AMEIXA UMEBOSHI
Milagrosa. Sem exagero. Resolve tudo: dor de cabeça, excesso de comida, excesso de bebida, diarréia, prisão de ventre, enjôo, gases, ressaca, mau hálito, gripe, resfriado, indisposições da gravidez, infecções intestinais, calos, cortes, mordidas de bicho, cansaço, arroz vários dias fora da geladeira, água não muito pura e sabe lá Deus o que mais.
Manja aquela malinha de remédios que a mãe da gente levava sempre que ia viajar? Pois uma dúzia de ameixinhas resolve a maior parte das ocorrências. É só chupar, ou seja, deixar a ameixa dissolver lentamente na boca e ir engolindo aquela saliva salgadinha; no final, mastigar o bagaço e cuspir o caroço. Ou então, desmanchar numa xícara de banchá bem quente e tornar aos golinhos, salivando bem.
A explicação para esses efeitos especiais de um alimento tão prosaico é simples - umeboshi é a combinação perfeita de yin e yang, os dois princípios da energia segundo os chineses. Yin está no alto grau de ácido cítrico da ume, frutinha que não serve para comer exatamente por ser tão ácida que nem sequer amadurece; yang está no sal marinho que se mistura à ume ainda verde para fazer a conserva, pondo um peso por cima e deixando soltar um caldo no qual ela vai ficar por mais de um ano. A cor avermelhada vem das folhas de shissô.
Pois bem, o yin da umeboshi neutraliza sintomas causados, por excesso, de sal ou produtos animais; o yang do sal, amadurecido pelo processo, neutraliza fatores yin do sangue causados por álcool, açúcar, toxinas. Seu poder alcalinizante é tão grande que dez gramas de umeboshi anulam a acidez provocada por cem gramas de açúcar.
É anti-séptica, contém substâncias antibióticas confirmadas por centenas de pesquisas científicas; destrói os germes da disenteria instantaneamente e age também sobre as bactérias da tuberculose.
Ainda por cima, nutre - possui duas vezes mais proteínas, minerais e gorduras do que qualquer outra fruta, principalmente cálcio, ferro, fósforo, ácido cítrico e ácido fosfórico.
Evita a fadiga, geralmente causada por um acúmulo de ácidos que não são metabolizados logo pelo organismo devido a uma alimentação inadequada e à vida sedentária, que faz com que a gente absorva pouco oxigênio.
A acidez na corrente sanguínea nos deixa mais suscetíveis a doenças infecciosas, hepáticas e do envelhecimento. A umeboshi, então - quem mais? - Fornece as substâncias necessárias à neutralização desse excesso de ácidos. E pela mesma razão retarda o envelhecimento.
Tem mais: promove a desintoxicação, na medida em que facilita o metabolismo e assim ajuda o fígado e os rins a funcionarem melhor.
É baratíssima! A maioria das lojas japonesas e naturais tem a conserva pronta para vender. Boa é aquela em que a ameixa está bem macia, mostrando que ficou bastante tempo curtindo. As mais novas, durinhas, não servem para nada. Ao contrário - prejudicam, pois o sal não foi trabalhado pelo tempo e o ácido também não.
Contra-indicações: para hipertensos e crianças abaixo de três anos, que não devem consumir sal. A solução, aí, é carbonizar a umeboshi, espetando num garfo e pondo na chama do fogão, para depois pulverizar esse carvãozinho. O efeito é semelhante ao do carvão ativado que se compra em farmácias e que absorve gases, odores e substâncias químicas, sendo por isso útil em caso de overdoses de qualquer tipo. Tomar com banchá.
Para pessoas sem problemas de hipertensão a dose é uma ameixa por dia quando for necessário. Que nem muleta. Se não vicia, não na ameixa, mas na suposta impunidade de comer e beber sem prestar atenção, e aí chega uma hora em que nem a ameixa faz mais efeito.
Em circunstâncias de muita acidez no estômago, meia ameixa no banchá à noite, ao deitar, e novamente de manhã, em jejum. A mesma coisa para prevenir problemas de estômago quando, por azar, for necessário tomar antibióticos (cuidado com eles, acabam com o sistema imunológico).
E pra não dizer que o caroço é inútil, colecione os caroços. Quando tiver um vidro cheio quebre a casca, ponha a sementinha que fica lá dentro no fomo, deixe tostar um bocadinho, moa e use como furikake. Por cima do arroz ou de outra coisa.
Fonte: O melhor da festa – Sonia Hirsch
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