CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 27-04-09
Inauguração do Projeto Solar Ear no Instituto Cefac em São Paulo
No próximo dia 27 de abril, às 15 horas, uma oportunidade e evento históricos ocorrerão no Instituto Cefac, em São Paulo, quando da apresentação ao público do projeto Solar Ear. A implementação do projeto permitiu a inauguração da primeira empresa de aparelhos auditivos digitais de baixo custo no mundo. Além do feito tecnológico, a montagem e design de alguns dos produtos serão realizados exclusivamente por jovens surdos. O projeto foi fruto de uma parceria entre o Instituto Cefac, a Fundação Lemelson e o Centro de Inovação e tecnologia da Universidade de São Paulo.
Hoje, no Brasil, há mais de cinco milhões de pessoas, incluindo crianças, que poderiam se beneficiar do uso de aparelhos auditivos. Se você fornecer e adaptar um aparelho a uma criança com perda de audição, numa idade bem precoce, ela terá oportunidade de desenvolver a fala, melhorar sua comunicação e frequentar uma escola regular.
O problema dos aparelhos auditivos no Brasil, assim como em muitos outros países, não é apenas o custo do aparelho, que varia de R$1.000,00 a R$15.000,00, mas também, o custo e a acessibilidade às baterias. Com o auxílio do Centro de Inovação e Tecnologia da Universidade de São Paulo, um carregador solar de baterias foi desenvolvido para carregar o novo aparelho auditivo. O preço inicial do aparelho auditivo será de R$150,00 e, com a vantagem do uso do carregador solar, as baterias recarregáveis destes aparelhos terão entre dois e três anos de vida útil ao invés de uma semana como ocorre atualmente com as baterias de zinco à venda no mercado. Essas pilhas e carregadores podem ser utilizados em qualquer aparelho auditivo existente hoje no mercado e proporcionam uma economia de mais de R$200,00 só em baterias além de, obviamente, diminuir o impacto ambiental das milhões de baterias descartadas anualmente.
A maior parte da transferência de tecnologia hoje é feita pelo eixo dos hemisférios Norte-Sul, como por exemplo, Alemanha-Brasil, raramente Sul-Sul, como, por exemplo, Brasil-África do Sul e nunca houve um treinamento Sul-Sul, de surdos para surdos. O empreendedor social Howard Weinstein esteve envolvido na organização de um projeto semelhante em Botsuana, na África, por cinco anos e no próximo dia 27 de abril, três jovens surdos de Botsuana (África) vão iniciar o treinamento de 20 jovens brasileiros surdos, estudantes em São Paulo. Eles oferecerão 12 semanas de treinamento em micro soldagem eletrônica e, ao final desse programa, os jovens brasileiros poderão montar aparelhos auditivos digitais cuja qualidade equivalerá àquela de um aparelho de R$5.000,00 fabricado na Europa.
Indivíduos surdos, usuários de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) geralmente tem melhor coordenação visuo-motora do que a população que apenas se comunica oralmente. Essa habilidade especial é requisito para a micro soldagem dos minúsculos componentes dos aparelhos auditivos. O projeto Solar Ear mostrará à sociedade brasileira que pessoas portadoras de deficiências podem desenvolver trabalhos de elevado nível técnico e que podem ser empregados nas nossas empresas.
Finalmente, o próximo projeto de aparelho auditivo de baixo custo será inaugurado na Palestina, em breve. Os empregados do Solar Ear Brasil, por sua vez, treinarão os jovens surdos deste futuro projeto. O projeto na Palestina envolverá a contratação de jovens da Jordânia, Palestina e Israel e também envolve uma iniciativa de cooperação para a construção da paz naquela região. Nos próximos cinco anos, o projeto Solar Ear será reproduzido e replicado em 18 outros países e, portanto, trará aparelhos auditivos de baixo custo para mais de 250.000.000 de pessoas em todo o mundo que necessitam de um aparelho auditivo.
Endereço onde ocorrerá a inauguração do projeto:
Rua Cayowaá, 664 CEP 05018-000 Perdizes
São Paulo – SP Brasil
Fone: 11 – 3868.0818 ou 11 – 3675.3637
howard@institutocefac.org.br
institutocefac@institutocefac.org.br
No próximo dia 27 de abril, às 15 horas, uma oportunidade e evento históricos ocorrerão no Instituto Cefac, em São Paulo, quando da apresentação ao público do projeto Solar Ear. A implementação do projeto permitiu a inauguração da primeira empresa de aparelhos auditivos digitais de baixo custo no mundo. Além do feito tecnológico, a montagem e design de alguns dos produtos serão realizados exclusivamente por jovens surdos. O projeto foi fruto de uma parceria entre o Instituto Cefac, a Fundação Lemelson e o Centro de Inovação e tecnologia da Universidade de São Paulo.
Hoje, no Brasil, há mais de cinco milhões de pessoas, incluindo crianças, que poderiam se beneficiar do uso de aparelhos auditivos. Se você fornecer e adaptar um aparelho a uma criança com perda de audição, numa idade bem precoce, ela terá oportunidade de desenvolver a fala, melhorar sua comunicação e frequentar uma escola regular.
O problema dos aparelhos auditivos no Brasil, assim como em muitos outros países, não é apenas o custo do aparelho, que varia de R$1.000,00 a R$15.000,00, mas também, o custo e a acessibilidade às baterias. Com o auxílio do Centro de Inovação e Tecnologia da Universidade de São Paulo, um carregador solar de baterias foi desenvolvido para carregar o novo aparelho auditivo. O preço inicial do aparelho auditivo será de R$150,00 e, com a vantagem do uso do carregador solar, as baterias recarregáveis destes aparelhos terão entre dois e três anos de vida útil ao invés de uma semana como ocorre atualmente com as baterias de zinco à venda no mercado. Essas pilhas e carregadores podem ser utilizados em qualquer aparelho auditivo existente hoje no mercado e proporcionam uma economia de mais de R$200,00 só em baterias além de, obviamente, diminuir o impacto ambiental das milhões de baterias descartadas anualmente.
A maior parte da transferência de tecnologia hoje é feita pelo eixo dos hemisférios Norte-Sul, como por exemplo, Alemanha-Brasil, raramente Sul-Sul, como, por exemplo, Brasil-África do Sul e nunca houve um treinamento Sul-Sul, de surdos para surdos. O empreendedor social Howard Weinstein esteve envolvido na organização de um projeto semelhante em Botsuana, na África, por cinco anos e no próximo dia 27 de abril, três jovens surdos de Botsuana (África) vão iniciar o treinamento de 20 jovens brasileiros surdos, estudantes em São Paulo. Eles oferecerão 12 semanas de treinamento em micro soldagem eletrônica e, ao final desse programa, os jovens brasileiros poderão montar aparelhos auditivos digitais cuja qualidade equivalerá àquela de um aparelho de R$5.000,00 fabricado na Europa.
Indivíduos surdos, usuários de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) geralmente tem melhor coordenação visuo-motora do que a população que apenas se comunica oralmente. Essa habilidade especial é requisito para a micro soldagem dos minúsculos componentes dos aparelhos auditivos. O projeto Solar Ear mostrará à sociedade brasileira que pessoas portadoras de deficiências podem desenvolver trabalhos de elevado nível técnico e que podem ser empregados nas nossas empresas.
Finalmente, o próximo projeto de aparelho auditivo de baixo custo será inaugurado na Palestina, em breve. Os empregados do Solar Ear Brasil, por sua vez, treinarão os jovens surdos deste futuro projeto. O projeto na Palestina envolverá a contratação de jovens da Jordânia, Palestina e Israel e também envolve uma iniciativa de cooperação para a construção da paz naquela região. Nos próximos cinco anos, o projeto Solar Ear será reproduzido e replicado em 18 outros países e, portanto, trará aparelhos auditivos de baixo custo para mais de 250.000.000 de pessoas em todo o mundo que necessitam de um aparelho auditivo.
Endereço onde ocorrerá a inauguração do projeto:
Rua Cayowaá, 664 CEP 05018-000 Perdizes
São Paulo – SP Brasil
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Museu de arte sacra mineiro teve todo acervo roubado e está fechado desde 1994
Museu de arte sacra mineiro teve todo acervo roubado e está fechado desde 1994
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE - A Promotoria de Justiça de Defesa do patrimônio Histórico de Minas tem um desafio este ano: recuperar as 36 peças sacras do século XVIII e XIX roubadas do Museu Diocesano Dom José Medeiros Leite, na cidade de Oliveira. Ocorrido em 1994, foi um dos maiores roubos desse tipo ocorrido em Minas Gerais. As 36 peças representavam todo o acervo do museu, que fechou as portas. O MP acredita que as peças tenham sido levadas para São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Duas pessoas foram presas e condenadas a sete anos de prisão. Mas nenhuma das obras foi recuperada. Elas podem ter ido a leilão e hoje estarem em residências de colecionadores.
