece práticas de meditação do mestre indiano Osho e de bioenergética.
Balisun Decoração
Aberta há quatro anos, a Balisun Decoração tem peças balinesas e tailandesas. Mas o forte mesmo na loja são móveis, tecidos e acessórios indianos, paixões da comerciante Rafaela Oliveira. Tudo de Nova Délhi.
Entre as preciosidades que podem ser garimpadas ali, despontam as almofadas, um dos maiores hits locais. Coloridíssimas, são vendidas por preços que vão de R$ 45 a R$ 99.
Os móveis também não fazem feio - pelo contrário. A mesinha, feita em madeira xixan, típica do país, é toda trabalhada em marchetaria e custa R$ 1.200.
- Os entalhes são sempre feitos à mão - diz Cristina Ouverney, gerente da loja.
No dia em que estivemos na Balisun, também chamava a atenção um jogo de chá em prata (bule, bandeja e quatro copos, a R$ 699). Quem sabe ainda não está lá...
Restaurante Raajmahal
O único restaurante indiano do Rio está mais indiano que nunca. Desde que comprou o estabelecimento, há quatro anos, o indiano J. Manik Farias trabalha para botar o lugar nos eixos. Por "eixos" entenda-se servir apenas comida "de raiz" (aberto há 26 anos, o Raajmahal servia um mix indefinível de pratos).
- Eu aumentei o menu, mexi na decoração, passei a fabricar pães do meu país, como o paratha, e resgatei receitas muito antigas. Muitas frutas e legumes da cozinha indiana crescem aqui. E como a comunidade árabe é grande, tenho boa oferta de temperos, os mesmos usados pelos indianos - diz seu Farias.
Uma ida ao Raajmahal também quebra tabus, como o de que toda a Índia é vegetariana. O Kashmirivala Ghost (carne ver-me-lha ao creme de leite, molho de passas e castanhas e massala) sai por R$ 70,90, para dois. Para beber, o refrescante Sitara (caldo de cana, gengibre e suco de limão, a R$ 9,90).
Fundação Arte de Viver
Você sabia que 90% das toxinas podem ser eliminadas através de uma técnica de respiração indiana chamada sudarshan kryia? Pois neste fim de semana, a Fundação Arte de Viver, ONG indiana presente em vários países, vai patrocinar um "aulão" no Clube Monte Líbano, com uma introdução à técnica, ioga e meditação.
- Domingo, teremos tendas na Lagoa, em Ipanema e na Barra - adianta a instrutora da Arte de Viver Olívia Araújo.
Espaço Nirvana - Praça Santos Dumont 31, Jockey Club, Gávea. Tel: 2187-0100. Sáb e dom, das 14h às 20h. Grátis.
Restaurante Raajmahal - Rua General Polidoro 29, Botafogo. Tel: 2542-6242. Ter a dom, do meio-dia às 16h e das 18h à meia-noite. C.C.: Todos.
Balisun Decoração - Saara. Rua Senhor dos Passos 186, Centro. Tel: 2507-1216. Seg a sex, das 9h às 19h; sáb, das 9h às 15h. C.C.: Todos.
Fundação Arte de Viver - Informações no site www.respirabrasil.com.br ou pelos telefones 3624-1900 e 9137-5591. Aulão: R$ 10 (dois convites). Tendas: Grátis.
Namastê Rio - Ladeira do Ascurra 115-B, Cosme Velho. Tel: 2225-0269. Seg a sex, das 7h às 20h30m. R$ 50 (mensalidade).
Templo Hare Krishna - Estrada da Barra 1.990, Itanhangá. Tel: 2644-7213. Sex, às 19h. R$ 50.
O Globo
Teatro de Nova Jerusalém vira Patrimônio Cultural MaterialO maior teatro ao ar livre do mundo agora também é Patrimônio Cultural Material e Imaterial de Pernambuco. Estamos falando da cidade cenográfica de Nova Jerusalém, no município do Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, onde é encenado o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Nesta sexta-feira, o governador Eduardo Campos assinou lei sancionando o título, em solenidade realizada no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo.
