ATUALIDADES - 8-10-2008
Vencedores do Nobel de medicina estudam vacina para controle do vírus da aids
O Prêmio Nobel de Medicina concedido ontem aos dois pesquisadores franceses pelo Instituto Karolinska, de Estocolmo, na Suécia, não é a coroação de estudiosos em fim de carreira. Pelo contrário.
O Prêmio Nobel de Medicina concedido ontem aos dois pesquisadores franceses pelo Instituto Karolinska, de Estocolmo, na Suécia, não é a coroação de estudiosos em fim de carreira. Pelo contrário.
Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi estavam, respectivamente, na África e na Ásia, discutindo e disseminando informações sobre a aids e o vírus que descobriram, o HIV. Os cientistas buscam agora uma vacina contra o vírus causador da aids.
Ao longo do dia, jornalistas de todo o mundo tentaram contatá-los, em vão. Françoise, pesquisadora do Instituto Pasteur, o mais importante da França, só foi localizada no Camboja por uma agência de notícias e falou breves instantes. Montagnier foi localizado à noite em Abdjan, na Costa do Marfim, pela TV pública France 2.
Montagnier afirmou que espera que o Nobel de Medicina sirva como estímulo para a pesquisa científica em seu país, e disse não concordar que a premiação seja uma distinção ao ápice de sua carreira, nos anos 80. “Não diria que é a consagração de uma carreira. É uma etapa. Ainda há tempo de buscar novas descobertas.”Sua equipe trabalha hoje no desenvolvimento de uma vacina que permita o controle do vírus. A técnica, porém, foge às mais usadas no meio científico. Em vez de usar uma proteína situada na superfície de um vírus intacto, Montagnier tenta modificar a genética da proteína de forma a expor a estrutura do vírus ao sistema imunológico.
Harald zur Hausen, de 72 anos, do Centro para Pesquisa do Câncer de Heidelberg, Alemanha, reagiu com modéstia: “Não estou preparado para isso”, disse. “Estamos bebendo uma pequena taça de borbulhante.”
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Agência Estado
Prêmio Nobel de Física premia estudos sobre a composição da matéria
Estocolmo, 7 out (EFE).- A Academia Real Sueca de Ciências premiou hoje com o Nobel de Física de 2008 os trabalhos de três cientistas de origem japonesa sobre as simetrias que foram determinantes para a compreensão da física subatômica e, por extensão, da composição da matéria.
O japonês naturalizado americano Yoichiro Nambu recebeu menção especial por descobrir o mecanismo da quebra espontânea de simetria.
Já os japoneses Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa foram premiados por descobrirem a origem da dupla quebra da simetria, que indica a existência de pelo menos três famílias de quarks (elementos fundamentais da matéria) na natureza, afirma a Academia.
Na base de seus estudos estão as leis ocultas da simetria e de sua quebra, que existem desde a origem do universo e fazem parte de nossa vida diária.
A teoria básica da simetria para partículas elementares descreve três princípios - de paridade, de carga e de tempo -, que simplificam muito os cálculos matemáticos e geram grande quantidade de leis de conservação.
O sonho dos físicos de elaborar um modelo perfeito sobre a matéria foi derrubado após a Segunda Guerra Mundial, principalmente através dos novos aceleradores, que descobriram partículas nunca vistas até então e que não se encaixavam nos modelos da época.
Tratavam-se de prótons, elétrons, nêutrons e quarks, que proporcionaram a descoberta das primeiras quebras de simetria.
Primeiro foram os chineses naturalizados americanos Tsung Dao Lee e Chen Ning Yang, que em 1956 questionaram o princípio da paridade através de uma teoria comprovada pouco tempo depois.
Em 1964, os também americanos James Cronin e Val Fitch descobriram a quebra da simetria CP (carga-paridade), demonstrando que as interações das partículas subatômicas não são independentes do tempo.
Esta quebra desempenha um papel importante na cosmologia e pode explicar a existência de mais matéria do que antimatéria no universo.
Todos eles receberam o Nobel por suas descobertas.
No entanto, faltava averiguar o porquê destas quebras de simetrias, o que foi feito por Kobayashi e Maskawa em 1972 através da chamada "matriz 3x3".
