CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 21-9-09
Conservação do Mosteiro de São Bento recupera história no Rio
O patrimônio histórico, cultural e acima de tudo religioso dos mais antigos do Rio de Janeiro, o Mosteiro de São Bento passa por um processo de conservação das suas instalações que começou há dois anos e deve terminar daqui a outros 10, na previsão do seu Diretor de Patrimônio, D. Mauro Fragoso, que também é professor de história da arte da faculdade São Bento.
"Acabamos de ver concluída a conservação de duas das nove capelas, a do Santíssimo Sacramento e a capela Mor, que tomaram dois anos de trabalho", contou o diretor, esclarecendo que toda a reforma depende de patrocínio como o obtido para a Capela Mor, com a Petrobras, a de Santo Amaro e a do Santíssimo Sacramento, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A obra de conservação termo que D. Mauro prefere a restauração inclui a parte mais crítica, a detecção e combate aos cupins, que comprometiam a sustentação das duas capelas agora entregues, mas prossegue com a recuperação de todos os elementos, até as folhas de ouro que emprestam ao seu revestimento o esplendor do barroco religioso brasileiro.
As capelas ainda pendentes de patrocínio para as obras são a de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Pilar, Santa Gertrudes, São Lourenço, São Brás e São Caetano. A de Santo Amaro, cuja conservação começou em abril., deverá se entregue no mês que vem.
Fundado em 1590, quando o Rio de Janeiro era uma de apenas 25 anos, o mosteiro beneditino foi instalado inicialmente na Ermida de Nossa Senhora do Ó, na atual Praça XV. De lá, transferiu-se para o outeiro, hoje morro de São Bento, doado por Manuel de Brito, amigo do fundador da cidade, Estácio de Sá.
A instalação definitiva do mosteiro e da igreja de Nossa Senhora de Monserrat, que compõem o conjunto arquitetônico, começou em meados do século XVII e só terminou 90 anos depois, em 1742. Até o conjunto mantém as características originais do período e constitui o exemplo histórico mais importante do centro do Rio de Janeiro.
"Com o passar do tempo, houve também uma mistura de estilos, comum na história da arquitetura brasileira. A Capela Mor, por exemplo, tem uma parte barroca e outra parte rococó", disse a restauradora Rejane Oliveira dos Santos, contratada para a conservação pela empresa que cuida da recuperação dos telhados e outras partes não artísticas ou religiosas das construções.
Em concordância com D. Mauro Fragoso, Rejane também apontou a ocorrência de cupins como a principal preocupação na conservação do mosteiro, porque tudo é à base de madeira muito antiga: "Na Capela Mor chegamos a encontrar cupins vivos, o que é difícil, porque o cupim é fotossensível e não costuma estar à vista, exposto à luz".
O conjunto do Mosteiro de São Bento está incluído na área do projeto de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, como outro morro, o da Conceição, com fortificação, instalações militares e casario do século XVIII.
"Eram quatro os morros do centro do Rio: do Castelo, de Santo Antônio, da Conceição e de São Bento", Rejane lembrou. Do morro de Santo Antônio, restam hoje o convento e a igreja do mesmo nome e a capela da Ordem Terceira de São Francisco, junto ao Largo da Carioca. A maior parte foi eliminada com a expansão do centro para a Rua do Lavradio, no lugar onde hoje está a Avenida Chile.
O morro do Castelo foi desfeito em 1922 à base de jatos dágua, motores elétricos e máquinas a vapor, a pretexto de melhorar a ventilação no centro da cidade e para abrir espaço às comemorações de centenário da Independência. Sua importância histórica remonta a 1567, antes mesmo da chegada dos beneditinos ao Rio daí o conjunto do morro de São Bento ser hoje a memória mais antiga do centro carioca.
Agência Brasil
Araçatuba-SP - Abandonadas, antigas estações ferroviárias sofrem ação do tempo
Araçatuba - As 15 antigas estações ferroviárias localizadas em 12 municípios da região de Araçatuba não atendem à recomendação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) de preservá-las em favor da memória histórica.
O patrimônio histórico, cultural e acima de tudo religioso dos mais antigos do Rio de Janeiro, o Mosteiro de São Bento passa por um processo de conservação das suas instalações que começou há dois anos e deve terminar daqui a outros 10, na previsão do seu Diretor de Patrimônio, D. Mauro Fragoso, que também é professor de história da arte da faculdade São Bento.
"Acabamos de ver concluída a conservação de duas das nove capelas, a do Santíssimo Sacramento e a capela Mor, que tomaram dois anos de trabalho", contou o diretor, esclarecendo que toda a reforma depende de patrocínio como o obtido para a Capela Mor, com a Petrobras, a de Santo Amaro e a do Santíssimo Sacramento, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A obra de conservação termo que D. Mauro prefere a restauração inclui a parte mais crítica, a detecção e combate aos cupins, que comprometiam a sustentação das duas capelas agora entregues, mas prossegue com a recuperação de todos os elementos, até as folhas de ouro que emprestam ao seu revestimento o esplendor do barroco religioso brasileiro.
As capelas ainda pendentes de patrocínio para as obras são a de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Pilar, Santa Gertrudes, São Lourenço, São Brás e São Caetano. A de Santo Amaro, cuja conservação começou em abril., deverá se entregue no mês que vem.
