CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 1-2-10

SOS-RIO CLARO! SOS BRASIL!

A retirada dos trilhos da malha ferroviária, como pretende a atual

administração de Rio Claro, e o conseqüente sucateamento e desmanche da ferrovia e tudo que dela restou, significa a DESTRUIÇÃO DE PATRIMÔNIO PÚBLICO HISTÓRICO-CULTURAL NACIONAL E LOCAL E DA PRÓPRIA HISTÓRIA DE RIO

CLARO.

Não tenho nenhuma filiação política-partidária, e nem estou ligado a nenhum político ou partido político existente nesta cidade. Escrevi esse artigo na condição de simples cidadão rioclarense, assumindo total responsabilidade pela expressão de meus pensamentos.

No sábado, dia 23 de janeiro, os jornais Cidade de Rio Claro e Diário do Rio Claro, cumprindo suas funções junto a seus leitores, informaram à população sobre a presença da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, em nossa cidade para a assinatura do termo de cessão de uso de direito real da faixa de domínio da malha ferroviária que atravessa a cidade, trecho compreendido entre a Avenida 24 e o distrito de Batovi, numa extensão de sete quilômetros, aproximadamente.

De forma oportunista, demagógica, arbitrária, autoritária e unilateral, sem nenhuma forma de consulta popular, principalmente às centenas de milhares de ex-ferroviários e seus descendentes, e a personalidades representantes da Cultura e da História de Rio Claro, o atual prefeito municipal impõe à sociedade rioclarense uma ação irreversível de sucateamento, desmanche e destruição de uma malha ferroviária e de toda uma estrutura que pode e deve ser utilizada em um projeto turístico-cultural semelhante ao da cidade de Jaguariúna/SP e de Itú/SP, assim como de outras cidades do Brasil que despertam para o renascimento da Ferrovia em nosso País e no Mundo.

O atual prefeito de Rio Claro, na contra-mão da história e das tendências nacional e mundial, pretende realizar de imediato a retirada dos trilhos da ferrovia no trecho situado em nossa cidade, trilhos esses, por incrível que pareça, que serão utilizados na construção de projeto ferroviário turístico-cultural na cidade de Itú/SP , denominado Trem Republicano conforme divulga o jornal Diário do Rio Claro.

Argumenta o senhor prefeito nos dois jornais citados, que a cidade se viu, durante décadas, separada pelos trilhos e a situação persistiu mesmo quando, no início da década de 1990, o fluxo de trens foi desviado da região central. Segundo o prefeito, “isso gerou gargalos no trânsito, impediu o desenvolvimento do comércio e toda aquela imensa área perdeu a vitalidade, desautorizando qualquer projeto de reurbanização. Agora, no entanto, o município terá meios para, finalmente, unir as duas partes da cidade”.

A argumentação do prefeito de que a cidade se viu, durante décadas, separada pelos trilhos e que isso impediu o desenvolvimento do comércio e toda aquela imensa área, é absurda, é falsa e enganosa, e expressa tão somente o primarismo e a infantilidade do raciocínio, e a tentativa de manipulação, indução e controle da opinião pública, ou seja, do povo rioclarense, tendo em vista que centenas de instituições culturais, religiosas, comerciais, industriais e de serviços se estabeleceram, vivem e progridem atrás da linha, a exemplo do próprio prefeito municipal, que ali cresceu, e tem seu

estabelecimento comercial, ali também se tornou prefeito e constituiu família, e tem total conhecimento de empresas e instituições importantíssimas em nossa cidade tais como: Shopping Center Rio Claro, GACC – Grupo de Apoio à Criança com Câncer, UNESP – Universidade Estadual Paulista, o Corpo de Bombeiros, inúmeras e importantes escolas estaduais e municipais, inúmeras igrejas e templos religiosos, o parque industrial da cidade com as industrias mais importantes, o DAAE – Departamento Autônomo de Água e Esgoto, a Floresta Estadual Navarro de Andrade (Horto Florestal), a área reservada para o futuro FORUM da Comarca e, não podemos esquecer: o principal e mais densamente povoado bairro da cidade: o progressista Bairro do Chervezon.