A encenação ocorre desde 1968 dentro das paredes da cidade-teatro edificada pelo gaúcho Plínio Pacheco, morto em 2002. O presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova e, filho de Plínio Pacheco, Robinson Pacheco, agradeceu o título afirmando que o mesmo, era o reconhecimento ao trabalho, para o qual, o pai havia dedicado a sua vida. "É o reconhecimento a uma vida de dedicação ao sonho de pedra, como ele chamava. Além de ser um estímulo para toda a equipe que faz a Paixão de Cristo", afirmou.
O governador Eduardo Campos destacou a coragem e o desbravamento de Plínio Pacheco para realizar o seu empreendimento. "Plínio enfrentou preconceitos e momentos duros quando abriu, na ditadura, um espaço que cantou a democracia, por isso, Nova Jerusalém é um símbolo que terá mais atenção do governo de Pernambuco", disse.
O título de Patrimônio Cultural Material e Imaterial de Pernambuco possibilita aos realizadores da "Paixão" mais oportunidades para buscar recursos e outros benefícios para o espetáculo.
O secretário de Turismo de Pernambuco, Sílvio Costa Filho, informou que a ideia é potencializar o turismo na região durante todo o ano. Em 2008, só na semana de apresentação do espetáculo, um público de 72 mil pessoas, vindo de 23 Estados do Brasil e de 11 países, visitou o local.
HistóriaO espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém começou a ser encenado em 1951, pela família de Epaminondas Mendonça, nas ruas do vilarejo de Brejo da Madre de Deus. Lençóis e toalhas de mesa eram utilizados para compor o figurino dos atores e figurantes, composto por integrantes da família e amigos. Foi em 1956 que, o então genro de Epaminondas, Plínio Pacheco, profissionalizaria o espetáculo que passa a contar com atores do Recife em sua encenação a cada ano.
Logo em seguida, Plínio começa a pensar na construção do teatro, projeto ao qual, passou a investir todos os seus recursos físicos e financeiros para concretizar. O terreno escolhido ficava numa área do brejo, em Fazenda Nova, distrito do Brejo da Madre de Deus, com vegetação semelhante ao da antiga Galileia, o que facilitou a construção dos cenários para recontar a história de um dos homens mais polêmicos da humanidade. Com 100 mil metros quadrados, a cidade-teatro de Nova Jerusalém abriga nove palcos, com muralha de 3.500 metros.
Paixão de Cristo 2009O espetáculo da Paixão de Cristo será encenado esse ano no período de 3 a 11 de abril, relembrando os principais momentos da passagem do Cristo pela Terra. Cerca de 1.500 pessoas estão envolvidas na encenação, sendo 550 são atores e figurantes. Entre os atores convidados para este ano estão, Murilo Rosa (Jesus Cristo), Emanuelle Araújo (Maria Madalena) e Oscar Magrini (Pilatos). A direção do espetáculo é de Carlos Reis. Alexandra Torres - Direto de Nova Jerusalém
Especial para Terra
Os belos versos de Bandeira Tribuzzi em sua "Louvação a São Luís" nunca foram tão adequados quanto para esta época em que vivemos. Depois de denominada Atenas Brasileira, Capital Brasileira do Reggae, Ilha do Amor, Cidade dos Azulejos e se transformar em Patrimônio Cultural da Humanidade, a cidade será a Capital Brasileira da Cultura 2009 e apresentará ao mundo sua extensa diversidade cultural, encantos e magias. A entrega do título está marcada para a próxima terça-feira, 10, no Teatro Arthur Azevedo.
A capital maranhense, que já é uma das cidades mais visitadas do Brasil, será anfitriã em diversos eventos nacionais e internacionais por conta do prêmio e do "Ano da França no Brasil". Serão várias manifestações culturais espalhadas pela cidade: bumba-meu-boi, tambor de mina, quadrilhas, dança portuguesa e o tambor de crioula, que recentemente foi considerada Patrimônio Imaterial Nacional, estão entre elas.
São Luís recebeu o título depois de avaliada por um júri constituído por representantes dos Ministérios da Cultura e de Turismo e pelo Bureau Internacional de Capitais Culturais. A candidatura de São Luís à Capital Brasileira da Cultura foi uma iniciativa do São Luís Convention & Visitors Bureau e setores privados, em parceria com a Prefeitura de São Luís, através da Secretaria Municipal de Turismo e Fundação Municipal da Cultura.
