ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

01 julho, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 1-7-10

Arqueólogos descobrem tesouro colonial enterrado em Mariana


Mariana – Nas andanças por Minas, o botânico e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), um dos mais importantes naturalistas do século 19, muito viu e escreveu. Mas, ao subir a colina de São Pedro, na entrada da histórica Mariana, a 115 quilômetros de BH, na Região Central do estado, o estudioso se surpreendeu com o mais belo jardim do estado, no Palácio dos Bispos. "Pareceu-me desenhado com regularidade, maior e mais bem tratado que todos os outros (jardins) que vira no resto da província", relatou pelos idos de 1817. De área verde aclamada, o lugar, visitado até por dom Pedro II, que se banhou em uma das fontes, em 1881, foi pouco a pouco enterrado pelo descaso, transformado em campo de futebol e, mais recentemente, em bota-fora. Neste mês, o tesouro do patrimônio mineiro, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), começa a ganhar brilho novamente, com a descoberta de resquícios do jardim colonial por arqueólogos e historiadores.
Iniciadas em abril e concluídas este mês, as escavações revelaram um trecho de muro, restos do piso da parte central feitas de quartzito, além do meio-fio da calçada do centenário jardim, idealizado pelo franciscano dom Frei Cipriano de São José, bispo da Arquidiocese de Mariana entre 1799 e 1817. Ligado às artes e à botânica, o religioso deu ares europeus à chácara e mandou enfeitar o quintal com plantas ornamentais, tanques e peças artísticas, bem diferente das hortas e pomares típicos dos terraços mineiros. Agora, o esforço do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em parceria com a Arteffacto Consultoria, é a preservação dos vestígios dessa relíquia escondida e afastá-la de uma devastação ainda maior.
Nessa busca pela memória, o mapa da mina são duas aquarelas pintadas pelo padre José Joaquim Viegas de Menezes, em 1809, que retratam as maravilhas da área verde mais bela da província. "É um jardim simétrico, dividido em oito partes, de um estudioso da botânica. Há registro até da contratação de um jardineiro para cuidar das plantas", conta o historiador Moacir Rodrigo de Castro Maia, autor do artigo Uma quinta portuguesa no interior do Brasil, que reconstitui a história do patrimônio, principal base teórica da pesquisa. O trabalho foi concentrado em apenas uma parte do terreno. O trecho, de 1, 2 mil metros quadrados, separa o prédio do ICHS, onde antes funcionava o Seminário de Nossa Senhora da Boa Morte, e o Palácio dos Bispos, atual sede do Museu da Música, da Arquidiocese de Mariana.
Patrimônio ameaçado
O pontapé para achar os remanescentes ocorreu diante da ameaça de destruição do patrimônio. "Durante a restauração do Palácio dos Bispos, feita entre 2004 e 2007, não houve o cuidado para proteger o terreno, apesar de a obra ter sido autorizada pelo Iphan. Eles construíram uma caixa d’água de 70 mil litros no espaço onde havia a antiga área verde. Ao identificarmos uma parte do muro e uma escada, constatamos, ao mesmo tempo, a existência do jardim e o dano ao patrimônio", lamenta o diretor do ICHS, Ivan Antônio de Almeida. Com as aquarelas em mãos, foi a vez de os arqueólogos Alenice Baeta e Henrique Piló irem a campo atrás de mais evidências de um jardim perdido na história. "É uma bênção encontrar concretamente dados que eram virtuais", comemora Alenice.
Primeiramente, a área, que estava coberta com quase um metro de entulho, foi limpa e só depois começaram as escavações. Ainda na retirada dos restos da construção civil, relíquias foram descobertas, como uma peça em pedra-sabão, que, de acordo com Alenice, poderia compor uma das fontes do jardim. Estruturas de canalização do século 18, feitas em pedra-sabão, também fazem parte do acervo encontrado. "Havia no entulho trabalhos raros em cantaria (técnica de cortar e entalhar rochas). A partir dessas peças, queremos que jovens possam aprender essa técnica, pouco difundida entre os restauradores", afirma a arqueóloga.
O próximo passo será gramar a área, deixando em evidência os resquícios descobertos, que serão restaurados. Uma exposição sobre o jardim do Palácio dos Bispos também será organizado pelo ICHS, contando a história do lugar e mostrando parte do patrimônio encontrado na pesquisa de campo. Em julho, relatório completo será entregue ao Iphan, que autorizou e acompanhou o trabalho, com a indicação de revitalização do jardim e de pesquisa em toda a extensão do terreno. "Quem valoriza o patrimônio sabe a relíquia de um acervo citado por Saint-Hilaire", destaca Alenice. De acordo com o ecónomo da Arquidiocese de Mariana, padre João Francisco Ribeiro, responsável por concluir as obras do Palácio dos Bispos, a construção da caixa d’água não ocorreu sob sua supervisão. "Foi numa etapa anterior. Não posso responder por uma obra que não é minha", diz.
Flávia Ayer - Estado de Minas

