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14 outubro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 14-10-10

Uma aula completa sobre as civilizações andinas
Depois de três anos em reforma, Museu Larco reabre portas em Lima com estilo mais didático e acervo de 45 mil peças
O acervo do Museu Larco de Lima, no Peru, sempre impressionou turistas e historiadores. As cerca de 45 mil peças arqueológicas de civilizações pré-hispânicas foram colecionadas durante vinte anos por Rafael Larco Hoyle. Com a remodelação do espaço, aberto novamente ao público na quinta-feira, os tesouros ganharam salas amplas, além de iluminação e disposição diferenciadas.
Mantido atualmente por uma fundação particular, o museu investiu mais de US$ 2 milhões na reforma, que demorou três anos para ser concluída. "Trata-se de um novo conceito de curadoria, como um conto fácil de entender. A ferramenta perfeita para conhecer as civilizações que habitaram os Andes Ocidentais", explica o diretor da instituição, Andrés Álvarez.
Famoso especialmente por sua coleção de arte mochica ? civilização pré-incaica que habitou a região entre os séculos 1.º e 8.º d.C. ?, o museu agora está instalado em uma bela casa do século 18 de estilo colonial. O imóvel foi comprado pelo próprio Larco em 1958, seis anos antes de sua morte, para abrigar as peças colecionadas durante 20 anos de escavações arqueológicas. Apaixonado pela cultura pré-inca, Larco também adquiriu itens de outros colecionadores.
A reforma deu ao acervo um tom mais didático. As salas adotaram visual clean e harmônico, com objetos ? como mantos paracas, ídolos chimús, máscaras lambayeques e ânforas incas ? dispostos em grandes vitrines. Para ajudar os visitantes internacionais, cerca de 70 mil por ano, contra 50 mil nacionais, as placas de identificação estão em seis idiomas.
Erotismo. A maior parte do acervo do Larco de Lima é composta por cerâmicas. Como as que estão expostas no espaço dedicado à arte erótica, uma das alas que mais chamam a atenção. O tema está retratado em vasos, moringas e outros artefatos. Algumas vezes, com toques de humor.
Em outra área, o museu reproduz uma sala de sacrifícios, onde são relatadas cerimônias em que guerreiros moches ofereciam, orgulhosos, suas vidas em honra aos deuses.
"O que mais se conhece do Peru são os incas, famosos pelo "marketing" que lhe deram os cronistas espanhóis, que ficaram fascinados por eles", explica Álvares. "Mas a arqueologia do século 20 tem demonstrado que antes deles já havia 4.500 anos de desenvolvimento cultural que integrou o Peru a uma linhagem de civilizações como Mesopotâmia e Egito." / COM EFE
estadão.com.br

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