"A honraria tem um valor inestimável, principalmente no que concerne ao reconhecimento, à valorização e à conservação do patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental da cidade. Assim como também fortalece a auto-estima da população ludovicense, que se sentirá parte de um projeto em comum", frisou o secretário municipal de turismo Liviomar Macatrão.
No Brasil, a primeira cidade nomeada "Capital Nacional da Cultura" foi Olinda, em Pernambuco, eleita em 2006 pela Organização não Governamental CBC (Capital Brasileira da Cultura), fundada em 2004, no Rio de Janeiro, e com sede atual em São Paulo, exclusivamente para esse fim. Em 2007, São João Del Rey (MG) foi a segunda "Capital Nacional da Cultura". Em 2008 foi a vez de Caxias do Sul (RS) e, em 2009 é a vez de são Luís, no Maranhão.
O Evento - A cerimônia de entrega do diploma está confirmada para esta terça-feira, 10. O prefeito João Castelo, receberá o título São Luís "Capital Brasileira da Cultura". Também estará presente à cerimônia de transmissão do título o prefeito Ivo Sartori, de Caxias do Sul (RS), última eleita.
O projeto tem o apoio dos ministérios da Cultura e do Turismo e do Bureau Internacional de Capitais Culturais. O evento está sendo programado para cerca de 700 pessoas ligadas ao setor turístico, representantes políticos, magistrados, personalidades, jornalistas e outros convidados. Durante a entrega do prêmio haverá diversas apresentações folclóricas típicas de São Luís, como bumba-meu-boi, tambor de crioula, danças portuguesas, e muito mais, onde os presentes poderão ter uma noção da grande diversidade cultural do povo ludovicense.
Um prêmio à cultura ludovicense - Inúmeras serão as vantagens e benefícios desta premiação para o desenvolvimento da rica cultura local. Entre elas estão a valorização e conservação do patrimônio histórico, artístico e ambiental, e o enriquecimento cultural dos seus habitantes, através do desenvolvimento de eventos específicos, além de dar uma dimensão especial aos que já se desenvolvem habitualmente na cidade.
Uma das parceiras responsáveis pela comenda é a Fundação Municipal de Turismo (Func), presidida pelo jornalista Euclides Moreira. A Fundação programará e dirigirá diversas atrações por todo o ano e também está orgulhosa de fazer parte dessa importante vitória dedicada a todos que fazem o folclore local forte e agradável ao olhar do povo e do turista.
"Esse prêmio não de A ou de B. É um reconhecimento da cultura de um povo, de um jeito de ser. É uma conquista da cidade como um todo. Só quem tem a ganhar é o cidadão ludovicense que faz rica a nossa cultura. Agora, cabe a nós, agentes municipais e estaduais e entidades privadas, valorizar, potencializar e divulgar as atividades folclóricas que estarão espalhadas pela cidade", reforçou Euclides
Trade turístico comemora prêmio - Um dos setores que mais comemorou a certificação foi trade turístico, formado por agências de viagens, hotéis, guias, receptivos, e etc., e espera que o número de turistas, tanto do exterior quanto nacionais, aumente. Para Nan Sousa, presidente da São Luís Convention & Visitors Bureau, uma das entidades responsáveis pela participação da cidade na disputa do prêmio, o recebimento da comenda dará um norte para as ações destinadas à comemoração do quarto centenário de São Luís.
"A disputa do prêmio já foi uma conquista. Ganhá-lo foi um reconhecimento ao esforço do Bureau e demais empresas, que fizeram deste sonho uma realidade. Isso é um movimento que visa beneficiar o setor do turismo, mas também serve principalmente à sociedade. Espero que a população abrace este prêmio como nós o fizemos", disse.
Segundo Edílson Baldez, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-MA), a tendência é que, com a divulgação do prêmio, o turista se sinta incentivado a conhecer a cultura e patrimônio histórico da cidade e, com isso, esquente o setor hoteleiro na cidade, inclusive na baixa estação.