Arqueólogos austríacos localizam cidade da civilização hicsa
CAIRO (AFP) - Arqueólogos austríacos localizaram os restos subterrâneos de uma cidade que pode ser Avaris, a capital da civilização hicsa, que reinou no Egito há 3.600 anos, anunciou neste domingo o ministério egípcio da Cultura.
A missão austríaca realizou estudos geofísicos que permitiram identificar partes de Avaris perto da atual cidade de Tal al Dabaa, ao nordeste do Cairo, no delta do Nilo, segundo um comunicado.
"As imagens feitas utilizando um radar mostram uma cidade subterrânea completa, com ruas, casas e túmulos, que dão uma vista geral de sua organização", declarou o chefe do serviço de antiguidades egípcio.
Irene Mueller, que dirige a missão austríaca, citada neste comunicado, acrescentou que o objetivo era "identificar o tamanho da cidade". Segundo ela, o estudo permitiu localizar um porto no interior da cidade, assim como um ex-afluente do Nilo que a atravessava.
Os hicsos eram um povo originário da Ásia que invadiu o Egito durante a dinastia XII e reinou durante mais de um século na capital Avaris no delta do Nilo.
Com a queda de seu reino, todos seus monumentos e arquivos foram destruídos.

Demolição de prédio histórico causa alvoroço em Itapetininga

A demolição de um prédio histórico no centro de Itapetininga mobilizou lideranças e intelectuais que cobram, agora, do governo local, mecanismos de defesa do patrimônio histórico existente no município.
A casa que pertenceu ao jornalista e advogado Murilo Antunes Alves, que integrou a bancada do chamado jornal da tosse, exibido pela TV Record entre as décadas de 70 e 90, foi construída nos anos 1920, período de grande efervescência política.
No último dia 13, depois de obter um alvará da Prefeitura, o empresário Moacir Rodrigues, atual proprietário do imóvel, no dizer daqueles que trabalham para preservar a memória do município, reduziu a entulho quase um século de história.
Houve uma comoção geral. Muita gente ficou indignada com o que houve. O casarão fazia parte do nosso cotidiano, era a marca registrada de uma fase importante e não poderia acabar como acabou, diz o diretor do Museu da Imagem e do Som local, Roberto Soares Hungria.
O inconformismo se deve à forma como tudo aconteceu. De acordo com Hungria, o dono do imóvel entrou com o pedido de demolição na quinta-feira tão logo soube que a Prefeitura cogitava de encaminhar à Câmara projeto de lei para impedir que prédios antigos passassem por qualquer tipo de intervenção.
Em pouco tempo, no entanto, a ordem foi dada e a casa derrubada para dar lugar, segundo se comenta, a um estacionamento. Hungria e outros integrantes da frente como o proprietário da TV Itapetininga, Lalo Moraes, o jornalista Hélio Rubens Arruda de Miranda e a professora Margha Bloes organizam um abaixo-assinado para exigir que a cidade adote normas de proteção de seu patrimônio.
Depois de uma reunião com o prefeito Roberto Ramalho (PMDB) para tratar do assunto, eles conseguiram fazer com que a área fosse declarada de utilidade pública. Ali, conforme o Executivo, será construído um centro cultural.
Hungria conta que a demolição foi testemunhada por pessoas que registraram imagens. Parecia uma cena de barbárie, comentou. Tudo o que havia dentro do prédio foi destruído, inclusive livros. Dentro do prédio havia uma capela erguida em devoção a Santo Antonio. A estátua do santo, com 80 centímetros e altura e 60 quilos de peso, foi retirada antes da demolição.
