ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

20 julho, 2009

UTILIDADES E INFORMAÇÕES - 20-7-09

Todos seus CDs e DVDs graváveis vão morrer
Tenho aqui comigo algumas caixas de sapato, daquelas de papelão, cheias de CD-R's gravados. São centenas de discos onde guardo tudo que venho considerando importante ao longo de 27 anos de contato com o mundo dos computadores. E para não facilitar, gravei dois CDs para as informações mais sagradas, mantendo cada cópia num local diferente. Sempre acompanhei os alertas sobre a vida útil de informações gravadas em CD-R e, quando os dados armazenados são de alto valor, utilizo a técnica de
envernizar o CD.
Um CD-R é uma jóia. Trate-o com extremo cuidado. Como sabemos, a única certeza que podemos ter com relação aos arquivos que gravamos em casa em CDs e DVDs é que mais cedo ou mais tarde eles vão se perder. A mídia não tem longevidade. O certo seria, de tempos em tempos, regravar todos os CD/DVDs de uma coleção em mídias novinhas, mas você decerto já imaginou a trabalheira que daria. Recebi do legendário Pictus, incansável buscador de paradas espertas na rede, a dica de duas publicações, nem tão recentes assim, que tratam a fundo da questão da durabilidade de CDs e DVDs. O primeiro destes trabalhos é de autoria de Fred R. Byers, pesquisador do NIST (National Institute of Standards and Technology = Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, instituição americana) . Trata-se da publicação especial 500-252: "Care and Handling of CDs and DVDs - A Guide for Librarians and Archivists" (Cuidado e Manuseio de CDs e DVDs - Um Guia para Bibliotecários e Arquivistas), de outubro de 2003. É uma pena que texto tão bom ainda não tenha sido traduzido para nossa língua, bem, pelo menos que eu saiba, tal tradução não existe.
Movimentos radiais, por gentileza.
As dicas básicas de cuidado e manuseio de CDs e DVDs, acho que qualquer um de nós já conhece:
Segurar o disco pelas bordas ou pelo buraco central.
Escrever no disco apenas do lado da etiqueta usando marcador ou caneta de transparências.
Manter o disco limpo e livre de materiais abrasivos ou detritos.
Armazenar os discos na vertical, como se fossem livros numa estante, e em capas específicas para CDs e DVDs.
Não deixar os discos soltos ou jogados em cima de mesas ou outras superfícies, guardá-los na capa imediatamente após o uso.
Manter os discos em suas capas para minimizar os efeitos negativos de mudanças ambientais.
Abrir um pacote de mídias graváveis apenas quando estiver pronto para gravar o disco.
Armazenar os discos em local fresco, seco e escuro e onde o ar seja limpo.
Remover sujeira, poeira, marcas de dedos, manchas e líquidos utilizando um pano limpo de algodão realizando um movimento em linha reta do centro do disco para a borda.
Em caso de sujeira teimosa, use detergente específico para limpeza de CD/DVD ou mesmo álcool isopropílico ou metanol.
Verifique visualmente a superfície do disco antes de gravá-lo.
Apenas para enfatizar bem as idéias, vejamos o que NÃO se deve fazer com os discos:
Não tocar na superfíce do disco.
Não envergar nem dobrar o disco.
Não utilizar etiquetas adesivas .
Não guardá-los na horizontal por longo tempo, digo, anos a fio.
Não abrir pacotes com mídia gravável antes de estar pronto para gravá-la.
Não expor os discos a umidade ou a calor extremos.
Não expor os discos a mudanças bruscas de temperatura ou umidade.
Não expor os discos a luz do sol prolongada ou outras fontes de luz ultravioleta.
Não escrever ou deixar marcas na superfície de dados, ou seja, o lado espelhado, o que o laser lê.
Não limpar o disco com pano fazendo movimentos circulares.
Não arranhe o disco no lado da etiqueta.
Não use lápis, caneta ou marcadores de ponta fina para escrever no disco.
Não escreva no disco usando marcadores cuja tinta contenha solventes.
Não tente remover ou reposicionar uma etiqueta que já esteja colada.
Para armazenar dados a longo prazo recomenda-se usar discos que tenham a camada refletiva de metal dourado. Além disso, CDs e DVDs graváveis devem ser mantidos numa temperatura entre 4° e 20°C e umidade relativa entre os 20% e os 50%. Os números aceitáveis são 18°C de temperatura e 40% de umidade relativa. Quanto mais frio, melhor para longas durações de armazenamento. Se considerarmos mídia digital, discos ópticos pré-gravados e write-once (escrita única) são até mais estáveis do que fitas magnéticas digitais. No entanto, nem discos ópticos nem fita magnética digital são tão estáveis quanto microfilme ou papel, infelizmente. Com os devidos cuidados, microfilmes e papéis não-ácidos podem durar séculos, ao passo que meios digitais podem durar apenas algumas décadas, na melhor das hipóteses. No caso