Os textos dos jornais do sábado em Rio Claro, que apenas cumprem seu papel de bem informar, estão exatamente iguais, demonstrando ser material de divulgação (release) enviado e pago, ou pela assessoria do prefeito ou pela assessoria da ministra Dilma Roussef, material esse, que caracteriza propaganda eleitoral, o que confronta a Lei Eleitoral. Essa afirmação eu a faço da altura de minha experiência de mais de 33 anos nas áreas de marketing, publicidade e jornalismo e como pioneiro, no Brasil, em Marketing Político.

Os próprios jornais citados reconhecem o estado de campanha eleitoral, proibida por Lei Federal antes do período eleitoral na visita e no ato realizado em Rio Claro, sob os auspícios e orquestração do poder executivo local, senão vejamos os textos:

“Visita de Dilma. A ministra da Casa Civil, que aparentemente usará a cidade para fazer campanha eleitoral…”(jornal Diário do Rio Claro,23.01.2010)

“Eleições: Dilma e Temer ensaiam campanha na terra de Ulysses

Guimarães” (jornal Cidade de Rio Claro, 24.01.2010, página 1 capa e B-4)

A tentativa de manipulação, indução e controle da opinião pública é

evidente nos textos divulgados. A ministra assinou, única e tão somente, a cessão de área ocupada pelos trilhos da ferrovia, para que o município possa então desenvolver projeto próprio de acordo com o interesse de sua população (jornais de sábado), e não a retirada dos trilhos como foi divulgado pela mídia:

“Trilhos Liberados” (jornal Cidade de Rio Claro, 24.01.2010, pág 1capa)

“Em sua visita a Rio Claro, Dilma assinou o projeto de retirada dos trilhos da ferrovia da avenida 24 até o distrito de Batovi” (jornal Cidade de Rio Claro, 24.01.2010, pág B-4).

“DNIT oficializa retirada dos trilhos em Rio Claro. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) oficializou a retirada dos trilhos da Avenida 24 ao bairro Batovi, em cerimônia realizada ontem (23)” (jornal Diário do Rio Claro, 24.01.2010, pág 1 capa).

“Retirada dos trilhos é oficializada pelo Governo Federal. Conforme

antecipado pelo Diário, os trilhos, na extensão de sete quilômetros serão retirados pelo município de ITÚ/SP, na CONSTRUÇÃO DO TREM REPUBLICANO” (jornal Diário do Rio Claro, 24.01.2010, pág 3)

Trocar a possibilidade do desenvolvimento e da existência de um projeto turístico-comercial-cultural, que irá beneficiar toda uma população e seu parque turístico nacional e internacional, comercial e de serviços, pela destruição do patrimônio histórico-cultural ímpar situado em Rio Claro, sonhado e disputado por outras cidades e por administradores e políticos competentes como de Itú/SP por exemplo, e pela construção de uma avenida como outra qualquer existente em cidades de pequeno porte, e por um “Central Park” novaiorquino como, de forma debochada, cínica, e irresponsável se manifestou a ministra Dilma Roussef em nossa cidade, dando palpites sobre algo que desconhece, é muito mais que “pensar baixo”, não ter boas idéias, oportunismo, interesses comerciais ou demagogia e política rasteira; é uma insanidade, é a falta total de patriotismo e de amor a sua terra e a sua gente, é uma “facada nas costas” em toda uma população que ama sua cidade e sua história, principalmente é uma “facada nas costas” dos ferroviários e de seus descendentes, que construíram essa mesma história.

Assim, no interesse e defesa do patrimônio histórico-cultural de Rio Claro, no interesse do bem comum, e como cidadão desta cidade, solicitei no dia 25 ao Ministério Público, que impeça a destruição irreversível da malha ferroviária em questão e de todo o complexo histórico-cultural que a envolve.

A Promotoria Pública, a família ferroviária, a mídia rioclarense (jornais, televisões, rádios e sites na internet), as entidades de Rio Claro como a Maçonaria, o Rotary, o Lions, e as pessoas que amam Rio Claro devem se movimentar e agir no sentido de, dentro da Lei, do bom senso e da racionalidade, buscar e encontrar o que for melhor para a população desta cidade.

A História irá julgar nossas decisões e ações. Que Deus nos ilumine.

Avante Rio Claro !

Jenyberto Pizzotti

(e-mail: jenyberto@yahoo.com.br)

http://www.admiravelgadonovo.blogspot.com/