ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

24 fevereiro, 2010

CULTURA, PATRImÕNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 24-2-10

Tombamento no centro de São Paulo é revisado
Para ajudar no processo de revitalização da região da cracolândia, no projeto Nova Luz da prefeitura, o Condephaat (órgão estadual de proteção ao patrimônio) reviu os tombamentos de imóveis históricos do bairro.
Conforme publicado no Diário Oficial na semana passada, o número de prédios protegidos foi reduzido de 99 para 86. Só três seguem integralmente tombados - antes eram 48. Os demais precisam ter apenas as fachadas preservadas. O processo de revisão do tombamento do bairro foi feito entre 2008 e 2009. As mudanças ainda precisam ser homologadas pelo secretário de Estado da Cultura, João Sayad.
Mas há um entrave logístico nessa mudança: boa parte dos imóveis tombados na esfera estadual (pelo Condephaat) também é protegida pelo órgão municipal (Conpresp). Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Cultura a pedido do Estado revela que ao menos 14 imóveis da relação do Condephaat são também protegidos pelo Conpresp, sobretudo na região da Rua Santa Ifigênia. Nesses casos, uma obra de intervenção interna precisa de aprovação do órgão. "Os projetos são analisados caso a caso", como frisou a Assessoria de Imprensa do Conpresp.
estadao.com.br



Brasileiro lê cada vez menos, mostra pesquisa
O brasileiro hoje lê menos livros, visita menos exposições de arte e assiste a menos espetáculos de dança que em 2007. A queda foi detectada em uma pesquisa realizada pela Fecomércio do Rio de Janeiro, cujo objetivo é o de mensurar os hábitos de lazer relacionados à cultura. Em compensação, as pessoas aumentaram sua ida ao cinema e mantiveram o mesmo índice de visita ao teatro e aos shows de música.
O levantamento teve alcance nacional e foi realizado em mil domicílios situados em 70 cidades, incluindo 9 regiões metropolitanas. As apurações, realizadas em dezembro tanto no ano passado como em 2007, buscavam entender a visão da população sobre atividades culturais de lazer e os motivos que a levam a procurar por essas atividades. Também interessou descobrir a avaliação dos consumidores sobre sua participação no ambiente cultural.
As conclusões não foram animadoras. Para a questão a respeito do hábito cultural, como ler um livro, assistir a um filme no cinema, visitar exposições, ir ao teatro e a espetáculos de dança, 60% das pessoas responderam não ter praticado nenhuma daquelas atividades (em 2007, a cifra era de 55%). Motivo: falta de hábito ou gosto.
Já entre aqueles que desfrutaram ao menos um dos hábitos, a maioria (ou seja, 23%) disse ter lido um livro. A leitura, porém, parece estar cada vez mais em desuso pois, dois anos antes, a mesma atividade era confirmada por 31% das pessoas consultadas. A partir dessas cifras, a pesquisa buscou dissecar os motivos daquela queda: 60% das pessoas responderam não ter o hábito da leitura, enquanto 22% foi direta, afirmando não gostar de ler. A restrição econômica não aparece como determinante, uma vez que apenas 6% confessaram não ter como pagar pelos livros.
O teatro enfrenta situação semelhante, pois 38% das pessoas disseram não ter o hábito de frequentar as salas de espetáculo, enquanto 27% garantiram não gostar de assistir a uma peça teatral.
Quais seriam, então, os hábitos culturais dessas pessoas? As respostas não foram surpreendentes - 68% dos entrevistados declararam-se espectadores da TV, enquanto 14% preferem ir à Igreja ou a algum culto religioso. Encontrar amigos e parentes em um churrasco ou em um almoço é o hábito de 12%. Ir a barzinhos foi a resposta de 9%, enquanto futebol é a preferência de 8% dos entrevistados. Finalmente, ir a restaurantes foi a resposta dada por 4%.
Se pudessem escolher entre as atividades apresentadas, a maioria das pessoas (22%) preferiria ir ao cinema, acompanhada de perto por aqueles que ambicionam ir a um show musical (21%). Curiosamente, 17% dos consultados revelaram desinteresse por todas as opções. Depois de analisar os dados, Orlando Diniz, presidente do Sistema Fecomércio-RJ, respondeu às seguintes questões.
Para resolver o problema do baixo índice de leitura no País seria preciso uma política pública ampla, que ataque várias questões relacionadas ao tema? Ou seja, mais incentivos do governo na educação e na construção de mais bibliotecas?
A opção "ler um livro" aparece no topo do ranking de preferências dentre a minoria que usufruiu pelo menos uma das atividades culturais listadas na pesquisa. A preferência pelo livro encontra justificativa pelo fato de ele estar mais ao alcance da população e ter o benefício de permitir uma ampla circulação de um mesmo produto. Pelo levantamento da Fecomércio-RJ, se compararmos a parcela de brasileiros que leem com os que vão ao teatro, ao cinema, a um espetáculo de dança, uma exposição ou a um show é possível observar que, apesar de baixo, o brasileiro opta pela leitura dentre todas atividades de lazer cultural citadas na pesquisa. A pesquisa nos inclina a pensar que as ações devem ser desenvolvidas no sentido de criar o hábito e desenvolver o gosto das próximas gerações por atividades culturais. Segundo o IBGE, 89,1% dos municípios brasileiros possuem bibliotecas públicas. A meta é repensar o papel da cultura numa sociedade moderna que não considera lazer cultural como uma forma de entretenimento.
Sobre o preço, a reclamação do leitor reflete a tese de que o livro não ocupa um papel fundamental na nossa cultura e economia?
O levantamento mostra que há uma inércia em relação à cultura que não passa necessariamente pela questão do preço, mas pela falta de hábito. Tanto que o porcentual de brasileiros que não leem porque é caro (2%) aparece como o quinto motivo, bem depois de "não tenho o hábito" e "porque não gosto". Isso nos leva a crer que a questão é intergeracional - em geral, os pais não têm o hábito de frequentar "ambientes culturais", como museus, cinema ou teatro, e, por isso, não estimulam os filhos.
Se um trabalho coerente e de eficácia garantida fosse iniciado hoje, é possível prever quando o índice atingiria números aceitáveis?
Não é possível fazer uma previsão desse tipo porque a eficácia vai depender da recepção do público que, como já vimos, passar por uma questão intergeracional. É preciso uma ruptura com os paradigmas, um esforço nacional de longo prazo para interromper a inércia da falta de incentivo aos hábitos de cultura, nesse caso de leitura. Afinal, para gostar, é preciso conhecer, e a valorização de hábitos culturais tem de começar cedo.
Diário do Pará