Fundado em 1590, quando o Rio de Janeiro era uma de apenas 25 anos, o mosteiro beneditino foi instalado inicialmente na Ermida de Nossa Senhora do Ó, na atual Praça XV. De lá, transferiu-se para o outeiro, hoje morro de São Bento, doado por Manuel de Brito, amigo do fundador da cidade, Estácio de Sá.
A instalação definitiva do mosteiro e da igreja de Nossa Senhora de Monserrat, que compõem o conjunto arquitetônico, começou em meados do século XVII e só terminou 90 anos depois, em 1742. Até o conjunto mantém as características originais do período e constitui o exemplo histórico mais importante do centro do Rio de Janeiro.
"Com o passar do tempo, houve também uma mistura de estilos, comum na história da arquitetura brasileira. A Capela Mor, por exemplo, tem uma parte barroca e outra parte rococó", disse a restauradora Rejane Oliveira dos Santos, contratada para a conservação pela empresa que cuida da recuperação dos telhados e outras partes não artísticas ou religiosas das construções.
Em concordância com D. Mauro Fragoso, Rejane também apontou a ocorrência de cupins como a principal preocupação na conservação do mosteiro, porque tudo é à base de madeira muito antiga: "Na Capela Mor chegamos a encontrar cupins vivos, o que é difícil, porque o cupim é fotossensível e não costuma estar à vista, exposto à luz".
O conjunto do Mosteiro de São Bento está incluído na área do projeto de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, como outro morro, o da Conceição, com fortificação, instalações militares e casario do século XVIII.
"Eram quatro os morros do centro do Rio: do Castelo, de Santo Antônio, da Conceição e de São Bento", Rejane lembrou. Do morro de Santo Antônio, restam hoje o convento e a igreja do mesmo nome e a capela da Ordem Terceira de São Francisco, junto ao Largo da Carioca. A maior parte foi eliminada com a expansão do centro para a Rua do Lavradio, no lugar onde hoje está a Avenida Chile.
O morro do Castelo foi desfeito em 1922 à base de jatos dágua, motores elétricos e máquinas a vapor, a pretexto de melhorar a ventilação no centro da cidade e para abrir espaço às comemorações de centenário da Independência. Sua importância histórica remonta a 1567, antes mesmo da chegada dos beneditinos ao Rio daí o conjunto do morro de São Bento ser hoje a memória mais antiga do centro carioca.
Agência Brasil
Araçatuba-SP - Abandonadas, antigas estações ferroviárias sofrem ação do tempo
Araçatuba - As 15 antigas estações ferroviárias localizadas em 12 municípios da região de Araçatuba não atendem à recomendação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) de preservá-las em favor da memória histórica.
Os prédios, do início do século passado, estão deteriorados, depredados e até modificados por moradores, que instalam janelas novas fora do padrão arquitetônico e fazem até paredes novas.Destas estações, três estão cedidas para famílias morarem, cinco estão completamente abandonadas e sete estão destinadas para outros usos.
Em Araçatuba, por exemplo, o prédio da estação central abriga serviços sociais e um posto da guarda municipal. Outro prédio, na zona rural da cidade, virou moradia. Em Birigui há uma empresa instalada e em Castilho funciona a sede do Lions local. No município de Andradina, foram instalados um teatro e a sede da Secretaria de Cultura. Em Mirandópolis, há oficinas de arte.
Estão abandonadas as estações de Guararapes, que tem dois prédios, Rubiácea, Lavínia, Guaraçaí, Murutinga do Sul e a do patrimônio de Planalto, em Andradina. A empresa ALL (América Latina Logística), que explora o transporte ferroviário na região, mantém escritórios nas estações de Valparaíso e Glicério.
Na tentativa de estimular a preservação destes locais, o governo federal criou o Programa de Destinação do Patrimônio da Extinta RFFSA para Apoio ao Desenvolvimento Local.
A iniciativa prevê a cessão dos prédios às prefeituras e entidades privadas sem fins lucrativos interessadas na utilização destes imóveis para a implantação de programas, projetos e ações locais de desenvolvimento social, urbano e ambiental.
Desde abril, a Secretaria do Patrimônio da União, ligada ao Ministério do Planejamento, mantém uma comissão que faz o contato com as prefeituras de todo o País para firmar os convênios.
Em Araçatuba, o poder público planeja obter a propriedade dos prédios da antiga rede ferroviária e, assim, obter recursos do governo federal para investir em obras de recuperação e preservação destes locais. "Hoje temos apenas a posse dos prédios e sem a propriedade não podemos pleitear recursos", afirma Evandro da Silva, secretário municipal de Negócios Jurídicos de Araçatuba.Assim como Araçatuba, os outros municípios também pleiteiam a propriedade das antigas estações ferroviárias e aguardam a aprovação do projeto pela União.
MORADIA
Na região, três famílias encontraram nas estações um lugar para morar. Em Bento de Abreu, a senhora Maria Ozenir da Silva fez seu lar há sete anos na antiga estação, inaugurada em 1930. Ela e seus três filhos ocuparam uma antiga sala funcional para montar quarto, sala e cozinha improvisados. Seu filho se casou há dois anos e já ocupou outro compartimento para morar com a esposa e o filho.