Para ajudar nesse trabalho, a promotoria montou mum banco de dados com essas e outras peças ropubadas. Locais, datas, imagens e dimensões da peça foram agrupadas num software, que ajuda a fazer comprações com peças encontradas em lojas.
- Antes compáravamos com apenas um foto - explica o promotor.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas (Iepha/MG) também faz um inventário das obras sacras, o que facilita a identificação em caso de roubo. O Iepha também criou um programa de apoio à identificação e restituição de bens e recebe denúncias de peças roubadas pelo email faleconosco@iepha.mg.gov.br
João Sorima Neto
O Globo
Igrejas católicas do Grande ABC em São Paulo, guardam acervo de arte sacra
Falar em arte sacra é remeter a memória às igrejas de Ouro Preto, em Minas Gerais, e até mais longe, para os edifícios religiosos da Europa. Mas as igrejas católicas do Grande ABC conservam acervos exemplares de arte cristã que merecem uma visita cuidadosa.
São esculturas, quadros, murais, mobiliário, afrescos e vitrais que resistem ao tempo dentro dos edifícios religiosos das sete cidades e que foram produzidos sobretudo por artistas italianos e brasileiros.
A maioria está em boas condições, como é o caso dos 31 vitrais com personagens bíblicos da igreja Matriz de São Bernardo, construção da década de 1940 que mistura estilo romântico e colonial. O local possui afrescos dos artistas Pujol Sabaté, Ramires e Frederico Duzzi, além de duas imagens, de 2,2 m², do holandês Antonius Josephus Maria van de Wiel.
Ainda em São Bernardo, a Capela Santa Filomena remonta a história da própria cidade. A construção coincide com a chegada dos primeiros imigrantes italianos a São Bernardo, em 1881. Foram eles quem ergueram a capelinha de não mais do que 30 metros quadrados. É a segunda capela mais antiga da região.
O chamariz é a fachada de aspecto simples e colonial, que lembra o Pátio do Colégio, na Capital. O pau-a-pique com o qual foi erguida acabou substituído por alvenaria moderna.
Uma obra rica em acabamento e em bom estado de conservação pode ser encontrada em Mauá, na pintura sacra do romeno Emeric Marcier que pode ser vista na Capela da Santa Casa de Misericórdia, na Avenida Dom José Gaspar, na Vila Assis. A pintura é tombada pelo patrimônio histórico.
Em Santo André, a Catedral do Carmo reserva aos visitantes uma bela amostra da obra dos irmãos Enrico e Ferdinando Bastiglia. São cerca de 2.000 metros quadrados de afrescos expostos em suas paredes. É também dos Bastiglia a representação da Santa Ceia de 14 metros de comprimento por quatro metros de altura da Matriz de Santo André, que completa 100 anos em 2009. Foi a primeira igreja católica erguida na cidade.
Sem apelos artísticos, a visita à igreja São Camilo de Lellis, em Camilópolis, vale pela curiosidade: construída na parte alta do bairro, do cume da escadaria é possível avistar toda a várzea do Rio Tamanduateí. "Diziam os antigos que era possível ver até a Avenida Paulista e a Serra da Cantareira", conta a historiadora Meire Borges.
Detalhes marcam obras sacras da região
As obras de arte sacra mantidas nas igrejas da região são recheadas de curiosidades e detalhes. Um olhar um pouco mais minucioso sobre a tela acima do altar da igreja Santa Maria Goretti, em Santo André, revela pequenos anjos orientais, negros e indígenas pintados ao lado das tradicionais figuras loiras e de olhos azuis.
Na igreja Sagrada Família, em São Caetano, os afrescos da década de 1930, do italiano Pedro Gentilli, retratam a via-sacra com as figuras em tamanho natural. Em cada passagem de Cristo, é possível acompanhar dois anjos que mudam de feição a cada cena.
Pinturas expressionistas da via-crúcis podem ser vistas na igreja Maria Imaculada, em Santo André. São 19 quadros do artista italiano Gianni Parziale tombados como patrimônio histórico. Parziale tem obras em acervos de diversos museus, entre eles os de Arte Contemporânea de Amsterdã, Roma, Veneza e Londres.
"Poucas pessoas sabem que essa riqueza cultural pode ser encontrada em um lugar acessível e de graça, nas igrejas. A maioria pensa que só pode alcançar a arte em museus", diz o pesquisador de história da arte da Universidade de São Paulo, Sergio Almeida Frazon.
A arquitetura das igrejas também lembra suas diferentes origens. Nos moldes das grandes basílicas, a de São João Batista, em São Bernardo, foi erguida sob direção do engenheiro Prestes Maia. A Nossa Senhora do Pilar, em Ribeirão Pires, tombada como patrimônio do Estado, foi feita por escravos.
Isis Mastromano Correia
Diário do Grande ABC
São Leopoldo-RS - Câmara Municipal agora terá cultura aos domingos
O projeto vai estrear com uma performance cênica e uma apresentação do Trio de Clarinetes.
São Leopoldo - A partir de domingo, o plenário da Câmara de Vereadores de São Leopoldo estará aberto ao público como opção cultural. O projeto Câmara Cultural: Arte e Reflexão no Patrimônio da Cidade vai estrear com uma performance cênica e uma apresentação do Trio de Clarinetes, às 18 horas. As atrações das próximas oito edições, sempre aos domingos, ainda não estão definidas como informou a autora do projeto, a presidente da Câmara, Ana Inês Affonso (PT), que conseguiu aprovar a iniciativa por acordo de lideranças. Ana justificou sua proposta como resgate de espaços culturais na cidade com espetáculos de música, artes cênicas e outras. A ideia não é pioneira. É uma ação inspirada na atuação do ex-vereador Krause (PT), que se destacou promovendo saraus culturais na Casa aos domingos. Em 2008, o ex-vereador teria pedido a ela que prosseguisse com essas atividades culturais aos finais de semana. "Somente agora, eu consegui dedicar-me a esse pedido, que promove o acesso à cultura e também será um momento para valorizar o trabalho dos artistas locais.’’
Diário de Canoas
Iguape-SP - A cidade será tombada como patrimônio histórico
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) criou nesta segunda-feira (13/04), em Iguape, no Vale do Ribeira, a 209 km da capital, o primeiro centro de referência em patrimônio histórico do Estado de São Paulo. A Casa do Patrimônio, que funcionará em um casarão do século 19, vai formar e reciclar especialistas em restauração e conservação de monumentos, além de fazer pesquisas e manter um acervo de informações sobre os bens tombados. O início do funcionamento está previsto para maio. De acordo com o presidente do Iphan, Luiz Fernando Almeida, é mais um passo para o tombamento da cidade como patrimônio nacional, previsto para o segundo semestre. "Estamos finalizando o processo", disse Almeida. Ele contou que, além de Iguape, a cidade de São Luiz de Paraitinga, no Vale do Paraíba, deve ser objeto de tombamento federal. Iguape possui um dos maiores casarios do período colonial ainda preservado do Estado. São cerca de 200 imóveis de interesse histórico ou arquitetônico, dos quais 64 já foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat). Outros 50 estão em estudo para o tombamento estadual. Muitos foram construídos ainda no século 16, início da colonização, o que torna a cidade uma das mais antigas do Brasil. De acordo com a prefeita Maria Elizabeth Negrão Silva (PP), o tombamento nacional possibilitará a inclusão do município no programa Monumenta, do Governo Federal, e a obtenção de recursos para a recuperação do patrimônio. Segundo ela, vários prédios históricos precisam de intervenções. O Monumenta é um programa de recuperação do patrimônio cultural urbano brasileiro, executado pelo Ministério Cultura, com apoio da Unesco e financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Almeida informou que o programa, que atende a 26 cidades históricas brasileiras, está em processo de reestruturação para tornar o atendimento mais rápido.