dos discos ópticos, teste realizados em laboratório atestam que, sob condições extremas de temperatura, umidade e iluminação podem danificar mídias em questão de poucos dias. A facilidade em converter material analógico antigo em arquivos digitais fez nascer a chamada "febre da digitalização". Documentos, livros, jornais, fotografias, gráficos, músicas, sons e filmes -- tudo isso passou a ser freneticamente convertido para o formato digital e gravado, na sua maioria, em CDs e DVDs. Existem porém alguns probleminhas nessa loucura de sair digitalizando qualquer conteúdo analógico que apareça pela frente. A versão digital pode não representar de forma fiel o original analógico. Isso pode ocorrer em função do uso de taxas de captura (sampling rates), algoritmos de compressão e falhas na qualidade de gravação durante a conversão propriamente dita. Estas perdas de fidelidade variam de caso a caso, mas devem sempre ser consideradas no processo de conversão analógico-digital. Usuários com sentidos acurados, digo, visão e audição basicamente, notarão a perda de qualidade. Usuários medianos, porém, provavelmente nada perceberão. CDs e DVDs graváveis podem ter duas finalidades: ou serão consultados com freqüência ou então permanecerão guardados à guisa de arquivo morto. No primeiro caso, devem ser guardados em local de fácil acesso, sendo cada disco verificado visualmente após cada uso, visando a identificar possíveis defeitos ou contaminações. Já os discos para arquivo devem ser mantidos em ambiente controlado, longe das cópias usadas para consulta. Com relação à longevidade das mídias, o supra-citado estudo aponta os seguintes valores estimados, para condições rigorosamente controladas de manuseio e armazenamento físico:
CD-R, DVD-R, DVD+R -- entre 100 e 200 anos.
CD-RW, DVD-RW, DVD+RW, DVD-RAM -- 25 anos.
CD-ROM, DVD-ROM -- entre 20 e 100 anos.
Com relação aos discos graváveis (R), eles são bastante sensíveis à incidência direta de luz solar pois os fótons das radiações ultravioleta do espectro têm energia suficiente para para produzir reações fotoquímicas nas moléculas que compõem a camada de gravação. Além disso, a larga faixa espectral da luz solar, que vai do infravermelho ao ultravioleta, pode esquentar o disco, acelerando a degradação ou mesmo a fissura da camada de gravação. Junte-se alta temperatura e alta umidade relativa e a coisa piora ainda mais. Conforme já dito aqui, não se deve fletir, dobrar, curvar ou vergar um CD ou DVD, de jeito nenhum, pelo amor do santo. Na hora de tirá-lo da capa plástica, tenha cuidado para não envergá-lo demais, seja dócil. Sentar em cima do pobre disco? Nem pensar.
Guardá-lo na horizontal por longos períodos, em especial em ambientes quentes, pode fletir permanentemente o disco fazendo com que, apesar de os dados permanecerem intactos, o drive não opere corretamente o CD/DVD, impedindo que o laser siga as trilhas com precisão. Atenção também à hedionda maldição da cola do envelope plástico. Se nunca aconteceu com você, sorte sua. Muito incauto, tendo guardado seu CD-R de estimação naqueles plásticos com aba adesiva, na hora de tirar o disco do invólucro, acidentalmente deixou-o encostar na lingueta grudativa. O resultado em geral é catastrófico, pois o grude é imediato e deixa um resíduo de cola quando a vítima se refaz do susto e toma coragem de depregar o CD do maldito plástico. Quanto ao segundo trabalho que me foi indicado pelo Pictus, deixarei aqui apenas o link para o dito cujo, pois trata-se de texto em inglês e altamente cabeludo cientificamente falando, de modo que deixo para os mais audazes o privilégio de se beneficiar de tão notável leitura. Garanto-lhes, porém, que estes certamente se deleitarão ao travar contato com parâmetros-chave medidos em discos ópticos, tais como jitter, BLER, E32, PIE e POE que, confesso, são areia demais para o meu caminhãozinho. De resto, talvez interesse visitar o site de um cidadão que testou vários produtos para minorar os efeitos nefastos de arranhões em CDs. Pasta de dente, para ele, ainda é o campeão.
Pasta de dente para tirar arranhão de CD? OK, vale. Mas, é claro, não precisa ser necessariamente da marca Crest. E também, não espere resultados perfeitos. Já outro fornecedor, aparentemente bem mais sério, com 80 anos de tradição em polimento, fornece um kit completo para reparo de arranhões em CDs e DVDs. É uma empresa de ferramentas para joalheiros, a A&B Jewels and Tools. Ou então, que tal esta maquineta holandesa para "des-arranhar" CDs? Engenhoca de primeira categoria, sem dúvida. Confira aqui.
C@T +Biografia
http://www.forumpcs.com.br/coluna.php?b=145657&codsit=10050&codparext=117

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