A estudante Neuza Maria dos Santos, 19 anos, diz que se sente confortável em morar com a mãe e os irmão na antiga estação. "Aqui é tranquilo e o barulho do trem nem nos incomoda mais, pois a gente se acostuma. Só sairemos daqui se formos obrigados, mesmo", disse ela.
A prefeita de Bento de Abreu, Teresinha do Carmo Salesse (PTB) disse que já fez o pedido para assumir o prédio da antiga estação e que pretende, assim que conseguir a concessão, abrigar a família em residência popular. "Tenho planos de fazer um centro educacional ambiental na estação", afirmou.
Em Coroados, também há uma família morando há dois anos na estação, que foi inaugurada em 1922.
A Prefeitura local diz que faz acompanhamento desta família para levá-la para um conjunto habitacional assim que for atendida em seu pedido de receber a posse do prédio histórico. Além da preservação do prédio, a prefeitura local tem interesse em montar um parque com equipamentos para exercícios físicos nos arredores. Municípios pleiteiam propriedade dos prédios para recuperá-los.
Dos 12 municípios da região que têm estação de trem, apenas Araçatuba e Andradina assinaram contrato de concessão com o governo federal. Os outros 10 já iniciaram os processos de adoção e todos têm projetos culturais. Em Birigui, onde uma empresa explora o prédio por meio de contrato com a ALL (América Latina Logística), a Prefeitura limitou-se a pedir a área próxima para instalar uma praça de lazer e eventos artísticos.
Em Guararapes, há dois prédios próximos, que estão pichados e parcialmente destruídos. Eles são usados diariamente por moradores da Vila Industrial para ir ao centro. O soldador Osvaldo Pires disse que tem medo de passar por ali a noite. A Prefeitura informou que já está em processo de negociação para revitalização do local. A prefeita de Bento de Abreu, Terezinha do Carmo Salesse (PTB) quer transformar a estação, que está destruída, em centro cultural e de educação ambiental.
O secretário de Obras e Serviços Públicos de Valparaíso, Leandro Rodrigues Prado, disse que a administração negocia com o governo federal a cessão do prédio da estação, hoje usada pela ALL para instalação de escritório, para instalação de um centro cultural e também uma praça de exercícios para os idosos.
O assessor administrativo da Prefeitura de Lavínia, Marco Leite, disse que as negociações com o governo federal para cessão do uso do prédio estão adiantadas. Lá, a administração pretende instalar um centro cultural e aulas de judô. "O que queremos é que o governo federal crie uma linha de crédito também para que as administrações consigam ter fôlego para fazer as reformas necessárias nos prédios", disse Leite. (J.O.)Jean Oliveira
Folha da Região
Folha da Região
Belo Horizonte-MG - Igreja tombada pelo patrimônio histórico pede socorro
Segundo templo de BH, construído em 1900 e tombado pelo Iepha, Igreja Sagrado Coração de Jesus, no Centro, precisa de reforma e não tem recursos. Comunidade síria tenta solução
Em estilo gótico e clássico, construção se confunde com a história da capital e até hoje pratica rito siríaco-católico.
Teto trincado, paredes pichadas e cupins devorando objetos de madeira. A deterioração da Igreja Sagrado Coração de Jesus, na Avenida Carandaí, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, preocupa os fiéis. Tida como uma das mais bonitas da cidade, a matriz foi construída em 1900, apenas três anos depois da inauguração da capital. Em 1979, foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e está blindada de reformas sem a supervisão do órgão. Apesar da necessidade, o Iepha alega não ter recursos para as obras. A Arquidiocese de Belo Horizonte informa também não ter verbas para a reforma. “Dá muita tristeza ver a Sagrado Coração de Jesus assim. Estamos batalhando pelos reparos, mas a burocracia e a falta de dinheiro atrasam o processo”, diz o padre George Rateb Massis, que assumiu o templo em 2003. Preocupados com a progressiva decomposição, a comunidade síria, frequentadora da igreja, formou uma comissão para negociar uma solução com o Iepha. Integrante da comissão, o engenheiro Salomão Jorge Netto conta que um levantamento detalhado foi enviado ao Iepha. “Estamos conversando sobre a necessidade de se olhar com carinho a preservação de um imóvel tombado”, explica.
O documento reúne dados sobre o estado anterior e o atual da igreja. A intenção é restabelecer os aspectos originais, que estão decompostos ou foram modificados por obras anteriores à proteção do patrimônio. “É difícil conservar. Não podemos nem limpar as peças”, afirma Salomão. Depois dos pedidos dos fiéis, técnicos do Iepha visitaram a igreja e confirmaram a necessidade de reforma. Para planejá-la, o órgão iniciou um estudo para verificar os danos. O orçamento do Iepha para o próximo ano já está fechado e não inclui as obras da Sagrado Coração de Jesus. Se for constatada a urgência das modificações, por meio do estudo, que não tem data para ser finalizado, as verbas do instituto podem ser revistas.
O relatório revela muitos problemas. Venezianas de madeira com peças soltas, permitindo a entrada e sujeira e de pássaros; peças de madeira atacadas por cupins, telhas e pintura desgastadas, peças metálicas oxidadas e trincas em imagens. Além das deteriorações naturais, a igreja está exposta aos vândalos, que picharam as paredes externas. Até as noivas estão fugindo da igreja, segundo uma representante de cerimonial, que preferiu não se identificar. “Elas chegam, veem a situação e preferem se casar em outra”, revela. Padre George explica que a Cúria Metropolitana também não tem como arcar com os custos: “Nossa salvação seria um empresa privada bancar a reforma, com benefícios fiscais”.
