ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

13 setembro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 13-9-10

Bustos de escritores somem do largo do Arouche, em São Paulo
 No largo do Arouche, bem no meio da praça, bustos sem placa, placas sem busto e pedestais sem bustos nem placas são a ruína do que foi um dia o Jardim dos Escritores, um conjunto de peças de bronze que retratavam membros da Academia Paulista de Letras, ali instalada.
De três anos para cá, as obras têm sido furtadas ou sofrido vandalismo. Hoje, dos tantos que havia --não se sabe a conta-- só existem cinco bustos ou traços do que ainda restam deles.
A série de furtos deu início a uma disputa com a prefeitura. De um lado, a academia quer levar as estátuas restantes para o salão e restaurá-las. Do outro, Secretaria da Cultura não quis liberá-las porque são bens públicos e não poderiam ficar fechados numa instituição privada.
Dos que ainda estão ali, o único inteiro --ainda assim sem os óculos-- é o do acadêmico José Pedro Leite Cordeiro. O busto do parnasiano Vicente de Carvalho, o poeta do mar, está sem a placa. E a placa de José Augusto Cesar Salgado, secretário da canonização do beato José de Anchieta, está sem o busto.
"Esse aqui nem sabemos quem é, não tem nem busto, nem placa", diz José Renato Nalini, presidente da academia. Os furtos dos bustos foram o assunto do chá da tarde de ontem dos acadêmicos.
"Os ladrões estão furtando para fundir. Ninguém leva uma peça dessas para colocar na sala de casa e ficar contemplando", diz a acadêmica Lygia Fagundes Telles.
Os furtos acontecem em meio à degradação do largo. Além do torso dos escritores, tampos de ferro fundido dos bueiros e pedaços de postes feitos desse material têm sido levados. A solução foi colocar blocos de concreto.
Até o mercado de flores, que funcionava 24 horas por dia, passou a fechar às 23h.
O abandono afastou a clientela; sem o movimento caíram as vendas; com o esvaziamento começou o vandalismo e, com a depredação, os floristas fecham cedo.
Depois de terem vidros quebrados, fios, telefones, ferramentas e até plantas furtadas, as floriculturas fecharam a parte de trás, voltada para a praça, com grades.
"Havia uma cabeça oca. Era bem aqui [ele mostra], a maior de todas. Fizeram outra e levaram de novo", diz o florista Edson Rosendo Silva.
Entre um furto de cá e uma reposição de lá, o busto de um escritor foi colocado sobre a placa de outro. A confusão só foi descoberta pela família, que desfez a troca.
O vandalismo das peças é acompanhado por uma base 24 horas da Polícia Militar instalada na praça. A PM diz que os furtos ocorreram antes da presença dos policiais, deslocados há três anos.
"O problema do centro não é a vitalidade, no Arouche há muita vida. O Minhocão contribui muito para essa degradação, enquanto ele estiver lá, o centro será uma passagem", diz Valter Caldana, diretor da faculdade de urbanismo do Mackenzie.
A prefeitura disse que, em agosto, se manifestou favoravelmente e que providencia a papelada jurídica para que a instituição seja notificada da transferência dos bustos.
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
Folha de São Paulo