"Nós vamos trabalhar em cima desse evento e não só este ano, mas nos anos vindouros também. Hoje temos 55 hotéis e pousadas preparados para receber os turistas da melhor maneira e estamos - rede de hotéis - redobrando a melhoria em todos os aspectos, como gastronomia, acomodação, segurança. Tudo por conta da premiação que trará novos visitantes à capital", revelou.
Aumento na demanda - Diante da crise instaurada no mundo, existe um setor que se sobressai e continua dando saldos positivos na economia. A Associação Brasileira de Agentes de Viagem (ABAV) atesta que as operadoras de turismo tiveram um incremento de 15% nas vendas de pacotes turísticos em relação a janeiro e fevereiro de 2008 em todo país.
Em São Luís, a presidente local da Associação, Ana Carolina Medeiros, garante que tal premiação será um atrativo a mais na hora da escolha do destino de passeio. "Com certeza, este prêmio será um diferenciador para que o turista escolha São Luís como seu destino. Disputamos com outras cidades com grande apelo cultural e arquitetônico e vencemos. A tendência é o aumento das visitas à cidade", finalizou
Jornal Pequeno
Acredite: Um terço das línguas está sumindo
Levantamento da Unesco faz um raio X do problema no mundo. Globalização e morte dos últimos falantes explicam por que os idiomas desaparecem
A narrativa bíblica da Torre de Babel conta que Deus se enfureceu ao notar que as pessoas sonhavam com o reino dos céus e construíam uma edificação para alcançá-lo. Resolveu, então, puni-los por sua arrogância. Logo, cada um dos homens começou a falar uma língua diferente e, com a comunicação comprometida, a construção foi cancelada. Se na Bíblia a pluralidade linguística era uma condenação, para a história é uma bênção, pois mostra a riqueza da humanidade. Os idiomas são patrimônios porque guardam a alma de um povo, sua história, seus costumes e conhecimentos, passados de geração em geração. Segundo o livro Ethnologue, 6.912 línguas são faladas no mundo hoje, mas desde os anos 50 mais de um terço delas (2.511) sumiu ou está em risco de extinção. Dessas, 200 já desapareceram, 199 possuem menos de dez falantes e outras 178 têm de dez a 50 pessoas que as utilizam. Os dados estão no Atlas das línguas do mundo em perigo de desaparecer 2009, recém-divulgado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Elaborado sob o comando do linguista Christopher Moseley com outros 25 pesquisadores, o Atlas contempla a situação de 155 países e divide os idiomas na categoria extinta e em outras quatro de risco, como mostra o mapa abaixo.
O documento está em sua terceira edição e chamou a atenção pelas 2.511 extintas ou sob ameaça. Eram 600 em 1999 e 900 em 2001, quando houve outras edições do Atlas. Segundo a Unesco, o crescimento está relacionado a uma mudança de metodologia. "Esse salto quantitativo não significa um agravamento, é apenas o reflexo de um melhor recenseamento dos idiomas", diz Cécile Duvelle, chefe da seção de patrimônio imaterial da Unesco.
O Atlas apresenta a situação de 190 línguas brasileiras, todas indígenas. Dessas, 12 desapareceram e as demais estão em risco. O americano Denny Moore, antropólogo e linguista colaborador do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e coordenador da área de linguística do Museu Emílio Goeldi, em Belém, estuda as peculiaridades das tribos amazônicas há 34 anos e foi uma das principais fontes de informação da Unesco na elaboração do Atlas. Segundo ele, o documento deixou de fora os dialetos de descendentes de imigrantes e de grupos afro-brasileiros por falta de dados sistematizados sobre eles - estima-se que sejam 20 línguas.
Para Moore, as informações sobre o Brasil devem ser vistas com cautela. Muitas das línguas citadas são extremamente parecidas e inteligíveis entre si e poderiam ser consideradas pelos linguistas como o mesmo idioma. "Eu diria que os índios brasileiros falam 150 línguas. A gavião de Rondônia e o zoró, por exemplo, são tão semelhantes quanto o português falado no Norte e o falado no Sudeste do País", explica Moore, que fala inglês, português, francês e gavião.