Kobayashi e Maskawa a explicaram dentro do "modelo padrão", que unifica as partículas elementares e três das quatro forças fundamentais (exceto a da gravidade), mas o ampliando com a existência de três famílias de quarks.
Quase três décadas após este modelo elaborado de forma teórica pelos dois cientistas japoneses, o mesmo apareceu em experiências físicas, dando razão a seus prognósticos.
Porém, o "modelo padrão" não explica, entre outras coisas, as diferenças de massas entre as forças.
A explicação mais aceita é que outra quebra espontânea de simetria destruiu a original e deu a cada partícula sua massa (mecanismo de Higgs).
Esta teoria não teria sido possível sem a descoberta por Nambu, em 1960, da quebra da simetria espontânea enquanto realizava cálculos teóricos sobre a supercondutividade.
Nambu a traduziu depois ao mundo das partículas elementares, e as ferramentas matemáticas usadas por ele ainda influenciam no "modelo padrão".
Nascido em Tóquio em 1921, mas posteriormente naturalizado americano, Nambu fez descobertas decisivas em campos como a termodinâmica, que renderam para ele prêmios como a Medalha Nacional de Ciências dos Estados Unidos e a Ordem de Cultura do Japão.
O pesquisador lecionou na Universidade de Tóquio e é professor emérito do Instituto Enrico Ferni da Universidade de Chicago.
Kobayashi, por sua vez, nasceu na cidade japonesa de Nagóia em 1944, em cuja universidade obteve o doutorado em 1972 e é professor no Laboratório de Física de Alta Energia, em Tsukuba.
Já Maskawa, nascido em 1940, também se formou na Universidade de Nagóia em 1962 e é professor emérito do Instituto de Teoria da Física da Universidade de Kioto.
Ambos receberam o Prêmio J.J. Sakurai da Sociedade de Física Americana.
Nambu levará metade do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhão), enquanto Kobayashi e Maskawa dividirão a outra.
Amanhã, haverá o anúncio do Nobel de Química, na quinta-feira será a vez do de Literatura e na sexta-feira o da Paz. O ciclo da premiação será fechado na segunda-feira da próxima semana com o de Economia.
Estocolmo, 7 out (EFE).- A Academia Real Sueca de Ciências premiou hoje com o Nobel de Física de 2008 os trabalhos de três cientistas de origem japonesa sobre as simetrias que foram determinantes para a compreensão da física subatômica e, por extensão, da composição da matéria.
O japonês naturalizado americano Yoichiro Nambu recebeu menção especial por descobrir o mecanismo da quebra espontânea de simetria.
Já os japoneses Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa foram premiados por descobrirem a origem da dupla quebra da simetria, que indica a existência de pelo menos três famílias de quarks (elementos fundamentais da matéria) na natureza, afirma a Academia.
Na base de seus estudos estão as leis ocultas da simetria e de sua quebra, que existem desde a origem do universo e fazem parte de nossa vida diária.
A teoria básica da simetria para partículas elementares descreve três princípios - de paridade, de carga e de tempo -, que simplificam muito os cálculos matemáticos e geram grande quantidade de leis de conservação.
O sonho dos físicos de elaborar um modelo perfeito sobre a matéria foi derrubado após a Segunda Guerra Mundial, principalmente através dos novos aceleradores, que descobriram partículas nunca vistas até então e que não se encaixavam nos modelos da época.
Tratavam-se de prótons, elétrons, nêutrons e quarks, que proporcionaram a descoberta das primeiras quebras de simetria.
Primeiro foram os chineses naturalizados americanos Tsung Dao Lee e Chen Ning Yang, que em 1956 questionaram o princípio da paridade através de uma teoria comprovada pouco tempo depois.
Em 1964, os também americanos James Cronin e Val Fitch descobriram a quebra da simetria CP (carga-paridade), demonstrando que as interações das partículas subatômicas não são independentes do tempo.
Esta quebra desempenha um papel importante na cosmologia e pode explicar a existência de mais matéria do que antimatéria no universo.
Todos eles receberam o Nobel por suas descobertas.
No entanto, faltava averiguar o porquê destas quebras de simetrias, o que foi feito por Kobayashi e Maskawa em 1972 através da chamada "matriz 3x3".