Começa a ampliação do Chalé da Praça XV em Porto Alegre
Previsão é de que, em 90 dias, o espaço ganhe o dobro da capacidade
Em 90 dias, a população de Porto Alegre deverá receber o Chalé da Praça XV modernizado e ampliado. Essa é a previsão para abertura ao público do terraço e a instalação de um salão envidraçado ao lado do prédio atual, o que deverá dobrar a capacidade do estabelecimento, para 600 lugares – entre outras melhorias.
– O projeto também vai deixar o Chalé ainda mais seguro – afirmou o gerente do empreendimento, Daniel Fagundes Corrêa, que citou a instalação de câmeras de segurança 24 horas como exemplo.
Inaugurado em novembro de 1885 e tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal em 1998, o Chalé receberá um investimento de R$ 1,5 milhão. A obra faz parte da primeira etapa do programa de reurbanização da Praça XV, Largo Glênio Peres e das ruas Marechal Floriano e José Montaury pelo Projeto Viva o Centro, que teve início com a transferência do comércio informal da Marechal Floriano e Montaury para o Camelódromo.
– A ideia é que a reforma do Chalé também ajude a melhorar a Praça XV – afirmou o coordenador do Projeto Viva o Centro, Glenio Bohrer.
Para 2011, está programada a restauração total do prédio tombado do Chalé. Enquanto isso, a região também passará por uma renovação. Até outubro deste ano, o piso do Largo Glênio Peres deverá estar recuperado, em uma parceria com a Coca-Cola. A parceria inclui ainda a colocação de deques de madeira no Mercado Público, instalação de rede wireless e de câmeras de videomonitoramento, implantação de jatos ornamentais de água em um grande chafariz e a construção de um monumento em homenagem ao jornalista, compositor, poeta, vereador e vice-prefeito da Capital Glênio Peres.
Outra mudança que a prefeitura planeja para a área é a abertura ao tráfego de veículos. Um dos objetivos das melhorias é incentivar o uso cotidiano do Centro Histórico pela população e por turistas, ajudando a torná-lo mais seguro.
O chalé
- Inauguração: novembro de 1885
- Tombamento pelo Patrimônio Histórico Municipal: 1998
- Capacidade: 300 lugares (será ampliada para 600)
- Principais melhorias previstas: abertura do terraço ao público e instalação de um salão envidraçado
- Investimento na ampliação: R$ 1,5 milhão
- Previsão de término das obras: 90 dias
Zero Hora

CPTM quase leva vagões históricos da estação de Bauru
 
Investida mobiliza entidades preservacionistas da cidade e prefeitura
O engenheiro Ricardo Bragnato, do Codep: “Ninguém tira o que é nosso”
Uma confusão na Estação Central Ferroviária envolvendo a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), da Capital, mobilizou nesta terça-feira (31) à tarde prefeitura, DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte), Codep (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio) e APFFB (Associação de Preservação Ferroviária e Ferromodelismo de Bauru).
Segundo o vice-presidente do Codep, engenheiro Ricardo Bragnato, funcionários da empresa vieram preparar dois carros de passageiros de um trem desativado, para, posteriormente, levá-los embora. Mas não conseguiram.
“Esses vagões integram processo de tombamento do patrimônio histórico de Bauru. Já estão arrolados, resguardados por lei para posterior restauração”, explica Ricardo.
A reportagem tentou falar com os funcionários da CPTM, mas eles disseram que não podiam dar entrevistas.
Episódio é recorrente, diz Codep
De acordo com Ricardo, não é a primeira vez que empresas de fora vêm a Bauru buscar material de importância histórica ferroviária. “Muitos falam que tudo isso aqui está abandonado. Mas há processo de transmissão de tudo isso do DNIT para o município.”
O conselheiro contou ao BOM DIA que a empresa alegou ter autorização para colocar sapatas de freio e lona para depois os deslocarem até à Capital, “porém não a apresentou”.
“Não existe autorização do DNIT para eles e, mesmo se tivessem, nós iríamos questionar. Ninguém tira mais de Bauru nosso patrimônio, nossa história.”
A assessoria de imprensa da CPTM foi questionada e até o fechamento desta edição não tinha respondido sobre as acusações. O DNIT também foi procurado e não retornou à reportagem.
Vagões serão transformados em trens turísticos
A secretária de Cultura Janira Bastos esteve no local para acompanhar o caso, mas os funcionários da CPTM já tinham ido embora. “Estou me inteirando do assunto, mas tive o cuidado de tomar as providências iniciais para resolver o problema.”
A intenção do poder público local e dos conselhos que defendem a manutenção dos vagões em Bauru é transformar aquilo que hoje parece ferro velho em desenvolvimentos de trens turísticos ferroviários e culturais. Mas não há previsão disso sair do papel a curto prazo.
“Vem de um longo processo de liquidação da Rede Ferroviária Federal e agora, desta articulação da sociedade civil, da iniciativa privada e do poder público, nós podemos implementar estes grandes projetos preservacionistas”, garantiu Ricardo.
Recentemente, o imóvel que durante anos foi a Central da Estação hoje pertence à prefeitura de Bauru. O pátio é de responsabilidade da ALL (América Latina Logística) e os vagões pertencem à União.
“Queremos trazer de volta aquilo que nos foi levado e não deixar levarem mais daqui. Como conselheiros, temos a obrigação de agirmos neste sentido”, finaliza o engenheiro.
Ulisses de Oliveira
Agência BOM DIA