O município encaminhou ao conselho consultivo do Iphan pedido de tombamento do Morro do Espia e de todo o centro histórico, além do Valo Grande. Os estudos, no entanto, indicam como passíveis de proteção imediata as construções do centro histórico, como a basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape, construída por escravos em pedra, argamassa e óleo de baleia, entre 1.782 e 1.852, e o casario do entorno, que se estende até a Igreja de São Benedito, edificada em estilo colonial no século 18. O conjunto inclui o prédio dos Correios, de 1853, e o casarão do século 17 onde funcionava, em 1635, a Casa da Oficina Real da Fundição de Ouro, a primeira Casa da Moeda do Brasil. Ruínas de edificações mais antigas mostram o uso de pedra, cal, conchas marítimas, óleo de baleia e melado na construção. Alguns prédios já estão em processo de recuperação pelos alunos da Oficina Escola de Artes e Ofício, criada em 2007. SAMBAQUIS - Os vestígios da ocupação humana na região de Iguape datam de 5 mil anos, como testemunham vários sambaquis - depósitos de conchas de moluscos consumidos pelo homem pré-histórico - descobertos no município. Em 1537 já havia uma pequena vila na Barra do Icapara, mais tarde transferida para o local atual. Iguape foi ponto de passagem dos portugueses, espanhóis e franceses no século 16 e reduto de aventureiros e exploradores de metais preciosos. No século 18, a produção de arroz acelerou o povoamento e seu porto era o mais movimentado da então província.
José Maria Tomazela
Reporter Diário
Rio de Janeiro - Prefeitura vai isentar IPTU dos Casarões do Rio Antigo
A Secretaria Municipal de Habitação elabora um projeto que propõe revitalizar os casarões antigos do Centro da cidade. São cerca de 60 mil imóveis destinados para idosos e jovens com preços de até R$60 mil, que poderão ser refinanciados dentro do programa "Minha Casa, Minha Vida", para mutuários com renda de três a seis salários mínimos.
Os empresários interessados em investir na reconstrução das residências poderão ser beneficiados com a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O presidente do Sindicato das Empresas de Cpnstrução Civil do Rio (Sinduscon-Rio) estima que cerca de 5 mil construções devem ser contempladas com a decisão. Segundo o projeto, na reforma as características da fachada original deve ser mantida, pois as casas são tomabadas pelo patrimônio histórico. Já o interior dos imóveis podem ser reconstruídos.
Um projeto de lei que prevê o perdão das dívidas do IPTU destes casarões já foi encaminhado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara dos Vereadores, nesta terça-feira. De acordo com cálculos, os valores devidos a título de impostos superam o valor de mercado dos casarões.As residências estão localizados nos bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Lapa, e também no entorno da Praça da Cruz vermelha, bem como o centro histórico.
SRZD
Ministro diz que critérios da nova Lei Rouanet estão parcialmente definidos
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou hoje (16) que os critérios para a elaboração da nova Lei Rouanet, de incentivo à cultura, já estão “parcialmente definidos” e incluem a acessibilidade ao projeto cultural e sua contribuição para a economia brasileira.
Um dos exemplos citados pelo ministro e que justificariam as mudanças no texto são os espetáculos do grupo Cirque de Soleil, realizados no Brasil em 2008. Juca considerou que o financiamento da turnê com dinheiro público foi “um erro”, uma vez que os ingresso foram vendidos, em média, a R$ 300, valor inacessível para a maioria dos brasileiros. “Eles não reduziram um centavo sequer porque a lei, atualmente, não exige.”
Outro caso citado é o do filme brasileiro Se Eu Fosse Você 2. Segundo ele, há interesse da população em relação à obra, que encontra dificuldade para ampliar o número de cópias para exibição por conta do número reduzido de salas de cinema à disposição. “Por que não financiar obras de artistas brasileiros que contribuem para a economia no Brasil?”
Juca lembrou que, por conta da atual “falta de critério” na Lei Rouanet, 80% dos recursos para a cultura estão concentrados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Três por cento dos proponentes de projetos culturais, segundo ele, ficam com mais da metade do dinheiro. “Esse grau de concentração ocorre com o dinheiro público – uma vez que 90% dele vêm de imposto arrecadado que deixa de ser pago para ser aplicado na cultura. É preciso mudar.”
De acordo com o ministro, a maioria dos produtores culturais e grande parte da opinião pública já demonstram apoio ao projeto que prevê mudanças na lei. Ao comentar as críticas de que determinados artigos do texto poderiam ferir direitos autorais, Juca afirmou que a alegação “não é real”, mas admitiu que a redação que trata do assunto está “mal feita” e precisa ser revista.
Ele explicou que, atualmente, um produto cultural financiado com 100% de dinheiro público, caso seja usado posteriormente em uma escola ou biblioteca pública, é cobrado novamente. “Isso é um equívoco porque os usuários não têm poder aquisitivo para serem consumidores, e o mais grave é que é com o dinheiro público.”
O projeto que trata das mudanças na Lei Rouanet está disponível para consulta popular no site http://www.cultura.gov.br/reformadaleirouanet.. Após essa etapa, o texto será reelaborado e enviado ao Congresso Nacional para votação. “Espero uma aprovação relativamente rápida”, disse Juca.
Agência Brasil
Porto Alegre-RS - Mobilização por edifício
Menos de 10 dias após a remoção de cartazes de publicidade da fachada do Edifício Hermann, na esquina da Rua da Praia com a Uruguai, as paredes externas do prédio já se encontravam sujas novamente. Em função disso, a Rede de Amigos do Centro Histórico (Amich), que fez a faxina no local no dia 25 de março, promoveria outra limpeza no dia 16 de abril. Desta vez, os participantes colocariam na parede um aviso de que é proibido colar cartazes no local.– Falta conscientização. Mas esperamos que agora o pessoal não cole mais cartazes – disse Rita Chang, presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural e uma das coordenadoras da Amich.
Em maio, a entidade planeja ações semelhantes na Praça da Matriz e nas paradas de ônibus do Centro. O Edifício Hermann foi construído na década de 1940 e teve como último proprietário a Vasp. De estilo eclético, tem as paredes de granito e está desativado desde a falência da companhia aérea.
Zero Hora
Nos museus do Estado de São Paulo, 4 em cada 5 obras vieram de doações
Bens individuais viram patrimônio e até em instituições privadas, como o Masp, respondem pelas novidades no acervo
É, geralmente, apenas um nome numa plaquinha, indicando de quem foi a doação. A homenagem, singela, parece pequena - por quantos segundos fica esse nome na mente do visitante? A força aparece quando se olha o conjunto: de 1,5 milhão de peças que compõem o acervo dos 22 museus do Estado, cerca de 1,2 milhão (80%) resulta de doação, segundo estimativa da Secretaria de Estado da Cultura. Trata-se da transformação, num gesto simples, de bens individuais em patrimônio cultural coletivo.
Esse cálculo, de museólogos e historiadores dos equipamentos culturais, vem sendo confirmado por um projeto inédito de padronização e digitalização do acervo cultural paulista, cuja finalização está prevista para dezembro. A primeira fase do projeto - levantamento da origem de parte do acervo de 15 instituições do interior e 5 da capital - foi finalizada no mês passado, segundo a diretora do Sistema Estadual de Museus, Cecília Machado. "Já é possível afirmar que estimativas históricas são realidade e a importância das doações ao longo do tempo fica cada vez mais evidente."O museu que mais recebe obras é, de longe, a Pinacoteca. Em cinco anos, o acervo aumentou 20,6% - passou de 6,3 mil peças em 2004, para 7,6 mil, no início do ano. Segundo a direção, 90% disso foi recebido por doação. De toda a coleção da Pinacoteca, aliás, apenas 10% foi comprada pelo Estado. Do total doado - cerca de 6,8 mil peças -, 60% foi cedido por artistas, 20% por colecionadores e o restante por empresas.