O outro lado
Em resposta a questionamentos encaminhados pelo Mais Cruzeiro, o secretário de Negócios Jurídicos, Renê Vieira da Silva Júnior, informou que a concessão do Alvará para demolição da casa resultou na abertura de um procedimento para apurar possíveis irregularidades cometidas.
Como não existe até o momento lei municipal que proteja o patrimônio histórico, cultural, arquitetônico, paisagístico e literário em Itapetininga, as demolições são autorizadas a partir de expedientes protocolados na Prefeitura.
Vieira informou, também, que já se encontra redigido o projeto de lei que cria o Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico, Cultural, Arquitetônico, Paisagístico e Literário de Itapetininga. Uma reunião para aprovação do texto será realizada nos próximos dias.
No local, continua o secretário, deverá ser construído um auditório e salas para desenvolvimento de atividades culturais. O município já declarou o espaço de utilidade pública para fins culturais.
Já o empresário Moacir Rodrigues, também, ouvido pela reportagem disse ter sido vítima de uma palhaçada. Tornei-me o bode expiatório da incompetência das autoridades. Se soubesse que ia enfrentar todo esse transtorno, não teria, jamais, comprado a propriedade.
Rodrigues garante que fez tudo dentro dos trâmites legais. Não apressei nada. Se fosse assim, dentro da Prefeitura eles saberiam do tal projeto e teriam barrado a demolição. Isso é desculpa esfarrapada.
O empresário considerou absurda a decisão do poder público de desapropriar a área. Por que fazer isso agora? Para encontrar um culpado por aquilo que eles deveriam ter atentado no momento oportuno, protestou.
José Antônio Rosa
Jornal Cruzeiro do Sul

Ministério da Cultura pretende abrir 600 salas de cinema no país
O Ministério da Cultura, por meio da Agência Nacional do Cinema (Ancine), lançará na próxima quarta-feira (23) o Cinema Perto de Você - Programa de Expansão do Parque Exibidor.
O Programa foi criado para estimular e acelerar a implantação de salas de exibição no País e servirá, ainda, para marcar uma nova etapa na política pública de fortalecimento do cinema e do audiovisual no Brasil.
A solenidade de lançamento será às 15h, no Cine-Teatro do Centro de Convenções de Luziânia (GO). O ato contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e do diretor-presidente da Ancine/MinC, Manoel Rangel.
O projeto – De acordo com o MinC, trata-se de um conjunto inédito de mecanismos e ações diversificadas de crédito, investimento e desoneração tributária que incentiva a iniciativa privada e as Prefeituras e Governos estaduais a investir na expansão do parque exibidor - especialmente nas cidades médias do interior e nas zonas urbanas dos grandes centros que apresentem baixa densidade de salas.
A meta é estimular a abertura de 600 novas salas no período de quatro anos, além do ritmo normal de crescimento apresentado pelo setor.
A Crítica – Campo Grande-MS
A casa, construída na década de 1920, pertenceu a Murilo Antunes Alves
Historiador Moacir de Castro Maia e arqueóloga Alenice Baeta mostram resquícios do patrimônio descoberto em escavações nos fundos de prédio

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