CPTM insiste em levar vagões de Bauru
Empresa garante que tem documento de cessão de bens ferroviários que estão na cidade, em final de inventário
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que realmente os dois homens que estiveram anteontem em Bauru com objetivo de preparar dois vagões de passageiros que estão na cidade para levá-los à Capital são seus funcionários. E garantiu que tem documento que comprova a cessão dos vagões da Rede Ferroviária Federal à Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, que, por sua vez, por meio de convênio, cedeu os vagões à CPTM.
Todo o processo, segundo nota da empresa, tem anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Inphan). A CPTM afirma que sua meta é o restauro dos vagões para que possam voltar a operar e a contribuir com a preservação do patrimônio ferroviário. Porém, até as 18h de ontem, a secretária de Cultura, Janira Bastos, não havia recebido o documento que comprovaria que a companhia tem a posse dos vagões.
Anteontem, membros do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Codepac), da Associação de Preservação Ferroviária e de Ferromodelismo (APFFB) e a própria Janira impediram que os dois homens preparassem os vagões para serem levados para Capital. Eles não apresentaram documento da posse dos vagões e havia dúvidas, inclusive, se eram mesmo funcionários da CPTM.
A Rede Ferroviária Federal, Fepasa e Sorocabana, após a liquidação, iniciou um processo de inventário, no qual a Prefeitura de Bauru reivindica vários bens ferroviários. Os vagões que a CPTM argumenta ter posse estão entre eles. Apesar do processo de transição desses bens ainda não ter terminado, como estão em Bauru há muitos anos e sob os cuidados da prefeitura, a expectativa é que fiquem na cidade como seu patrimônio histórico-ferroviário.
Por isso, tanto o Codepac quanto a Associação de Preservação Ferroviária e a Secretaria de Cultura foram surpreendidos com a presença dos dois funcionários da CPTM e exigiram documentação. Janira ressalta que ontem à tarde foi procurada, por telefone, por uma pessoa que disse ser da CPTM, que ficou de enviar o documento de cessão. “O senhor disse, por telefone, que tem uma concessão da época do então governador Covas (Mário Covas, falecido em março de 2001)”, relata.
Assim que o documento chegar à Secretaria de Cultura, Janira explica que o enviará para análise da Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos. “Se realmente a autorização é da época do Covas, é muito antiga e queremos saber se legalmente ainda é válida”, frisa. Anteontem, vice-presidente da APFFB, Ricardo Bagnato, afirmou que lutará para que os bens ferroviários permaneçam em Bauru.
“As pessoas acham que podem vir aqui e pegar o nosso material para levar para outras localidades. Não iremos mais alimentar museus, associações e empresas”, afirmou na ocasião.
De acordo com ele, mesmo que a CPTM tenha autorização, não serão poupados esforços para conseguir manter os bens em Bauru. “Se forem retirar algo daqui, vai ter que haver briga na Justiça para isso”, adiantou.
Ieda Rodrigues
Jornal da Cidade de Bauru

Marcadores: ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial