ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

19 junho, 2009

ATUALIDADES - 19-6-09

Jornalismo: curso terá que se adaptar
Como o diploma já não é mais obrigatório, faculdades avaliam que o currículo deverá focar a prática da profissão.
Estudantes universitários, repórteres, editores, apresentadores de jornais de rádio e televisão. Todos os profissionais diplomados em jornalismo tiveram uma quinta-feira de discussões e incertezas sobre o futuro da carreira, por conta da queda da necessidade do diploma para o exercício da profissão. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou anteontem essa exigência inconstitucional. Com a medida, as faculdades de comunicação social terão de se adaptar e buscar alternativas para a nova realidade da profissão. As universidades ouvidas pelo Jornal da Cidade ponderam que a formação em jornalismo não irá acabar, mas é preciso uma reformulação do currículo do curso. Anteontem, os ministros do STF decidiram que o decreto de 1969 que regulamentava a profissão de jornalista, baixado durante o regime militar, não foi recepcionado pela Constituição Federal (CF) de 1988 e que as suas exigências ferem a liberdade de imprensa e contrariam o direito à livre manifestação do pensamento.
Das 11 faculdades em Bauru, três mantêm cursos de jornalismo: a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Paulista (Unip) e Universidade do Sagrado Coração (USC).
Para o professor de radiojornalismo e membro do Conselho de Ensino e Pesquisa da Unesp, Antonio Francisco Magnoni, a decisão do Supremo foi equivocada.“Os ministros têm uma referência antiga da previsão, do século 19, num contexto que era uma prática diletante quando um médico, ou um advogado escrevia para jornais em seus períodos livres”, observa. “Hoje, a informação é um serviço público. Há uma diversidade grande de informação e uma especialização crescente desses dados e isso exige novos saberes e uma boa formação”, destaca. Para ele, a medida vai concentrar na mão das empresas de comunicação a formação do profissional. Mas ele pondera que o fim da exigência do diploma não significa a extinção do jornalista. “Nesse momento de mudanças de tecnologia, o leitor precisa de confiabilidade. E ela vem de profissionais e de veículos de qualidade”, frisa. Magnoni destaca que um impacto imediato será a queda da quantidade de cursos oferecidos e que as faculdades que mantiverem a formação em jornalismo deverão melhorar o currículo. “Temos que limpar a grade e tratar de novas tecnologias, a preocupação com o público e a função social da informação”, avalia.
Já Maria Cecília Martha Campos, coordenadora do curso de jornalismo da Unip, pondera que a decisão do STF não é surpresa. “Já havia discussões e sinais de que isso ocorreria. Particularmente, sou a favor de uma regulamentação da profissão, mas não pela restrição de quem tem ou não diploma participar da imprensa”, avalia.
Ela acredita que, pela própria prática da profissão, muitos veículos irão exigir a formação em jornalismo dos candidatos a vagas de trabalho. Campos sita como exemplo os profissionais de publicidade, que não possuem regulamentação específica, mas mantêm uma auto-regulação não oficial. “Acho que o jornalismo pode evoluir de uma forma que os próprios jornalistas criem um mecanismo que melhor atenda a essa demanda”, avalia. A professora também pondera que os cursos superiores da profissão não vão acabar. “As faculdades de jornalismo continuarão sendo procuradas por pessoas que querem seguir carreira na área. É um aluno mais focado”, diz.
A coordenadora do curso de jornalismo da USC, Roseane Andrelo, avalia que o fim da exigência do diploma não vai causar prejuízos à carreira. “O impacto imediato foi um abalo psicológico emocional nos alunos que estão cursando a faculdade de jornalismo. Mas acredito que a decisão não vai mudar muito o que acontece hoje. Atualmente, existe uma série de profissões que não são regulamentadas e constam como as mais procuradas de alguns vestibulares, como administração de empresas, publicidade, ciências da computação”, enumera. “Além disso, não acredito que as empresas vão começar a contratar quem não tem formação na área”, pondera. “Em muitos países onde não há a obrigatoriedade do diploma e existe cursos de jornalismo”. José Carlos Marques, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que ontem estava em Bauru, acredita que a medida pode ter efeito positivo. “Os bons cursos de formação serão mais procurados e valorizados. Os que abriram sem compromisso, não resistirão”, avalia.
Ele acredita que a medida não terá efeito imediato. “Mas acredito que os profissionais com formação em jornalismo serão preferenciais. O bom jornalista não deve se preocupar, pois sempre terá lugar no mercado”, afirma. Marques também destaca que a formação do profissional deverá sofrer mudanças. “Os cursos deverão ser fortalecidos, mais aplicados ao campo do jornalismo. A matriz curricular deve ser repensada”, diz.
Lígia Ligabue
Jornal da Cidade de Bauru
Febraban lança sistema para substituir boletos bancários
Expectativa é de que sistema, que entra em operação em outubro, reduza emissões pela metade em 3 anos.
SÃO PAULO - A implantação do sistema de débito direto autorizado (DDA), por meio do qual os bancos pretendem substituir os boletos bancários enviados pelo correio por cobranças eletrônicas, deve reduzir pela metade a impressão de documentos em um prazo de três anos. A expectativa é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que apresentou nesta quinta-feira, 18, a inovação, prevista para entrar em operação no dia 19 de outubro deste ano, no congresso de automação bancária CIAB.