História
A construção da igreja se confunde com a história de BH. Em 1900, padres redentoristas começaram a obra da segunda matriz da cidade com dinheiro arrecadado em festas, rifas e barraquinhas. Conta-se que, em 1894, o padre Francisco Martins Dias conversou com o engenheiro Aarão Reis, chefe da Comissão Construtora da Nova Capital, sobre um possível templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Sensibilizado, o engenheiro fez a doação do terreno, de 3.870 metros quadrados. O estilo da igreja mescla elementos do repertório gótico, como a torre pontiaguda, e do classicismo, como as colunas internas. O projeto é do carioca Edgar Nascentes Coelho, nascido em 1853, e as pinturas sacras são atribuídas ao alemão Guilherme Schumacher.
Cobertura de pilares desmorona, o teto de belas pinturas está trincado e as paredes internas, deterioradas.
Teto trincado, paredes pichadas e cupins devorando objetos de madeira. A deterioração da Igreja Sagrado Coração de Jesus, na Avenida Carandaí, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, preocupa os fiéis. Tida como uma das mais bonitas da cidade, a matriz foi construída em 1900, apenas três anos depois da inauguração da capital. Em 1979, foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e está blindada de reformas sem a supervisão do órgão. Apesar da necessidade, o Iepha alega não ter recursos para as obras. A Arquidiocese de Belo Horizonte informa também não ter verbas para a reforma. “Dá muita tristeza ver a Sagrado Coração de Jesus assim. Estamos batalhando pelos reparos, mas a burocracia e a falta de dinheiro atrasam o processo”, diz o padre George Rateb Massis, que assumiu o templo em 2003. Preocupados com a progressiva decomposição, a comunidade síria, frequentadora da igreja, formou uma comissão para negociar uma solução com o Iepha. Integrante da comissão, o engenheiro Salomão Jorge Netto conta que um levantamento detalhado foi enviado ao Iepha. “Estamos conversando sobre a necessidade de se olhar com carinho a preservação de um imóvel tombado”, explica.
O documento reúne dados sobre o estado anterior e o atual da igreja. A intenção é restabelecer os aspectos originais, que estão decompostos ou foram modificados por obras anteriores à proteção do patrimônio. “É difícil conservar. Não podemos nem limpar as peças”, afirma Salomão. Depois dos pedidos dos fiéis, técnicos do Iepha visitaram a igreja e confirmaram a necessidade de reforma. Para planejá-la, o órgão iniciou um estudo para verificar os danos. O orçamento do Iepha para o próximo ano já está fechado e não inclui as obras da Sagrado Coração de Jesus. Se for constatada a urgência das modificações, por meio do estudo, que não tem data para ser finalizado, as verbas do instituto podem ser revistas.
O relatório revela muitos problemas. Venezianas de madeira com peças soltas, permitindo a entrada e sujeira e de pássaros; peças de madeira atacadas por cupins, telhas e pintura desgastadas, peças metálicas oxidadas e trincas em imagens. Além das deteriorações naturais, a igreja está exposta aos vândalos, que picharam as paredes externas. Até as noivas estão fugindo da igreja, segundo uma representante de cerimonial, que preferiu não se identificar. “Elas chegam, veem a situação e preferem se casar em outra”, revela. Padre George explica que a Cúria Metropolitana também não tem como arcar com os custos: “Nossa salvação seria um empresa privada bancar a reforma, com benefícios fiscais”.
História
A construção da igreja se confunde com a história de BH. Em 1900, padres redentoristas começaram a obra da segunda matriz da cidade com dinheiro arrecadado em festas, rifas e barraquinhas. Conta-se que, em 1894, o padre Francisco Martins Dias conversou com o engenheiro Aarão Reis, chefe da Comissão Construtora da Nova Capital, sobre um possível templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Sensibilizado, o engenheiro fez a doação do terreno, de 3.870 metros quadrados. O estilo da igreja mescla elementos do repertório gótico, como a torre pontiaguda, e do classicismo, como as colunas internas. O projeto é do carioca Edgar Nascentes Coelho, nascido em 1853, e as pinturas sacras são atribuídas ao alemão Guilherme Schumacher.
Cobertura de pilares desmorona, o teto de belas pinturas está trincado e as paredes internas, deterioradas.
Em 1925, chegou à capital o padre Jorge Elian, da Igreja Siríaca-Católica, para dar assistência espiritual aos cristãos da comunidade de imigrantes sírios. Natural da cidade de Zeidal, na Síria, ele gostou da cidade e pediu residência eclesiástica. Em 1928, foi-lhe entregue a Sagrado Coração de Jesus. Os padres sucessores também são da Síria. Na igreja, é praticado o rito siríaco católico. Durante a semana são celebradas missas tradicionais (romanas) e, aos domingos, há missas siríacas. O rito oriental é cantado na língua árabe, mantendo-se na oração da consagração a língua aramaica, que Jesus falava.
Amanda Almeida - Estado de Minas
Florianópolis-SC - Polêmica na vizinhança
Construção do prédio da Receita reacende discussão sobre entorno da Ponte Hercílio Luz.