Kobayashi e Maskawa a explicaram dentro do "modelo padrão", que unifica as partículas elementares e três das quatro forças fundamentais (exceto a da gravidade), mas o ampliando com a existência de três famílias de quarks.
Quase três décadas após este modelo elaborado de forma teórica pelos dois cientistas japoneses, o mesmo apareceu em experiências físicas, dando razão a seus prognósticos.
Porém, o "modelo padrão" não explica, entre outras coisas, as diferenças de massas entre as forças.
A explicação mais aceita é que outra quebra espontânea de simetria destruiu a original e deu a cada partícula sua massa (mecanismo de Higgs).
Esta teoria não teria sido possível sem a descoberta por Nambu, em 1960, da quebra da simetria espontânea enquanto realizava cálculos teóricos sobre a supercondutividade.
Nambu a traduziu depois ao mundo das partículas elementares, e as ferramentas matemáticas usadas por ele ainda influenciam no "modelo padrão".
Nascido em Tóquio em 1921, mas posteriormente naturalizado americano, Nambu fez descobertas decisivas em campos como a termodinâmica, que renderam para ele prêmios como a Medalha Nacional de Ciências dos Estados Unidos e a Ordem de Cultura do Japão.
O pesquisador lecionou na Universidade de Tóquio e é professor emérito do Instituto Enrico Ferni da Universidade de Chicago.
Kobayashi, por sua vez, nasceu na cidade japonesa de Nagóia em 1944, em cuja universidade obteve o doutorado em 1972 e é professor no Laboratório de Física de Alta Energia, em Tsukuba.
Já Maskawa, nascido em 1940, também se formou na Universidade de Nagóia em 1962 e é professor emérito do Instituto de Teoria da Física da Universidade de Kioto.
Ambos receberam o Prêmio J.J. Sakurai da Sociedade de Física Americana.
Nambu levará metade do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhão), enquanto Kobayashi e Maskawa dividirão a outra.
Amanhã, haverá o anúncio do Nobel de Química, na quinta-feira será a vez do de Literatura e na sexta-feira o da Paz. O ciclo da premiação será fechado na segunda-feira da próxima semana com o de Economia.
Globo.com
José Saramago se pronuncia sobre protestos
O escritor José Saramago, autor do livro que baseou o filme "Ensaio Sobre a Cegueira", se pronunciou quanto aos protestos feitos pela Federação Nacional de Cegos de Maryland sobre a obra. O presidente da federação, Marc Maurer, declarou recentemente que o longa retrata os cegos como monstros e que isso dificulta os esforços para integrá-los à vida em comunidade. De acordo com a agência de notícias EFE, Saramago disse que os líderes da entidade pretendem boicotar um filme que não puderam ver e que julgam a partir de comentários de outras pessoas. O autor ainda acrescentou que a obra tem relevância nos dias atuais, principalmente no contexto dos Estados Unidos. O diretor do longa, Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), já fez declarações sobre o episódio e compartilha da visão de Saramago. De acordo com ele, o filme é sobre a natureza humana, e não sobre a cegueira. "Ensaio sobre a Cegueira" estreou nos cinemas norte-americanos no dia 2 de outubro.
Caio Castelo
O escritor José Saramago, autor do livro que baseou o filme "Ensaio Sobre a Cegueira", se pronunciou quanto aos protestos feitos pela Federação Nacional de Cegos de Maryland sobre a obra. O presidente da federação, Marc Maurer, declarou recentemente que o longa retrata os cegos como monstros e que isso dificulta os esforços para integrá-los à vida em comunidade. De acordo com a agência de notícias EFE, Saramago disse que os líderes da entidade pretendem boicotar um filme que não puderam ver e que julgam a partir de comentários de outras pessoas. O autor ainda acrescentou que a obra tem relevância nos dias atuais, principalmente no contexto dos Estados Unidos. O diretor do longa, Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), já fez declarações sobre o episódio e compartilha da visão de Saramago. De acordo com ele, o filme é sobre a natureza humana, e não sobre a cegueira. "Ensaio sobre a Cegueira" estreou nos cinemas norte-americanos no dia 2 de outubro.
Caio Castelo
Cinema com Rapadura
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