Em segundo lugar no total de peças recebidas, há um museu que simplesmente não existiria, não fossem seus doadores. Das 3,2 mil peças do Memorial do Imigrante, cerca de 2,8 mil foram doadas - grande parte recebida em 1998, durante o governo Mário Covas, quando o Memorial foi alvo de maciça campanha de doação e captação de peças que lembrassem a imigração. "Na época, os técnicos batiam nas portas das oficinas da Mooca, do Brás e de outros redutos de imigrantes, atrás de doadores de objetos e utensílios domésticos", conta a museóloga do Memorial, Elizabeth Amaral. "Mas hoje não são necessárias campanhas, as pessoas nos procuram. Aqui, os doadores são o museu."Entre eles, há os mais diferentes perfis: de empresas, que buscam isenção fiscal pelas Leis Rouanet e Mendonça, a quem percebeu que possuía, pendurado na sala de casa, objetos que representavam ausência imperdoável nos acervos mais importantes do País. "Como posso deixar no corredor da minha casa uma obra que, bem sei, poderia suprir lacunas em alguns dos principais museus do Brasil? Não consigo conceber", afirma o engenheiro Telmo Porto, professor de Engenharia de Transportes Ferroviários da Universidade de São Paulo (USP), doador de peças para a Pinacoteca e para o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Somente em 2008, ele cedeu à Pinacoteca dez quadros da coleção pessoal - cinco hoje na exposição permanente.
PRIVADOS
Nos principais museus privados da capital, doações também são a principal fonte de obras - no Masp, em dez anos, o acervo só cresceu assim. Em 2008, 18 peças foram entregues à instituição, incluindo raridades como duas esculturas chinesas da Dinastia Tang (618 a 907 da era cristã) e a obra-prima A Crucificação de Cristo, do pintor flamengo Jan van Dornicke, recebidas de doadores anônimos.No Museu de Arte Moderna de São Paulo(MAM), o acervo é composto de forma semelhante - lá, das 5 mil obras do acervo, 4,2 mil são doadas. "O tempo das grandes doações, dos (Assis) Chateaubriand e (Pietro Maria) Bardi acabou", afirma o curador do Masp, Teixeira Coelho. "Hoje, é das surpresas, especialmente de doadores esporádicos, inesperados, que vivem os museus."
Vitor Hugo Brandalise
Estadao.com.br
Grande Muralha da China é maior do que se pensava
A Grande Muralha da China pode ser ainda maior do que se pensava, indica a primeira pesquisa detalhada a estabelecer o comprimento do monumento histórico.
Depois de dois anos, a pesquisa concluiu que a Grande Muralha tem 8.850 quilômetros de comprimento. Até agora, acreditava-se que o comprimento da muralha era de 5 mil quilômetros.
As medições anteriores eram baseadas principalmente em registros históricos.
O novo estudo, conduzido pela Administração Estatal de Patrimônio Cultural e pela Administração Estatal de Topografia e Cartografia, usou tecnologias de GPS e infravermelho para localizar algumas áreas que haviam sido ocultadas ao longo do tempo pela ação de tempestades de areia, informou a agência estatal chinesa.
De acordo com as novas descobertas, as seções da muralha somam 6.259 quilômetros, além de outros 359 quilômetros de trincheiras e 2.232 quilômetros de barreiras defensivas naturais, como montes e rios.
Dinastia Ming
Especialistas afirmam que as partes recém-descobertas da muralha foram construídas durante a Dinastia Ming, que reinou na China de 1368 a 1644.
As pesquisas deverão prosseguir por mais 18 meses e mapear seções da muralha construídas durante as dinastias Qin (221 a 206 a. C.) e Han (206 a. C. a 94 d. C.).
Criada para proteger a fronteira norte do império chinês, a Grande Muralha da China é, na verdade, uma série de muralhas cuja construção começou no século 5 a. C. e que foram unidas pela primeira vez no reinado de Qin Shi Huang, por volta de 220 a. C.
O monumento foi declarado patrimônio mundial pela Unesco em 1987.
O Globo
Retrato de Tiradentes foi idealizado, afirma historiador
Desde cedo, as crianças aprendem nas escolas que o feriado de 21 de abril marca o Dia de Tiradentes, um personagem da Inconfidência Mineira, movimento em defesa da República, e que por isso foi condenado e enforcado em 1972 em Vila Rica, Minas Gerais.
O que poucos sabem é que a imagem que vemos nos livros escolares de Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, é uma idealização de quem o retratou. Segundo o historiador e pesquisador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de Minas Gerais, Olinto Rodrigues, as pinturas que retratam Tiradentes com barba e cabelos nos ombros foram inspiradas em Jesus Cristo.
“Provavelmente essa não é a imagem de Tiradentes. Ele, quando foi enforcado, vestia roupa branca, mas deve ter sido conduzido à forca com a cabeça e barba raspadas, o que era comum aos enforcados na época”, explicou o historiador em entrevista à Rádio Nacional. Segundo ele, não é possível reconstruir a imagem fiel de Tiradentes, já que não há pinturas anteriores ao enforcamento que o identifiquem.
Joaquim José da Silva Xavier ficou conhecido com Tiradentes por ter exercido a profissão de dentista. Foi preso depois de se envolver no movimento chamado de Inconfidência Mineira que tinha, entre os seus objetivos, o de estabelecer um governo republicano independente de Portugal.
O historiador Olinto Rodrigues explica que a Inconfidência Mineira foi um movimento localizado, que abrangia principalmente Minas Gerais e o Rio de Janeiro. “Pretendia-se um governo republicano primeiro em Minas Gerais, talvez com Rio de Janeiro e São Paulo. Essa idéia de um país homogêneo surgiu apenas a partir do Segundo Reinado”.
Depois de ser preso, Tiradentes negou inicialmente a participação no movimento, depois foi o único a assumir toda a responsabilidade pela inconfidência. O processo contra os inconfidentes durou três anos e, ao final, apenas ele permaneceu com sentença de morte.
A leitura da sentença de Tiradentes estendeu-se por 18 horas, seguida de cortejo com fanfarra. Há historiadores que apontam que essa movimentação despertou a raiva da população, o que teria contribuído para preservar a memória de Tiradentes. Executado e esquartejado, sua cabeça foi erguida em um poste, depois desapareceu e nunca mais foi localizada.
Agência Brasil
Angola - Património do país na lista da Unesco
O vice-ministro da Cultura, Luís Kandjimbo, realçou ontem, na cidade do Namibe, a necessidade de se inscrever o património angolano na lista do património cultural mundial.Segundo Luís Kandjimbo, Angola, como membro da UNESCO, merece um tratamento igual ao de todos os membros da organização, defendendo, a inscrição dos Sítios Históricos e dos Monumentos na lista indicativa do património cultural mundial.
Luís Kandjimbo,que se encontra em visita de trabalho no Namibe, desde domingo, reconheceu que a província tem grandes exemplares de arte rupestre, que pode fazer parte do património cultural mundial. Luís Kandjimbo afirmou que a sua visita serve para verificar o estado actual dos Monumentos e Sítios, com vista à sua inserção na lista do património cultural angolano.
Vai ainda inteirar-se do estado de conservação das pinturas rupestres do Tchitunduhulo, localizadas no município do Virei, as pinturas rupestres da Makahama, na localidade do Karaculo, e tem agendada uma visita à arte Mbali, no cemitério municipal da cidade do Namibe.
Do seu programa consta ainda uma visita ao Arquivo Histórico e encontros separados com os funcionários da Direcção Provincial da Cultura e agentes culturais localizados na província.A jornada encerra com uma cerimónia de lançamento da obra “Arte Rupestre em Angola”, do arqueólogo francês Manuel Gutierrez.
Jornal de Angola
Uruguai ensinará português nas escolas públicas a partir de 2010
A ministra uruguaia da Educação e Cultura, Maria Simón, anunciou que a partir de 2010 seu país terá o ensino do português como segundo idioma nas escolas públicas.
O anúncio foi feito na 12 Conferência Ibero-Americana de Ministros da Cultura, que se realiza esta quarta-feira em Portugal.
"Este ano (o ensino do português) começa nos Centros de Línguas, que são locais onde as pessoas podem aprender idiomas estrangeiros de graça. No próximo ano (letivo) vamos começar nas escolas públicas", afirmou. Além do português, os Centros de Línguas já ensinam o inglês e o francês e alguns também têm aulas de alemão e italiano.
Segundo a ministra, a introdução do português no currículo escolar deverá ser gradual.
"Vamos começar pela fronteira, onde é mais fácil, por que existe o bilinguismo. Há casos de crianças cuja língua materna é o português. Muitos na região da fronteira falam uma espécie de dialeto, o portunhol, que vemos não como algo negativo, mas como uma possibilidade de ampliar os conhecimentos para as duas línguas".
Ela acredita que em cinco anos todos os estudantes uruguaios estarão aprendendo o português e em 11 o idioma será de conhecimento generalizado.
"Acho que estarão todos falando português em mais seis anos, quando terminarem o ensino fundamental. Para nós, o ensino do português é o cumprimento de uma das nossas obrigações com o Mercosul e esperamos que os outros também cumpram."
Verbas
Algumas escolas poderão adiantar o processo, começando antes do que está previsto.
"Na nova legislação, reservamos uma verba para cada escola - por meio dos Conselhos de Participação, em que participam os pais e a comunidade - decidir o que fazer. Podem decidir fazer uma reforma no estabelecimento ou ensinar uma língua estrangeira, como o russo, no caso de uma coletividade em que grande parte da população seja de origem russa."
Simón considera que a ampliação do ensino de línguas vai ser uma forma de diminuir o abismo social no país.
"Até agora, apenas as escolas privadas ofereciam o ensino de línguas, o que gerava uma diferença de oportunidades. Sou professora titular da Universidade de Engenharia e muitos dos livros são em inglês. Nós oferecemos um curso gratuito de inglês técnico na faculdade, optativo, mas isso não é a mesma coisa."
Professores
Para as aulas de português, a ministra não prevê a contratação de professores brasileiros, mas a formação dos uruguaios.
"Até agora temos intercâmbio com Portugal, que nos ofereceu os cursos de formação e livros".
Os cursos também poderão ser dados com a ajuda de computadores - no Uruguai, cada criança que está na escola tem a partir deste ano um computador.
"O professor poderá atuar como mediador. Ele pode não ter a pronúncia perfeita, mas pode ajudar a corrigir quando as crianças repetirem as palavras do programa de computador de ensino do português".
O Globo
Mogi das Cruzes-SP - Tombamento pode ter novo prazo
A direção do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico (Comphap) solicitou a prorrogação, por mais 90 dias, do tombamento provisório de 14 imóveis da Cidade. Com isso, o prazo final do processo administrativo que visa à preservação definitiva dos bens históricos, em troca de descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), passa a ser setembro e não mais junho, como previsto inicialmente nos decretos publicados em dezembro do ano passado.
A lista dos imóveis, que têm suas características históricas e culturais protegidas provisoriamente pelo Município, inclui 10 casarões; o imóvel da antiga rodoviária de Mogi, na Praça Firmina Santana; a sede do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPAM-12), na Rua Coronel Souza Franco; o Sítio São João (Estrada do Rio Acima); e o Museu Guiomar Pinheiro Franco, na Rua José Bonifácio. Todos apresentam detalhes arquitetônicos que ajudam a contar a história de Mogi das Cruzes.
Na relação dos primeiros bens apontados pelo Comphap para preservação está incluído também o Casarão do Carmo, que como pertence à Administração Municipal, já teve o seu tombamento definitivo determinado. O mesmo acontece com o Teatro Municipal e as Igrejas do Carmo.
Já os outros 14 imóveis que estão tombados provisoriamente pertencem a proprietários particulares e a preservação dos mesmos depende, a princípio, de autorização dos donos. De acordo com o determinado na Lei do Tombamento, criada em 2007, os patrimônios tombados plenamente podem receber isenção de até 75% no valor do IPTU. Já para os parcialmente modificados, o abatimento é de 30%. O tombamento não interfere no direito de propriedade, porém, os imóveis terão de manter suas características históricas preservadas.
De acordo com o presidente do Comphap, Altamir Clodoaldo Rodrigues da Fonseca, todos os responsáveis pelos imóveis já foram notificados da iniciativa e responderam se concordam ou não com o tombamento. As respostas, no entanto, não foram divulgadas porque, segundo Fonseca, os processos são sigilosos.
"O que posso adiantar é que a maioria dos proprietários concordou com o tombamento. Os que apresentaram resistência já têm estão tendo a situação contornada de forma que o processo administrativo está caminhando", observou Fonseca.
Os processos administrativos de tombamento dos imóveis são baseados em documentação, fotos, plantas e dados históricos que provam a importância da conservação do patrimônio para a Cidade. A decisão final sobre a preservação dos 14 imóveis e o direito dos proprietários aos benefícios previstos na legislação caberão ao prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM).
Além dos descontos no IPTU, outra vantagem permitida pela Lei do Tombamento é que os proprietários que não tiverem condições de recuperar os bens poderão buscar auxílio do Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Natural de Mogi das Cruzes, que centraliza e gerencia os recursos destinados exclusivamente para a conservação dos espaços de valor histórico, cultural e arquitetônico.
MARA FLÔRES
O Diário
Duas pessoas foram presas e condenadas a sete anos de prisão. Mas nenhuma das obras foi recuperada. Elas podem ter ido a leilão e hoje estarem em residências de colecionadores.
Para ajudar nesse trabalho, a promotoria montou mum banco de dados com essas e outras peças ropubadas. Locais, datas, imagens e dimensões da peça foram agrupadas num software, que ajuda a fazer comprações com peças encontradas em lojas.
- Antes compáravamos com apenas um foto - explica o promotor.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas (Iepha/MG) também faz um inventário das obras sacras, o que facilita a identificação em caso de roubo. O Iepha também criou um programa de apoio à identificação e restituição de bens e recebe denúncias de peças roubadas pelo email faleconosco@iepha.mg.gov.br
João Sorima Neto
O Globo
Igrejas católicas do Grande ABC em São Paulo, guardam acervo de arte sacra
Falar em arte sacra é remeter a memória às igrejas de Ouro Preto, em Minas Gerais, e até mais longe, para os edifícios religiosos da Europa. Mas as igrejas católicas do Grande ABC conservam acervos exemplares de arte cristã que merecem uma visita cuidadosa.
São esculturas, quadros, murais, mobiliário, afrescos e vitrais que resistem ao tempo dentro dos edifícios religiosos das sete cidades e que foram produzidos sobretudo por artistas italianos e brasileiros.
A maioria está em boas condições, como é o caso dos 31 vitrais com personagens bíblicos da igreja Matriz de São Bernardo, construção da década de 1940 que mistura estilo romântico e colonial. O local possui afrescos dos artistas Pujol Sabaté, Ramires e Frederico Duzzi, além de duas imagens, de 2,2 m², do holandês Antonius Josephus Maria van de Wiel.
Ainda em São Bernardo, a Capela Santa Filomena remonta a história da própria cidade. A construção coincide com a chegada dos primeiros imigrantes italianos a São Bernardo, em 1881. Foram eles quem ergueram a capelinha de não mais do que 30 metros quadrados. É a segunda capela mais antiga da região.
O chamariz é a fachada de aspecto simples e colonial, que lembra o Pátio do Colégio, na Capital. O pau-a-pique com o qual foi erguida acabou substituído por alvenaria moderna.
Uma obra rica em acabamento e em bom estado de conservação pode ser encontrada em Mauá, na pintura sacra do romeno Emeric Marcier que pode ser vista na Capela da Santa Casa de Misericórdia, na Avenida Dom José Gaspar, na Vila Assis. A pintura é tombada pelo patrimônio histórico.
Em Santo André, a Catedral do Carmo reserva aos visitantes uma bela amostra da obra dos irmãos Enrico e Ferdinando Bastiglia. São cerca de 2.000 metros quadrados de afrescos expostos em suas paredes. É também dos Bastiglia a representação da Santa Ceia de 14 metros de comprimento por quatro metros de altura da Matriz de Santo André, que completa 100 anos em 2009. Foi a primeira igreja católica erguida na cidade.
Sem apelos artísticos, a visita à igreja São Camilo de Lellis, em Camilópolis, vale pela curiosidade: construída na parte alta do bairro, do cume da escadaria é possível avistar toda a várzea do Rio Tamanduateí. "Diziam os antigos que era possível ver até a Avenida Paulista e a Serra da Cantareira", conta a historiadora Meire Borges.
Detalhes marcam obras sacras da região
As obras de arte sacra mantidas nas igrejas da região são recheadas de curiosidades e detalhes. Um olhar um pouco mais minucioso sobre a tela acima do altar da igreja Santa Maria Goretti, em Santo André, revela pequenos anjos orientais, negros e indígenas pintados ao lado das tradicionais figuras loiras e de olhos azuis.
Na igreja Sagrada Família, em São Caetano, os afrescos da década de 1930, do italiano Pedro Gentilli, retratam a via-sacra com as figuras em tamanho natural. Em cada passagem de Cristo, é possível acompanhar dois anjos que mudam de feição a cada cena.