O tombamento da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, como patrimônio histórico federal não foi suficiente para garantir a preservação da região da cabeceira insular, que guarda capítulos importantes da história da cidade. A construção do novo prédio da Receita Federal, no início da Avenida Beira-Mar Norte, no Centro, foi retomada após a cassação da decisão judicial embargando a obra.
Construção do prédio da Receita reacende discussão sobre entorno da Ponte Hercílio Luz.
O tombamento da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, como patrimônio histórico federal não foi suficiente para garantir a preservação da região da cabeceira insular, que guarda capítulos importantes da história da cidade. A construção do novo prédio da Receita Federal, no início da Avenida Beira-Mar Norte, no Centro, foi retomada após a cassação da decisão judicial embargando a obra.
O embargo atendia pedido do Ministério Público, que vê no edifício mais uma descaracterização do entorno da ponte e de outros prédios históricos, como o Forte de Santana. Para pedir à Justiça a derrubada da liminar que suspendia a construção, o procurador regional da União, Luis Antônio Alcoba de Freitas, alegou que a autorização só saiu depois de 10 anos de análises do projeto da obra por todos os órgãos responsáveis.
Ele argumenta que cerca de 30% do projeto estava concluído quando a liminar saiu, e manter a construção parada causaria prejuízos à União.
– A paralisação implicaria o prejuízo mensal de R$ 270 mil, bem como a indesejável suspensão do contrato de trabalho dos operários e demais profissionais contratados para o empreendimento – diz.
Outra justificativa para a retomada da obra é de que o estudo de impacto de vizinhança, ainda não realizado, poderia ser feito sem paralisar a construção. O procurador da República Eduardo Barragan, autor da ação civil pública, com pedido de liminar para o imediato embargo das obras, ressaltou que o estudo de impacto faz parte do Estatuto das Cidades, e que, sem ele, a construção não deveria ser autorizada.
– No meu entendimento não tem razão fazer o estudo com a obra. Quando ele ficar pronto será tarde demais. Acho pouco provável que a Justiça mande demolir o prédio.
Coordenador técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de Brasília, José Galvão Júnior presidiu a comissão que analisou o projeto da obra. De acordo com ele, uma avaliação profunda do projeto foi feita.
– Era inviável não aprovar esse projeto. A gente entende a posição do Ministério Público Federal, mas levando em conta toda a região, não tínhamos como inviabilizar a obra.
JÚLIA ANTUNES LORENÇO
Diário Catarinense
Modo de fazer queijo minas é patrimônio brasileiro
O registro de bem imaterial pelo Iphan confirma a fama de que o melhorqueijo é feito em Minas.
JÚLIA ANTUNES LORENÇO
Diário Catarinense
Modo de fazer queijo minas é patrimônio brasileiro
O registro de bem imaterial pelo Iphan confirma a fama de que o melhorqueijo é feito em Minas.
Muitos conhecem o patrimônio histórico do Brasil formado por construções, objetos de arte e documentos. Minas Gerais é um estado rico em cidades históricas e, por consequência, de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio e Artístico Nacional (Iphan). O que muitos não sabem é que o nosso patrimônio histórico não se constitui apenas de bens concretos. Há um outro tipo de patrimônio, denominado imaterial, que abrange tradições, práticas, modo de fazer e expressões de diferentes locais.
O Queijo Minas foi considerado um dos 15 patrimônios imateriais pelo Instituto do Patrimônio e Artístico Nacional.
O conjunto desse patrimônio imaterial também é registrado pelo Iphan. Os bens imateriais podem ser cerimônias (festejos e rituais religiosos), danças, músicas, lendas, contos, brincadeiras e modos de fazer (comidas, artesanato, etc.). Há uma preocupação para que se preserve representações de grupos que interagem com a natureza, inventam técnicas, celebrações, e têm o cuidado de passar as tradições e conhecimentos para as próximas gerações. É assim que é construída a identidade de um povo. E no Brasil esses povos são diversos, com diferentes modos de viver e criar.
O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) foi instituído em 2000. Há 15 bens imateriais pelo registrado pelo Iphan, e um deles pertence a Minas Gerais. Nosso bem imaterial é o modo artesenal de fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre.
O conjunto desse patrimônio imaterial também é registrado pelo Iphan. Os bens imateriais podem ser cerimônias (festejos e rituais religiosos), danças, músicas, lendas, contos, brincadeiras e modos de fazer (comidas, artesanato, etc.). Há uma preocupação para que se preserve representações de grupos que interagem com a natureza, inventam técnicas, celebrações, e têm o cuidado de passar as tradições e conhecimentos para as próximas gerações. É assim que é construída a identidade de um povo. E no Brasil esses povos são diversos, com diferentes modos de viver e criar.
O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) foi instituído em 2000. Há 15 bens imateriais pelo registrado pelo Iphan, e um deles pertence a Minas Gerais. Nosso bem imaterial é o modo artesenal de fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre.
Esse modo de fazer é um traço marcante da identidade cultural dessas regiões. O Instituto Estadual do Patrimônio Artístico de Minas Gerais (IEPHA) também registrou – em âmbito estadual – o modo de fazer o queijo, em 2002.
Após realizar uma pesquisa histórica e um trabalho de campo na região, o Iphan percebeu a existência de fazendas que mantêm a tradição de fazer um queijo reconhecido mundialmente como “artesanal tipo Minas”. Cada uma dessas regiões forjaram um modo de fazer próprio, expressado na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, na cura e até no comércio.
