ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

09 dezembro, 2009

ATUALIDADES - 9-12-09

Chuva provoca seis mortes e trava marginais em São Paulo
SÃO PAULO – Após uma manhã caótica por conta das fortes chuvas que atingiram a capital paulista e a região metropolitana do Estado, o trânsito já melhorou nesta tarde na cidade de São Paulo. Nas marginais, porém, a situação segue bastante complicada devido aos diversos pontos de alagamento na região. As chuvas desta terça-feira causaram a
morte de seis pessoas.
Conforme o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), a chuva diminuiu na maior parte da cidade, mas os pontos de alagamento persistem. Como a água invadiu as pistas da Marginal Tietê, o tráfego segue bloqueado em ambos os sentidos, junto às pontes Fepasa, Jaguaré, Aricanduva, Presidente Jânio Quadros e Piqueri. Também há retenções na altura da rua Quintana, do número 4.511 e da Rodovia Fernão Dias.
Na Marginal Pinheiros, há pontos intransitáveis na altura das pontes do Jaguaré, Engenherio Ary Torres e Cidade Universitária. Motoristas relatam que estão há horas parados no mesmo lugar, como é o caso do caminhoneiro Celso Roberto, que demorou 7 horas para andar 500 metros, na altura da Cidade Universitária.
Por causa do alagamento, Celso Roberto considera que terá um prejuízo de R$ 90. "Saí do Porto de Santos de madrugada, vazio, e ia pegar um carregamento em Capivari (interior do Estado)", conta. O caminhoneiro ganha 10% do frete por viagem. "Agora é só esperar a água baixar", conforma-se.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) orienta os motoristas a evitarem a região, onde a situação ainda está bastante complicada nesta tarde.
Por volta das 11h30, a reportagem do iG conversou com o gerente de meio ambiente Roberto Braga, que afirmou estar desde as 8h30 com o carro desligado, no sentido Castelo Branco da Marginal Pinheiros. "Saí às 6h de São Bernardo do Campo, mas perdi uma reunião em Indaiatuba marcada para às 8h30. O prejuízo é muito grande para a companhia porque não tomamos decisões importantes", explicou.
Alguns motoboys que conseguiram chegar até a ponte Jaguaré na Marginal Pinheiros decidiram voltar pela contramão, no sentido contrário da via.
De acordo com a CET, como muitas pessoas evitaram sair de casa, algumas vias estão com trânsito tranquilo nesta tarde. Às 14h20, a cidade tinha apenas 17 km de congestionamento. O índice é considerado abaixo da média para o horário.
Alagamentos
Conforme o CGE, ainda há 22 pontos de alagamento transitáveis e 35 intransitáveis na cidade. Alguns dos locais intransitáveis e que os motoristas devem evitar são: avenida do Estado, sentido Santana, junto às ruas Presidente Batista Pereira e Teresa Cristina; avenida Presidente Wilson; avenida Rangel Pestana, altura do número 2345; e avenida Antartica.
Ao ver que as pessoas estão ilhadas, alguns camêlos aproveitam o dia para lucrar. Josué Gonçalves, que tem uma barraquinha de salgados e bebidas nas proximidades da Praça Panamericana, na zona oeste, transferiu sua barraca para o viaduto da Cidade Universitária, onde passageiros aguardavam a Ponte Orca na estação de trem da CPMT e motoristas esperavam dentro de seus carros. "Vim até aqui vender café pro pessoal", afirmou.
Rodízio
Os motoristas que foram multados nesta manhã por infringir a lei municipal do rodízio de veículos não serão obrigados a pagar a multa, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Para esta tarde, no entanto,
o rodízio de veículos está mantido.
Transporte
Os paulistanos enfrentaram diversos problemas para conseguir chegar ao trabalho nesta manhã. Além dos alagamentos nas marginais, os trens metropolitanos também tiveram a circulação prejudicada por causa da chuva.
A linha sete Rubi (Luz - Francisco Morato) está com a circulação interrompida, desde as 6h04, entre as estações de Caieiras e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, devido a alagamentos na via férrea.
Segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), como os trens que saem do terminal só conseguem chegar até a Estação Caieiras, para continuar a viagem, os passageiros devem tomar um ônibus até a Estação Baltazar Cibele.
Quem precisou pegar ônibus,
também enfrentou transtornos. No Terminal Rodoviário da Barra Funda, os coletivos não conseguiam sair nem chegar. A companhia Cometa, uma das empresas de maior movimento na Barra Funda, ficou impedida de sair da rodoviária durante quase toda a manhã.
Alguns passageiros que vieram de outros Estados
aguardaram a manhã toda no terminal para que parentes ou amigos conseguissem chegar ao local para buscá-los. A situação era angustiante.
Cenário preocupante
Na semana passada, os paulistanos também sofreram com duas enchentes A última foi registrada na quinta-feira, quando
11 pessoas morreram.
Especialistas ouvidos pela reportagem do iG dizem que o cenário é preocupante. “O sistema de retenção de água já está lotado. Não tenho a menor dúvida de que teremos mais enchentes”, afirmou a arquiteta urbanista Raquel Rolnik, da Universidade de São Paulo (USP).
Os especialistas criticam a construção das novas pistas na Marginal Tietê. Além de considerarem que obra é uma medida de incentivo ao transporte individual e que não resolverá o problema do trânsito na cidade, eles afirmam que a medida aumentará ainda mais o risco de enchentes. “Estamos ocupando o espaço de extravasamento do rio. Não é que o rio alaga, nós é que estamos no espaço dele”, afirma o arquiteto urbanista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Renato Pellegrino, em entrevista ao iG.
A obra, que teve início em junho, deve ser entregue em março de 2010, e prevê a criação de três novas faixas para o tráfego de cada lado, quatro pontes, três viadutos e um parque linear. O projeto foi orçado em R$ 1,3 bilhão, sendo que R$ 1,1 bilhão virá do Tesouro Estadual e os outros R$ 200 milhões das concessionárias de rodovias que se ligam à Marginal Tietê.
Para Pellegrino, com a Nova Marginal o governo perdeu a oportunidade de fazer justamente o contrário: investir em obras no leito do rio contra enchentes. “Poderia ser criado um sistema de drenagem com uma valeta contínua que poupasse as pistas de serem inundadas”, afirma. “O que vai acontecer com as faixas de tráfego quando tiver uma chuva forte?”, questiona, e responde a própria pergunta: “
vamos criar uma situação de catástrofe”.
Nara Alves e Lecticia Maggi, iG São Paulo

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