Com o objetivo de entender melhor nosso universo linguístico, o Iphan montou o Grupo de Trabalho da Diversidade Linguística do Brasil (GTDL), que se dedica à criação de um inventário de línguas brasileiras.
Cláudia Jordão
Isto É
Sarney quer que seu sítio em Brasília seja tombado
Uma casa de três quartos, com campo de futebol e piscina, a 35 quilômetros de Brasília, pode entrar para a lista de obras tombadas como patrimônio histórico do Distrito Federal. O Sítio São José do Pericumã, onde José Sarney (PMDB-AP) passava os finais de semana quando era presidente da República, entrou para a lista de candidatos a patrimônio preservado pelo poder público por pressão do próprio senador. Sarney até convidou o arquiteto Oscar Niemeyer para preparar um projeto para a área.
Da época em que era presidente para cá, Sarney foi diminuindo suas visitas ao sítio. No final do ano passado, aproveitou a valorização dos imóveis em Brasília para vender 500 hectares da propriedade para a construção de um condomínio de luxo. Entre os sócios do empreendimento, além de Sarney, está o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakai. Ele conta que entrou no negócio como parte dos honorários recebidos por defender a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) no caso Lunus, como ficou conhecida a suspeita de que ela, então pré-candidata à Presidência, teria sido favorecida pelo desvio de recursos do Estado para sua campanha. "Não sabia desse pedido de tombamento", disse.
De volta à Presidência do Senado, Sarney passou a pressionar o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), por intermédio de um colaborador antigo, Silvestre Gorgulho, ex-assessor de imprensa da Presidência durante seu mandato e atual secretário de Cultura do DF. Ele apoia o pedido de Sarney e a sua posição é a mesma de Arruda, de acordo com a assessoria do governador. Segundo o presidente do Senado, a proposta de tombar o sítio foi acordada com Arruda. A ideia seria criar um roteiro turístico que incluísse as casas dos antigos presidentes: a Fazendinha de Juscelino Kubitschek, o Catetinho, o Pericumã e a Casa da Dinda, do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
A dificuldade maior para viabilizar o tombamento é saber como passar por cima do parecer técnico da Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico do Distrito Federal (Depha), órgão competente para avaliar se a casa tem algum valor para a história da cidade. E o documento ridiculariza o pedido feito por Sarney. Na cidade em que estão tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional apenas obras de Oscar Niemeyer e o Catetinho, a residência oficial de JK na época da construção de Brasília, o Depha classifica o próximo patrimônio histórico de Brasília como uma simples "casa de fazenda" com traços arquitetônicos típicos de uma "propriedade destinada ao lazer de finais de semana".
Do ponto de vista histórico, argumenta o Depha, a casa não traz à memória nenhum fato que justifique o tombamento. Mas a maior preocupação do órgão é o precedente que o tombamento do sítio de Sarney pode abrir na cidade. "Do ponto de vista político, se por um lado o tombamento estreita as relações do Executivo local com o Legislativo, por outro lado abre precedentes para que ex-presidentes reivindiquem por motivos similares a tutela de sua propriedade. E a oposição não se furtará a utilizar o tombamento para expor o GDF (governo do Distrito Federal) a comentários maldosos, a banalização do tombamento, o poder de barganha e outros, sobretudo em épocas de eleição", sentencia o parecer.
Uma alternativa sugerida pelo departamento para agradar Sarney e evitar a banalização dos processos de tombamento seria preservar somente o acervo da biblioteca da casa. Mas Sarney resiste à alternativa: se fosse tombada sua biblioteca, não poderia mais pegar os livros que quisesse e na hora em que desejasse.
Apesar das recomendações técnicas, Arruda está disposto a dizer sim para Sarney. As razões são expostas pelo secretário de Cultura do DF: "O Pericumã foi palco de decisões fundamentais para o restabelecimento do Estado de Direito no País", alega. "No Pericumã, o presidente da Nova República recebeu o primeiro presidente eleito depois da Constituição de 1988", acrescenta. E, por fim, no Pericumã se reuniram as lideranças do governo militar e do Congresso que "fundaram" a Nova República, como ficou conhecida a fase do País que sucedeu a ditadura dos generais.
(AE)
Jornal Cruzeiro do Sul
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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