ENTRESSEIO

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05 julho, 2010

UTILIDADES E INFORMAÇÕES - 5-7-10

Especialistas dão dicas para evitar o golpe do falso sequestro
Vice-presidente da República recebeu telefonema com tentativa de golpe.
Em casos semelhantes, consultores indicam desligar imediatamente.
Especialistas ouvidos pelo G1 dão dicas de como evitar ser vítima do golpe do falso sequestro. Na noite de domingo (25), o vice-presidente da República, José Alencar, recebeu um telefonema desse tipo quando estava no Rio de Janeiro. A pessoa dizia que tinha sequestrado a filha dele. Alencar não chegou a pagar o valor pedido pelo suposto sequestrador.
O consultor em segurança José Vicente da Silva, coronel aposentado da Polícia Militar, e Guaracy Moreira Filho, professor de direito penal e criminologia do Mackenzie, sugerem que as pessoas desliguem imediatamente quando receberem esse tipo de ligação. “A minha orientação é, quando ligarem e falarem que estão com seu filho, desligue na hora”, diz Guaracy Filho. “A regra básica é desligar imediatamente, porque sequestro é um crime calculado, não existe sequestro super rápido assim”, afirma Silva.
A vítima também deve prestar atenção para nunca citar o nome do filho ou do parente durante o telefonema. “É um blefe, essas pessoas geralmente não dispõem de informação sobre a família. Eles pegam um número de telefone qualquer e fazem a ligação”, diz o coronel aposentado. Silva também sugere que, caso consiga, a pessoa faça um teste para tirar todas as dúvidas sobre a veracidade do telefonema. Dê o nome errado do parente, para ver se o criminoso irá reproduzi-lo como sendo do suposto sequestrado.
Os dois afirmam que, em caso de sequestros reais, a forma de agir dos criminosos geralmente é outra. “Se for verdade, ele vai ligar outras vezes”, diz o professor. Guaracy Filho recomenda que as pessoas saibam onde estão os filhos para evitar sustos. “A melhor forma é ter um bom relacionamento com os filhos, orientar na melhor forma possível e saber onde eles estão”, completa o professor. Os criminosos costumam ligar a cobrar para tentar aplicar o golpe, por isso fique mais atento a esse tipo de ligação.
Vítima do golpe
José Alencar contou que estava sozinho em seu apartamento quando recebeu o telefonema a cobrar de alguém que dizia ter sequestrado a filha dele. Logo em seguida, ouviu um choro e uma voz feminina.“ Eu estava sozinho em casa, atendi um cidadão dizendo que havia sequestrado minha filha. Colocou ela no telefone, ela chorou e disse: ‘papai, eu fui assaltada’. E eu tinha absoluta segurança de que fosse ela, pela voz”, disse.
Com a certeza de que se tratava da filha, Alencar disse ter negociado o valor do resgate com o criminoso, que chegou a pedir R$ 50 mil. “Eu dialoguei com o camarada por algum tempo, com paciência, e no fim acabou tudo bem. Ele pediu R$ 50 mil, mas eu disse para ele: ‘eu não tenho nada aqui, eu estou no Rio, eu não tenho dinheiro aqui’”. O homem ao telefone, então, perguntou se ele tinha joias, ao que Alencar respondeu que não tinha.
Foi aí que o suposto sequestrador perguntou a atividade profissional de Alencar. O vice-presidente disse ter respondido a verdade: “Sou o vice-presidente da República”. Como que para se certificar, o criminoso perguntou: “Qual o seu nome?” Após a respota: “José Alencar Gomes da Silva”, o suposto criminoso, então, desligou o telefone.
Nesse momento, segundo Alencar, a mulher dele, Marisa, chegou ao apartamento e ligou para a filha, Maria da Graça, para checar se ela estava bem. “Ela estava em casa, tudo bem. Não houve tempo [de pagar alguma coisa]. Isso é altamente preocupante [violência]”, disse aos jornalistas na Câmara dos Deputados, logo antes de ser homenageado em plenário.
Segundo o vice-presidente, ele não se desesperou e tentou negociar com tranquilidade. “Papai nos ensinava uma coisa muito importante. Papai ensinava que o desespero não ajuda. Então eu tive calma. Tudo bem, passou”.
G 1

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