ATUALIDADES - 15-6-10
Condenado por homicídio, noivo foge antes de trocar alianças na PB
Delegado disse que ele teria reconhecido um dos quatro policiais na igreja.
Padre disse que noivo pediu para ir ao banheiro nos fundos da paróquia.
na Igreja de Santo Antônio (Foto: Divulgação/Diocese
de Campina Grande)
Um noivo, de 21 anos, fugiu do altar da Paróquia de Santo Antônio, em Campina Grande (PB), na noite desta quinta-feira (10), durante o casamento. Ele surpreendeu o padre, a noiva, os convidados e quatros policiais civis que se preparavam para prendê-lo após a cerimônia religiosa. Ele é procurado por homicídio desde 3 de janeiro deste ano e conseguiu escapar dizendo que estava se sentindo mal e que precisava ir ao banheiro antes de trocar as alianças.
"É até comum que os noivos passem mal por causa da emoção do casamento. Ele me pediu para parar a cerimônia, pois estava com alguma dor de estômago e pediu para usar o banheiro que fica atrás da casa paroquial. Foi e não voltou. Depois disso, a própria noiva disse que eu poderia encerrar a cerimônia", disse o padre Hermes Fernandes de Macêdo.
Para Ariovaldo Adelino de Melo, delegado regional de Campina Grande, o noivo deve ter reconhecido um dos policiais que participavam da operação na igreja e fugiu. "Se não foi isso, alguém que estava na igreja reconheceu um dos policiais e o avisou. Como ainda responde a outros dois processos por homicídio, ele não quis ir para a prisão antes da lua de mel."
O delegado disse que o noivo foi condenado, em 2009, a 16 anos de prisão pelo crime de homicídio. "A defesa recorreu da decisão e ele esperou em liberdade. O Tribunal do Júri de Campina Grande confirmou a sentença inicial e ele passou a ser considerado procurado da Justiça desde o começo deste ano. Acho que ele não sabia disso", afirmou Melo.
O padre disse que os noivos chegaram a realizar o casamento civil, na manhã de quinta-feira. "Eu fiz a leitura do evangelho, a omnia, perguntei aos noivos se estavam ali de espontânea vontade, se juravam fidelidade e se estavam dispostos a criar seus filhos de acordo com os costumes cristãos. Em seguida, em faria o diálogo e a troca das alianças, mas o noivo fugiu", disse Macêdo.
O religioso disse que nunca soube de algo parecido em dez anos como padre. Ele dirige a Paróquia Santo Antônio, que fica na Rua Santo Antônio, no Bairro Santo Antônio. "Acho que eles se apegaram ao santo errado, pois Santo Antônio não é casamenteiro. Ele tem fama, mas, na verdade, é o pai dos pobres, homem de caridade. O santo ficou com fama de casamenteiro no Brasil por ajudar mulheres pobres a pagar o dote", disse o padre.
Glauco Araújo Do G1, em São Paulo
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