ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

14 julho, 2008

CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA: MEMÓRIA PRESERVADA

As comemorações do Centenário da Imigração estão ajudando muitos japoneses e descententes a preservar a memória dos pioneiros que chegaram ao Brasil. Um dos projetos mais importantes nesse sentido é o trabalho de fôlego desenvolvido pelo escritor japonês Massao Daigo de digitalizar livros em japonês e português, escritos por imigrantes. Cem livros em japonês estarão disponíveis em breve em bibliotecas brasileiras e japonesas em CDs; outros trinta, em português, deverão ser lançados em 2009.
Segundo a assessora do projeto Digitalização do Acervo Literário dos 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, Sumico Vakahara Hirose, Daigo já pensava digitalizar livros antigos há sete anos, mas o projeto só saiu do papel há três anos, quando empresas ligadas à colônia nipo-brasileira passaram a incentivar projetos para a comemoração do centenário da imigração. “Antes era financeiramente inviável”, revela.
Digitalizar os livros, segundo Sumico, exigiu a colaboração de várias entidades. O pontapé inicial, conta, aconteceu quando a executiva do ramo de hotelaria Chieko Aoki intercedeu junto a executivos do Banco Real, para que apoiassem financeiramente o projeto de Daigo. O jornal São Paulo Shinbum liberou durante algum tempo parte de suas instalações para que uma equipe de quatro pessoas, pudesse se reunir para digitalizar os livros - hoje isso é feito no instituto Paulo Kobayashi - enquanto o Governo Japonês, através da Japan International Cooperation Agency (Jaica), emprestou um software que permitiu a digitalização dos arquivos em japonês.
A idéia inicial, conta Sumico, era digitalizar cem livros em japonês e cem em português. “Mas acabamos descobrindo que o acervo em português, na verdade, não era tão grande assim, e o número foi reduzido para 30.” A assessora também relata que Daigo teve dificuldades burocráticas. “Conseguir os direitos autorais dos livros em japonês foi simples, porque a maioria dos descendentes dos autores se preocupou mais em manter o registro das obras”, conta. “Mas no caso dos livros em português foi complicado, porque os descendentes dos autores achavam que a idéia era obter lucro com o projeto. Alguns livros não foram digitalizados por falta de acordo.”
Mas, dificuldades à parte, hoje Daigo comemora a digitalização dos cem livros em japonês, palavras e ilustrações que deverão ser lançados em CD durante as comemorações do centenário. Os assuntos abordados pelas publicações, que estarão disponíveis para bibliotecas e entidades culturais no Brasil e no Japão são dos mais variados - vão desde a história da imigração até botânica.
KASATO MARU
Outra iniciativa buscou preservar uma das imagens mais marcantes do centenário: o Kasato Maru, navio que trouxe ao Brasil os primeiros imigrantes japoneses. O superintendente executivo de Comunidades e Remessas do Banco Real, Milton Toshio Nakamura, conta que a idéia de criar uma revista que permitisse ao leitor montar uma miniatura da embarcação surgiu há dois anos, em uma viagem para Londrina. “Na ocasião fui presenteado com um corte e recorte da Rodoviária de Londrina. Foi quando pensei no desafio de montar algo semelhante ao Kasato Maru.”
Nakamura revela que o tempo de antecedência foi providencial na execução do projeto, que envolveu cerca de dez pessoas. A maior dificuldade na criação da revista, segundo o superintendente, não foi encontrar informações sobre o Kasato Maru - havia um modelo no Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, em São Paulo. O desafio foi artístico. “Este projeto só pode ser concretizado pela experiência e trabalho do Sr. Parellada Ruiz, que desde a infância, na Espanha, montava réplica diversas”, ressalta.
Nakamura diz que os 10 mil exemplares produzidos serão distribuídos para as associações e entidades da comunidade nipo-brasileira no país.

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