Pinturas expressionistas da via-crúcis podem ser vistas na igreja Maria Imaculada, em Santo André. São 19 quadros do artista italiano Gianni Parziale tombados como patrimônio histórico. Parziale tem obras em acervos de diversos museus, entre eles os de Arte Contemporânea de Amsterdã, Roma, Veneza e Londres.
"Poucas pessoas sabem que essa riqueza cultural pode ser encontrada em um lugar acessível e de graça, nas igrejas. A maioria pensa que só pode alcançar a arte em museus", diz o pesquisador de história da arte da Universidade de São Paulo, Sergio Almeida Frazon.
A arquitetura das igrejas também lembra suas diferentes origens. Nos moldes das grandes basílicas, a de São João Batista, em São Bernardo, foi erguida sob direção do engenheiro Prestes Maia. A Nossa Senhora do Pilar, em Ribeirão Pires, tombada como patrimônio do Estado, foi feita por escravos.
Isis Mastromano Correia
Diário do Grande ABC
São Leopoldo-RS - Câmara Municipal agora terá cultura aos domingos
O projeto vai estrear com uma performance cênica e uma apresentação do Trio de Clarinetes.
São Leopoldo - A partir de domingo, o plenário da Câmara de Vereadores de São Leopoldo estará aberto ao público como opção cultural. O projeto Câmara Cultural: Arte e Reflexão no Patrimônio da Cidade vai estrear com uma performance cênica e uma apresentação do Trio de Clarinetes, às 18 horas. As atrações das próximas oito edições, sempre aos domingos, ainda não estão definidas como informou a autora do projeto, a presidente da Câmara, Ana Inês Affonso (PT), que conseguiu aprovar a iniciativa por acordo de lideranças. Ana justificou sua proposta como resgate de espaços culturais na cidade com espetáculos de música, artes cênicas e outras. A ideia não é pioneira. É uma ação inspirada na atuação do ex-vereador Krause (PT), que se destacou promovendo saraus culturais na Casa aos domingos. Em 2008, o ex-vereador teria pedido a ela que prosseguisse com essas atividades culturais aos finais de semana. "Somente agora, eu consegui dedicar-me a esse pedido, que promove o acesso à cultura e também será um momento para valorizar o trabalho dos artistas locais.’’
Diário de Canoas
Iguape-SP - A cidade será tombada como patrimônio histórico
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) criou nesta segunda-feira (13/04), em Iguape, no Vale do Ribeira, a 209 km da capital, o primeiro centro de referência em patrimônio histórico do Estado de São Paulo. A Casa do Patrimônio, que funcionará em um casarão do século 19, vai formar e reciclar especialistas em restauração e conservação de monumentos, além de fazer pesquisas e manter um acervo de informações sobre os bens tombados. O início do funcionamento está previsto para maio. De acordo com o presidente do Iphan, Luiz Fernando Almeida, é mais um passo para o tombamento da cidade como patrimônio nacional, previsto para o segundo semestre. "Estamos finalizando o processo", disse Almeida. Ele contou que, além de Iguape, a cidade de São Luiz de Paraitinga, no Vale do Paraíba, deve ser objeto de tombamento federal. Iguape possui um dos maiores casarios do período colonial ainda preservado do Estado. São cerca de 200 imóveis de interesse histórico ou arquitetônico, dos quais 64 já foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat). Outros 50 estão em estudo para o tombamento estadual. Muitos foram construídos ainda no século 16, início da colonização, o que torna a cidade uma das mais antigas do Brasil. De acordo com a prefeita Maria Elizabeth Negrão Silva (PP), o tombamento nacional possibilitará a inclusão do município no programa Monumenta, do Governo Federal, e a obtenção de recursos para a recuperação do patrimônio. Segundo ela, vários prédios históricos precisam de intervenções. O Monumenta é um programa de recuperação do patrimônio cultural urbano brasileiro, executado pelo Ministério Cultura, com apoio da Unesco e financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Almeida informou que o programa, que atende a 26 cidades históricas brasileiras, está em processo de reestruturação para tornar o atendimento mais rápido.
O município encaminhou ao conselho consultivo do Iphan pedido de tombamento do Morro do Espia e de todo o centro histórico, além do Valo Grande. Os estudos, no entanto, indicam como passíveis de proteção imediata as construções do centro histórico, como a basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape, construída por escravos em pedra, argamassa e óleo de baleia, entre 1.782 e 1.852, e o casario do entorno, que se estende até a Igreja de São Benedito, edificada em estilo colonial no século 18. O conjunto inclui o prédio dos Correios, de 1853, e o casarão do século 17 onde funcionava, em 1635, a Casa da Oficina Real da Fundição de Ouro, a primeira Casa da Moeda do Brasil. Ruínas de edificações mais antigas mostram o uso de pedra, cal, conchas marítimas, óleo de baleia e melado na construção. Alguns prédios já estão em processo de recuperação pelos alunos da Oficina Escola de Artes e Ofício, criada em 2007. SAMBAQUIS - Os vestígios da ocupação humana na região de Iguape datam de 5 mil anos, como testemunham vários sambaquis - depósitos de conchas de moluscos consumidos pelo homem pré-histórico - descobertos no município. Em 1537 já havia uma pequena vila na Barra do Icapara, mais tarde transferida para o local atual. Iguape foi ponto de passagem dos portugueses, espanhóis e franceses no século 16 e reduto de aventureiros e exploradores de metais preciosos. No século 18, a produção de arroz acelerou o povoamento e seu porto era o mais movimentado da então província.
José Maria Tomazela
Reporter Diário
Rio de Janeiro - Prefeitura vai isentar IPTU dos Casarões do Rio Antigo
A Secretaria Municipal de Habitação elabora um projeto que propõe revitalizar os casarões antigos do Centro da cidade. São cerca de 60 mil imóveis destinados para idosos e jovens com preços de até R$60 mil, que poderão ser refinanciados dentro do programa "Minha Casa, Minha Vida", para mutuários com renda de três a seis salários mínimos.
Os empresários interessados em investir na reconstrução das residências poderão ser beneficiados com a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O presidente do Sindicato das Empresas de Cpnstrução Civil do Rio (Sinduscon-Rio) estima que cerca de 5 mil construções devem ser contempladas com a decisão. Segundo o projeto, na reforma as características da fachada original deve ser mantida, pois as casas são tomabadas pelo patrimônio histórico. Já o interior dos imóveis podem ser reconstruídos.
Um projeto de lei que prevê o perdão das dívidas do IPTU destes casarões já foi encaminhado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara dos Vereadores, nesta terça-feira. De acordo com cálculos, os valores devidos a título de impostos superam o valor de mercado dos casarões.As residências estão localizados nos bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Lapa, e também no entorno da Praça da Cruz vermelha, bem como o centro histórico.
SRZD
Ministro diz que critérios da nova Lei Rouanet estão parcialmente definidos
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou hoje (16) que os critérios para a elaboração da nova Lei Rouanet, de incentivo à cultura, já estão “parcialmente definidos” e incluem a acessibilidade ao projeto cultural e sua contribuição para a economia brasileira.
Um dos exemplos citados pelo ministro e que justificariam as mudanças no texto são os espetáculos do grupo Cirque de Soleil, realizados no Brasil em 2008. Juca considerou que o financiamento da turnê com dinheiro público foi “um erro”, uma vez que os ingresso foram vendidos, em média, a R$ 300, valor inacessível para a maioria dos brasileiros. “Eles não reduziram um centavo sequer porque a lei, atualmente, não exige.”
Outro caso citado é o do filme brasileiro Se Eu Fosse Você 2. Segundo ele, há interesse da população em relação à obra, que encontra dificuldade para ampliar o número de cópias para exibição por conta do número reduzido de salas de cinema à disposição. “Por que não financiar obras de artistas brasileiros que contribuem para a economia no Brasil?”
Juca lembrou que, por conta da atual “falta de critério” na Lei Rouanet, 80% dos recursos para a cultura estão concentrados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Três por cento dos proponentes de projetos culturais, segundo ele, ficam com mais da metade do dinheiro. “Esse grau de concentração ocorre com o dinheiro público – uma vez que 90% dele vêm de imposto arrecadado que deixa de ser pago para ser aplicado na cultura. É preciso mudar.”
De acordo com o ministro, a maioria dos produtores culturais e grande parte da opinião pública já demonstram apoio ao projeto que prevê mudanças na lei. Ao comentar as críticas de que determinados artigos do texto poderiam ferir direitos autorais, Juca afirmou que a alegação “não é real”, mas admitiu que a redação que trata do assunto está “mal feita” e precisa ser revista.
