ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

05 abril, 2010

ATUALIDADES - 5-4-10

Meirelles volta atenções para inflação
Depois de desistir de se candidatar e de passar as últimas semanas envolvido em intensas negociações políticas, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, volta agora a vestir somente o uniforme de autoridade monetária. No mesmo dia em que anunciou a decisão de permanecer no cargo, com a justificativa de garantir a permanência da "racionalidade econômica" no País em ano eleitoral, Meirelles marcou posição e fez a mais dura declaração sobre a condução da política de juros dos últimos meses, confirmando o cenário de aumento da taxa Selic, juro básico da economia, em abril a fim de garantir a inflação na meta.
Com o discurso mais forte, Meirelles quer rapidamente superar o mal-estar que sua inserção na política causou no mercado, afetando um pouco a credibilidade conquistada em sete anos. O BC, disse ele, não pode aceitar que a inflação "no horizonte relevante à frente" fique acima do centro da meta, hoje fixada em 4,5%. "Isso não", afirmou. O "horizonte relevante" mencionado por ele vai dos próximos 12 meses até o fim de 2011.
Depois que a inflação se aqueceu, dando sinais de pressão mais duradoura dos preços, o mercado passou a criticar o BC por estar atrasado em aumentar os juros. Em meio a essas críticas, aumentaram as avaliações de que a mistura de política com o BC não faria bem para a condução da política monetária.
Desde outubro, quando se filiou ao PMDB, Meirelles vinha tentando se equilibrar entre as personagens de autoridade monetária autônoma e postulante discreto a um cargo eletivo no pleito de 2010.
Durante todo período anterior à sua filiação partidária, o presidente do BC foi pouco questionado pelos analistas econômicos sobre sua independência para tomar as decisões de política monetária. Mas, após a assinatura da ficha de adesão ao PMDB, a imagem de que decidia com base em análises puramente técnicas começou a ser questionada por diversos economistas.
Não se tratou de uma problemática crise de credibilidade do BC, mas sim de uma situação de desconforto dos agentes econômicos. Estes passaram a analisar não só os aspectos técnicos que levam a uma decisão do BC, como ritmo da atividade econômica, mas também as implicações políticas da alta nos juros
E a última reunião do Copom, que decidiu manter a taxa Selic, evidenciou essa preocupação. Depois dessa decisão, o BC divulgou a ata, manifestando que houve consenso de que os juros teriam que subir. Mas a maioria do colegiado, alegando "prudência", resolveu manter. De pronto o mercado saiu da leitura técnica para a política: Meirelles estava preparando o terreno para deixar o BC com o discurso de que entregou o cargo com o menor juro da história do real e com a economia crescendo forte e com inflação ainda sob controle.
"Não é que tenha havido retrocessos institucionais no BC, mas o ponto é que se inseriu um ruído no mercado que não existia. Não é algo grave, mas é um ruído. Os analistas eram mais perguntados pelos seus clientes sobre isso. Muitos avaliavam que BC teria que subir juros em março, mas que não faria por algum motivo (político)", explicou a economista-chefe do banco ING, Zeina Latif.
As inúmeras justificativas econômicas de Meirelles para ficar no BC também desagradaram o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda. A avaliação é de que elas só serviram para alimentar rumores de que a candidata do PT, Dilma Rousseff, vai fazer mudanças da economia depois de eleita. Entre esses rumores, as fontes citam, os boatos de que Meirelles ficou no BC para impedir que o secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa, fosse indicado por Lula para o seu lugar, por influência de Dilma. Barbosa é hoje uma dos economistas mais próximos de Dilma. A avaliação é de que o Meirelles não deveria ter se colocado como o "salvador" da economia. "O fiador da responsabilidade econômica é o presidente Lula", disse uma fonte.
Diário do Pará

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial