CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 13-8-10
Moeda de ouro de 2 mil anos é descoberta em Israel
Arqueólogos afirmam terem encontrado a mais pesada e valiosa moeda de ouro já descoberta no atual território de Israel. A moeda de 2.200 anos pesa 28 gramas e foi descoberta no sítio arqueológico de Tel Kadesh, próximo à fronteira com o Líbano, de acordo com nota divulgada hoje pela autoridade local de arqueologia.
O informe diz que a moeda tem seis vezes o peso da maioria de outras peças antigas similares encontradas na mesma área. O chefe do departamento de numismática da autoridade de antiguidades, Donald Ariel, disse que a moeda data da época do Império Selêucida, embora tenha sido cunhada pelos egípcios.
Ariel disse que a efígie da moeda mostra Cleópatra I, esposa do faraó Ptolomeu V. Trata-se da segunda moeda ptolomaica já encontrada em Israel. A primeira pesava dois gramas.
AE-AP - Agência Estado
Queijo de Minas Gerais vira patrimônio cultural brasileiro
O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em uma reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, em 15 maio de 2008. Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan e do conselho, ressaltou que a técnica de fabricação artesanal do queijo está "inserida na cultura do que é ser mineiro." Após a aprovação, a próxima etapa seria homologada pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil.
O pedido ao Iphan partiu de uma demanda dos próprios produtores artesanais, em 2001, quando foram obrigados a se enquadrarem na legislação sanitária. A exigência da pasteurização se confrontava com a tradição secular do queijo produzido com leite cru. Os produtores sempre argumentaram que a ausência dos chamados fermentos naturais alterava o sabor do produto. Na época, as associações de queijeiros e o governo mineiro chegaram a um acordo, adotando padrões sanitários tanto para a criação do rebanho quanto para a higiene de sua produção.
Tradição
A fabricação de queijo é uma tradição diária nas regiões produtoras. Apenas na sexta-feira da Semana Santa ele não é feito, quando o leite é distribuído na vizinhança e destinado ao doce de leite e às quitandas. O Iphan inventariou as regiões da cidade histórica do Serro, a Serra da Canastra e Serra do Salitre, onde predominam fazendas que mantêm a tradição do artesanal queijo mineiro. O pedido de registro imaterial foi entregue ao Iphan pela Secretaria de Cultura de Minas, em conjunto com a Associação de Amigos do Serro. O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) já havia reconhecido, em 2002, a técnica de fabricação do queijo como patrimônio imaterial.
De acordo com o Iphan, a partir do registro, o instituto iria apoiar a comunidade na elaboração de uma política de incentivo da tradicional prática. A expectativa é que as ações de salvaguarda da cultura queijeira envolvam projetos de educação patrimonial e qualificação profissional dos atores envolvidos. Conforme a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o estado produz mais de 26 mil toneladas somente de queijo artesanal por ano.
Agência Estado
Centro de Tradições Mineiras
Depois de quase demolido, casarão será centro cultural
Seria mais um imóvel “apagado” e esquecido no meio da movimentação da área central, mas quem passa pelo Largo Boa Morte já começa a ver cores surgindo no casarão da esquina entre a Rua Boa Morte e Presidente Roosevelt.
Nos tapumes figuram os símbolos históricos da cidade, retratados em traços, como a igreja Boa Morte, gruta e Edifício Prada. A arte remete à vida que o local deve retomar, ao ser transformado em centro cultural depois de passar pela revitalização iniciada agora.
As obras serão feitas pela Engep, que agora detém o imóvel, após permuta com o antigo proprietário. “Tentaremos revitalizar o casarão com as características originais e transformá-lo num espaço cultural. Ainda não foi definido o que será, mas, entre as opções, a provável é um museu”, disse Roberto Martins, diretor da Engep.
Um ano é o prazo estimado para o trabalho no patrimônio histórico municipal, que teve janelas e portas descaracterizadas. Daí, a tentativa de se fazer algo o mais próximo possível às origens. “Já não cabe restauração porque muito foi perdido, por isso a revitalização”, lembrou Martins. Réplicas serão produzidas a partir do estudo dos materiais usados na fundação do local.
O prédio ficou parado durante anos, depois de funcionar como lojas e restaurante. “O telhado está prejudicado. Faremos uma revisão para evitar mais estragos, enquanto os tapumes já relembrarão os pontos históricos da cidade, mostrando à população o ponto cultural que o local será”, declarou Martins.
Para João Egea, 44, letreiro artesanal que fazia o trabalho de aplicação e pintura dos pontos históricos nos tapumes, a arte é uma forma de unir o útil ao agradável. “É uma forma de resgatar o passado de uma nova forma”, disse.
HISTÓRIA POR TRÁS DOS TAPUMES
O casarão está com o tombamento em fase de conclusão, segundo a arquiteta Juliana Binotti, do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Limeira (Condephali). O registro mais antigo é da década de 1870, quando o casarão era propriedade de Ezequiel de Paula Ramos, então senador.
Com origem tão antiga, foi por pouco que o casarão “sobreviveu”. Ele teve parte demolida em 2006, trabalho interrompido pelo Condephali, após denúncia do que estava sendo feito no local. “O prédio já tinha passado por reformas em 2003, quando recebeu vitrines no lugar das janelas. Na época, o diretor de Cultura, José Eduardo Heflinger Junior, o Toco, tentou com documentação cancelar as alterações, sem sucesso”, explica Juliana.
Já em 2006, a obra começou a ser feita internamente, com os vidros tapados com papel. “Infelizmente, às vezes as pessoas desconhecem o valor histórico e a importância arquitetônica desses imóveis. A obra de demolição, que começou por dentro, foi praticamente interrompida na metade. Embora o telhado com madeira de lei fosse poupado, pisos e forros da época foram perdidos”, diz Juliana. O caso foi parar no Ministério Público, desta vez, com ganho de causa ao Condephali, e o local ficou sem uso desde então, até chegar ao novo projeto da Engep.
O imóvel é um dos poucos, junto à igreja Boa Morte e Palacete Levy, que fazem parte da paisagem cultural original do largo, em meio a todo o restante modificado. O casarão possuía quintal nos fundos, assim como o Palacete, onde todo o quarteirão fazia parte da propriedade. “Naquela época, era comum as construções começarem alinhadas ao início do lote, mas tinham grandes quintais nos fundos”, lembra Juliana.
PRIMEIRO MORADOR
A casa do Largo Boa Morte era a moradia “na cidade” de Ezequiel de Paula Ramos e sua família, fundadores da Fazenda Quilombo, que hoje pertence aos seus bisnetos. Natural de Bananal (SP), ele era advogado e veio a Limeira no início da década de 1870, onde fundou escritório de advocacia, no casarão do Largo, e se casou com Anna Eufrosina Jordão.
Os primeiros registros do imóvel, de impostos prediais, datam de 1874, embora haja uma série com início em 1774 e término em 1891, referindo-o como situado na “rua do Teatro”.
Em 1891, a família Ramos mudou-se para a capital paulista, para a sua eleição ao mesmo ao cargo, de senador estadual. No mesmo ano, participou da elaboração da primeira Constituição do Estado de São Paulo e foi presidente do Senado até 1897, com pequenos intervalos. Elegeu-se novamente senador naquele ano, cargo que ocupou até 1903, quando se afastou da atividade política por motivo de doença. Faleceu em São Paulo, em 24 de março de 1905.
Daíza Lacerda
Gazeta de Limeira.
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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