Ele explicou que, atualmente, um produto cultural financiado com 100% de dinheiro público, caso seja usado posteriormente em uma escola ou biblioteca pública, é cobrado novamente. “Isso é um equívoco porque os usuários não têm poder aquisitivo para serem consumidores, e o mais grave é que é com o dinheiro público.”
O projeto que trata das mudanças na Lei Rouanet está disponível para consulta popular no site http://www.cultura.gov.br/reformadaleirouanet.. Após essa etapa, o texto será reelaborado e enviado ao Congresso Nacional para votação. “Espero uma aprovação relativamente rápida”, disse Juca.
Agência Brasil
Porto Alegre-RS - Mobilização por edifício
Menos de 10 dias após a remoção de cartazes de publicidade da fachada do Edifício Hermann, na esquina da Rua da Praia com a Uruguai, as paredes externas do prédio já se encontravam sujas novamente. Em função disso, a Rede de Amigos do Centro Histórico (Amich), que fez a faxina no local no dia 25 de março, promoveria outra limpeza no dia 16 de abril. Desta vez, os participantes colocariam na parede um aviso de que é proibido colar cartazes no local.– Falta conscientização. Mas esperamos que agora o pessoal não cole mais cartazes – disse Rita Chang, presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural e uma das coordenadoras da Amich.
Em maio, a entidade planeja ações semelhantes na Praça da Matriz e nas paradas de ônibus do Centro. O Edifício Hermann foi construído na década de 1940 e teve como último proprietário a Vasp. De estilo eclético, tem as paredes de granito e está desativado desde a falência da companhia aérea.
Zero Hora
Nos museus do Estado de São Paulo, 4 em cada 5 obras vieram de doações
Bens individuais viram patrimônio e até em instituições privadas, como o Masp, respondem pelas novidades no acervo
É, geralmente, apenas um nome numa plaquinha, indicando de quem foi a doação. A homenagem, singela, parece pequena - por quantos segundos fica esse nome na mente do visitante? A força aparece quando se olha o conjunto: de 1,5 milhão de peças que compõem o acervo dos 22 museus do Estado, cerca de 1,2 milhão (80%) resulta de doação, segundo estimativa da Secretaria de Estado da Cultura. Trata-se da transformação, num gesto simples, de bens individuais em patrimônio cultural coletivo.
Esse cálculo, de museólogos e historiadores dos equipamentos culturais, vem sendo confirmado por um projeto inédito de padronização e digitalização do acervo cultural paulista, cuja finalização está prevista para dezembro. A primeira fase do projeto - levantamento da origem de parte do acervo de 15 instituições do interior e 5 da capital - foi finalizada no mês passado, segundo a diretora do Sistema Estadual de Museus, Cecília Machado. "Já é possível afirmar que estimativas históricas são realidade e a importância das doações ao longo do tempo fica cada vez mais evidente."O museu que mais recebe obras é, de longe, a Pinacoteca. Em cinco anos, o acervo aumentou 20,6% - passou de 6,3 mil peças em 2004, para 7,6 mil, no início do ano. Segundo a direção, 90% disso foi recebido por doação. De toda a coleção da Pinacoteca, aliás, apenas 10% foi comprada pelo Estado. Do total doado - cerca de 6,8 mil peças -, 60% foi cedido por artistas, 20% por colecionadores e o restante por empresas.
Em segundo lugar no total de peças recebidas, há um museu que simplesmente não existiria, não fossem seus doadores. Das 3,2 mil peças do Memorial do Imigrante, cerca de 2,8 mil foram doadas - grande parte recebida em 1998, durante o governo Mário Covas, quando o Memorial foi alvo de maciça campanha de doação e captação de peças que lembrassem a imigração. "Na época, os técnicos batiam nas portas das oficinas da Mooca, do Brás e de outros redutos de imigrantes, atrás de doadores de objetos e utensílios domésticos", conta a museóloga do Memorial, Elizabeth Amaral. "Mas hoje não são necessárias campanhas, as pessoas nos procuram. Aqui, os doadores são o museu."Entre eles, há os mais diferentes perfis: de empresas, que buscam isenção fiscal pelas Leis Rouanet e Mendonça, a quem percebeu que possuía, pendurado na sala de casa, objetos que representavam ausência imperdoável nos acervos mais importantes do País. "Como posso deixar no corredor da minha casa uma obra que, bem sei, poderia suprir lacunas em alguns dos principais museus do Brasil? Não consigo conceber", afirma o engenheiro Telmo Porto, professor de Engenharia de Transportes Ferroviários da Universidade de São Paulo (USP), doador de peças para a Pinacoteca e para o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Somente em 2008, ele cedeu à Pinacoteca dez quadros da coleção pessoal - cinco hoje na exposição permanente.
PRIVADOS
Nos principais museus privados da capital, doações também são a principal fonte de obras - no Masp, em dez anos, o acervo só cresceu assim. Em 2008, 18 peças foram entregues à instituição, incluindo raridades como duas esculturas chinesas da Dinastia Tang (618 a 907 da era cristã) e a obra-prima A Crucificação de Cristo, do pintor flamengo Jan van Dornicke, recebidas de doadores anônimos.No Museu de Arte Moderna de São Paulo(MAM), o acervo é composto de forma semelhante - lá, das 5 mil obras do acervo, 4,2 mil são doadas. "O tempo das grandes doações, dos (Assis) Chateaubriand e (Pietro Maria) Bardi acabou", afirma o curador do Masp, Teixeira Coelho. "Hoje, é das surpresas, especialmente de doadores esporádicos, inesperados, que vivem os museus."
Vitor Hugo Brandalise
Estadao.com.br
Grande Muralha da China é maior do que se pensava
A Grande Muralha da China pode ser ainda maior do que se pensava, indica a primeira pesquisa detalhada a estabelecer o comprimento do monumento histórico.
Depois de dois anos, a pesquisa concluiu que a Grande Muralha tem 8.850 quilômetros de comprimento. Até agora, acreditava-se que o comprimento da muralha era de 5 mil quilômetros.
As medições anteriores eram baseadas principalmente em registros históricos.
O novo estudo, conduzido pela Administração Estatal de Patrimônio Cultural e pela Administração Estatal de Topografia e Cartografia, usou tecnologias de GPS e infravermelho para localizar algumas áreas que haviam sido ocultadas ao longo do tempo pela ação de tempestades de areia, informou a agência estatal chinesa.
De acordo com as novas descobertas, as seções da muralha somam 6.259 quilômetros, além de outros 359 quilômetros de trincheiras e 2.232 quilômetros de barreiras defensivas naturais, como montes e rios.
Dinastia Ming
Especialistas afirmam que as partes recém-descobertas da muralha foram construídas durante a Dinastia Ming, que reinou na China de 1368 a 1644.
As pesquisas deverão prosseguir por mais 18 meses e mapear seções da muralha construídas durante as dinastias Qin (221 a 206 a. C.) e Han (206 a. C. a 94 d. C.).
Criada para proteger a fronteira norte do império chinês, a Grande Muralha da China é, na verdade, uma série de muralhas cuja construção começou no século 5 a. C. e que foram unidas pela primeira vez no reinado de Qin Shi Huang, por volta de 220 a. C.
O monumento foi declarado patrimônio mundial pela Unesco em 1987.
O Globo
Retrato de Tiradentes foi idealizado, afirma historiador
Desde cedo, as crianças aprendem nas escolas que o feriado de 21 de abril marca o Dia de Tiradentes, um personagem da Inconfidência Mineira, movimento em defesa da República, e que por isso foi condenado e enforcado em 1972 em Vila Rica, Minas Gerais.
O que poucos sabem é que a imagem que vemos nos livros escolares de Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, é uma idealização de quem o retratou. Segundo o historiador e pesquisador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de Minas Gerais, Olinto Rodrigues, as pinturas que retratam Tiradentes com barba e cabelos nos ombros foram inspiradas em Jesus Cristo.
“Provavelmente essa não é a imagem de Tiradentes. Ele, quando foi enforcado, vestia roupa branca, mas deve ter sido conduzido à forca com a cabeça e barba raspadas, o que era comum aos enforcados na época”, explicou o historiador em entrevista à Rádio Nacional. Segundo ele, não é possível reconstruir a imagem fiel de Tiradentes, já que não há pinturas anteriores ao enforcamento que o identifiquem.
