ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

07 outubro, 2008

CULTURA, PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL - 7-10-2008

Casarão histórico pode ser salvo no Sul de Minas
Sobrado Maria Carvalho está próximo à Casa Vital Brasil e à área histórica da cidade. Família proprietária não tem recurso para restauro

Força máxima para salvar da ruína um casarão de Campanha, a mais antiga cidade do Sul de Minas, a 316 quilômetros de Belo Horizonte. Diante da degradação da construção de 1820, o Ministério Público Estadual (MPE) enviou à prefeitura local recomendação para que seja tombado o sobrado Maria Carvalho, que fica na Rua Vital Brasil, nº 99, na área histórica. “Fomos procurados pela família proprietária, que alegou não ter recursos para as obras de restauração do imóvel”, informou o promotor de Justiça da comarca, Paulo Barbosa, certo de que, com a proteção do município, o patrimônio terá mais chances de ser preservado. Ele disse que o prédio tem importância cultural, faz parte de um conjunto paisagístico de grande valor – está próximo à Casa Vital Brasil e ao prédio do Correio Velho, ambos tombados pelo município –, embora sofra as ameaças do “abandono e da ação do tempo”. Toda a situação foi constatada pela arquiteta do MPE, Fernanda Cristina de Souza Paz, que elaborou um laudo, com fotos, levantamentos arquitetônicos e histórico, e viu a necessidade urgente de uma intervenção no prédio do século 19, que chama a atenção de moradores e visitantes pelas suas linhas elegantes, mas entristece pela falta de pintura, pelo interior em petição de miséria e pela possibilidade de desaparecer do mapa. “A casa é muito bonita, está localizada numa esquina, mas o estado é precário. Não se pode perder um patrimônio assim”, preocupa-se o promotor.
Paulo César Panizza/prefeitura de Campanha/divulgação
Parte do prédio já está em ruínasNa parte inferior, o sobrado ainda guarda as portas típicas de armazéns de Minas da época colonial. E não é por acaso, segundo o promotor, que o imóvel fica na Rua Vital Brasil, via pública que homenageia o médico e filho ilustre (1865-1950) da cidade, “e era denominada anteriormente Rua do Comércio”. DesapropriaçãoA intenção da prefeitura de Campanha, município que tem 270 anos de história e 15 mil habitantes, é a desapropriação do imóvel, informa a secretária municipal de Cultura, Flávia Villamarim Tegon. Ela disse que o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural vai avaliar o processo. No Sobrado Maria Carvalho, depois de restaurado, poderá ser implantada uma escola de música ou um setor de assistência social, para atendimento a pessoas carentes. “O tombamento do prédio não é o atual objetivo da prefeitura”, disse a secretária.
Gustavo Werneck - Estado de Minas

Aos dez anos, o Museu do Fado renova-se e abraça a tecnologia

Lisboa. Aposta nas obras plásticas e na interactividade com os visitantes Há dez anos abriu pela primeira vez as suas portas ao público. Em Março deste ano fechou para uma grande mudança - tanto no espaço físico como na sua exposição permanente. Desde o final da passada semana, o Museu do Fado está uma vez mais de portas abertas, com imagem e exposições renovadas. Antes desta nova mostra que está patente no museu, o espaço tinha ficado conhecido por recriar ambientes ligados ao mundo do fado. No entanto, segundo a directora do museu, Sara Pereira, "deixou de fazer sentido recriar ambientes que qualquer pessoa pode visitar do outro lado da rua. Faz sim sentido ter uma série de obras que ajudam a iluminar a história do fado". Entre as várias obras plásticas de artistas como José Malhoa, Júlio Pomar ou Constatino Fernandes, passando por dezenas de objectos que marcaram a história do fado, partituras, vídeos, projecções, música, artigos e centenas de biografias, esta nova exposição vem, segundo Sara Pereira, "divulgar a história do fado, os seus poetas, os seus músicos, mas também explicar a relação que a sociedade portuguesa tem com este género e como é que o sentimos desde a sua génese. E isso está presente nas muitas obras presentes na exposição". Este projecto começou no último trimestre de 2006, quando a EGEAC (empresa gestora dos espaços culturais da autarquia) apresentou uma candidatura ao Programa Operacional da Cultura para efeitos de recuperação e valorização do Museu do Fado, tendo financiado o museu em 54%. Esta renovação da exposição permanente teve o objectivo de "sedimentar e representar este universo e os seus protagonistas de forma mais eficaz, trazendo até ao museu mais peças que antes estavam dispersas, além de querermos adoptar um discurso mais contemporâneo". Grande parte das obras plásticas agora presentes no Museu do Fado estavam espalhadas por várias instituições municipais e só agora se reúnem pela primeira vez em favor de um mesmo olhar sobre o fado. A obra mais emblemática é O Fado, de José Malhoa (de 1910). Segundo a directora do museu, esta pintura "é uma peça fundamental da iconografia do fado, sendo hoje uma referência e também uma alegoria das origens deste género". Uma das grandes novidades que o novo Museu do Fado traz é a sua ligação às novas tecnologias. "Foi uma forma de alargar o leque de conteúdos ao visitante", explica a directora. Por exemplo, agora pode consultar a biografia de qualquer artista, artigos de jornais ou periódicos, ouvir pelo menos uma música de cada fadista, acompanhar a exposição em português, inglês, francês ou castelhano, através de um audioguia". Ao todo são "centenas de conteúdos que estão na nossa base de dados e que agora o visitante tem acesso de uma forma mais imediata", garantiu Sara Pereira. Esta renovação vem também com o objectivo de tornar o fado Património Imaterial da Humanidade, candidatura que tem sido liderada pelo Museu. Para Sara Pereira "o fado sempre conseguiu cruzar barreiras, acompanhar a evolução da cidade e dos tempos modernos". E é esta vitalidade que está patente no novo Museu do Fado, mais interactivo do que nunca.

João Moço
Diário de Notícias

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