Após realizar uma pesquisa histórica e um trabalho de campo na região, o Iphan percebeu a existência de fazendas que mantêm a tradição de fazer um queijo reconhecido mundialmente como “artesanal tipo Minas”. Cada uma dessas regiões forjaram um modo de fazer próprio, expressado na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, na cura e até no comércio.
O queijo Tipo Minas é ingrediente essencial para produção do tradicional e delicioso pão de queijo.
Para fazer o queijo de que os mineiros tanto se orgulham, os produtores usam o leite cru, com a adição de pingo, um fermento láctico natural recolhido a partir do soro que drena do próprio queijo. Esse ingrediente transfere para o queijo as características do solo, clima e vegetação da região.
O registro pelo Iphan corrobora a fama de que Minas produz o melhor queijo do país. O instituto também apóia atividades de promoção e valorização desse modo de fazer artesanal. Com o registro, as cooperativas e universidades poderão obter, junto às agências de pesquisa, financiamentos e outros incentivos governamentais. E o mais importante: com o reconhecimento, a tradição será ainda mais preservada pelas regiões detentoras do modo de fazer.
Registros em andamento
Para fazer o queijo de que os mineiros tanto se orgulham, os produtores usam o leite cru, com a adição de pingo, um fermento láctico natural recolhido a partir do soro que drena do próprio queijo. Esse ingrediente transfere para o queijo as características do solo, clima e vegetação da região.
O registro pelo Iphan corrobora a fama de que Minas produz o melhor queijo do país. O instituto também apóia atividades de promoção e valorização desse modo de fazer artesanal. Com o registro, as cooperativas e universidades poderão obter, junto às agências de pesquisa, financiamentos e outros incentivos governamentais. E o mais importante: com o reconhecimento, a tradição será ainda mais preservada pelas regiões detentoras do modo de fazer.
Registros em andamento
Há diversos outros registros em andamento no Iphan. Dentre eles, pretende-se registrar a Linguagem dos Sinos nas cidades históricas mineiras: São João Del Rei, Mariana, Ouro Preto, Catas Altas, Serro, Sabará, Congonhas e Diamantina.
Mg.gov.br/blog
Mg.gov.br/blog
São José dos Campos restaura igreja do século XIX com verba federal
Deputado Emanuel Fernandes agradeceu governo Lula pelo repasse de R$ 1,4 milhão.
São José dos Campos vai restaurar a Igreja São Benedito, tradicional templo católico tombado pelo patrimônio histórico, na região central da cidade. A ação será possível graças ao repasse de uma verba do governo federal, cujo edital de licitação foi assinado na manhã desta segunda-feira, 14, no valor de R$ 1,4 milhão.
São José dos Campos vai restaurar a Igreja São Benedito, tradicional templo católico tombado pelo patrimônio histórico, na região central da cidade. A ação será possível graças ao repasse de uma verba do governo federal, cujo edital de licitação foi assinado na manhã desta segunda-feira, 14, no valor de R$ 1,4 milhão.
Na cerimônia, o deputado ex-prefeito de São José e deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB) agradeceu ao governo Lula pelo repasse da verba.
Os recursos foram repassados em cumprimento a uma emenda ao orçamento da União, elaborada na Câmara dos Deputados.O prédio, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) 1980, é considerado um dos mais importantes da história da cidade. Os valores para as obras de restauro serão repassados pela Caixa Econômica Federal, com recuros do Ministério do Turismo. Como contrapartida, o município deverá investir R$ 200 mil nas obras. Obras de restauroSegundo informações da prefeitura, o projeto de restauro da igreja foi atualizado há cerca de dois anos e teve um trabalho minucioso, onde foram descobertos aspectos “primitivos” do prédio, como pintura e revestimento antigos. Esses detalhes podem não ser os originais, mas são os mais antigos registrados.
Com estas informações, os arquitetos da prefeitura puderam programar a restauração de todo o prédio da igreja. Ainda de acordo com informações da prefeitura, as cores branca e azul da fachada devem permanecer, mas o interior poderá sofrer mudanças na tonalidade.
O estudo dos arquitetos detectou que, no altar-mor, há uma porta e uma janela em lugares trocados, que serão modificadas, resgatando a originalidade do prédio. O projeto de restauro prevê, ainda, a troca das escadas internas, que não constam do original, por escadas de estrutura metálica com madeira, caracterizando um elemento do século 21. De acordo com os técnicos, esta é uma forma de facilitar para os profissionais no futuro, pois uma madeira envelhecida poderia ser confundida com uma peça original.
A Igreja de São Benedito começou a ser construída em 1870, com recursos de festas e quermesses em louvor ao "Santo Preto". A técnica adotada na obra foi a da taipa de pilão, conduzida por José Vicente, conhecido por "Zé Taipeiro". A construção chegou a ser paralisada diversas vezes, por falta de verba, até que o templo foi inaugurado em 1876. O espaço foi transformado em Matriz, em 1933, época da demolição da igreja na praça João Pessoa.
O tombamento pelo Condephaat aconteceu em 25 de julho de 1980, época em que aconteceu o desmoronamento de algumas partes do prédio. Em 1984, após obras de reforma, a igreja passou a figurar em um selo comemorativo da data de aniversário da cidade.