Joaquim José da Silva Xavier ficou conhecido com Tiradentes por ter exercido a profissão de dentista. Foi preso depois de se envolver no movimento chamado de Inconfidência Mineira que tinha, entre os seus objetivos, o de estabelecer um governo republicano independente de Portugal.
O historiador Olinto Rodrigues explica que a Inconfidência Mineira foi um movimento localizado, que abrangia principalmente Minas Gerais e o Rio de Janeiro. “Pretendia-se um governo republicano primeiro em Minas Gerais, talvez com Rio de Janeiro e São Paulo. Essa idéia de um país homogêneo surgiu apenas a partir do Segundo Reinado”.
Depois de ser preso, Tiradentes negou inicialmente a participação no movimento, depois foi o único a assumir toda a responsabilidade pela inconfidência. O processo contra os inconfidentes durou três anos e, ao final, apenas ele permaneceu com sentença de morte.
A leitura da sentença de Tiradentes estendeu-se por 18 horas, seguida de cortejo com fanfarra. Há historiadores que apontam que essa movimentação despertou a raiva da população, o que teria contribuído para preservar a memória de Tiradentes. Executado e esquartejado, sua cabeça foi erguida em um poste, depois desapareceu e nunca mais foi localizada.
Agência Brasil
Angola - Património do país na lista da Unesco
O vice-ministro da Cultura, Luís Kandjimbo, realçou ontem, na cidade do Namibe, a necessidade de se inscrever o património angolano na lista do património cultural mundial.Segundo Luís Kandjimbo, Angola, como membro da UNESCO, merece um tratamento igual ao de todos os membros da organização, defendendo, a inscrição dos Sítios Históricos e dos Monumentos na lista indicativa do património cultural mundial.
Luís Kandjimbo,que se encontra em visita de trabalho no Namibe, desde domingo, reconheceu que a província tem grandes exemplares de arte rupestre, que pode fazer parte do património cultural mundial. Luís Kandjimbo afirmou que a sua visita serve para verificar o estado actual dos Monumentos e Sítios, com vista à sua inserção na lista do património cultural angolano.
Vai ainda inteirar-se do estado de conservação das pinturas rupestres do Tchitunduhulo, localizadas no município do Virei, as pinturas rupestres da Makahama, na localidade do Karaculo, e tem agendada uma visita à arte Mbali, no cemitério municipal da cidade do Namibe.
Do seu programa consta ainda uma visita ao Arquivo Histórico e encontros separados com os funcionários da Direcção Provincial da Cultura e agentes culturais localizados na província.A jornada encerra com uma cerimónia de lançamento da obra “Arte Rupestre em Angola”, do arqueólogo francês Manuel Gutierrez.
Jornal de Angola
Uruguai ensinará português nas escolas públicas a partir de 2010
A ministra uruguaia da Educação e Cultura, Maria Simón, anunciou que a partir de 2010 seu país terá o ensino do português como segundo idioma nas escolas públicas.
O anúncio foi feito na 12 Conferência Ibero-Americana de Ministros da Cultura, que se realiza esta quarta-feira em Portugal.
"Este ano (o ensino do português) começa nos Centros de Línguas, que são locais onde as pessoas podem aprender idiomas estrangeiros de graça. No próximo ano (letivo) vamos começar nas escolas públicas", afirmou. Além do português, os Centros de Línguas já ensinam o inglês e o francês e alguns também têm aulas de alemão e italiano.
Segundo a ministra, a introdução do português no currículo escolar deverá ser gradual.
"Vamos começar pela fronteira, onde é mais fácil, por que existe o bilinguismo. Há casos de crianças cuja língua materna é o português. Muitos na região da fronteira falam uma espécie de dialeto, o portunhol, que vemos não como algo negativo, mas como uma possibilidade de ampliar os conhecimentos para as duas línguas".
Ela acredita que em cinco anos todos os estudantes uruguaios estarão aprendendo o português e em 11 o idioma será de conhecimento generalizado.
"Acho que estarão todos falando português em mais seis anos, quando terminarem o ensino fundamental. Para nós, o ensino do português é o cumprimento de uma das nossas obrigações com o Mercosul e esperamos que os outros também cumpram."
Verbas
Algumas escolas poderão adiantar o processo, começando antes do que está previsto.
"Na nova legislação, reservamos uma verba para cada escola - por meio dos Conselhos de Participação, em que participam os pais e a comunidade - decidir o que fazer. Podem decidir fazer uma reforma no estabelecimento ou ensinar uma língua estrangeira, como o russo, no caso de uma coletividade em que grande parte da população seja de origem russa."
Simón considera que a ampliação do ensino de línguas vai ser uma forma de diminuir o abismo social no país.
"Até agora, apenas as escolas privadas ofereciam o ensino de línguas, o que gerava uma diferença de oportunidades. Sou professora titular da Universidade de Engenharia e muitos dos livros são em inglês. Nós oferecemos um curso gratuito de inglês técnico na faculdade, optativo, mas isso não é a mesma coisa."
Professores
Para as aulas de português, a ministra não prevê a contratação de professores brasileiros, mas a formação dos uruguaios.
"Até agora temos intercâmbio com Portugal, que nos ofereceu os cursos de formação e livros".
Os cursos também poderão ser dados com a ajuda de computadores - no Uruguai, cada criança que está na escola tem a partir deste ano um computador.
"O professor poderá atuar como mediador. Ele pode não ter a pronúncia perfeita, mas pode ajudar a corrigir quando as crianças repetirem as palavras do programa de computador de ensino do português".
O Globo
Mogi das Cruzes-SP - Tombamento pode ter novo prazo
A direção do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico (Comphap) solicitou a prorrogação, por mais 90 dias, do tombamento provisório de 14 imóveis da Cidade. Com isso, o prazo final do processo administrativo que visa à preservação definitiva dos bens históricos, em troca de descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), passa a ser setembro e não mais junho, como previsto inicialmente nos decretos publicados em dezembro do ano passado.
A lista dos imóveis, que têm suas características históricas e culturais protegidas provisoriamente pelo Município, inclui 10 casarões; o imóvel da antiga rodoviária de Mogi, na Praça Firmina Santana; a sede do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPAM-12), na Rua Coronel Souza Franco; o Sítio São João (Estrada do Rio Acima); e o Museu Guiomar Pinheiro Franco, na Rua José Bonifácio. Todos apresentam detalhes arquitetônicos que ajudam a contar a história de Mogi das Cruzes.
Na relação dos primeiros bens apontados pelo Comphap para preservação está incluído também o Casarão do Carmo, que como pertence à Administração Municipal, já teve o seu tombamento definitivo determinado. O mesmo acontece com o Teatro Municipal e as Igrejas do Carmo.
Já os outros 14 imóveis que estão tombados provisoriamente pertencem a proprietários particulares e a preservação dos mesmos depende, a princípio, de autorização dos donos. De acordo com o determinado na Lei do Tombamento, criada em 2007, os patrimônios tombados plenamente podem receber isenção de até 75% no valor do IPTU. Já para os parcialmente modificados, o abatimento é de 30%. O tombamento não interfere no direito de propriedade, porém, os imóveis terão de manter suas características históricas preservadas.
De acordo com o presidente do Comphap, Altamir Clodoaldo Rodrigues da Fonseca, todos os responsáveis pelos imóveis já foram notificados da iniciativa e responderam se concordam ou não com o tombamento. As respostas, no entanto, não foram divulgadas porque, segundo Fonseca, os processos são sigilosos.
"O que posso adiantar é que a maioria dos proprietários concordou com o tombamento. Os que apresentaram resistência já têm estão tendo a situação contornada de forma que o processo administrativo está caminhando", observou Fonseca.
Os processos administrativos de tombamento dos imóveis são baseados em documentação, fotos, plantas e dados históricos que provam a importância da conservação do patrimônio para a Cidade. A decisão final sobre a preservação dos 14 imóveis e o direito dos proprietários aos benefícios previstos na legislação caberão ao prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM).
Além dos descontos no IPTU, outra vantagem permitida pela Lei do Tombamento é que os proprietários que não tiverem condições de recuperar os bens poderão buscar auxílio do Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Natural de Mogi das Cruzes, que centraliza e gerencia os recursos destinados exclusivamente para a conservação dos espaços de valor histórico, cultural e arquitetônico.
MARA FLÔRES
O Diário
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
1 Comentários:
Às 7:45 AM , Anônimo disse...
set muito ruin
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