Estima-se que atualmente sejam emitidos 2 bilhões de boletos de cobrança por ano, com um valor médio de R$ 1 mil cada. O DDA estará disponível para faturas como mensalidades escolares, planos de saúde, condomínios e financiamentos. As cobranças de concessionárias de serviços públicos não entram no sistema nesta primeira fase.
Segundo o coordenador do projeto DDA na Febraban, Leonardo Ribeiro, a adesão ao sistema será uma opção de cada cliente, e não do banco ou do cobrador. O otimismo da Febraban em relação ao serviço se justifica pela conveniência, afirma Ribeiro.
Benefícios
"Todo mundo ganha, empresas, sacados e bancos", afirmou Ademir Cossiello, diretor-executivo do Bradesco, um dos maiores operadores de cobrança do País. Ele destacou a rapidez no recebimento da cobrança com o novo sistema: "Imediatamente depois do registro desse débito pela empresa no banco isso está disponível para o cliente pagar ou agendar esse pagamento", disse. "A desculpa de que o aviso de pagamento não chegou acabou, existe a certeza da entrega da cobrança."
Outro benefício para quem recebe via DDA é a redução no ciclo de cobrança. Supondo que o cliente pague a fatura assim que a recebe, o tempo entre a emissão do documento e a liquidação leva, em média, sete dias, enquanto que com o DDA esse prazo cai para dois dias, de acordo com a Febraban.
Além disso, segundo Cossiello, o novo sistema aumenta a segurança e o sigilo na cobrança de débitos, além de reduzir "significativamente" a ocorrência de fraudes, já que elimina a participação de terceiros do processo de pagamentos das contas.
A adoção do DDA também tende a reduzir as cobranças indevidas ou não solicitadas recebidas pelos clientes, segundo Ribeiro, da Febraban. Isso porque, ao contrário do modelo tradicional, os cobradores terão de registrar os pedidos nos bancos, o que torna esse tipo de procedimento mais difícil, considerou.
Ele ressaltou também a economia com os custos postais e de impressão com a adoção do DDA, embora não haja uma estimativa de valores. "A redução de custos beneficiará principalmente o cobrador da fatura, responsável pela impressão de 60% dos boletos emitidos", avalia.
No caso do Bradesco, por exemplo, 20 milhões dos 30 milhões de boletos emitidos pela instituição ainda são impressos. "Teremos uma redução de custos na emissão, impressão e postagem dos boletos", disse Cossiello.
Existe ainda um ganho ambiental: o boleto eletrônico pode evitar o uso anual de 1 bilhão de litros de água e a emissão de dióxido de carbono na impressão das faturas.
"O novo sistema representa um ganho fantástico para o País, porque gera uma integração de forma mais racional. As transações tornam-se mais próximas e velozes, e a economia ganha muito com isso", completou o economista do Bradesco.
Opção
Caso opte pelo DDA, em vez de receber as cobranças pelo correio, o cliente terá acesso às contas a pagar emitidas por qualquer banco na tela do seu internet banking, caixa eletrônico ou pelo atendimento telefônico. "Com uma base de 170 mil caixas eletrônicos e 32 milhões de contas acessadas pela internet, existe um potencial grande para o sistema", destaca Ribeiro.
A opção de pagar ou não a fatura também é do cliente, e nada muda na relação com o banco caso o pagamento não seja efetuado, assim como já acontece na cobrança tradicional pelo correio, esclarece. Ribeiro afirma que os bancos poderão cobrar pela facilidade, mas a estratégia ficará a cargo de cada instituição.
A partir da próxima segunda-feira, os bancos estão autorizados a divulgar o sistema entre os clientes e fazer uma espécie de "pré-cadastramento" de interessados. "A partir de segunda todas as agências estão preparadas e orientadas para esclarecer as dúvidas dos nossos clientes", afirmou Cossiello, do Bradesco.
As instituições financeiras responsáveis pela emissão de 99% dos boletos emitidos no País já estão em fase de testes com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), responsável pelo DDA.
Custos
A implantação do sistema DDA consumirá investimentos de pelo menos R$ 100 milhões. Os custos serão arcados pela CIP, entidade formada por 42 instituições. O principal custo é o do desenvolvimento do sistema, desenvolvido pela Tivit.
A empresa recebeu R$ 20 milhões pela implantação, que durou 11 meses, e pelo menos R$ 77 milhões serão desembolsados pela CIP nos próximos nove anos de contrato. Esse valor, no entanto, pode aumentar dependendo do volume de transações realizadas pelo sistema, afirma o presidente da Tivit, Luiz Mattar. Para fazer frente à demanda, a companhia criou dois data centers, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
Já o investimento que cada banco realizou individualmente para adaptar seus sistemas ao DDA não foi revelado. De acordo com dados da Febraban, o setor como um todo destinou R$ 16,2 bilhões para a área de tecnologia em 2008, dos quais R$ 6,5 bilhões foram em investimentos.
Segundo o superintendente geral da CIP, Joaquim Kavakama, o conceito do DDA não é novo, mas a maneira integrada como foi criado no Brasil, na qual o cliente pode pagar em seu banco a fatura de qualquer outra instituição, é única no mundo. "Em outros países, os sistemas são ligados a uma determinada empresa ou região", explica.
Kavakama destaca que o projeto brasileiro vem sendo muito bem recebido nos locais onde é apresentado e diz que a ideia pode, inclusive, ser exportada para outros países. "O modelo brasileiro deve se tornar um case mundial, mas o nosso grande desafio neste momento é lançá-lo", pondera.
Vinícius Pinheiro, da Agência Estado, e Giuliana Vallone, do estadao.com.br

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