Nota da Associação Preserva São Paulo sobre cassação de Kassab.
Oportunidade histórica para a cidade
A Associação Preserva São Paulo aplaude a decisão do Meritíssimo Juiz da 1ª. Zona Eleitoral, Dr. Aloísio Sérgio Resende Silveira, o qual, em ação de iniciativa do Digníssimo Promotor Eleitoral Dr. Maurício Lopes, cassou o mandato do prefeito de S. Paulo, Gilberto Kassab e de diversos vereadores, e além de tornar inelegíveis o ex-governador Geraldo Alckmin e a ex-prefeita Marta Suplicy.
A decisão ocorre após anos de controle da política municipal por um grupo de vereadores totalmente servis aos desmandos da especulação imobiliária mais predatória, irresponsável e sem limites, ao mesmo tempo em que sabotava e minava, de maneira ora sutil, ora ostensiva, as reivindicações de todos os demais setores da sociedade organizada. Após a entrada em vigor do atual Plano Diretor, em 2002, o município passou a ser território livre da especulação imobiliária, a qual, através de doações de dinheiro ilegais, compraram votos e consciências da maioria dos membros da Câmara Municipal. Nunca na história da cidade o Poder Legislativo esteve nas mãos de um grupo tão corrupto, inepto e inconseqüente, independente da filiação partidária, não constituindo exagero afirmar que a atual Câmara de Vereadores declarou guerra, na prática, à cidade e aos próprios cidadãos que supostamente deveria representar.
O resultado, desastroso, é conhecido de todos: desde 2002, a qualidade de vida na cidade vem se deteriorando a olhos vistos; São Paulo é, hoje, a cidade com os piores congestionamentos de trânsito do mundo, segundo a revista Time*; a degradação e o caos urbanos atingiram níveis insuportáveis; bairros inteiros foram arrasados, e comunidades tradicionais desarticuladas. Todos esses problemas, e muitos outros, estão diretamente relacionados à atuação sem limites da especulação imobiliária, que ainda tem gerado outros tipos de transtornos antes inéditos, tais como a recente interdição de uma rua inteira devido ao comprometimento do solo causado por uma construção. Isso para não falar da questão das enchentes, conseqüência óbvia da impermeabilizaçã o frenética da cidade promovida por essa mesma especulação imobiliária com a bênção do Poder Público. Porém em nenhuma área os danos foram tão dramáticos como na do patrimônio histórico, onde dezenas de imóveis de interesse artístico, arquitetônico ou histórico inestimável foram irremediavelmente perdidos com a complacência das autoridades municipais e em grande parte graças às artimanhas e ameaças da Câmara de Vereadores contra os já esvaziados e paralisados órgãos municipais de preservação do patrimônio histórico, representadas, por exemplo, por uma CPI para investigar tais órgãos, proposta pelo vereador Aurélio Miguel e com finalidade explicitamente intimidatória. Enfim, é emblemático da grave situação atual que 57% dos paulistanos desejem deixar a cidade, segundo pesquisa do Movimento Nossa São Paulo**.
É em meio a este cenário desolador que a auspiciosa decisão da Justiça Eleitoral representa uma oportunidade histórica, de se promover uma limpeza geral dos quadros políticos da cidade e uma grande renovação nos Poderes Executivo e Legislativo municipais. Para tanto, é imprescindível que a sociedade civil organizada se mobilize para exigir a punição dos corruptos, pelo aprofundamento das investigações e em defesa da confirmação das cassações pelos tribunais superiores. Conclamamos os movimentos sociais a se unirem em uma grande frente pela ética na política municipal, com o fim de realizar manifestações e outros atos contra os corruptos e em apoio à decisão do Judiciário.
São Paulo, 21 de fevereiro de 2010.
Associação Preserva São Paulo

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