Agora Vale
Ferrovia amazônica é símbolo do abandono
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Associação aponta depredação e classifica de crime hediondo o sumiço de trilhos
PORTO VELHO, RO – Repercutiu na Inglaterra, Estados Unidos e em Brasília a denúncia feita este mês pela Associação dos Amigos da Madeira Mamoré contra o que caracterizou de "fuga das normas legais" no projeto de revitalização do pátio da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), fruto de uma parceria entre o governo federal e a Prefeitura da capital do Estado de Rondônia. "As autoridades rondonienses estão cegas e a destruição vai ficando inevitável. Algo precisa ser feito e já!", protesta o arquiteto Luiz Leite de Oliveira, membro daquela entidade.
Foi a Madeira-Mamoré que originou esta cidade amazônica numa das margens do rio Madeira, no início do século passado. Entidades daqueles países e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) estão pedindo aos órgãos públicos brasileiros a reconsideração do projeto. Acusam as operações para a modificação da área de "facilitar uma obra sem supervisão técnica". A 4ª Câmara Cível do Ministério Público está analisando as denúncias.
Desde 2008, voluntários da associação percorrem a área do antigo pátio de manobras da ferrovia. Agora, eles constatam que trilhos e dormentes foram arrancados do sítio arqueológico. "Nem nos tempos do regime militar, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, último governador daquela era, praticou tamanha insanidade. Aliás, foi graças a ele que o trem voltou aos trilhos para oferecer o trecho turístico entre a nossa estação e a de Santo Antônio, no rio Madeira", disse Oliveira.
PORTO VELHO, RO – Repercutiu na Inglaterra, Estados Unidos e em Brasília a denúncia feita este mês pela Associação dos Amigos da Madeira Mamoré contra o que caracterizou de "fuga das normas legais" no projeto de revitalização do pátio da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), fruto de uma parceria entre o governo federal e a Prefeitura da capital do Estado de Rondônia. "As autoridades rondonienses estão cegas e a destruição vai ficando inevitável. Algo precisa ser feito e já!", protesta o arquiteto Luiz Leite de Oliveira, membro daquela entidade.
Foi a Madeira-Mamoré que originou esta cidade amazônica numa das margens do rio Madeira, no início do século passado. Entidades daqueles países e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) estão pedindo aos órgãos públicos brasileiros a reconsideração do projeto. Acusam as operações para a modificação da área de "facilitar uma obra sem supervisão técnica". A 4ª Câmara Cível do Ministério Público está analisando as denúncias.
Desde 2008, voluntários da associação percorrem a área do antigo pátio de manobras da ferrovia. Agora, eles constatam que trilhos e dormentes foram arrancados do sítio arqueológico. "Nem nos tempos do regime militar, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, último governador daquela era, praticou tamanha insanidade. Aliás, foi graças a ele que o trem voltou aos trilhos para oferecer o trecho turístico entre a nossa estação e a de Santo Antônio, no rio Madeira", disse Oliveira.
A associação aponta falhas no projeto da EFMM e não poupam o próprio Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que administra o setor nos estados de Rondônia e do Acre. Muito menos a Pavinorte Projetos e Construções, a qual é acusada de "total desconsideração e desinformação a respeito da importância do patrimônio ferroviário".
O Iphan se desvencilha de culpa. Seu presidente nacional, Luiz Fernando de Almeida, disse que o sítio arqueológico teria sido destruído no período da ditadura militar.
Leite se diz indignado com a reação da própria sociedade à descaracterização do sítio. "Políticos, órgãos públicos, universitários, e líderes comunitários estão quietos. Parecem anestesiados por um antídoto de leseira plena. Alguns infelizmente se deixam levar pelas conseqüências do vandalismo, quando se descomprometem de fazer alguma coisa e apenas xingam, até mesmo a associação, quando dizem que essa área virou refúgio de drogados e mendigos". "Mas não procuram analisar quem é o culpado disso no governo atual e nos anteriores", acrescenta.
Depredação
O arquiteto é autor do mais arrojado projeto de revitalização do pátio ferroviário, que não foi posto em prática.
Ao Ministério da Cultura e ao Iphan, que em 1980 promoveram o Seminário de Preservação da Madeira-Mamoré, em Porto Velho, a associação denunciou o não-cumprimento da Portaria 231/2007 que confere o inciso V do art. 21 do decreto nº 5.040, de 7 de abril de 2004. Ele considera que o conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico da EFMM é formado pelo pátio ferroviário, os oito quilômetros de trilhos entre a Estação Central e a Estação de Santo Antônio, atualmente bem próxima à usina hidrelétrica em construção no rio Madeira.
Fazem parte ainda do conjunto ameaçado as Três Caixas d'água (conhecida por Três Marias) construídas com ferro importado da Inglaterra e o Cemitério da Candelária. A área do cemitério foi toda removida pela prefeitura na atual administração do prefeito Roberto Sobrinho (PT). Ali, conforme registros da história do município foram sepultados os corpos pelo menos cinco mil construtores da ferrovia, originários de vários países antilhanos, europeus, russos e norte-americanos.
O Iphan se desvencilha de culpa. Seu presidente nacional, Luiz Fernando de Almeida, disse que o sítio arqueológico teria sido destruído no período da ditadura militar.
