CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 12-1-10
Repentistas comemoram a profissão, mas dizem que ainda falta muito para serem reconhecidos como tal
"Ser poeta é tirar de onde não tem e colocar onde não cabe"
A frase acima é de um dos maiores repentistas de todos os tempos, o paraibano Pinto do Monteiro, também conhecido como a Cascavel do Repente, e, também, uma espécie de lema de vida para boa parte desses artistas do improviso. O colega e cearense Francisco das Chagas, 35, vai mais além: ser repentista é matar um leão por dia, é ir ao show sem saber o que vai fazer. “Uma luta diária, sem dúvida. Mas que vale muito a pena”, destaca.Essa arte secular veio para o Brasil no início do século 19. Trazida por trovadores portugueses, espanhóis e franceses, incorporou o jeitinho tupiniquim de ser, ou melhor, o jeitinho nordestino, tornando-se certamente um dos principais patrimônios do Nordeste.
“Ela chegou ao Brasil na região da Serra do Teixeira, divisa entre a Paraíba e Pernambuco, trazida pela literatura de cordel e hoje é uma das marcas do povo nordestino, especialmente dos paraibanos, pernambucanos, potiguares e cearenses”, explica o presidente da Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno (Acrespo), Chico de Assis, 47 anos.
"Ser poeta é tirar de onde não tem e colocar onde não cabe"
A frase acima é de um dos maiores repentistas de todos os tempos, o paraibano Pinto do Monteiro, também conhecido como a Cascavel do Repente, e, também, uma espécie de lema de vida para boa parte desses artistas do improviso. O colega e cearense Francisco das Chagas, 35, vai mais além: ser repentista é matar um leão por dia, é ir ao show sem saber o que vai fazer. “Uma luta diária, sem dúvida. Mas que vale muito a pena”, destaca.Essa arte secular veio para o Brasil no início do século 19. Trazida por trovadores portugueses, espanhóis e franceses, incorporou o jeitinho tupiniquim de ser, ou melhor, o jeitinho nordestino, tornando-se certamente um dos principais patrimônios do Nordeste.
“Ela chegou ao Brasil na região da Serra do Teixeira, divisa entre a Paraíba e Pernambuco, trazida pela literatura de cordel e hoje é uma das marcas do povo nordestino, especialmente dos paraibanos, pernambucanos, potiguares e cearenses”, explica o presidente da Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno (Acrespo), Chico de Assis, 47 anos.
Grupo de poetas cantadores na Feira da Guariroba: luta para que o repente seja um patrimônio imaterial reconhecido pelo Iphan
Trabalho Em novembro do ano passado, não só o poeta repentista como o cantador, o violeiro improvisador, o embolador e o cantador de coco, o contador e o declamador de causos, e o escritor de literatura de cordel tiveram uma conquista importante: foi aprovado no Senado o projeto de lei que regulamenta todos esses ofícios. A proposta reconhece esses profissionais, assegura disciplinamento da jornada de trabalho de forma similar à regulamentada para os músicos e inclui a profissão no quadro da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Agora, falta apenas a sanção presidencial.“Foi uma luta de muitos anos, mas a lei ter sido aprovada não significa que já está tudo resolvido. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mesmo após a sanção. Ter uma profissão regulamentada não significa que teremos todos os benefícios. Temos que correr atrás dos direitos da categoria, da legitimidade na Previdência, do registro no Ministério do Trabalho. Estamos no aguardo ainda da sanção pelo presidente da República. A gente quer fazer um grande evento, de preferência no Nordeste, já que o Lula é nordestino também. Mas acho que vai acabar sendo realizado aqui mesmo, provavelmente em abril ou maio”, conta Chico de Assis, que também está na luta para reconhecer o repente como patrimônio imaterial pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Ana Clara Brant
Correio Brasiliense
Acervo religioso de São Luiz do Paraitinga escapa de enchente
Boa parte da história religiosa de São Luiz do Paraitinga (SP) escapou do rastro de destruição deixado pela enchente do rio Paraitinga no início do ano e está a salvo com a Mitra Diocesana de Taubaté. Pelo menos 200 livros das irmandades religiosas do município foram transferidos há cerca de seis meses para serem restaurados pela mitra. O acervo estava na igreja matriz de São Luiz de Tolosa e tinha sido levado até a Secretaria Paroquial do município. Posteriormente, os livros foram levados para Taubaté.
Trabalho Em novembro do ano passado, não só o poeta repentista como o cantador, o violeiro improvisador, o embolador e o cantador de coco, o contador e o declamador de causos, e o escritor de literatura de cordel tiveram uma conquista importante: foi aprovado no Senado o projeto de lei que regulamenta todos esses ofícios. A proposta reconhece esses profissionais, assegura disciplinamento da jornada de trabalho de forma similar à regulamentada para os músicos e inclui a profissão no quadro da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Agora, falta apenas a sanção presidencial.“Foi uma luta de muitos anos, mas a lei ter sido aprovada não significa que já está tudo resolvido. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mesmo após a sanção. Ter uma profissão regulamentada não significa que teremos todos os benefícios. Temos que correr atrás dos direitos da categoria, da legitimidade na Previdência, do registro no Ministério do Trabalho. Estamos no aguardo ainda da sanção pelo presidente da República. A gente quer fazer um grande evento, de preferência no Nordeste, já que o Lula é nordestino também. Mas acho que vai acabar sendo realizado aqui mesmo, provavelmente em abril ou maio”, conta Chico de Assis, que também está na luta para reconhecer o repente como patrimônio imaterial pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Ana Clara Brant
Correio Brasiliense
Acervo religioso de São Luiz do Paraitinga escapa de enchente
Boa parte da história religiosa de São Luiz do Paraitinga (SP) escapou do rastro de destruição deixado pela enchente do rio Paraitinga no início do ano e está a salvo com a Mitra Diocesana de Taubaté. Pelo menos 200 livros das irmandades religiosas do município foram transferidos há cerca de seis meses para serem restaurados pela mitra. O acervo estava na igreja matriz de São Luiz de Tolosa e tinha sido levado até a Secretaria Paroquial do município. Posteriormente, os livros foram levados para Taubaté.