Leite se diz indignado com a reação da própria sociedade à descaracterização do sítio. "Políticos, órgãos públicos, universitários, e líderes comunitários estão quietos. Parecem anestesiados por um antídoto de leseira plena. Alguns infelizmente se deixam levar pelas conseqüências do vandalismo, quando se descomprometem de fazer alguma coisa e apenas xingam, até mesmo a associação, quando dizem que essa área virou refúgio de drogados e mendigos". "Mas não procuram analisar quem é o culpado disso no governo atual e nos anteriores", acrescenta.
Depredação
O arquiteto é autor do mais arrojado projeto de revitalização do pátio ferroviário, que não foi posto em prática.
Ao Ministério da Cultura e ao Iphan, que em 1980 promoveram o Seminário de Preservação da Madeira-Mamoré, em Porto Velho, a associação denunciou o não-cumprimento da Portaria 231/2007 que confere o inciso V do art. 21 do decreto nº 5.040, de 7 de abril de 2004. Ele considera que o conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico da EFMM é formado pelo pátio ferroviário, os oito quilômetros de trilhos entre a Estação Central e a Estação de Santo Antônio, atualmente bem próxima à usina hidrelétrica em construção no rio Madeira.
Fazem parte ainda do conjunto ameaçado as Três Caixas d'água (conhecida por Três Marias) construídas com ferro importado da Inglaterra e o Cemitério da Candelária. A área do cemitério foi toda removida pela prefeitura na atual administração do prefeito Roberto Sobrinho (PT). Ali, conforme registros da história do município foram sepultados os corpos pelo menos cinco mil construtores da ferrovia, originários de vários países antilhanos, europeus, russos e norte-americanos.
Essa condição levou o jornalista Nelson Townes de Castro a classificá-lo, em reportagem na revista "Momento Brasil", como "o único cemitério multinacional do mundo".
Outra associação, a que reúne moradores da Vila Ferroviária, foi atendida agora pela 4° Câmara Cível. Anteriormente, semelhantes denúncias sobre a depredação foram encaminhadas ao Departamento de Polícia Federal em Porto Velho, ao Ministério Público Estadual e, por último, ao Ministério Público Federal.
Associação vê fraude
Para a Associação dos Amigos da EFMM, tudo o que ocorrer daqui para a frente é "uma questão de honra" na salvaguarda da memória de Porto Velho e de Rondônia: "A depredação do sítio arqueológico da EFMM está acontecendo de forma explícita e esse tipo de fraude caracteriza crime hediondo que lesa o próprio País", diz uma nota da entidade
Baseia-se no desaparecimento de peças de porcelanas, algumas das quais encontradas em áreas do pátio de manobras dos trens, no início do projeto de revitalização, em 2008. Foi isso que levou a entidade a caracterizar a existência de um sítio arqueológico de valor sociocultural incalculável.
Para a Associação de Moradores da Vila Ferroviária, o que está acontecendo é "uma conspiração nacional para enterrar de vez a Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o seu legado".
O QUE É REVITALIZAÇÃO
● Organizações civis do Brasil, Estados Unidos e Inglaterra discordam da resposta do presidente do Iphan às denúncias enviadas de Porto Velho. Para elas, a palavra revitalização consiste no ato de recuperar, conservar e preservar o ambiente por meio da implementação de ações que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais.
Outra associação, a que reúne moradores da Vila Ferroviária, foi atendida agora pela 4° Câmara Cível. Anteriormente, semelhantes denúncias sobre a depredação foram encaminhadas ao Departamento de Polícia Federal em Porto Velho, ao Ministério Público Estadual e, por último, ao Ministério Público Federal.
Associação vê fraude
Para a Associação dos Amigos da EFMM, tudo o que ocorrer daqui para a frente é "uma questão de honra" na salvaguarda da memória de Porto Velho e de Rondônia: "A depredação do sítio arqueológico da EFMM está acontecendo de forma explícita e esse tipo de fraude caracteriza crime hediondo que lesa o próprio País", diz uma nota da entidade
Baseia-se no desaparecimento de peças de porcelanas, algumas das quais encontradas em áreas do pátio de manobras dos trens, no início do projeto de revitalização, em 2008. Foi isso que levou a entidade a caracterizar a existência de um sítio arqueológico de valor sociocultural incalculável.
Para a Associação de Moradores da Vila Ferroviária, o que está acontecendo é "uma conspiração nacional para enterrar de vez a Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o seu legado".
O QUE É REVITALIZAÇÃO
● Organizações civis do Brasil, Estados Unidos e Inglaterra discordam da resposta do presidente do Iphan às denúncias enviadas de Porto Velho. Para elas, a palavra revitalização consiste no ato de recuperar, conservar e preservar o ambiente por meio da implementação de ações que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais.
Ainda conforme as entidades, construção significa criação de infra-estrutura em um determinado lugar. Em Porto Velho, descendentes de engenheiros e funcionários que trabalharam na EFMM estão enviando e-mails com fotos que jamais foram divulgadas no Brasil, para revigorar a importância da construção da Madeira-Mamoré para a região Norte e para o Brasil.
AGÊNCIA AMAZÔNIA (*)contato@agenciaamazonia.com.br
(*) Com informações de Maique Pinto, do Rondoniaaovivo
AGÊNCIA AMAZÔNIA (*)contato@agenciaamazonia.com.br
(*) Com informações de Maique Pinto, do Rondoniaaovivo
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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