A documentação é do início do século XIX e conta a história da comunidade religiosa, formada por irmandades centenárias, como as de São Benedito, Nossa Senhora da Boa Morte, São Luiz de Tolosa e Santíssimo Sacramento. Um dos livros mais antigos, por exemplo, é de 1821.
“São livros preciosos em termos de cultura, Pelo menos uma boa parte da história de São Luiz está preservada. Padre Edinho (pároco de São Luis, Edson Carlos Alves Rodrigues) teve essa ideia ótima de preservar esse acervo”, disse a historiadora Olga Rodrigues Nunes de Souza, que presta serviços à mitra e será responsável pelo trabalho de recuperação.
Eram as irmandades, por exemplo, que organizavam as festas religiosas e as procissões, além de tomarem conta dos santos. “A irmandade é o braço leigo da igreja e desempenha um papel muito importante de filantropia”, afirmou a historiadora.
Segundo Olga, os livros estão muito sujos e precisam passar por um processo de limpeza antes de serem restaurados. “Em caráter emergencial, a gente está limpando os livros como pode. O livro limpo já adianta em 60% o trabalho do restauro”, disse.
Registro
“São livros preciosos em termos de cultura, Pelo menos uma boa parte da história de São Luiz está preservada. Padre Edinho (pároco de São Luis, Edson Carlos Alves Rodrigues) teve essa ideia ótima de preservar esse acervo”, disse a historiadora Olga Rodrigues Nunes de Souza, que presta serviços à mitra e será responsável pelo trabalho de recuperação.
Eram as irmandades, por exemplo, que organizavam as festas religiosas e as procissões, além de tomarem conta dos santos. “A irmandade é o braço leigo da igreja e desempenha um papel muito importante de filantropia”, afirmou a historiadora.
Segundo Olga, os livros estão muito sujos e precisam passar por um processo de limpeza antes de serem restaurados. “Em caráter emergencial, a gente está limpando os livros como pode. O livro limpo já adianta em 60% o trabalho do restauro”, disse.
Registro
Além desta documentação, Olga disse que também veio para Taubaté o “livro de tombo” da igreja matriz, que contém informações sobre as intervenções ocorridas na estrutura ao longo dos anos. “É um registro de tudo o que é importante na cidade, como procissões e reformas nas igrejas da paróquia”, disse.
Enquanto os livros aguardam a restauração, duas imagens de santos já integram o acervo do Museu de Arte Sacra de Taubaté. As imagens de São Benedito e de Nossa Senhora dos Prazeres, antiga padroeira de São Luiz, foram transferidas para a diocese no dia 3 de dezembro, às vésperas da inauguração da nova sede do museu. Ambas as imagens são do século 18 e têm valor inestimável. “A imagem de São Benedito consta em vários livros de arte e a de Nossa Senhora dos Prazeres é da época da fundação de São Luiz”, afirmou.
Outro destaque do acervo do museu é um paramento (roupa religiosa) bordado com fios de ouro, datado do início do século XX, e que teria sido utilizado pelo monsenhor Tarcísio de Castro Moura, pároco emérito da cidade e que hoje está com 97 anos. “Esse é um paramento antigo, anterior ao concílio ecumênico, quando os padres ainda celebravam as missas de costas para o povo. Por isso a veste é mais rica na parte de trás”, disse.
Segundo Olga, as imagens e o paramento devem permanecer com o Museu de Arte Sacra de Taubaté, mas os livros deverão retornar a São Luiz após o trabalho de restauração e as obras de recuperação da matriz.
História
Enquanto os livros aguardam a restauração, duas imagens de santos já integram o acervo do Museu de Arte Sacra de Taubaté. As imagens de São Benedito e de Nossa Senhora dos Prazeres, antiga padroeira de São Luiz, foram transferidas para a diocese no dia 3 de dezembro, às vésperas da inauguração da nova sede do museu. Ambas as imagens são do século 18 e têm valor inestimável. “A imagem de São Benedito consta em vários livros de arte e a de Nossa Senhora dos Prazeres é da época da fundação de São Luiz”, afirmou.
Outro destaque do acervo do museu é um paramento (roupa religiosa) bordado com fios de ouro, datado do início do século XX, e que teria sido utilizado pelo monsenhor Tarcísio de Castro Moura, pároco emérito da cidade e que hoje está com 97 anos. “Esse é um paramento antigo, anterior ao concílio ecumênico, quando os padres ainda celebravam as missas de costas para o povo. Por isso a veste é mais rica na parte de trás”, disse.
Segundo Olga, as imagens e o paramento devem permanecer com o Museu de Arte Sacra de Taubaté, mas os livros deverão retornar a São Luiz após o trabalho de restauração e as obras de recuperação da matriz.
História
A história de São Luiz do Paraitinga começou a ser delineada em 1688 com a concessão das primeiras sesmarias nos sertões do rio Paraitinga. A fundação do povoado ocorreu no século seguinte. Em 2 de maio de 1769, foi criada a freguesia de São Luiz do Paraitinga na vila de Taubaté. Ela se tornou vila em 9 de janeiro de 1773 e foi elevada a cidade em 30 de abril de 1857.
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